Caso clínico
Caso clínico #1
Um menino de 8 anos de idade apresenta dificuldade para respirar ao receber sevoflurano. Ele não reage à colocação de um cateter intravenoso. Seus braços estão rígidos, como é comum nesse tipo de indução anestésica com máscara. O anestesista observa um alto valor de dióxido de carbono exalado e procura aumentar a ventilação para atingir níveis normais deste dióxido de carbono exalado. Após a administração de um bloqueador neuromuscular não despolarizante e colocação de um tubo endotraqueal para respiração, a pressão parcial do dióxido de carbono exalado é de >65 mmHg. Não há resposta para a sequência de 4 estímulos ao nervo ulnar (um método em que a resposta à estimulação elétrica nervosa é usada para avaliar o grau de bloqueio neuromuscular). A gasometria revela acidose mista, potássio de 5 mmol/L e lactato de 3 mmol/L.
Caso clínico #2
Um homem de 68 anos de idade está sendo submetido a cirurgia laparoscópica. Na terceira hora sob anestesia com isoflurano, o cirurgião nota que o abdome do paciente está rígido. O anestesista tinha administrado recentemente um bloqueador neuromuscular não despolarizante e nenhum movimento foi observado após a estimulação de um nervo motor em "sequência de 4 estímulos". Um betabloqueador intravenoso falha em manter a frequência cardíaca abaixo de 80 batimentos/minuto. A ventilação-minuto dobrada falha em atingir uma pressão parcial de dióxido de carbono exalado de <45 mmHg. O aparelho aquecedor é desligado após a temperatura esofágica atingir 37 °C (98.6 °F), mas a temperatura continua a subir. A anestesia inalatória é interrompida.
Outras apresentações
A hipertermia maligna (HM) frequentemente não apresenta rigidez muscular ou acidose metabólica, e o tratamento antes do aparecimento desses sinais pode abortar a síndrome sem complicações. Também pode ocorrer pós-anestesia na sala de recuperação.[4] Os sinais físicos e dados laboratoriais serão parecidos com aqueles encontrados durante a anestesia inalatória, mas pode ser mais difícil documentar as mudanças na ventilação-minuto e nos níveis de dióxido de carbono em um paciente com respiração espontânea. A HM também pode apresentar rabdomiólise sem alterações metabólicas. Isso tem sido verificado em pacientes que receberam succinilcolina (suxametônio) sem exposição a anestésicos inalatórios fortes e em alguns que receberam anestesia inalatória de curta duração.[5] A HM pode aparecer durante a anestesia geral sem exposição a fatores desencadeantes (anestesia inalatória forte e/ou succinilcolina).[6] Raramente, a HM pode ocorrer sem exposição a anestésicos.[3][7] Na maior parte desses casos, houve atividade física intensa, rabdomiólise induzida por exercício, doença febril ou episódios repetidos de doença relacionada ao calor antes dos eventos de HM fatal.[8][9][10][11][12][13][14] A HM também é conhecida por ocorrer em lactentes.[15]
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