Novos tratamentos

Antagonistas de peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP)

Os avanços em nossa compreensão do papel que o CGRP desempenha na fisiopatologia da enxaqueca resultaram no desenvolvimento dessa nova classe de medicamentos. Alguns dos medicamentos dessa classe são anticorpos monoclonais (por exemplo, eptinezumabe, erenumabe, fremanezumabe, galcanezumabe), enquanto outros são pequenas moléculas conhecidas como gepants (por exemplo, atogepant, rimegepant, ubrogepant). Embora esses medicamentos tenham mostrado excelentes resultados no tratamento da enxaqueca em adultos, nenhum ainda foi aprovado para uso em crianças. Estudos retrospectivos relataram que os anticorpos monoclonais antagonistas do CGRP podem beneficiar uma proporção de adolescentes com distúrbios crônicos de cefaleia refratária e que os efeitos adversos foram semelhantes aos relatados em adultos.[43][44]​​​​ Os ensaios clínicos em andamento estão explorando a utilidade deles na população pediátrica. Orientações baseadas na opinião de especialistas recomendam que os anticorpos monoclonais antagonistas do CGRP sejam considerados principalmente para adolescentes pós-púberes com enxaqueca relativamente frequente (ou seja, 8 ou mais dias de cefaleias por mês) e incapacidade moderada ou intensa relacionada à enxaqueca. Eles poderão também ser considerados para crianças pequenas com enxaqueca crônica intensa refratária a várias tentativas preventivas de enxaqueca, inclusive opções não farmacológicas. É necessário monitorar atentamente.[45]

Neuromodulação não invasiva

As terapias de neuromodulação não invasivas são bem toleradas, havendo algumas evidências de eficácia no tratamento agudo da enxaqueca, mas são necessários estudos adicionais.[46][47][48]​​​​​​​​ Vários dispositivos de neuromodulação estão agora disponíveis no mercado. Existem dados limitados sobre a eficácia deles na enxaqueca pediátrica. Cada dispositivo usa uma intervenção de neuromodulação diferente. O Cefaly®, um dispositivo aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA para pacientes com 18 anos de idade ou mais, usa estimulação do nervo supraorbital para cuidados agudos e preventivos. O Nerivio® é um dispositivo aprovado pela FDA para pacientes com 8 anos de idade ou mais, concebido para tratamento agudo de ataques de enxaqueca. Seu mecanismo de ação proposto é a ativação de vias inibitórias descendentes.[49]​ O Savi Duo® usa estimulação magnética transcraniana de pulso único e é aprovado pela FDA para tratamento agudo e preventivo da enxaqueca em pacientes com 12 anos de idade ou mais.[50]​ O GammaCore Sapphire®, um estimulador não invasivo do nervo vago, é aprovado pela FDA para pacientes com 12 anos de idade ou mais para tratamento agudo e preventivo da enxaqueca.[51]

Di-hidroergotamina (intranasal)

Embora a di-hidroergotamina intranasal não tenha sido estudada na enxaqueca pediátrica, ela é usada ocasionalmente em casos refratários aos triptanos.[52]

Nutracêuticos

Magnésio, vitamina B2, matricária (Tanacetum parthenium), petasita (Petasites hybridus) e melatonina são alguns dos nutracêuticos mais comuns empregados na prevenção ou cuidado imediato da enxaqueca pediátrica, isolados ou em várias combinações.[53]​ Faltam evidências além de pequenos ensaios clínicos.[54][55][56][57][58]​​​​​​​​​

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