Prognóstico

O prognóstico das pacientes com câncer de mama invasivo primário depende de diferentes fatores, como idade, comorbidades, estádio da doença e biologia do tumor.

Em geral, as pacientes com um intervalo livre de doença longo entre o diagnóstico e a recorrência; status positivo para receptores hormonais; resposta favorável ao tratamento inicial; lesões limitadas; tumores pequenos; e status negativo para HER2 têm probabilidade de apresentar melhores desfechos de sobrevida que aquelas com características opostas.

De acordo com dados dos EUA do banco de dados Surveillance, Epidemiology, and End Results (SEER) (entre 2014 e 2020), a taxa de sobrevida relativa em 5 anos para mulheres com câncer de mama localizado é de 99.6%.[8]

Os homens têm uma taxa de mortalidade mais alta por câncer de mama em 3 anos, 5 anos e no geral, comparados com as mulheres. A associação do sexo masculino com a maior mortalidade persiste após o ajuste de idade, raça/etnia, acesso a cuidados, características clínicas e fatores de tratamento.[422]

Há várias ferramentas validadas de prognóstico que podem ser usadas para prever a recorrência e a mortalidade em pacientes com câncer de mama.

Orientações baseadas no tumor para determinar o prognóstico

Ensaios da expressão gênica podem ser usados para estabelecer prognósticos e para orientar as decisões sobre quimioterapia adjuvante.[149][150][151][152][153]

Oncotype DX® é o ensaio de primeira escolha para orientar a terapia endócrina adjuvante e a quimioterapia em pacientes com doença positiva para HR, negativa para HER2, negativas para linfonodos ou menopausadas com doença positiva para linfonodos (1-3 linfonodos positivos).[117][153]​​​[154]

As pacientes na pré-menopausa com 1-3 linfonodos positivos se beneficiam da quimioterapia independente do resultado do ensaio genômico. A utilidade clínica dos ensaios na doença positiva para linfonodos com ≥4 linfonodos é incerta.[153]

Outros ensaios, como Mammaprint®, Breast Cancer Index (BCI), Prosigna® e EndoPredict®, podem ser usados para fornecer informações prognósticas em mulheres menopausadas ou mulheres >50 anos de idade que não negativas para linfonodos. Mammaprint® ae EndoPredict® também podem ser usados para mulheres menopausadas ou mulheres >50 anos de idade com 1-3 linfonodos positivos. No entanto, a capacidade desses ensaios de predizer o benefício terapêutico é menos certo.[117][153]

Outros biomarcadores prognósticos

O antígeno carcinoembriogênico, a expressão do ligante de morte celular programada 1 (PD-L1), as células tumorais circulantes, os linfócitos infiltrantes dos tumores estromais e a metilação do promotor do gene BRCA1 têm sido estudados em relação a sua importância prognóstica/preditiva.

A expressão do PD-L1 em células tumorais está associada ao encurtamento da sobrevida livre de doença e sobrevida global.[423]

A maior quantidade de células tumorais circulantes antes da quimioterapia neoadjuvante está associada a uma pior sobrevida global, sobrevida livre de doença e intervalo livre de recidiva locorregional.[424]

A quantidade de linfócitos infiltrantes de tumores estromais está associada, de maneira significativa, com a sobrevida global e a sobrevida livre da doença em mulheres com câncer de mama triplo negativo em estádio inicial tratadas com quimioterapia adjuvante com antraciclinas.[425]

A quantidade elevada de linfócitos infiltrantes de tumores estromais no tumor primário está associada à redução do risco de recorrência de tumor de mama ipsilateral.[426]

A metilação do promotor do gene BRCA1 está associada com uma sobrevida global e uma sobrevida livre de doença desfavoráveis.[427]

Consideração de comorbidades

As comorbidades exercem uma influência negativa significativa sobre o desfecho da paciente. Esse efeito foi mostrado em uma análise retrospectiva de 936 mulheres, com 40-84 anos de idade, cuja história do tumor e do tratamento foi obtida do Metropolitan Detroit Cancer Surveillance System.[428] A mortalidade por todas as causas nas pacientes que tinham ≥3 comorbidades clínicas selecionadas foi 4 vezes maior que nas pacientes que não tinham comorbidades clínicas. Esse efeito não foi afetado pela idade, estádio da doença, tamanho do tumor, tipo histológico, tipo de tratamento, raça nem fatores sociais e comportamentais.

Os dados do Eindhoven Cancer Registry demonstraram que, embora as pacientes com comorbidades graves tivessem planos de tratamento e complicações comparáveis, sua sobrevida global era pior.[429]

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