Rastreamento

Pacientes assintomáticos

O rastreamento da população geral não é recomendado pelas diretrizes atuais.[7][32]​​ O esôfago de Barrett geralmente é descoberto incidentalmente em pacientes assintomáticos submetidos a uma avaliação endoscópica do trato gastrointestinal superior para outras indicações.

Pacientes com DRGE

O American College of Gastroenterology e a European Society of Gastrointestinal Endoscopy recomendam o uso de um processo de seleção baseado no risco para identificar os indivíduos com DRGE crônica que podem se beneficiar dos programas de rastreamento e vigilância para esôfago de Barrett.[7][32]​​ As diretrizes sugerem considerar o rastreamento endoscópico para o esôfago de Barrett em pacientes com sintomas crônicos de DRGE (>5 anos) e ≥3 fatores de risco associados ao adenocarcinoma esofágico: idade >50 anos, sexo masculino, cor branca, obesidade, história presente ou pregressa de tabagismo e uma história familiar confirmada de esôfago de Barrett ou adenocarcinoma esofágico em um parente de primeiro grau.

Vigilância do esôfago de Barrett

O objetivo dos programas de vigilância para displasia ou câncer é melhorar a sobrevivência com a detecção precoce de lesões. As evidências que davam suporte a resultados aprimorados em indivíduos com esôfago de Barrett submetidos a programas de vigilância eram conflitantes anteriormente. No entanto, estudos de base populacional demonstraram uma sobrevida melhor em indivíduos com esôfago de Barrett inscritos em programas de vigilância, por meio do diagnóstico precoce do adenocarcinoma esofágico.[46]

Antes de iniciar um programa de vigilância, é preciso realizar uma discussão detalhada sobre os potenciais benefícios e riscos para pacientes individuais, bem como as limitações dos meios de vigilância atualmente disponíveis. As preferências individuais em relação a avaliações endoscópicas repetidas, terapias endoscópicas, cirurgia, quimioterapia e radioterapia precisam ser consideradas.

A endoscopia com luz branca de alta definição/alta resolução com biópsias endoscópicas baseadas no protocolo de Seattle é atualmente o padrão de cuidados para a vigilância do esôfago de Barrett.[7][32]​​[33]​ O protocolo de Seattle envolve a obtenção de biópsias do segmento de esôfago de Barrett suspeitado em quatro quadrantes, a cada 1-2 centímetros.

O National Institute for Health and Care Excellence (NICE) no Reino Unido recomenda oferecer vigilância endoscópica de luz branca de alta resolução com o protocolo de Seattle a cada 2 a 3 anos para os pacientes com esôfago de Barrett em segmento longo, e a cada 3 a 5 anos para os pacientes com esôfago de Barrett em segmento curto com metaplasia intestinal.[33]​ A vigilância endoscópica não deve ser oferecida aos pacientes com esôfago de Barrett em segmento curto sem metaplasia intestinal, desde que o diagnóstico tenha sido confirmado em duas endoscopias.[33]

As diretrizes do American College of Gastroenterology agora recomendam o uso da endoscopia com luz branca e da cromoendoscopia digital para a vigilância endoscópica do esôfago de Barrett.[7] A cromoendoscopia digital usa filtros ópticos para reduzir a largura de banda da luz branca para a luz azul. Um software de pós-processamento oferece um efeito semelhante e está prontamente disponível nos endoscópios de última geração.

Os resultados de ensaios clínicos individuais usando resultados de cromoendoscopia digital em relação ao aumento da detecção de displasias ou neoplasias em indivíduos com esôfago de Barrett foram mistos.[47] No entanto, os dados de uma metanálise sugerem uma maior detecção de displasias ou neoplasias quando a cromoendoscopia digital é utilizada.[39]

Uma forma alternativa de cromoendoscopia é a cromoendoscopia com ácido acético usando o ácido acético como corante vital.[7] Embora técnicas avançadas de imagem, como a endomicroscopia confocal a laser ou a endomicroscopia volumétrica a laser, possam ser úteis em pacientes selecionados, seu uso rotineiro não é recomendado.

O intervalo entre as endoscopias de vigilância é ditado pelo grau de displasia observado nas biópsias anteriores e pelo comprimento do segmento do esôfago de Barrett.[7]

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