Doença de Huntington
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Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
todos os pacientes
aconselhamento para o paciente e para a família, com suporte do cuidador
Logo após o diagnóstico genético e em vários momentos ao longo da jornada, a discussão com os pacientes e os familiares deve abordar a natureza hereditária da doença, sua história natural, incluindo variações de velocidade da evolução/sequência de eventos, questões comportamentais, além de fornecer orientações de segurança relativas a dirigir, uso de armas de fogo e descarte de medicamentos de prescrição acumulados. A doença de Huntington pode afetar significativamente a dinâmica familiar, muitas vezes por conta dos sintomas comportamentais, sua natureza hereditária, bem como as demandas sobre os cuidadores. Caso tenha ocorrido uma experiência particularmente problemática na família, tais informações podem ser reconfortantes.
A carga de cuidar de um paciente afetado é considerável e sobrecarrega as famílias em aspectos emocionais, físicos e financeiros. Pode ser benéfico direcionar as famílias a recursos comunitários, a grupos de apoio para a doença de Huntington e a agências governamentais relevantes. Huntington’s Disease Association Opens in new window International Huntington Association Opens in new window O reconhecimento dos desafios enfrentados pelos cuidadores deve fazer parte de todas as consultas clínicas.
A discussão sobre planejamento antecipado de cuidados médicos pode ser útil em algum momento do ciclo da doença e deve ser um componente regular da revisão clínica, personalizada de acordo com o preparo e a disposição do paciente para se envolver na conversa.[101]Farag M, Salanio DM, Hearst C, et al. Advance care planning in Huntington's disease. J Huntingtons Dis. 2023;12(1):77-82. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36970913?tool=bestpractice.com Os tópicos podem incluir desejos de cuidados no final da vida, nomeação de procurador permanente, decisões antecipadas para recusar o tratamento e declarações antecipadas.[101]Farag M, Salanio DM, Hearst C, et al. Advance care planning in Huntington's disease. J Huntingtons Dis. 2023;12(1):77-82. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36970913?tool=bestpractice.com [102]Taylor LP, Besbris JM, Graf WD, et al. Clinical guidance in neuropalliative care: an AAN position statement. Neurology. 2022 Mar 8;98(10):409-16. https://n.neurology.org/content/98/10/409.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35256519?tool=bestpractice.com
Uma abordagem de cuidados paliativos, integrada pela equipe multidisciplinar, é apropriada durante toda a evolução da doença para pacientes com doença de Huntington, para lidar com sintomas de difícil tratamento.[102]Taylor LP, Besbris JM, Graf WD, et al. Clinical guidance in neuropalliative care: an AAN position statement. Neurology. 2022 Mar 8;98(10):409-16. https://n.neurology.org/content/98/10/409.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35256519?tool=bestpractice.com [103]Tarolli CG, Chesire AM, Biglan KM. Palliative care in Huntington disease: personal reflections and a review of the literature. Tremor Other Hyperkinet Mov (N Y). 2017;7:454. https://tremorjournal.org/article/10.5334/tohm.375 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28428907?tool=bestpractice.com
intervenções de suporte não farmacológicas
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os pacientes geralmente se beneficiam de cuidados multidisciplinares, com uma combinação de tratamentos farmacológicos e não farmacológicos.
Encaminhe os pacientes para cuidados não farmacológicos adequados. Há evidências de que intervenções fisioterapêuticas podem melhorar a aptidão física, a função motora e a marcha em pessoas com doença de Huntington.[95]Quinn L, Kegelmeyer D, Kloos A, et al. Clinical recommendations to guide physical therapy practice for Huntington disease. Neurology. 2020 Feb 4;94(5):217-28. https://www.neurology.org/doi/10.1212/WNL.0000000000008887 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31907286?tool=bestpractice.com Programas de exercícios em casa melhoram a função física em pessoas com doença de Huntington no estágio precoce a intermediário.[96]Khalil H, Quinn L, van Deursen R, et al. What effect does a structured home-based exercise programme have on people with Huntington's disease? A randomized, controlled pilot study. Clin Rehabil. 2013 Jul;27(7):646-58. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23426565?tool=bestpractice.com A fonoterapia e a terapia de deglutição não foram testadas rigorosamente na doença de Huntington, mas podem oferecer benefício transitório.
