Diagnósticos diferenciais

Angina estável

SINAIS / SINTOMAS
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SINAIS / SINTOMAS

A dor ocorre somente no contexto de estresse emocional ou esforço físico, não piorando com o tempo mas aliviada com o uso de nitratos ou repouso.

Investigações

O eletrocardiograma (ECG) pode ser normal na ausência de dor, podendo, porém, demonstrar infradesnivelamento do segmento ST durante episódios de angina ou ao teste ergométrico.

Angina de Prinzmetal (variante ou vasoespástica)

SINAIS / SINTOMAS
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SINAIS / SINTOMAS

Ocorre tipicamente sem provocação e costuma ter resolução espontânea ou com nitrato de ação rápida.[102][103]​​

Pode ser precipitada por estresse emocional, hiperventilação, exercícios ou ambiente frio.[102][103][104]

A maioria dos episódios ocorre no início da manhã.[102][103]

Pode ser mais jovem e/ou fumante.[105]

Os bloqueadores dos canais de cálcio suprimem os sintomas (betabloqueadores não suprimem os sintomas).[104]

Investigações

Supradesnivelamento do segmento ST durante episódio agudo.[103]

A angiografia coronariana (invasiva ou não invasiva) descarta doença arterial coronariana obstrutiva grave, mas pode mostrar espasmo.[103]​ (As lesões fixas e os espasmos podem coexistir.)

Testes provocativos não farmacológicos (como pressor ao frio ou hiperventilação) ou farmacológicos (por exemplo, acetilcolina) sob supervisão e na ausência de contraindicações do teste provocativo (doença do tronco da artéria coronária esquerda, doença avançada dos 3 vasos, presença de lesões obstrutivas de alto grau, disfunção sistólica do VE significativa, insuficiência cardíaca avançada) podem ser diagnósticos quando a avaliação invasiva não for útil.[103]

Infarto do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST

SINAIS / SINTOMAS
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SINAIS / SINTOMAS

O quadro clínico pode ser indiscernível.

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O ECG pode ser normal ou revelar infradesnivelamento do segmento ST ou inversão de onda T. Os biomarcadores cardíacos (troponina I e T) são elevados.

Infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST

SINAIS / SINTOMAS
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SINAIS / SINTOMAS

O quadro clínico pode ser indiscernível.

Investigações

O ECG revela elevação persistente do segmento ST em pelo menos 2 derivações. Os biomarcadores cardíacos (troponina I e T) são elevados.

Insuficiência cardíaca congestiva

SINAIS / SINTOMAS
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SINAIS / SINTOMAS

Dispneia, ortopneia, taquicardia e edema periférico geralmente predominantes. Pode haver dor torácica em caso de perfusão coronariana precária.

Investigações

O ecocardiograma pode apresentar redução da fração de ejeção do ventrículo esquerdo ou sinais de disfunção diastólica com fração de ejeção do ventrículo esquerdo normal.

A radiografia torácica pode revelar congestão, cardiomegalia ou derrame pleural.

Peptídeo natriurético do tipo B: elevado

Dor na parede torácica

SINAIS / SINTOMAS
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SINAIS / SINTOMAS

Início geralmente insidioso, podendo apresentar história de movimento repetitivo ou trauma menor. A dor pode ser reproduzida à palpação ou com movimento. Não melhora com repouso nem com nitratos, podendo, porém, ser aliviada com injeção local de lidocaína.

Investigações

Radiografia torácica ou cintilografia óssea pode revelar patologia esquelética como fratura na costela, osteoartrite ou tumor metastático. As lesões em tecidos moles são determinadas mediante diagnóstico clínico.

Pericardite

SINAIS / SINTOMAS
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SINAIS / SINTOMAS

Infarto do miocárdio recente, insuficiência renal, irradiação torácica ou doença de tecido conjuntivo relacionada.

A dor melhora na posição sentada e inclinada para a frente mas piora na posição supina. Em caso de pleuropericardite, a dor pode ser pior ou manifestar-se somente à inspiração.

Pode-se auscultar atrito pericárdico.

Investigações

ECG: supradesnivelamento do segmento ST com concavidade em todas as derivações exceto aVR; infradesnivelamento do segmento PR.

