Etiologia
A etiologia da maioria dos cânceres de mama invasivos é desconhecida, mas acredita-se que os seguintes fatores exerçam um papel.
Fatores genéticos
Estima-se que de 5% a 10% dos cânceres de mama estejam relacionados a mutações genéticas hereditárias.[13][14][15] As mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 são as mutações genéticas hereditárias mais comuns encontradas no câncer de mama.[15][16][17] O risco cumulativo estimado de câncer de mama ao longo da vida (até os 80 anos de idade) é de 72% e 69% para as portadoras das mutações BRCA1 e BRCA2, respectivamente.[17] No entanto, essas mutações afetam <0.1% da população geral, com penetrância variável.[18]
Mutações nos seguintes genes estão associadas ao câncer de mama: CHEK2, PALB2, ATM, BARD1, RAD51C, RAD51D, CDH1 (câncer gástrico difuso hereditário), NF1 (neurofibromatose do tipo 1), PTEN (síndrome de Cowden), STK11 (síndrome de Peutz-Jeghers) e TP53 (síndrome de Li-Fraumeni).[19]
Fatores hormonais
Ensaios clínicos prospectivos demonstraram a correlação entre níveis maiores de hormônios sexuais endógenos e uma elevação significativa no risco de câncer de mama.[20][21]
As mulheres expostas a progestina e estrogênio exógenos (por exemplo, via terapia de reposição hormonal ou contracepção hormonal) têm um risco aumentado de câncer de mama.[22][23][24]
Fisiopatologia
As células malignas da mama resultam de uma cascata de eventos genéticos que envolvem a expressão não controlada de fatores de crescimento endógenos e vias de sinalização.[25] Entre eles estão a família de hormônios esteroides, especialmente os estrogênios, a família ErbB, a família myc, as vias de sinalização PI3K/AKT, NFkappaB, PDGFR, Src e o fator de crescimento semelhante à insulina (IGF). A diversidade das vias associadas à patogênese do câncer de mama tem levado a inovações na terapia direcionada para essa doença. Além disso, a maioria das células malignas mantém sua expressão de receptores de hormônios esteroides e a dependência hormonal subsequente, permitindo o uso da manipulação hormonal como um mecanismo para tratar o câncer de mama.
Mutações das linhas germinativas que aumentam o risco de câncer de mama e outros tipos de câncer foram identificadas. Elas incluem mutações em genes de reparo de DNA de recombinação homóloga, como BRCA1, BRCA2 e PALB2, e em genes supressores de tumor, como o gene TP53 (associado à síndrome de Li-Fraumeni).[26][27][28][29] O reconhecimento dessas mutações levou a novas estratégias de terapia medicamentosa direcionada.
Classificação
A classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) dos tumores de mama (5a edição)
A OMS classifica as neoplasias mamárias nas seguintes categorias:[2]
Tumores epiteliais:
Carcinoma microinvasivo.
Carcinoma de mama invasivo:
Carcinoma invasivo de nenhum tipo especial
Carcinoma lobular invasivo
Carcinoma tubular
Carcinoma cribriforme
Carcinoma mucinoso
Carcinoma com características medulares
Carcinoma com diferenciação apócrina
Carcinoma com diferenciação em anel de sinete
Carcinoma micropapilar invasivo
Carcinoma metaplásico de nenhum tipo especial
Tipos raros.
Tumores epiteliais-mioepiteliais:
Adenoma pleomórficos
Adenomioepitelioma
Carcinoma adenoide cístico.
Lesões precursoras:
Carcinoma ductal in situ
Neoplasia lobular
Hiperplasia lobular atípica.
Lesões proliferativas intraductais:
Hiperplasia ductal usual
Lesões celulares colunares (inclusive atipia epitelial plana)
Hiperplasia ductal atípica.
Lesões papilares:
Papiloma intraductal
Carcinoma papilar intraductal
Carcinoma papilar encapsulado
Carcinoma papilar sólido
Proliferações epiteliais benignas:
Adenose esclerosante
Adenose apócrina
Adenose microglandular
Cicatriz radial/lesão esclerosante complexa
Adenomas.
Tumores mesenquimais:
Fasciite nodular
Miofibroblastoma
Fibromatose do tipo desmoide
Tumor miofibroblástico inflamatório
Lesões vasculares benignas
Hiperplasia estromal pseudoangiomatosa
Tumor de células granulares
Tumores benignos da bainha dos nervos periféricos
Lipoma
Lipossarcoma
Angiossarcoma
Rabdomiossarcoma
Osteossarcoma
Leiomioma
Leiomiossarcoma.
Tumor fibroepitelial:
Fibroadenoma
Tumor filoide
Hamartoma.
Tumores do mamilo:
Adenoma do mamilo
Tumor siringomatoso
Doença de Paget do mamilo.
Linfoma maligno:
Linfoma difuso de grandes células B
Linfoma de Burkitt
Linfoma de células T
Linfoma de células B de zona marginal extranodal do tipo MALT
Linfoma folicular.
Tumores metastáticos
Tumores de mama masculinos:
Ginecomastia
Carcinoma.
Padrões clínicos:
Carcinoma inflamatório
Carcinoma de mama bilateral.
Subtipos moleculares
O câncer de mama pode ser classificado em subtipos com base no perfil de expressão gênica.
O subtipo orienta a terapia e informa o prognóstico. Os subtipos são: luminal A, luminal B, receptor tipo 2 do fator de crescimento epidérmico humano (HER2)+, tipo normal de mama e tipo basal.
Mutações do BRCA1 estão associadas a tumores do tipo basal. Tumores do tipo basal e HER2+ estão associados a uma sobrevida livre de doença mais curta; tumores do tipo luminal A estão associados a uma sobrevida livre de doença mais longa.[3]
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