A European Huntington’s Disease Network publicou diversas diretrizes de boas práticas sobre o uso de intervenções não farmacológicas na doença de Huntington, como terapia ocupacional, fisioterapia, fonoterapia e suporte nutricional.[97]Cook C, Page K, Wagstaff A, et al; European Huntington’s Disease Network. Occupational therapy for people with Huntington’s disease: best practice guidelines. Jan 2012 [internet publication]. https://www.bsmhft.nhs.uk/our-services/specialist-services/neuropsychiatry/occupational-therapy-for-people-with-huntingtons-disease-best-practice-guidelines [98]Quinn L, Busse M; European Huntington’s Disease Network. Physiotherapy clinical guidelines for Huntington’s disease. Neurodegen Dis Manage. 2012;2(1):21-31. http://www.ehdn.org/wp-content/uploads/2016/08/Physiotherapy_clinical_guidelines_in_HD.pdf [99]Hamilton A, Ferm U, Heemskerk AW, et al; European Huntington’s Disease Network. Management of speech, language and communication difficulties in Huntington’s disease. Neurodegen Dis Manage. 2012;2(1):67-77. http://www.ehdn.org/wp-content/uploads/2016/08/Management_of_speech_language_and_communication_difficulties_in_HD.pdf [100]Brotherton A, Campos L, Rowell A, et al; Nutritional management of individuals with Huntington’s disease: nutritional guidelines. Neurodegen Dis Manage. 2012;2(1):33-43. http://www.ehdn.org/wp-content/uploads/2016/08/Nutritional_management_of_individuals_with_HD.pdf EHDN: physiotherapy working group Opens in new window
Uma avaliação quanto à direção feita por um avaliador independente pode ser útil para decidir se dirigir ainda é seguro.
tetrabenazina ou antipsicótico
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Estabeleça se o paciente se sente afetado pela coreia antes de iniciar qualquer terapia. Quando grave, a coreia interfere na função e na capacidade de receber cuidados pessoais; quando leve, pode contribuir para o isolamento social, mas varia de um indivíduo para outro.[62]Bachoud-Lévi AC, Ferreira J, Massart R, et al. International guidelines for the treatment of Huntington's disease. Front Neurol. 2019;10:710. https://www.frontiersin.org/journals/neurology/articles/10.3389/fneur.2019.00710/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31333565?tool=bestpractice.com [79]Mahant N, McCusker EA, Byth K, et al. Huntington's disease: clinical correlates of disability and progression. Neurology. 2003 Oct 28;61(8):1085-92. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14581669?tool=bestpractice.com
As opções de tratamento para coreia incluem tetrabenazina ou um antipsicótico atípico.
A tetrabenazina é um inibidor seletivo reversível do transportador de monoamina vesicular 2 (VMAT2). Ensaios clínicos demonstraram que a tetrabenazina reduz significativamente a coreia.[63]Mestre T, Ferreira J, Coelho MM, et al. Therapeutic interventions for symptomatic treatment in Huntington's disease. Cochrane Database Syst Rev. 2009 Jul 8;(3):CD006456. http://cochranelibrary-wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD006456.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19588393?tool=bestpractice.com [82]Chen JJ, Ondo WG, Dashtipour K, et al. Tetrabenazine for the treatment of hyperkinetic movement disorders: a review of the literature. Clin Ther. 2012 Jul;34(7):1487-504. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22749259?tool=bestpractice.com [83]Huntington Study Group. Tetrabenazine as antichorea therapy in Huntington disease: a randomized controlled trial. Neurology. 2006 Feb 14;66(3):366-72. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16476934?tool=bestpractice.com [84]Frank S. Tetrabenazine as anti-chorea therapy in Huntington disease: an open-label continuation study. Huntington Study Group/TETRA-HD Investigators. BMC Neurol. 2009 Dec 18;9:62. https://bmcneurol.biomedcentral.com/articles/10.1186/1471-2377-9-62 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20021666?tool=bestpractice.com A tetrabenazina tem latência mais curta até o efeito e compensação desde a instituição da terapia em comparação aos antipsicóticos e é livre de quaisquer preocupações em relação à discinesia tardia. Entretanto, tem maior probabilidade de causar depressão e sedação.[82]Chen JJ, Ondo WG, Dashtipour K, et al. Tetrabenazine for the treatment of hyperkinetic movement disorders: a review of the literature. Clin Ther. 2012 Jul;34(7):1487-504. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22749259?tool=bestpractice.com Os pacientes com coreia nos quais é observado um problema significativo são candidatos apropriados para o tratamento com tetrabenazina, particularmente aqueles que não toleram antipsicóticos. É uma boa escolha de primeira linha para pacientes nos quais a coreia isolada precisa de tratamento (isto é, pacientes que não precisam dos efeitos adversos de ganho de peso ou sedação noturna e/ou tratamento da irritação e agitação).
