Prevenção secundária

Os indivíduos que apresentam suscetibilidade à HM não devem ser expostos a anestésicos inalatórios potentes ou succinilcolina (suxametônio).[1] No entanto, podem receber cuidados em segurança tanto em ambientes operacionais de internação como em centros cirúrgicos ambulatoriais devidamente equipados, utilizando agentes anestésicos não desencadeantes.[90] O dantroleno profilático não é recomendado a esses pacientes.[101][102][103]

O equipamento de anestesia usado em pacientes suscetíveis à HM deve ser um aparelho dedicado para anestésicos sem fator desencadeante ou um equipamento preparado com lavagem e/ou o uso de filtros de carvão ativado.[102][103] Os filtros de carvão preparam de maneira confiável os equipamentos de anestesia em 90 segundos, enquanto o processo de lavagem varia de acordo com as diretrizes do fabricante e leva até 2 horas em alguns equipamentos modernos.[104][105]

A exposição prévia segura a um anestésico inalatório forte não deve ser considerada evidência de que futuras exposições serão seguras; em média, a HM não se apresenta antes da terceira exposição a anestésicos por via inalatória em um paciente suscetível à HM.[6][7] Alguns pacientes miopáticos podem receber anestésicos inalatórios de uma forma segura. Todos os anestesistas devem ter um esquema para identificar e tratar a HM em um paciente em que o aumento do risco foi detectado no pré-operatório.

Os históricos clínicos gerais e anestésicos de indivíduos com suspeita de episódios de HM anteriores ou de suscetibilidade à HM devem ser analisados, preferencialmente por um anestesiologista experiente e idealmente pelos médicos no centro de diagnóstico de HM. O médico de atenção primária do paciente deve estar envolvido neste processo, e uma consulta com um neurologista ou outro especialista também pode ser indicada.

A escala de classificação clínica (ECC) baseia-se em observações do tônus muscular, respiração, temperatura central, história familiar e exames laboratoriais.[55] Todos esses dados devem ser coletados porque a ECC pode ser usada para estimar a probabilidade de que o episódio observado é decorrente da HM. No entanto, uma ECC baixa por si só não indica que o evento não foi decorrente da HM. A ECC atribui uma pontuação com base principalmente na evidência de (1) rigidez muscular, (2) ruptura muscular (creatina quinase, mioglobinúria, hipercalemia), (3) hipercapnia inesperada, (4) aumento inadequado da temperatura, (5) taquicardia inapropriada e (6) história familiar de HM. A maioria dos itens alcança 15 pontos e um escore >35 torna muito provável a HM.[55] Curiosamente, a reversão rápida dos sinais de HM após o dantroleno intravenoso soma apenas 5 pontos na ECC. Claramente, uma biópsia muscular com teste de contratura e/ou análise genética são importantes para confirmar a presença de susceptibilidade à HM.

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