O ecocardiograma pode revelar derrame pericárdico mínimo, revelando-se, porém, frequentemente normal.

Miocardite

SINAIS / SINTOMAS
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SINAIS / SINTOMAS

Os pacientes frequentemente apresentam uma história recente de infecção por vírus semelhantes ao da gripe (influenza) ou alguma condição autoimune subjacente, como o lúpus eritematoso sistêmico (LES).

Em geral, são pacientes jovens e sem fatores de risco para doença arterial coronariana (DAC).

A miocardite tem maior probabilidade de apresentar sintomas de insuficiência cardíaca que de dor torácica.

Investigações

O ECG é alterado e os biomarcadores cardíacos podem mimetizar o infarto do miocárdio.

Os marcadores inflamatórios (VHS e proteína C-reativa) e ensaios autoimunes pode estar elevados.

O exame de escolha é a RNM cardíaca com realce tardio, mostrando envolvimento do epicárdio ou do miocárdio médio.

Dissecção da aorta

SINAIS / SINTOMAS
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SINAIS / SINTOMAS

Os pacientes tipicamente apresentam dor torácica dilacerante, em especial entre as escápulas.

Eles podem estar em um considerável sofrimento ou hemodinamicamente instáveis.

Os pulsos periféricos podem ser desiguais ou ausentes distalmente.

Investigações

Radiografia torácica: pode revelar mediastino largo.

O ECG pode não apresentar nada digno de nota, exibir taquicardia sinusal ou alterações do segmento ST se a dissecção se estender em direção proximal e envolver o óstio coronário.

Uma tomografia computadorizada (TC) do tórax e do abdome com contraste intravenoso (IV) mostrando a presença de um retalho da dissecção e dois lúmens, um verdadeiro e um falso, constituem o diagnóstico de dissecção da aorta.

Um ecocardiograma transesofágico também pode mostrar o retalho da dissecção com um lúmen falso e um verdadeiro.

Embolia pulmonar

SINAIS / SINTOMAS
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SINAIS / SINTOMAS

Cirurgia recente, imobilização, viagem aérea prolongada ou câncer.

Dispneia aguda, dor torácica pleurítica ou síncope.

Hipóxia, cianose, pressão venosa jugular elevada com hipotensão e campos pulmonares livres.

Investigações

ECG: taquicardia sinusal, bloqueio de ramo direito e padrão S1Q3T3.

Radiografia torácica: campos pulmonares oligoêmicos e hipertransparentes e infarto cuneiforme em caso de infarto pulmonar.

Cintilografia de ventilação/perfusão: há probabilidade de embolia pulmonar se uma área de ventilação não se mostrar perfundida.

Angiotomografia: revela embolia pulmonar/trombo.

Pleurite

SINAIS / SINTOMAS
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SINAIS / SINTOMAS

Infecção viral recente ou pródromo de infecção.

Piora de dor torácica à inspiração.

Atrito pleurítico auscultável.

Investigações

Radiografia torácica: pode revelar pneumonia em remissão.

Pneumotórax

SINAIS / SINTOMAS
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SINAIS / SINTOMAS

Os pacientes apresentam dor torácica pleurítica de início súbito e dispneia.

Taquicardia, hipotensão e cianose sugerem um pneumotórax hipertensivo.

Condições clínicas subjacentes conhecidas que predispõem ao pneumotórax, como a DPOC, a doença do tecido conjuntivo ou trauma torácico recente, podem embasar o diagnóstico.

Investigações

A radiografia torácica exibe uma linha pleural visceral.

Víscera abdominal perfurada

SINAIS / SINTOMAS
Investigações
SINAIS / SINTOMAS

História de úlcera péptica anterior, diverticulite ou biópsia recente de intestino.

Apresenta-se tipicamente acompanhada de dor abdominal. A dor torácica é irradiada, podendo, porém, ser mal interpretada como tendo origem cardíaca.

O exame abdominal demonstra sensibilidade localizada e, em caso de peritonite, sensibilidade difusa.

Investigações

Radiografia torácica ortostática e radiografia abdominal em série: pneumoperitônio.

Tomografia computadorizada (TC) abdominal: confirma a presença de gás livre intra-abdominal e na cavidade peritoneal.

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