Antipsicóticos estão entre os medicamentos mais eficazes disponíveis para essa indicação. Antipsicóticos atípicos (por exemplo, olanzapina, risperidona) são os medicamentos preferidos na prática clínica devido ao seu perfil melhorado de efeitos adversos, em comparação com antipsicóticos de primeira geração.[85]Coppen EM, Roos RA. Current pharmacological approaches to reduce chorea in Huntington's disease. Drugs. 2017 Jan;77(1):29-46. https://link.springer.com/article/10.1007/s40265-016-0670-4 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27988871?tool=bestpractice.com
Os efeitos adversos podem agravar as características subjacentes da doença de Huntington. Dessa forma, esses medicamentos devem ser reservados a situações nas quais a coreia é problemática para o paciente.
A tetrabenazina deve ser evitada em pacientes com história de sintomas depressivos graves e probabilidade de suicídio ideação suicida. É contraindicada em pacientes com probabilidade de suicídio ativa ou depressão não tratada ou inadequadamente tratada. Monitore os pacientes em tratamento para novo episódio ou agravamento da depressão ou probabilidade de suicídio. Há interações medicamentosas significativas com tetrabenazina, em particular inibidores de CYP2D6 (por exemplo, alguns inibidores seletivos de recaptação de serotonina [ISRSs] que podem ser usados para tratar outros sintomas em pacientes com doença de Huntington), e você deve consultar uma base de dados de interação medicamentosa antes de prescrever esse medicamento.
A história natural do distúrbio do movimento é que, em estágios mais tardios da doença, a coreia tende a diminuir e a bradicinesia e a rigidez tendem a aumentar; portanto, deve-se reavaliar o tratamento medicamentoso e considerar uma redução.
Opções primárias
tetrabenazina: 12.5 mg por via oral uma vez ao dia pela manhã por 1 semana, seguidos por 12.5 mg duas vezes ao dia por 1 semana, depois pode aumentar em 12.5 mg/dia em intervalos semanais, máximo de 50 mg/dia
Mais tetrabenazinaDoses >37.5 mg/dia devem ser administradas em 3 doses fracionadas (máximo de 25 mg/dose). Realize genotipagem de CYP2D6 para doses >50 mg/dia. Pacientes que são metabolizadores intermediários ou extensivos podem receber até 100 mg/dia administrados em 3 doses fracionadas (máximo de 37.5 mg/dose).
