Complicações
Causada por uma irritação do revestimento mucoso da uretra.
Pode ser tratada com anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) ou fenazopiridina.
Causada por uma irritação do revestimento da bexiga ou do colo vesical.
Pode ser tratada com alfabloqueadores.
A radioterapia e a prostatectomia radical estão associadas a incontinência urinária; as taxas de incontinência urinária são maiores após a cirurgia do que após a radiação.[186][392]
Após a radioterapia, a incontinência urinária pode ser causada por uma irritação do revestimento da bexiga e do esfíncter uretral. Os espasmos da bexiga resultam em incontinência de urgência, a qual pode ser tratada com terapia conservadora (por exemplo, reeducação vesical, treinamento dos músculos do assoalho pélvico, terapia comportamental) ou com farmacoterapia (por exemplo, medicamentos anticolinérgicos ou um agonista beta-3).[393]
Após a cirurgia, a incontinência urinária pode ser causada por danos aos músculos do assoalho pélvico ou danos ao esfíncter uretral. A incontinência após a cirurgia geralmente melhora com o tempo, e a maioria dos homens atinge a continência em um ano.[394] Há uma escassez de evidências de alta qualidade para os tratamentos conservadores, como treinamento dos músculos do assoalho pélvico, estimulação elétrica ou magnética e modificações no estilo de vida.[395][396] No entanto, os exercícios para os músculos do assoalho pélvico (exercícios de Kegel) podem ser efetivos para fortalecer o assoalho pélvico.
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[Evidência B] As diretrizes recomendam exercícios para os músculos do assoalho pélvico ou treinamento dos músculos do assoalho pélvico, os quais devem ser iniciados no período pós-operatório imediato.[394][397] Um programa pré-operatório de treinamento dos músculos do assoalho pélvico pode ser benéfico para promover uma recuperação precoce.[394][398]
Para os pacientes que continuam a ter incontinência urinária de esforço incômoda apesar da terapia conservadora 1 ano após o tratamento, a cirurgia (por exemplo, para implantar um esfíncter urinário artificial, sling masculino ou dispositivo de balão ajustável) pode ser considerada.[394]
Causada por uma irritação do revestimento da bexiga.
Causada por uma irritação do revestimento da bexiga ou do colo vesical.
A prevalência geral diminui com a duração do acompanhamento.[399]
Causada por uma perda temporária do revestimento mucoso da parede retal.
Pode ser tratada com dieta com baixo teor de resíduos, concebida para evitar inflamação gastrointestinal, e com antidiarreicos.
Um sangramento retal leve é comum em 1-3 anos após a radioterapia.[399]
O risco de sangramento intenso é baixo. Parece similar ao sangramento por hemorroida e é causado por neovascularização e formação de telangiectasia na mucosa retal.
Deve haver cuidado quando a colonoscopia revelar uma anormalidade na parede retal de pacientes com história de radioterapia. Várias biópsias da parede retal anterior podem resultar em formação de fístula.
A terapia de privação androgênica (TPA) promove o ganho de peso, diminui a sensibilidade à insulina e altera adversamente os perfis lipídicos. Ela pode estar associada a uma maior incidência de diabetes e AVC; o aumento da incidência de doença cardiovascular ainda não foi demonstrado de forma consistente.[417][418] O aumento do risco de doença cardiovascular e AVC pode estar limitado a homens com privação androgênica induzida por medicamento e não àqueles tratados com castração cirúrgica.[410][419][420] Os benefícios da TPA devem ser ponderados em relação aos possíveis danos. A estratégia ideal para mitigar os efeitos metabólicos adversos da TPA é desconhecida.[421]
Uma revisão sistemática e uma metanálise constatou que, com base em evidências limitadas, o exercício pode beneficiar alguns marcadores de saúde cardiometabólica (por exemplo, pressão arterial diastólica, glicose sanguínea de jejum, proteína C-reativa, massa corporal magra, massa magra no apêndice, massa corporal gorda, massa gorda no tronco), mas não outros (por exemplo, pressão arterial sistólica, metabolismo de lipídeos sanguíneos).[422]
A American Society of Clinical Oncology publicou orientações relativas a exercício, dieta e controle do peso durante o tratamento de câncer.[423]
Quando houver sintomas de disúria ou obstrução urinária mais de 6 meses após a radioterapia (mais comumente após a braquiterapia), eles podem ser causados por estenose uretral.
Pode ocorrer estenose urinária de forma mais aguda após a cirurgia.
Em pacientes que recebem radiação ou são submetidos a cirurgia, a disfunção erétil pode ser causada por danos ao bulbo peniano ou ao feixe neurovascular.
