Investigações

Primeiras investigações a serem solicitadas

Velocidade de hemossedimentação (VHS)

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Uma velocidade de hemossedimentação (VHS) ≥50 mm/hora pelo método de Westergren é uma das características de suporte aos critérios de classificação do Colégio Americano de Reumatologia (American College of Rheumatology).[1]​ Cerca de até 10% dos pacientes podem apresentar uma VHS <50 mm/hora.

Muitas outras doenças, incluindo anemias e paraproteinemias, podem elevar a VHS na ausência de inflamação. A ACG pode ocorrer em um subconjunto com VHS normal (cerca de 5% dos casos).

Uma VHS >100 mm/hora é útil na previsão de uma biópsia positiva da artéria temporal (razão de probabilidade de 1.9).[59]

Se os pacientes estiverem em tratamento com glicocorticoide antes do exame de reagentes de fase aguda, o resultado poderá ser mais baixo que o esperado.

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VHS ≥50 mm/hora pelo método de Westergren

proteína C-reativa

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Elevada na maioria dos pacientes. A proteína C-reativa não é afetada por anemia. Às vezes a proteína C-reativa está elevada com uma velocidade de hemossedimentação normal. Uma proteína C-reativa ≥10 mg/L é um fator que corrobora o diagnóstico de ACG.[1]

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elevado

Hemograma completo

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Deve ser realizado em todos pacientes com suspeita de arterite de células gigantes (ACG). A elevação significativa da contagem de leucócitos deve incitar uma avaliação para uma possível neoplasia hematológica.

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tipicamente, os pacientes apresentam anemia normocítica normocrômica com uma contagem de leucócitos normal e uma contagem plaquetária elevada; pode ocorrer uma leucocitose leve

TFHs

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Anormalidades leves são comuns e devem remitir com o tratamento. Anormalidades persistentes ou graves devem incitar uma triagem para uma causa subjacente, incluindo malignidade e hepatite, sintomas que podem mimetizar a ACG em alguns pacientes.

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transaminases e fosfatase alcalina estão com frequência discretamente elevadas

biópsia da artéria temporal

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A biópsia de artéria temporal é considerada o exame definitivo para o diagnóstico de ACG.​[1][34]​​​ No entanto, os exames de imagem têm sido cada vez mais usados para o diagnóstico, e a ultrassonografia é o exame de imagem de primeira escolha.​[1][39]

​Para os pacientes com suspeita de ACG recomenda-se inicialmente uma biópsia unilateral.[34] A biópsia é realizada no lado com achados clínicos anormais (se presentes). No entanto, a biópsia da artéria temporal bilateral pode ser adequada se os sintomas não estiverem claramente localizados em uma artéria temporal.[34]

Se a biópsia de um lado for normal, pode-se considerar uma segunda biópsia do lado contralateral.[34] O processo patológico é irregular; dessa maneira, é necessária uma amostra apropriada da artéria temporal (>1 cm) para melhorar o rendimento diagnóstico.[34]

A biópsia da artéria temporal é menos útil nos pacientes com ACG de grandes vasos e pode ser negativa em até 50% desses pacientes.[38]

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tipicamente, a histopatologia revela inflamação granulomatosa; em cerca de 50% dos casos, células gigantes multinucleadas estão presentes; o infiltrado inflamatório pode ser focal e segmentar

ultrassonografia da artéria temporal

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A ultrassonografia tem a vantagem de ser um exame não invasivo e estar amplamente disponível. Um sinal de halo na artéria temporal (espessamento da parede) na ultrassonografia é uma característica diagnóstica de suporte da ACG.[1]​ A ultrassonografia também pode revelar estenose ou oclusão. Sugeriu-se que o diagnóstico de ACG pode ser realizado com base na síndrome clínica e nos achados da ultrassonografia sem que se recorra a uma biópsia de artéria temporal.[40]​ Contudo, ela é dependente do operador, e é melhor se realizada em centros especializados, onde pode ser uma ferramenta útil e complementar para o diagnóstico da ACG.[34] Os resultados são influenciados pelo tratamento (ou seja, os sinais de inflamação desaparecem rápido com o tratamento com glicocorticoides).[34]

Revisões sistemáticas da ultrassonografia da artéria temporal têm relatado uma sensibilidade agrupada de 87% e uma especificidade de 96% comparadas ao diagnóstico clínico, e uma sensibilidade de 75% e especificidade de 83% comparadas à biópsia da artéria temporal.[40][41] Em uma metanálise de 20 estudos, a sensibilidade e a especificidade de um halo hipoecoico (sinal de halo), comparadas com uma biópsia da artéria temporal, foram de 68% e 81%, respectivamente.[42]

As diretrizes da EULAR recomendam a ultrassonografia como teste de imagem inicial de primeira escolha nos pacientes com suspeita de ACG.[39]

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pode revelar sinal de halo, estenose ou oclusão; comprometimento axilar bilateral[1]

Investigações a serem consideradas

exames de imagem vascular não invasivos

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Realizam-se ultrassonografia, angiotomografia ou angiografia por ressonância magnética do arco aórtico e dos grandes vasos nos pacientes com suspeita de comprometimento de grandes vasos.[1]​ Exames de imagem dos grandes vasos do pescoço/tórax/abdome/pelve podem fornecer evidências adicionais da doença extracraniana quando o diagnóstico for incerto após resultados negativos de uma biópsia da artéria temporal.[34]

Achados radiográficos de comprometimento de grandes vasos são frequentemente observados. No entanto, o comprometimento de grandes vasos é clinicamente aparente em aproximadamente 10% a 15% dos pacientes com ACG.[7]

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pode revelar estenose homogênea, concêntrica, com espessamento ou oclusão das artérias subclávia, axilar ou braquial proximal; a aparência radiográfica geralmente é de estenoses lisas e afuniladas; a vasculatura dos membros inferiores raramente está envolvida; o espessamento ou edema da parede aórtica pode indicar aortite

Novos exames

tomografia por emissão de pósitrons com fluordesoxiglucose (FDG-PET) da cabeça até a metade da coxa

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Pode ser útil como nova ferramenta diagnóstica e na avaliação da doença ativa, onde pode mostrar a captação de 18F-fluordesoxiglucose (FDG) nos grandes vasos (aorta e principais ramos).[1][43]​​[44][45][46]​​​

Em pacientes com marcadores de inflamação elevados e diagnóstico incerto, a FDG-PET pode ser útil na detecção de uma neoplasia maligna ou infecção ocultas nos pacientes que apresentam sintomas constitucionais semelhantes aos de vasculite.​[43]​ No entanto, na prática clínica de rotina, a FDG-PET atualmente não é capaz de avaliar a inflamação nas artérias temporais superficiais. A FDG-PET pode ter alguma utilidade para a avaliação da ACG persistente ou recorrente no contexto clínico apropriado.[47]​ A principal preocupação com a FDG-PET-CT é a de que sua sensibilidade é afetada pela imunossupressão.[43][48][49][50]​ Após três dias de tratamento com altas doses de glicocorticoides, a FDG-PET-CT pode diagnosticar ACG de grandes vasos com alta sensibilidade. Após 10 dias de tratamento, a sensibilidade da FDG-PET-CT diminui significativamente.[51]

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pode revelar a captação de FDG nos grandes vasos (aorta e ramos maiores)

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