Opções secundárias
olanzapina: 2.5 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 10-30 mg/dia
ou
risperidona: 0.5 a 2 mg/dia por via oral administrado em 1-2 doses fracionadas inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 10 mg/dia
antidepressivo e/ou terapia cognitivo-comportamental (TCC)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O tratamento da depressão é fundamental e reduz o risco de suicídio. Os tratamentos de primeira linha são antidepressivos e/ou TCC.[62]Bachoud-Lévi AC, Ferreira J, Massart R, et al. International guidelines for the treatment of Huntington's disease. Front Neurol. 2019;10:710. https://www.frontiersin.org/journals/neurology/articles/10.3389/fneur.2019.00710/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31333565?tool=bestpractice.com
Estudos comparativos de antidepressivos para a doença de Huntington não estão disponíveis, portanto, a escolha dos agentes é baseada no julgamento clínico em relação aos prováveis benefícios e danos de uma superdosagem e aos sintomas comportamentais associados. Os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs; por exemplo, citalopram, sertralina e escitalopram) são mais usados.[62]Bachoud-Lévi AC, Ferreira J, Massart R, et al. International guidelines for the treatment of Huntington's disease. Front Neurol. 2019;10:710. https://www.frontiersin.org/journals/neurology/articles/10.3389/fneur.2019.00710/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31333565?tool=bestpractice.com Com frequência, citalopram é usado como escolha de primeira linha para pacientes com depressão isolada, e sertralina costuma ser usada como primeira linha para pacientes com depressão e irritabilidade ou ansiedade comórbida. As opções de segunda linha incluem escitalopram.
Se for provável a prescrição de tetrabenazina ao paciente, então o citalopram, a sertralina ou o escitalopram são as opções de escolha. Outros ISRSs (fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina) são inibidores mais potentes de CYP2D6 e, portanto, podem reduzir a depuração da tetrabenazina, causando efeitos adversos tóxicos.
Em emergências ou casos graves, podem ser considerados medicamentos com início de ação mais rápido (por exemplo, mirtazapina, um antidepressivo tetracíclico).[65]Bonelli RM. Mirtazapine in suicidal Huntington's disease. Ann Pharmacother. 2003 Mar;37(3):452. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12639181?tool=bestpractice.com Mirtazapina também pode ser útil se houver insônia concomitante.[32]Anderson KE, van Duijn E, Craufurd D, et al. Clinical management of neuropsychiatric symptoms of Huntington disease: expert-based consensus guidelines on agitation, anxiety, apathy, psychosis and sleep disorders. J Huntingtons Dis. 2018;7(3):355-66. https://content.iospress.com/articles/journal-of-huntingtons-disease/jhd180293 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30040737?tool=bestpractice.com
Se houver efeitos adversos ou falha terapêutica a qualquer medicamento, tente outro medicamento ou considere o encaminhamento a um psiquiatra.
A psicoterapia (por exemplo, TCC) e o aconselhamento podem ser extremamente úteis para pacientes com doença de Huntington que apresentam sintomas depressivos. Embora haja apenas pequenos estudos não controlados disponíveis para dar suporte ao uso da psicoterapia para depressão em pacientes com doença de Huntington, as diretrizes sugerem considerá-la com base em evidências de outras doenças neurodegenerativas e da população em geral.[62]Bachoud-Lévi AC, Ferreira J, Massart R, et al. International guidelines for the treatment of Huntington's disease. Front Neurol. 2019;10:710. https://www.frontiersin.org/journals/neurology/articles/10.3389/fneur.2019.00710/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31333565?tool=bestpractice.com [68]Zenodo. Extended evidence-based guidance on psychological interventions for psychological difficulties in individuals with Huntington's disease, Parkinson's disease, motor neurone disease, and multiple sclerosis. Mar 2021 [internet publication]. https://zenodo.org/records/4593883 [69]British Psychological Society. Psychological interventions for people with Huntington’s disease, Parkinson’s disease, motor neurone disease, and multiple sclerosis. Jan 2021 [internet publication]. https://explore.bps.org.uk/content/report-guideline/bpsrep.2021.rep143
A probabilidade de suicídio deve ser explorada de maneira proativa e avaliada regularmente.
