Neurite óptica
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Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
episódio agudo
dose de pulso de corticosteroide
Os corticosteroides são o tratamento de primeira escolha para um episódio agudo de neurite óptica, seja um primeiro episódio ou uma recidiva. Os corticosteroides são prescritos com o objetivo de reduzir a duração da fase aguda e o risco de recorrência. O tratamento agudo envolve corticosteroides intravenosos em altas doses (por exemplo, metilprednisolona) de acordo com o protocolo Optic Neuritis Treatment Trial (ONTT), ou ausência de tratamento com base na relação de risco-benefício do paciente.[12]American Academy of Ophthalmology. Optic neuritis - 2012. Jul 2012 [internet publication]. https://www.aao.org/education/clinical-statement/optic-neuritis [20]Beck RW, Cleary PA, Anderson MM Jr, et al. A randomized, controlled trial of corticosteroids in the treatment of acute optic neuritis. The Optic Neuritis Study Group. N Engl J Med. 1992 Feb 27;326(9):581-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1734247?tool=bestpractice.com
O estudo ONTT examinou a função do tratamento com corticosteroides no manejo da neurite óptica (NO) aguda e o risco subsequente de desenvolvimento de esclerose múltipla (EM).
O estudo ONTT confirmou que a dose em pulsos de metilprednisolona intravenosa demonstrou um desfecho visual melhor em 6 meses (o benefício desapareceu em 2 anos) e um risco menor de recorrência (conversão para EM clinicamente definitiva) que o placebo ou a prednisolona oral.[20]Beck RW, Cleary PA, Anderson MM Jr, et al. A randomized, controlled trial of corticosteroids in the treatment of acute optic neuritis. The Optic Neuritis Study Group. N Engl J Med. 1992 Feb 27;326(9):581-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1734247?tool=bestpractice.com
Foi recomendado que o tratamento seja iniciado, de preferência, nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas, pois pode salvar a visão na NO não associada à EM (por exemplo, distúrbio do espectro de neuromielite óptica, NO associada com lúpus eritematoso sistêmico [LES]) e deve ser introduzido antes dos resultados do exame de sangue (por exemplo, anticorpos anti-aquaporina 4 ou anti-MOG).[49]Petzold A, Braithwaite T, van Oosten BW, et al. Case for a new corticosteroid treatment trial in optic neuritis: review of updated evidence. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2020 Jan;91(1):9-14. https://www.doi.org/10.1136/jnnp-2019-321653 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31740484?tool=bestpractice.com
A metilprednisolona intravenosa é tão segura, bem tolerada e efetiva quanto a metilprednisolona oral, sendo que a última é mais conveniente.[47]Le Page E, Veillard D, Laplaud DA, et al; COPOUSEP investigators; West Network for Excellence in Neuroscience. Oral versus intravenous high-dose methylprednisolone for treatment of relapses in patients with multiple sclerosis (COPOUSEP): a randomised, controlled, double-blind, non-inferiority trial. Lancet. 2015 Sep 5;386(9997):974-81. https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736%2815%2961137-0/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26135706?tool=bestpractice.com [48]Morrow SA, Fraser JA, Day C, et al. Effect of treating acute optic neuritis with bioequivalent oral vs intravenous corticosteroids: a randomized clinical trial. JAMA Neurol. 2018 Jun 1;75(6):690-6. https://jamanetwork.com/journals/jamaneurology/fullarticle/2673723 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29507942?tool=bestpractice.com Os esquemas de doses podem variar. Consulte um especialista para obter orientações sobre o esquema de tratamento mais adequado. Alguns especialistas podem recomendar corticosteroide oral em doses altas de maneira alternativa, alguns podem omitir a dose de redução oral após o tratamento intravenoso e alguns podem recomendar um ciclo de tratamento de 5 dias se houver apenas resposta parcial ao tratamento inicial.
Em geral, a irritação gástrica não representa um problema com esse esquema de corticosteroide, mas podem ser usados medicamentos protetores (por exemplo, inibidores da bomba de prótons) conforme adequado.
