Novos tratamentos

Tratamentos neuroprotetores e remielinizantes

A neurite óptica é cada vez mais usada como um paradigma para o tratamento da esclerose múltipla (EM), em especial para os tratamentos neuroprotetores e remielinizantes, e mais ensaios clínicos são realizados especificamente na neurite óptica.[59]​​ As vantagens dessa técnica são várias: desfechos clínicos, como acuidade visual são facilmente quantificados; o uso de potencial evocado visual (PEV) e tomografia de coerência óptica (TCO) permite medições precisas da velocidade de condução pelo nervo óptico e da espessura da camada da retina, oferecendo, portanto, medições indiretas de remielinização e perda axonal, respectivamente.

Amilorida

A amilorida é um diurético com uso clínico e demonstrou bloquear o canal iônico sensor de ácido, que permite um influxo de sódio e cálcio no nervo óptico desmielinizado e inflamado. O bloqueio desse canal, portanto, pode ter efeitos neuroprotetores. Um estudo clínico de fase 2, que comparou amilorida com placebo no tratamento de pacientes com neurite óptica aguda, não demonstrou um efeito protetor da espessura da camada de fibras nervosas da retina.[60]

Fenitoína

A fenitoína, um anticonvulsivante amplamente utilizado que pode ter propriedades neuroprotetoras por conta de sua ação de bloqueio dos canais de sódio, foi testada em um ensaio clínico de fase 2. O estudo encontrou uma redução significativa da perda da camada de fibras nervosas da retina, principal medida de desfecho, no grupo tratado com fenitoína em comparação com placebo, confirmando o potencial da neuroproteção com fenitoína.[61]

Opicinumabe

Um anticorpo monoclonal contra LINGO, um inibidor endógeno da remielinização. Um ensaio clínico multicêntrico internacional avaliou a remielinização no primeiro episódio de neurite óptica após o tratamento com opicinumabe ou placebo. Embora no geral não tenha havido evidências de remielinização, o ensaio clínico se mostrou promissor, o que justifica estudos futuros com opicinumabe.[62]

Clemastina

Um anti-histamínico sedativo com propriedades imunossupressoras. O ensaio clínico ReBUILd com clemastina, realizado em indivíduos com EM com evidências de neurite óptica prévia, mostrou remielinização conforme evidenciado por potencial evocado visual melhorado.[63]

Novos tratamentos para os distúrbios do espectro da neuromielite óptica

Avanços no tratamento de NMOSD e a necessidade de um tratamento agressivo levaram a várias terapias novas para essa doença nos últimos anos.[64] A maioria dessas terapias emprega depleção de células B (por exemplo, inebilizumabe), bloqueio da ativação do complemento (por exemplo, ravulizumabe) ou bloqueio da citocina crítica IL-6 ou do seu receptor (por exemplo, satralizumabe).[65][66]​​​[67][68][69][70] Inebilizumabe, satralizumabe e ravulizumabe são aprovados nos EUA e na Europa para o tratamento de pacientes adultos com distúrbio do espectro da neuromielite óptica positivo para anticorpo anti-aquaporina 4 (AQP4).​​​

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