Opções primárias
citalopram: 20-40 mg por via oral uma vez ao dia
ou
sertralina: 50-200 mg por via oral uma vez ao dia
Opções secundárias
escitalopram: 10-20 mg por via oral uma vez ao dia
ou
mirtazapina: 15-45 mg por via oral uma vez ao dia ao deitar
antipsicóticos atípicos ou anticonvulsivantes estabilizadores de humor
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
As diretrizes recomendam considerar as causas ambientais e estratégias comportamentais para reduzir a irritabilidade antes de iniciar o tratamento farmacológico.[62]Bachoud-Lévi AC, Ferreira J, Massart R, et al. International guidelines for the treatment of Huntington's disease. Front Neurol. 2019;10:710. https://www.frontiersin.org/journals/neurology/articles/10.3389/fneur.2019.00710/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31333565?tool=bestpractice.com Isso pode incluir reduzir o barulho e outras fontes de excesso de estímulos; tratar a dor ou outras fontes de desconforto físico; e instituir rotinas regulares e estruturadas sempre que possível. Psicoeducação para a família do paciente sobre estratégias para ajudar a evitar o confronto também pode ser benéfica.[32]Anderson KE, van Duijn E, Craufurd D, et al. Clinical management of neuropsychiatric symptoms of Huntington disease: expert-based consensus guidelines on agitation, anxiety, apathy, psychosis and sleep disorders. J Huntingtons Dis. 2018;7(3):355-66. https://content.iospress.com/articles/journal-of-huntingtons-disease/jhd180293 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30040737?tool=bestpractice.com [62]Bachoud-Lévi AC, Ferreira J, Massart R, et al. International guidelines for the treatment of Huntington's disease. Front Neurol. 2019;10:710. https://www.frontiersin.org/journals/neurology/articles/10.3389/fneur.2019.00710/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31333565?tool=bestpractice.com
A escolha entre as opções farmacológicas para controlar o temperamento e a irritabilidade é difícil na ausência de estudos definitivos. As abordagens padrão incluem antipsicóticos atípicos (por exemplo, olanzapina, quetiapina) ou anticonvulsivantes com propriedades estabilizadoras de humor (por exemplo, ácido valproico).
Os antipsicóticos têm sido utilizados com sucesso no tratamento da irritabilidade e da agressividade; entretanto, poucos estudos publicados estão disponíveis para diretrizes específicas.[36]Stoker TB, Mason SL, Greenland JC, et al. Huntington's disease: diagnosis and management. Pract Neurol. 2022 Feb;22(1):32-41. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34413240?tool=bestpractice.com [78]Fisher CA, Sewell K, Brown A, et al. Aggression in Huntington's disease: a systematic review of rates of aggression and treatment methods. J Huntingtons Dis. 2014;3(4):319-32. https://content.iospress.com/articles/journal-of-huntingtons-disease/jhd140127 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25575953?tool=bestpractice.com A escolha do antipsicótico é baseada no perfil de efeitos adversos. Devido aos efeitos adversos dos antipsicóticos, o monitoramento regular é essencial, e reduções ocasionais na dosagem ou interrupções temporárias são apropriadas. Analise a eficácia após 4 semanas de tratamento.
O ácido valproico pode ser mais apropriado em situações em que os sintomas estão apenas surgindo ou quando há preocupações com efeitos adversos sedativos.
Opções primárias
olanzapina: 2.5 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 10-20 mg/dia
ou
quetiapina: 25 mg por via oral (liberação imediata) uma vez ao dia inicialmente ao deitar, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 750 mg/dia administrados em 2-3 doses fracionadas
ou
ácido valproico: 250-500 mg por via oral três vezes ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 60 mg/kg/dia
inibidor seletivo de recaptação de serotonina (ISRS) ou benzodiazepínico e/ou terapia cognitivo-comportamental (TCC)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
As diretrizes recomendam considerar as causas ambientais e estratégias comportamentais para reduzir a irritabilidade antes de iniciar o tratamento farmacológico.[62]Bachoud-Lévi AC, Ferreira J, Massart R, et al. International guidelines for the treatment of Huntington's disease. Front Neurol. 2019;10:710. https://www.frontiersin.org/journals/neurology/articles/10.3389/fneur.2019.00710/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31333565?tool=bestpractice.com Isso pode incluir reduzir o barulho e outras fontes de excesso de estímulos; tratar a dor ou outras fontes de desconforto físico; e instituir rotinas regulares e estruturadas sempre que possível. Psicoeducação para a família do paciente sobre estratégias para ajudar a evitar o confronto também pode ser benéfica.[32]Anderson KE, van Duijn E, Craufurd D, et al. Clinical management of neuropsychiatric symptoms of Huntington disease: expert-based consensus guidelines on agitation, anxiety, apathy, psychosis and sleep disorders. J Huntingtons Dis. 2018;7(3):355-66. https://content.iospress.com/articles/journal-of-huntingtons-disease/jhd180293 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30040737?tool=bestpractice.com [62]Bachoud-Lévi AC, Ferreira J, Massart R, et al. International guidelines for the treatment of Huntington's disease. Front Neurol. 2019;10:710. https://www.frontiersin.org/journals/neurology/articles/10.3389/fneur.2019.00710/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31333565?tool=bestpractice.com
A escolha entre as opções farmacológicas para controlar o temperamento e a irritabilidade é difícil na ausência de estudos definitivos.