A radioterapia produz uma vasculopatia e comprometimento do suprimento de sangue que podem ser resolvidos com um inibidor da fosfodiesterase-5 (PDE5; por exemplo, sildenafila, tadalafila). O início da disfunção erétil após a radiação raramente acontece antes de 6 meses. Um estudo randomizado não mostrou benefícios na administração da tadalafila durante a radiação na prevenção da disfunção erétil.[400]
Nos pacientes que se submetem à cirurgia e sofrem danos nos feixes neurovasculares que resultam em disfunção erétil, os inibidores da PDE5 provavelmente não acelerarão a recuperação da função erétil. As evidências sugerem que as estratégias de reabilitação peniana que consistem no uso programado (ou seja, diário) de inibidores da PDE5 após a cirurgia podem resultar em ereções autorrelatadas e função erétil semelhantes às com o uso não programado e sob demanda.[401]
Em um estudo de coorte, homens submetidos à cirurgia para doença de risco desfavorável relataram pior função sexual aos 5 anos em comparação com aqueles que receberam radioterapia combinada com terapia de privação androgênica.[186]
A disfunção erétil induzida por hormônios é causada pela redução do nível de testosterona. O efeito da finasterida sobre o funcionamento sexual é mínimo na maioria dos homens e não deve impactar a decisão de prescrever ou tomar a finasterida.[402]
A perda rápida da densidade mineral óssea é uma complicação comum da terapia de privação androgênica (TPA), aumentando o risco de osteoporose e fraturas.[147] A avaliação do risco para perda óssea relacionada ao tratamento, usando a Ferramenta de Avaliação de Risco de Fratura (FRAX®), é recomendada para todos os pacientes que iniciam a TPA.[3] A absorciometria por dupla emissão de raios X (DEXA) deve ser realizada nos pacientes com aumento do risco com base na avaliação pela FRAX®.[148] University of Sheffield: FRAX tool Opens in new window A DEXA deve ser repetida a cada 1-2 anos para os pacientes em recebimento da TPA; trate a osteoporose de acordo com as diretrizes.
Todos os pacientes que recebem TPA devem receber orientações sobre estilo de vida para reduzir o risco de osteoporose (por exemplo, abandono do hábito de fumar, reduzir a ingestão de bebidas alcoólicas, dieta e exercícios, suplementação de cálcio e vitamina D).[3]
O denosumabe ou um bifosfonato são recomendados para reduzir o risco de complicações esqueléticas nos pacientes com perda óssea relacionada ao tratamento em recebimento de TPA.[3][403][404]
O denosumabe ou o ácido zoledrônico são recomendados para prevenir eventos relacionados ao esqueleto (por exemplo, fratura óssea, compressão da medula espinhal) nos pacientes com doença resistente à castração que tiverem metástases ósseas.[3][405]
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O denosumabe é preferencial ao ácido zoledrônico devido à sua eficácia superior.[3][406] Outros bifosfonatos podem ser considerados se o denosumabe e o ácido zoledrônico não forem adequados ou não estiverem disponíveis.[407]
Causados por alterações hormonais como resultado da terapia de privação androgênica com antagonistas e agonistas do hormônio liberador de hormônio luteinizante (LHRH).[410]
A medroxiprogesterona reduz com eficácia os fogachos em homens que se submetem à supressão de androgênio para o câncer da próstata e pode ser o tratamento preferido.[411] Uma diretriz recomenda paroxetina ou clonidina (mas não gabapentina) em preferência à ausência de tratamento para homens com câncer de próstata que apresentam fogacho induzido por medicamento (evidências de qualidade baixa/muito baixa).[412][Evidência C]
A hematúria aguda pode ser causada por infecção do trato urinário, cistite por radiação, retração do tumor ou diátese hemorrágica.
O sangramento agudo após o implante de braquiterapia pode ser tratado inicialmente com irrigação na bexiga.
Em sangramento tardio e/ou persistente, a infecção do trato urinário deve ser descartada primeiro. A pentoxifilina e a vitamina E podem ser administradas por 3-12 meses. Oxigenoterapia hiperbárica é reservada para o sangramento refratário.
Causada pelo inchaço agudo da glândula prostática, resultando em obstrução.
Pode ser tratada com anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) ou corticosteroides.
Se houver obstrução completa, deve ser colocado um cateter de Foley. A retenção urinária aguda é mais comum após a braquiterapia e é rara durante ou após a radioterapia por feixe externo.
Manifesta-se como dor retal e/ou movimentos intestinais dolorosos. Causada por inflamação do músculo da parede retal ou ânus.
Pode ser tratada com supositórios de corticosteroide.
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