Opções primárias
metilprednisolona: 100 mg por via oral/intravenosa uma vez ao dia por 3 dias inicialmente, seguidos por prednisolona oral
e
prednisolona: 1 mg/kg por via oral uma vez ao dia por 7-11 dias após a dosagem inicial com metilprednisolona intravenosa
plasmaférese
Se a NO for refratária aos corticosteroides, o tratamento com plasmaférese demonstrou ser eficaz.[3]Petzold A, Fraser CL, Abegg M, et al. Diagnosis and classification of optic neuritis. Lancet Neurol. 2022 Dec;21(12):1120-34. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36179757?tool=bestpractice.com [30]Sellner J, Boggild M, Clanet M, et al. EFNS guidelines on diagnosis and management of neuromyelitis optica. Eur J Neurol. 2010 Aug;17(8):1019-32. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1468-1331.2010.03066.x http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20528913?tool=bestpractice.com A imunoglobulina intravenosa (IGIV) pode ser uma opção, mas não foi avaliada especificamente na NO refratária e raramente é usada na prática.[30]Sellner J, Boggild M, Clanet M, et al. EFNS guidelines on diagnosis and management of neuromyelitis optica. Eur J Neurol. 2010 Aug;17(8):1019-32. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1468-1331.2010.03066.x http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20528913?tool=bestpractice.com
doenças inflamatórias coexistentes (por exemplo, NMOSD, MOGAD, LES ou sarcoidose)
tratamento imunossupressor
Quando a neurite óptica (NO) está presente como parte do distúrbio do espectro da neuromielite óptica ou da doença neurológica associada ao anticorpo anti-glicoproteína mielina-oligodendrócito, o tratamento com corticosteroide é mantido além do tratamento intravenoso agudo, geralmente na forma de prednisolona oral por vários meses. Além disso, para distúrbio do espectro da neuromielite óptica e da doença neurológica associada ao anticorpo anti-glicoproteína mielina-oligodendrócito com características de prognóstico desfavorável (por exemplo, anticorpos anti-MOG persistentemente positivos), um agente imunossupressor poupador de corticosteroide é introduzido (por exemplo, azatioprina, micofenolato). Em pacientes com distúrbio do especto da neuromielite óptica ou doença neurológica associada ao anticorpo anti-glicoproteína mielina-oligodendrócito comprovada ou suspeita, a plasmaférese ou imunoglobulina intravenosa (IGIV) podem ser introduzidas em conjunto com corticosteroides orais.[30]Sellner J, Boggild M, Clanet M, et al. EFNS guidelines on diagnosis and management of neuromyelitis optica. Eur J Neurol. 2010 Aug;17(8):1019-32. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1468-1331.2010.03066.x http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20528913?tool=bestpractice.com
Em pacientes com distúrbio do espectro da neuromielite óptica para um ataque agudo ou recidivado, que não respondem aos corticosteroides de forma isolada, a plasmaférese mostrou benefício como adjuvante, inclusive promissor, quando iniciada precocemente durante um ataque e em pacientes que tomam imunossupressores preventivos.[19]Petzold A, Plant GT. Chronic relapsing inflammatory optic neuropathy: a systematic review of 122 cases reported. J Neurol. 2014 Jan;261(1):17-26. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23700317?tool=bestpractice.com [50]Srisupa-Olan T, Siritho S, Kittisares K, et al. Beneficial effect of plasma exchange in acute attack of neuromyelitis optica spectrum disorders. Mult Scler Relat Disord. 2018 Feb;20:115-21. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29414283?tool=bestpractice.com [51]Abboud H, Petrak A, Mealy M, et al. Treatment of acute relapses in neuromyelitis optica: steroids alone versus steroids plus plasma exchange. Mult Scler. 2016 Feb;22(2):185-92. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4795457 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25921047?tool=bestpractice.com [52]Bonnan M, Valentino R, Debeugny S, et al. Short delay to initiate plasma exchange is the strongest predictor of outcome in severe attacks of NMO spectrum disorders. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2018 Apr;89(4):346-51. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29030418?tool=bestpractice.com [53]Kleiter I, Gahlen A, Borisow N, et al. Apheresis therapies for NMOSD attacks: a retrospective study of 207 therapeutic interventions. Neurol Neuroimmunol Neuroinflamm. 2018 Nov;5(6):e504. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6192689 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30345331?tool=bestpractice.com [54]Deschamps R, Gueguen A, Parquet N, et al. Plasma exchange response in 34 patients with severe optic neuritis. J Neurol. 2016 May;263(5):883-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26964539?tool=bestpractice.com [55]Mason MC, Marotta DA, Kesserwani H. Steroid-resistant double-seronegative optic neuritis responds favorably to plasma exchange. Cureus. 2021 May 26;13(5):e15260. https://www.doi.org/10.7759/cureus.15260 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34188998?tool=bestpractice.com [56]Chen JJ, Flanagan EP, Pittock SJ, et al. Visual outcomes following plasma exchange for optic neuritis: an international multicenter retrospective analysis of 395 pptic neuritis attacks. Am J Ophthalmol. 2023 Aug;252:213-24. https://www.ajo.com/article/S0002-9394(23)00066-1/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36822570?tool=bestpractice.com
Imunoglobulina intravenosa também foi usada para recidivas de NO resistentes a corticosteroides.[57]Mimura O, Ishikawa H, Kezuka T, et al. Intravenous immunoglobulin treatment for steroid-resistant optic neuritis: a multicenter, double-blind, randomized, controlled phase III study. Jpn J Ophthalmol. 2021 Jan;65(1):122-32. https://www.doi.org/10.1007/s10384-020-00790-9 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33469728?tool=bestpractice.com O eculizumabe (um inibidor do complemento) demonstrou, em pacientes com distúrbio do espectro da neuromielite óptica com AQP4-IgG positivo, um risco significativamente menor de recidiva em comparação com o placebo.[58]Pittock SJ, Berthele A, Fujihara K, et al. Eculizumab in aquaporin-4-positive neuromyelitis optica spectrum disorder. N Engl J Med. 2019 Aug 15;381(7):614-25. https://www.doi.org/10.1056/NEJMoa1900866 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31050279?tool=bestpractice.com
Quando a NO está presente como parte de outras doenças inflamatórias sistêmicas ou do SNC (por exemplo, lúpus eritematoso sistêmico, sarcoidose), o tratamento é direcionado à doença inflamatória subjacente. Geralmente, isso é feito com corticosteroides em vários esquemas, muitas vezes incluindo corticosteroides orais ou intravenosos de alta dose por períodos prolongados. Tratamentos imunossupressores poupadores de corticosteroides (por exemplo, azatioprina, ciclofosfamida) geralmente são usados.
Quando condições como a sarcoidose são tratadas com inibidores do fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa) (por exemplo, infliximabe), o desenvolvimento da NO pode representar uma complicação rara do tratamento anti-TNF, em vez de uma manifestação da sarcoidose.
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