As evidências são limitadas, mas a experiência clínica sugere que o tratamento com ISRSs, como citalopram, geralmente é eficaz, especialmente nos estágios mais precoces; doses no limite superior do intervalo recomendado pelo fabricante geralmente são necessárias para essa indicação.[62]Bachoud-Lévi AC, Ferreira J, Massart R, et al. International guidelines for the treatment of Huntington's disease. Front Neurol. 2019;10:710. https://www.frontiersin.org/journals/neurology/articles/10.3389/fneur.2019.00710/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31333565?tool=bestpractice.com
Um benzodiazepínico (por exemplo, clonazepam) pode ser preferido em situações nas quais a ansiedade ou a insônia são mais proeminentes. No entanto, os benzodiazepínicos podem ter efeito desinibidor em alguns pacientes.
A psicoterapia pode ser útil e complementar à intervenção farmacológica para ansiedade.[32]Anderson KE, van Duijn E, Craufurd D, et al. Clinical management of neuropsychiatric symptoms of Huntington disease: expert-based consensus guidelines on agitation, anxiety, apathy, psychosis and sleep disorders. J Huntingtons Dis. 2018;7(3):355-66. https://content.iospress.com/articles/journal-of-huntingtons-disease/jhd180293 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30040737?tool=bestpractice.com
Opções primárias
citalopram: 20-40 mg por via oral uma vez ao dia
ou
clonazepam: 0.25 mg por via oral duas vezes ao dia inicialmente, aumentar de acordo com a resposta, máximo de 4 mg/dia
inibidor seletivo de recaptação de serotonina (ISRS) ou ansiolítico e/ou terapia cognitivo-comportamental (TCC)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A ansiedade pode responder a um ISRS, como o citalopram, ou a benzodiazepínicos tradicionais, como o clonazepam.
A psicoterapia (por exemplo, TCC) pode ser útil e complementar à intervenção farmacológica.[32]Anderson KE, van Duijn E, Craufurd D, et al. Clinical management of neuropsychiatric symptoms of Huntington disease: expert-based consensus guidelines on agitation, anxiety, apathy, psychosis and sleep disorders. J Huntingtons Dis. 2018;7(3):355-66. https://content.iospress.com/articles/journal-of-huntingtons-disease/jhd180293 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30040737?tool=bestpractice.com
Opções primárias
citalopram: 20-40 mg por via oral uma vez ao dia
Opções secundárias
clonazepam: 0.25 mg por via oral duas vezes ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 4 mg/dia
inibidor seletivo de recaptação de serotonina (ISRS) ou antipsicótico ou clomipramina e/ou terapia cognitivo-comportamental (TCC)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
ISRSs, como o citalopram ou a fluoxetina, podem ter um papel no tratamento de sintomas obsessivo-compulsivos.[72]Royuela Rico A, Gil-Verona JA, Macías Fernández JA. A case of obsessive symptoms in Huntington's disease [in Spanish]. Actas Esp Psiquiatr. 2003 Nov-Dec;31(6):367-70. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14639515?tool=bestpractice.com [73]De Marchi N, Daniele F, Ragone MA. Fluoxetine in the treatment of Huntington's disease. Psychopharmacology (Berl). 2001 Jan 1;153(2):264-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11205429?tool=bestpractice.com A terapia de alta dose e longa duração pode ser necessária para essa indicação, sob supervisão de um especialista. Devido à natureza problemática de tais sintomas em alguns pacientes, recomenda-se persistência.
