Etiologia

O carcinoma ductal in situ (CDIS) é uma proliferação de células epiteliais de aparência maligna que não penetraram na membrana basal.[14] A unidade ducto-lobular terminal é a origem da maioria das lesões. O CDIS é parte de um processo contínuo de progressão da doença benigna para o câncer invasivo, que inclui hiperplasia típica, hiperplasia atípica, CDIS e câncer de mama invasivo.[15]

Assim como o câncer de mama invasivo, aproximadamente dois terços dos espécimes de CDIS expressam receptores de estrogênio; a fração de tumores que expressam esses receptores dependem do grau de diferenciação.[4] HER2, um marcador de superfície celular da família do fator de crescimento epidérmico usado para orientar o tratamento do câncer de mama invasivo, é expresso tanto no CDIS quanto no câncer de mama invasivo, com taxas de expressão mais altas no CDIS.[16] Vários outros marcadores são expressos diferencialmente no CDIS e no câncer de mama invasivo, em relação à doença benigna da mama, entre eles o p53, o fator de crescimento endotelial vascular e a ciclina D1.[4]

Os níveis de estrogênio, que são mais altos nas mulheres que nos homens, estimulam a proliferação das células epiteliais mamárias nos lóbulos e ductos. Mutações espontâneas nas células epiteliais, algumas das quais fornecem uma vantagem de sobrevivência à célula, causam alterações pré-cancerosas. Outras mutações causam câncer de mama in situ ou invasivo.[17]

Fisiopatologia

O câncer de mama in situ compreende o carcinoma ductal in situ (CDIS), um câncer de mama não invasivo confinado ao ducto em que se origina, e o carcinoma lobular in situ (CLIS), uma proliferação neoplásica de células que constitui um fator de risco para câncer de mama invasivo.

Carcinoma ductal in situ (CDIS)

Microarranjos foram usados para investigar a associação entre o carcinoma ductal in situ (CDIS) e o câncer de mama invasivo. Foram observadas mais associações entre o CDIS de grau baixo e a doença invasiva de grau baixo, e entre o CDIS de grau alto e a doença invasiva de grau alto, que entre o CDIS de grau baixo e de grau alto.[4] Isso sugere que o CDIS de grau baixo pode progredir para câncer invasivo de grau baixo e o CDIS de grau alto pode progredir para câncer invasivo de grau alto.

Carcinoma lobular in situ (CLIS)

Desenvolve-se no(s) lóbulo(s) mamário(s) e/ou ductos terminais. Há três variantes de CLIS: clássico (o mais comum), pleomórfico e florido. Enquanto o CDIS indica um risco elevado de desenvolvimento de carcinoma ductal invasivo no local da biópsia que comprova o CDIS, o CLIS clássico indica risco elevado de desenvolvimento futuro de carcinoma ductal ou lobular invasivo em qualquer uma das mamas.[2]​O CLIS clássico não é considerado câncer, e sim uma descrição patológica de uma proliferação neoplásica de células dentro dos lóbulos e/ou ductos terminais, o que representa um fator de risco para câncer de mama invasivo.[3] O achado de um CLIS clássico não indica que o câncer se formará no sítio do diagnóstico. Em consequência, o tratamento do CLIS clássico é menos formalizado que para o CDIS.

O CLIS pleomórfico e florido normalmente está associado com a presença concomitante de CDIS e câncer de mama invasivo.[18][19] A recorrência parece ser menor quando há margens claras >2 mm e a radiação adjuvante é administrada. Faltam evidências de nível 1 (de uma revisão sistemática ou metanálise) para o tratamento do CLIS pleomórfico e florido.

Classificação

Classificação arquitetônica do carcinoma ductal in situ (CDIS)[4]

É necessária a realização de exame de anatomia patológica para determinar o subtipo histológico. Os subtipos arquitetônicos do CDIS são comedo e não comedo. O subtipo comedo caracteriza-se pela morte celular apoptótica proeminente e tem maior potencial maligno que outros subtipos de CDIS.[5] Os subtipos não comedo ainda são subdivididos: a classificação é descritiva, e não há implicações clínicas associadas de forma sistemática.

  • Comedo

  • Não comedo

    • Cribriforme

    • Micropapilar

    • Papilar

    • Sólido

    • Plano.

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