Etiologia
Quedas da posição ortostática são responsáveis pela maioria significativa das fraturas do quadril em pacientes idosos.[9][12] Isso está associado à doença osteopênica ou osteoporótica.[19][20] A conferência de consenso do National Institutes of Health definiu a osteoporose como "um distúrbio esquelético caracterizado pelo comprometimento da força dos ossos, predispondo um indivíduo a um aumento do risco de fratura. A força óssea reflete a combinação de duas importantes características: densidade óssea e qualidade óssea."[21] A Organização Mundial da Saúde define osteoporose como densidade mineral óssea de até 2.5 desvios-padrão abaixo dos valores de pico normais para adultos jovens.[22] Consulte Osteoporose.
Osteopenia é definida como densidade mineral óssea T-score entre -1.0 e -2.5 desvios-padrão abaixo dos valores de pico para adultos jovens.[9][22] Há um aumento de quase 3 vezes no risco de fraturas femorais proximais, tanto para homens quanto para mulheres, em cada aumento de 1 desvio-padrão abaixo dos valores de pico de massa óssea.[23]
Estudos sugerem um aumento do risco de fratura do quadril entre pacientes com demência.[24][25][26] Em um estudo de base populacional, os pacientes com demência com osteoporose coexistente apresentaram aumento do risco de fratura do quadril, comparados com pacientes com demência isolada.[27]
Em pacientes mais jovens, a etiologia primária é um trauma de alta energia, que inclui acidentes com veículo automotor e quedas de altura.[16]
Fisiopatologia
A fisiopatologia da fratura abrange ruptura cortical, danos periosteais e danos à arquitetura intramedular e cancelosa. Estudos histomorfométricos mostraram que é possível observar um afinamento cortical e uma certa diminuição da massa óssea trabecular e da conectividade, especialmente na osteoporose, o que sugere qualidade óssea inferior e, dessa forma, diminui a força mecânica, resultando em fratura.[28] Nos estudos experimentais, também observou-se um declínio na viabilidade dos osteócitos relacionado à idade.[29] Também ocorre resposta inflamatória após fraturas no fêmur proximal.[30]
Classificação
Classificação geral
Intracapsular (dentro da cápsula do quadril - classicamente chamadas de fraturas do colo do fêmur)
Subcapital
Mediocervical
Basocervical
Extracapsular (fora da cápsula do quadril)
Fraturas intertrocantéricas
Fraturas subtrocantéricas (geralmente não consideradas fraturas do quadril; não serão discutidas aqui).
Classificação de Garden[1]
As fraturas intracapsulares (colo do fêmur), por sua vez, podem ser classificadas da seguinte forma:
Tipo 1: impactadas em valgo
Tipo 2: sem desvio
Tipo 3: com desvio <50% e em varo
Tipo 4: com desvio total.
No entanto, os estudos de confiabilidade sugeriram um baixo acordo de confiabilidade intra e interobservador na categorização das fraturas com essa classificação.[2] Assim, pode ser mais adequado agrupar os tipos 1 e 2 em sem desvio/com desvio mínimo, e os tipos 3 e 4 em com desvio.
Classificação de Evans[3]
As fraturas intertrocantéricas, por sua vez, podem ser classificadas da seguinte forma:
Fratura sem desvio em 2 fragmentos
Fratura estável em 2 fragmentos com a linha da fratura indo da parte superolateral à inferomedial
Com desvio e cominuição trocantérica parcial, mas córtex posteromedial intacto
Fratura em três fragmentos com cominuição do córtex posteromedial
Fratura em quatro fragmentos com envolvimento de ambos os trocânteres.
Classificação da Orthopaedic Trauma Association e da AO Foundation[4]
A classificação da Orthopaedic Trauma Association/AO Foundation é útil para orientar o tratamento cirúrgico. Ela categoriza as fraturas de acordo com a localização, o comprometimento de articulações, o padrão de fratura e a geometria.
Classificação de Pauwels[5]
Essa é uma classificação histórica desenvolvida e publicada nos anos 1930. Ela se baseia no ângulo da fratura, como observado na projeção anteroposterior. Essa classificação foi desenvolvida na tentativa de prever uma não união; no entanto, os estudos prognósticos observacionais não fundamentaram isso.[6]
Grau 1: até 30°
Grau 2: 30 a 50°
Grau 3: >50°.
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