A clomipramina (um antidepressivo tricíclico) tem maior incidência de eventos adversos, mas poderá ser considerada se a fluoxetina falhar.
Os sintomas obsessivo-compulsivos às vezes apresentam resposta clínica a antipsicóticos. A olanzapina pode ser efetiva.[74]Paleacu D, Anca M, Giladi N. Olanzapine in Huntington's disease. Acta Neurol Scand. 2002 Jun;105(6):441-4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12027832?tool=bestpractice.com [75]Squitieri F, Cannella M, Piorcellini A, et al. Short-term effects of olanzapine in Huntington disease. Neuropsychiatry Neuropsychol Behav Neurol. 2001 Jan;14(1):69-72. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11234911?tool=bestpractice.com
Antipsicóticos têm maior probabilidade de serem úteis em pacientes com coreia e agitação problemáticas; antidepressivos são úteis para pacientes com apatia.
A TCC também é eficaz na população geral para obsessões e compulsões, isolada ou em combinação com a terapia medicamentosa. Ela também pode ser benéfica na doença de Huntington, particularmente em pacientes sem comprometimento cognitivo significativo.[62]Bachoud-Lévi AC, Ferreira J, Massart R, et al. International guidelines for the treatment of Huntington's disease. Front Neurol. 2019;10:710. https://www.frontiersin.org/journals/neurology/articles/10.3389/fneur.2019.00710/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31333565?tool=bestpractice.com
À medida que a demência evolui, as obsessões geralmente remitem, talvez pelo fato de o paciente se tornar menos capaz de reter a obsessão na memória ativa. O encaminhamento psiquiátrico pode ser útil.
Opções primárias
citalopram: 20 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 60 mg/dia
ou
fluoxetina: 20 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 80 mg/dia
ou
olanzapina: 2.5 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 10 mg/dia
Opções secundárias
clomipramina: 25 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 250 mg/dia
antipsicótico
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
As diretrizes recomendam considerar as causas ambientais e estratégias comportamentais para reduzir a irritabilidade antes de iniciar o tratamento farmacológico.[62]Bachoud-Lévi AC, Ferreira J, Massart R, et al. International guidelines for the treatment of Huntington's disease. Front Neurol. 2019;10:710. https://www.frontiersin.org/journals/neurology/articles/10.3389/fneur.2019.00710/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31333565?tool=bestpractice.com Isso pode incluir reduzir o barulho e outras fontes de excesso de estímulos; tratar a dor ou outras fontes de desconforto físico; e instituir rotinas regulares e estruturadas sempre que possível. Psicoeducação para a família do paciente sobre estratégias para ajudar a evitar o confronto também pode ser benéfica.[32]Anderson KE, van Duijn E, Craufurd D, et al. Clinical management of neuropsychiatric symptoms of Huntington disease: expert-based consensus guidelines on agitation, anxiety, apathy, psychosis and sleep disorders. J Huntingtons Dis. 2018;7(3):355-66. https://content.iospress.com/articles/journal-of-huntingtons-disease/jhd180293 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30040737?tool=bestpractice.com [62]Bachoud-Lévi AC, Ferreira J, Massart R, et al. International guidelines for the treatment of Huntington's disease. Front Neurol. 2019;10:710. https://www.frontiersin.org/journals/neurology/articles/10.3389/fneur.2019.00710/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31333565?tool=bestpractice.com
A escolha entre as opções farmacológicas para controlar o temperamento e a irritabilidade é difícil na ausência de estudos definitivos.
Os antipsicóticos podem ser mais apropriados em circunstâncias em que a perda de peso e a coreia são proeminentes e nas quais os sintomas exigem mais o manejo do quadro agudo.
