Caso clínico
Caso clínico #1
Uma mulher negra de 22 anos se apresenta à clínica com sua mãe. Ela passa a maior parte do tempo dentro de casa. Até poucos meses atrás, ela trabalhava e vivia de forma independente. A paciente declara que cometeu um erro em sua declaração de imposto de renda e está convencida de que a Receita Federal contratou detetives para descobrir onde ela mora. Ela afirma que, desde seu erro, descobriu uma falha essencial no algoritmo de tributação que pode expor as bases do sistema tributário e está convencida de que o fisco contratou assassinos disfarçados de motociclistas. Depois de ir morar com a mãe, ela não viu os motociclistas, mas afirma que eles estão tentando rastrear sua "atividade mental". Além disso, ela os ouve do lado de fora de sua casa falando sobre como vão matá-la. Ela denunciou o problema à polícia e busca ajuda "para derrotar os cobradores de impostos". Ela parece desconfiada, evita contato visual e demora para responder às perguntas enquanto demonstra estar preocupada.
Caso clínico #2
Um homem branco de 25 anos de idade foi trazido ao pronto-socorro pela polícia após ser encontrado caminhando em meio ao trânsito de um cruzamento movimentado da cidade. A polícia o coloca em internação involuntária após ele alegar que foi instruído a se matar por vozes acusatórias e autoritárias. Ao exame físico, o paciente apresenta aparência desgrenhada, embotamento afetivo e indiferença, e processos de pensamento desorganizados. Ele responde a maior parte das perguntas de forma monossilábica. Quando questionado a respeito das experiências com alucinações auditivas, ele responde de forma afirmativa, mas é incapaz de articular coerentemente os detalhes sobre essas experiências. Ao longo dos exames, ele parece intermitentemente distraído por estímulos internos; quando perguntado sobre qual experiência está tendo no momento, ele afirma: "Eles estão falando comigo". A família do paciente relata que ele se tornou cada vez mais introvertido após sair de casa para dedicar-se a estudos de pós-graduação em uma universidade local. A família acrescenta que ele teve desempenho acima da média na faculdade, mas, desde que ingressou na universidade, teve que se esforçar para concluir os trabalhos acadêmicos. Após a mudança, seu isolamento tornou-se maior: ele não fez novos amigos, parou de conversar com amigos da faculdade e manteve apenas contato esporádico com familiares. A família não estava ciente sobre se o paciente tinha tido qualquer experiência alucinatória. Ele não tinha história pregressa de uso de substâncias ilícitas e o exame toxicológico da urina foi negativo, o que efetivamente descarta a possibilidade de psicose induzida por drogas.
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