Rastreamento

O teste diagnóstico mais adotado para aspiração é a avaliação da deglutição à beira do leito. O teste inclui uma entrevista com o paciente, exame físico e a avaliação dos sinais de aspiração. Embora ele geralmente seja realizado por um fonoaudiólogo para otimizar a avaliação diagnóstica, alguns dos componentes mais sensíveis da avaliação da deglutição à beira do leito podem ser realizados individualmente ou em combinação como testes de rastreamento.[88] Esses testes de rastreamento incluem tentar que um paciente degluta pequenas quantidades de água ou lascas de gelo enquanto é observado por um enfermeiro, um fonoaudiólogo ou um médico. Os testes de rastreamento devem ser considerados sempre que houver suspeita de aspiração com base na presença de fatores de risco. Além disso, todos os pacientes que sofrerem um acidente vascular cerebral (AVC) agudo devem ser submetidos a uma avaliação da deglutição à beira do leito por um fonoaudiólogo, em grande medida porque entre 40% e 78% dos pacientes com AVC apresentam disfagia.[16][68]​​​​ Estudos de programa de disfagia aplicados em resultado desses métodos de rastreamento podem reduzir significativamente as taxas de pneumonia em pacientes com AVC.[89]

Avaliação da deglutição à beira do leito

Os pacientes com suspeita de ter algum fator de risco para aspiração devem ser submetidos a uma avaliação neurológica completa antes de se alimentar.[90] Isso inclui avaliar as funções corticais, os músculos bulbares, o reflexo faríngeo e o reflexo de tosse. Os pacientes alertas com tosse e alto risco de aspiração devem ser observados ao beber pequenas quantidades de água. Se o paciente tossir ou mostrar sinais de aspiração, deverá ser encaminhado para uma avaliação detalhada da deglutição.[27] O rastreamento precoce da deglutição à beira do leito (com 1 dia de internação e antes de qualquer ingestão oral) e o manejo da disfagia em pacientes com AVC agudo reduzem o risco de pneumonia por aspiração, podem ter um bom custo-efetivo e podem garantir cuidados de qualidade com um desfecho ideal.[91] Se houver alguma dúvida ou suspeita de aspiração silenciosa, estudos de imagem deverão ser realizados.[16]​ A avaliação fonética independente e durante os testes de provocação de deglutição pode ser um adjuvante útil aos exames à beira do leito para risco de aspiração, mas não está validada.[88][92]​ Embora muitos outros exames de rastreamento estejam disponíveis, eles têm sensibilidade variada.[93]​ Na opinião dos autores, no entanto, pode haver um benefício ao obter uma avaliação do risco de aspiração de mais de um exame.

Avaliação da deglutição por endoscopia flexível

A avaliação da deglutição por endoscopia flexível (ADEF) pode ser realizada por fonoaudiólogos à beira do leito. Com o uso de um endoscópio flexível de fibra óptica, as evidências diretas da aspiração são documentadas pela detecção da presença de alimentos ou de um líquido espesso nas pregas vocais. O exames também avalia a função das pregas vocais. Em um estudo de pacientes com trauma grave, a ADEF realizada 24 horas após a extubação mostrou aspiração em 45% dos pacientes, dos quais quase metade eram aspiradores silenciosos. Esses pacientes retomaram uma dieta oral em média 5 dias após a extubação e não tiveram complicações pulmonares.[50]​​ A avaliação endoscópica funcional da deglutição (FEES) evita a exposição à radiação; no entanto, o videodeglutograma modificado é um procedimento não invasivo e amplamente disponível.[56][94]

Estudo da deglutição por videofluoroscopia e videodeglutograma modificado

Para esses exames, o paciente ingere bário sob imagens fluoroscópicas. A passagem ou retenção do material radiopaco no trato respiratório é observada.[16] No estudo de deglutição por videofluoroscopia, 38% dos pacientes com AVC agudo tiveram aspiração manifesta e 67% tiveram aspiração silenciosa.[95] O videodeglutograma modificado realizado em pacientes com traqueostomia e em ventilação por pressão positiva mostrou uma incidência de aspiração de 50%, e 77% desses pacientes eram aspiradores silenciosos.[46]

Novas avaliações para disfagia

Intervenções direcionadas à melhora da sensação respiratória e mecânica respiratória podem comprovar ser benéficas em pacientes (como aqueles com doença de Parkinson) que têm comprometimento da proteção das vias aéreas.[96]​ Vários exames de mecânica respiratória foram utilizados para determinaro risco de aspiração ou, pelo menos, a capacidade de copmensar um evento respiratório. Por exemplo, uma redução do pico de fluxo de tosse foi um fator de risco independente para pneumonia.[97]​ O rastreamento fonético é uma nova técnica que pode ser usada para identificar disfagia e risco de aspiração à beira do leito.[92]

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