Antipsicóticos atípicos (por exemplo, quetiapina, olanzapina) também podem ser úteis se houver movimentos involuntários e/ou bradicinesia e rigidez coexistentes.
A escolha do antipsicótico é baseada no perfil de efeitos adversos. Devido aos efeitos adversos dos antipsicóticos, o monitoramento regular é essencial, e reduções ocasionais na dosagem ou interrupções temporárias são apropriadas.
Doses iniciais mais altas, ou doses parenterais de antipsicóticos podem ser consideradas para problemas comportamentais graves e agudos. A olanzapina também pode ser administrada por via parenteral, se necessário.
Opções primárias
olanzapina: 2.5 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 10-20 mg/dia; 10 mg por via intramuscular em dose única, pode repetir 2 horas após a dose inicial e 4 horas após a segunda dose, se necessário, máximo de 30 mg/dia
ou
quetiapina: 25 mg por via oral (liberação imediata) uma vez ao dia inicialmente ao deitar, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 750 mg/dia administrados em 2-3 doses fracionadas
agonista dopaminérgico
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Em geral, esses sintomas são de difícil tratamento.[90]Reuter I, Hu MT, Andrews TC, et al. Late onset levodopa responsive Huntington's disease with minimal chorea masquerading as Parkinson plus syndrome. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2000 Feb;68(2):238-41. http://jnnp.bmj.com/content/68/2/238.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10644798?tool=bestpractice.com [91]Racette BA, Perlmutter JS. Levodopa responsive parkinsonism in an adult with Huntington's disease. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 1998 Oct;65(4):577-9. http://jnnp.bmj.com/content/65/4/577.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9771791?tool=bestpractice.com [92]Bird MT, Paulson GW. The rigid form of Huntington's chorea. Neurology. 1971 Mar;21(3):271-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/4327152?tool=bestpractice.com Carbidopa/levodopa poderiam ser testadas.[62]Bachoud-Lévi AC, Ferreira J, Massart R, et al. International guidelines for the treatment of Huntington's disease. Front Neurol. 2019;10:710. https://www.frontiersin.org/journals/neurology/articles/10.3389/fneur.2019.00710/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31333565?tool=bestpractice.com Deve haver resposta aparente dentro de 1 mês, caso contrário, descontinuar.
Deve haver uma resposta terapêutica com a amantadina no final da terceira semana; descontinuar se não houver resposta terapêutica nesse intervalo de tempo.[86]Lucetti C, Gambaccini G, Bernardini S, et al. Amantadine in Huntington's disease: open-label video-blinded study. Neurol Sci. 2002 Sep;23 Suppl 2:S83-4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12548355?tool=bestpractice.com
Opções primárias
carbidopa/levodopa: 10/100 mg por via oral (liberação imediata) três a quatro vezes ao dia ou 25/100 mg três vezes ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 200/2000 mg/dia
ou
amantadina: 100 mg por via oral duas vezes ao dia, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 300 mg/dia
eletroconvulsoterapia (ECT)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Em pacientes com depressão refratária, a ECT pode oferecer benefício significativo. A ECT não demonstrou agravar outros aspectos da doença de Huntington.[70]Cusin C, Franco FB, Fernandez-Robles C, et al. Rapid improvement of depression and psychotic symptoms in Huntington's disease: a retrospective chart review of seven patients treated with electroconvulsive therapy. Gen Hosp Psychiatry. 2013 Nov-Dec;35(6):678.e3-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23541803?tool=bestpractice.com [71]Mowafi W, Millard J. Electroconvulsive therapy for severe depression, psychosis and chorea in a patient with Huntington's disease: case report and review of the literature. BJPsych Bull. 2021 Apr;45(2):97-104. https://www.cambridge.org/core/journals/bjpsych-bulletin/article/electroconvulsive-therapy-for-severe-depression-psychosis-and-chorea-in-a-patient-with-huntingtons-disease-case-report-and-review-of-the-literature/0019C69997385DC945C0F14194B1CD81 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32513333?tool=bestpractice.com
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