A talassemia alfa é um distúrbio hematológico hereditário comum; aproximadamente 5% da população mundial carrega um gene defeituoso da talassemia alfa.[16]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of alpha-thalassaemia. 2023.[17]Modell B, Darlison M. Global epidemiology of haemoglobin disorders and derived service indicators. Bull World Health Organ. 2008 Jun;86(6):480-7.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2647473/pdf/06-036673.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18568278?tool=bestpractice.com
A distribuição global de talassemia alfa hereditária corresponde a áreas de exposição à malária, sugerindo uma função protetora da talassemia alfa contra as manifestações mais graves de malária.[18]Flint J, Hill AV, Bowden DK, et al. High frequencies of alpha-thalassaemia are the result of natural selection by malaria. Nature. 1986 Jun 19-25;321(6072):744-50.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3713863?tool=bestpractice.com
Portanto a talassemia alfa é comum na África subsaariana, na bacia mediterrânea, no Oriente Médio, no sul e no sudeste asiático, sendo que diferentes subtipos genéticos apresentam frequências variáveis em cada uma dessas áreas.[19]Association of Public Health Laboratories; Centers for Disease Control and Prevention. Hemoglobinopathies: current practices for screening, confirmation and follow-up. Dec 2015 [internet publication].
https://www.cdc.gov/ncbddd/sicklecell/documents/nbs_hemoglobinopathy-testing_122015.pdf
[20]Weatherall DJ. The definition and epidemiology of non-transfusion-dependent thalassemia. Blood Rev. 2012 Apr;26(suppl 1):S3-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22631040?tool=bestpractice.com
[21]Kattamis A, Kwiatkowski JL, Aydinok Y. Thalassaemia. Lancet. 2022 Jun 18;399(10343):2310-24.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35691301?tool=bestpractice.com
As variantes da alfa (0), importantes porque podem acarretar doença da hemoglobina (Hb) H e talassemia alfa major, são mais comuns no sudeste asiático, onde a prevalência de portadores atinge 14% no norte da Tailândia e 5% a 8.8% no sul da China.[11]Chui DH, Waye JS. Hydrops fetalis caused by alpha-thalassemia: an emerging health care problem. Blood. 1998 Apr 1;91(7):2213-22.
https://ashpublications.org/blood/article/91/7/2213/261092/Hydrops-Fetalis-Caused-by-Thalassemia-An-Emerging
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9516118?tool=bestpractice.com
A mutação de “Hb Constant Spring” (alongamento da globina alfa) não delecional também é comum no sudeste asiático.[22]Jomoui W, Fucharoen G, Sanchaisuriya K, et al. Hemoglobin Constant Spring among Southeast Asian populations: haplotypic heterogeneities and phylogenetic analysis. PLoS One. 2015;10(12):e0145230.
https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0145230
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26683994?tool=bestpractice.com
A epidemiologia da talassemia alfa nos EUA reflete esse padrão de distribuição global. A forma mais comum de talassemia alfa (+) observada nos EUA é decorrente da deleção -alfa (3.7), que é uma deleção de um único gene da globina alfa e que está presente em aproximadamente 30% dos afro-americanos.[23]Beutler E, West C. Hematologic differences between African-Americans and whites: the roles of iron deficiency and alpha-thalassemia on hemoglobin levels and mean corpuscular volume. Blood. 2005 Jul 15;106(2):740-5.
https://ashpublications.org/blood/article/106/2/740/21345/Hematologic-differences-between-African-Americans
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15790781?tool=bestpractice.com
Entretanto, mesmo no estado homozigótico, esse distúrbio causará apenas uma anemia microcítica leve. Os distúrbios clínicos mais graves da doença da Hb H e da talassemia alfa major, embora encontrados por todos os EUA atualmente, são mais comuns no oeste dos EUA e têm apresentado um aumento dramático na prevalência nas últimas duas décadas, em decorrência do aumento de imigração da Ásia.[8]Vichinsky EP, MacKlin EA, Waye JS, et al. Changes in the epidemiology of thalassemia in North America: a new minority disease. Pediatrics. 2005 Dec;116(6):e818-25.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16291734?tool=bestpractice.com