Algoritmo de tratamento

Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal

AGUDA

fase de hipertireoidismo (tireotóxica)

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cuidados de suporte

Nem todos os pacientes requerem tratamento, pois os sintomas podem ser leves e/ou diminuir até o momento em que o diagnóstico é realizado. Durante essa fase, o tratamento é de suporte. Os sintomas são causados pela liberação de hormônio tireoidiano pré-formado, e os medicamentos antitireoidianos que inibem a síntese de novos hormônios são ineficazes.

Alguns pacientes não necessitam de analgésicos se o desconforto não interferir com as atividades diárias.

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anti-inflamatório não esteroidal (AINE) ou corticosteroide

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Se necessário, os AINEs (por exemplo, ibuprofeno, naproxeno, indometacina) são usados no tratamento da dor da tireoide.[4]​ Os analgésicos podem ser necessários por várias semanas.

A dor tireoidiana intensa, sem resposta clínica aos AINEs ou que impede o paciente de deglutir ou dormir, pode ser tratada com corticosteroides (por exemplo, prednisolona).[4][22]​​[28][50]​​ Se a dor não responder aos corticosteroides em 1 a 2 dias, o diagnóstico deve ser reconsiderado. Geralmente, é necessária uma dose relativamente alta de prednisolona por 1 a 2 semanas, seguida de retirada gradual ao longo de 2 a 4 semanas (ou mais, dependendo da evolução clínica).[4]​ Alguns dados sugerem que doses mais baixas de corticosteroides podem ser eficazes para o controle da dor.[51][52][53]​ O tratamento com corticosteroides pode estar associado a uma menor incidência de hipotireoidismo permanente em comparação com o tratamento com um AINE.[54][55]​ Observe, no entanto, que se os corticosteroides forem interrompidos precocemente, a dor pode retornar.[56]

Opções primárias

ibuprofeno: 300-400 mg por via oral a cada 6-8 horas quando necessário, máximo de 2400 mg/dia

ou

naproxeno: 250-500 mg por via oral duas vezes ao dia quando necessário, máximo de 1250 mg/dia

ou

indometacina: 25-50 mg por via oral três vezes ao dia quando necessário

Opções secundárias

prednisolona: 40-60 mg por via oral uma vez ao dia por várias semanas e, em seguida, reduzir a dose gradualmente de acordo com a resposta

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betabloqueador ou bloqueador dos canais de cálcio

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Muitos pacientes apresentam apenas sintomas leves de hipertireoidismo que não requerem tratamento. No entanto, se os sintomas tireotóxicos (por exemplo, taquicardia, ansiedade e/ou tremor) forem problemáticos, os pacientes podem se beneficiar do tratamento com um betabloqueador ou bloqueador dos canais de cálcio.[4][28]

Recomenda-se o uso de betabloqueadores (por exemplo, propranolol, atenolol) para o tratamento da taquicardia sinusal em pacientes tireotóxicos.[4]

Os bloqueadores dos canais de cálcio (por exemplo, verapamil, diltiazem) podem ser usados na fase tireotóxica quando os betabloqueadores são contraindicados (por exemplo, em pacientes com broncoespasmo e asma) ou não tolerados, mas estão associados a um aumento do risco de hipotensão.[4]

Os pacientes devem ser adequadamente hidratados antes de usar um betabloqueador, para evitar que a redução da frequência cardíaca resulte em hipotensão. Os pacientes muitas vezes apresentam depleção de volume por causa da intolerância ao calor e da ingestão oral reduzida decorrente da dor na tireoide.

Opções primárias

propranolol: 20-40 mg por via oral (liberação imediata) a cada 4-6 horas

ou

atenolol: 50-100 mg por via oral uma vez ao dia

Opções secundárias

verapamil: 80 mg por via oral (liberação imediata) três vezes ao dia

ou

diltiazem: 30-60 mg por via oral (liberação imediata) três a quatro vezes ao dia

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iodeto de potássio associado à prednisolona

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Inibir a conversão de tiroxina (T4) em tri-iodotironina (T3) pode beneficiar pacientes com sintomas graves de tireotoxicose (porque T3 é 20 a 50 vezes mais bioativo que T4).

A conversão de T4 em T3 pode ser reduzida por um alto nível de iodo, geralmente obtido pela administração de uma solução saturada de iodeto de potássio, juntamente com altas doses de corticosteroides, como a prednisolona.[57]

Opções primárias

iodeto de potássio: 250 mg por via oral três vezes ao dia

e

prednisolona: 40 mg por via oral uma vez ao dia por 2-3 semanas e seguidamente reduzir gradualmente ao longo de 4-6 semanas

fase hipotireoidiana

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observação e reavaliação regular

O tratamento é de suporte nos casos leves (isto é, TSH <10-15 mUI/L). Geralmente, pacientes com esse grau de hipotireoidismo não necessitam de terapia com hormônio tireoidiano como a levotiroxina, a menos que estejam tentando engravidar ou já estejam grávidas.[58]

Se os níveis de energia do paciente não interferirem nas atividades da vida diária e não houver outros sintomas, nenhuma terapia será oferecida. A função tireoidiana (níveis de TSH e tiroxina livre) é verificada a cada 4 a 6 semanas, quando os sintomas também podem ser avaliados.

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levotiroxina

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

A levotiroxina deve ser considerada se, em exames subsequentes, o nível de TSH aumentar.

Uma dose baixa a moderada de levotiroxina pode ser administrada por até vários meses a um paciente afetado negativamente pelo hipotireoidismo, ou com hipotireoidismo bioquímico moderado a grave (TSH >15 UI/L) e/ou acompanhado de fadiga que interfere nas atividades diárias.

O TSH deve ser verificado a cada 4-6 semanas durante o tratamento com levotiroxina, e a dose deve ser ajustada para se manter um nível de TSH normal. O tratamento deve ser retirado após 3-6 meses para se determinar se a função endógena foi normalizada.[4]​ A maioria dos pacientes (85% a 90%) retorna a uma função tireoidiana normal e não precisará de levotiroxina em longo prazo.[2]​ Caso os níveis de levotiroxina estejam elevados, esta pode ser reiniciada em pacientes com hipotireoidismo permanente subsequente à tireoidite subaguda.[1][2][22]

Opções primárias

levotiroxina: 50 microgramas por via oral uma vez ao dia inicialmente, ajustar a dose de acordo com os testes de função tireoidiana

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levotiroxina

Pacientes com deficiência moderada (isto é, TSH >15 mUI/L) devem ser tratados com levotiroxina para normalizar o TSH.

Essa dose de levotiroxina pode ser mantida por vários meses e depois ser interrompida sem um esquema de retirada gradual. A função tireoidiana (níveis de TSH e tiroxina livre) deve ser verificada a cada 4-6 semanas durante o tratamento. Geralmente, a fase hipotireoidiana da tireoidite subaguda estará resolvida neste momento. Os testes de função tireoidiana devem ser verificados 4-6 semanas após a interrupção da levotiroxina, para confirmar a função tireoidiana normal.

Opções primárias

levotiroxina: 75-125 microgramas por via oral uma vez ao dia inicialmente, ajustar a dose de acordo com os testes de função tireoidiana

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