Monitoramento

As hemoculturas devem ser obtidas diariamente para confirmar que o status negativo foi alcançado. Caso as hemoculturas permaneçam positivas, em vez de se supor que é indicada uma mudança no tratamento ou que se tenha desenvolvido resistência, deve-se ter atenção para garantir que todos os cateteres intravasculares tenham sido removidos, além de se buscar por focos metastáticos, como abscessos. Culturas persistentemente positivas descartam infecções endovasculares, inclusive endocardite por Candida.

Recomenda-se testar a suscetibilidade antifúngica em todos os isolados de corrente sanguínea, principalmente para azóis.[32] Isto é particularmente relevante para Candida glabrata, Candida parapsilosis e Candida auris, que têm taxas crescentes de resistência a azóis e taxas variáveis de resistência a equinocandinas.[4]​​​​​[70][95]

  • A C auris é altamente resistente ao fluconazol (86% a 100% dos isolados) devido a mutações ERG11. A resistência à anfotericina B também é comumente relatada em 43% dos isolados nos EUA. As equinocandinas são o tratamento de primeira escolha; no entanto, resistência pode se desenvolver e foi relatada em 2% a 5% dos isolados.[96]

  • A C glabrata é frequentemente resistente a azóis, essa resistência é mediada por bombas de efluxo (superexpressão de CDR1/CDR2). Embora as equinocandinas sejam a primeira linha de terapia recomendada, a resistência a essa classe de antifúngicos pode se desenvolver na C glabrata.

  • A Candida krusei é resistente ao fluconazol devido a mutações ERG11. Tanto a C krusei quanto a Candida lusitaniae podem apresentar resistência à anfotericina B.

  • A C parapsilosis pode ter uma concentração inibitória mínima elevada para as equinocandinas devido a uma mutação natural em FKS1p.[20]

Os critérios interpretativos do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI) para fluconazol contra espécies de Candida incluem suscetível (S), suscetível dose-dependente (SDD), o que significa que uma dose maior do que a padrão precisa ser usada para o tratamento, e resistente (R). SDD não é aplicável a outros antifúngicos. Em geral, é importante que os testes de suscetibilidade sejam correlacionados com os desfechos clínicos do paciente, o que nem sempre é demonstrado nos diferentes estudos que tentaram analisar essa correlação.[97]​ Observar a resposta à terapia, conforme demonstrado por culturas repetidas e avaliação clínica e radiográfica, é importante a ser considerado, além dos testes de suscetibilidade na prática clínica. Nos últimos anos, surgiram evidências crescentes de tolerância e heterorresistência antifúngica em Candida, o que pode ter impacto na resposta à terapia. Atualmente, esses fenômenos não são facilmente mensuráveis no laboratório.[98][99]

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