Abordagem
A base do tratamento é a terapia de reposição de tiamina.[1]
Além do tratamento dos pacientes com sintomas de deficiência de vitamina B1, a suplementação de tiamina deve ser considerada em todos os pacientes com alto risco de deficiência.
A deficiência de vitamina B1 tem um diagnóstico clínico e, como os sintomas manifestos são inespecíficos, a terapia de reposição de tiamina deve ser iniciada imediatamente com base em qualquer suspeita de deficiência. O tratamento não deve ser protelado enquanto se espera pelos resultados de investigações adicionais para descartar outros diagnósticos. A toxicidade por suplementação de tiamina é improvável; o excesso de tiamina é excretado na urina.[1]
Não há dados suficientes de ensaios clínicos randomizados e controlados para recomendar doses padrão para o tratamento da deficiência de vitamina B1.[63] Portanto, os esquemas de dosagem são baseados no consenso da opinião de especialistas. Como a tiamina oral tem baixa absorção, ela deve ser administrada por via intravenosa em ambiente hospitalar em caso de doença aguda.[1]
A reintrodução da alimentação pode ser um fator de risco para desencadear a encefalopatia de Wernicke. A tiamina deve ser administrada antes de iniciar a alimentação por via oral, enteral ou parenteral (inclusive terapia intravenosa com glicose) em pacientes identificados como de risco para síndrome da reintrodução da alimentação.[20]
Tratamento de adultos hospitalizados sintomáticos ou assintomáticos em risco
Deve-se administrar uma alta dose de tiamina intravenosa por 3 dias e avaliar a resposta clínica.
Se houver evidências de melhora clínica, a continuidade do tratamento com tiamina intravenosa deve ser mantida em dose mais baixa por mais 5 dias ou até que a melhora clínica cesse.
Se não houver melhora clínica, deve-se descontinuar a tiamina intravenosa em altas doses. Nesses pacientes, pode-se continuar com a tiamina oral em doses mais baixas.
Deve-se considerar a administração de uma dose alta de tiamina intravenosa por 3 dias em todos os adultos assintomáticos com alto risco de deficiência de vitamina B1.
Embora raras, a anafilaxia e reações anafilactoides podem ocorrer quando a tiamina é administrada por via parenteral.[1][13] Portanto, recomenda-se que a tiamina intravenosa seja administrada em hospital (com unidade de ressuscitação cardiopulmonar).[7]
Os níveis de magnésio, potássio e fosfato devem ser medidos, e a terapia de reposição iniciada de acordo com os protocolos padrão.[20]
Suplementação durante programas de abstinência alcoólica da comunidade
A tiamina oral profilática deve ser oferecida para pacientes que fazem uso indevido de bebidas alcoólicas antes e durante a abstinência alcoólica sob assistência médica.[64]
Tratamento de crianças e bebês sintomáticos
A deficiência de vitamina B1 em bebês e crianças é extremamente rara em países desenvolvidos.
Os bebês (amamentados ou alimentados por mamadeira) com deficiência de vitamina B1 sintomática devem ser tratados com infusão intravenosa lenta de tiamina, seguida por 7 dias de tiamina por via intramuscular e, depois, por 3 a 6 semanas de terapia oral. Os bebês alimentados por mamadeira devem receber leite em pó fortificado com tiamina em associação com a suplementação de tiamina acima.
As mães de lactentes com deficiência de vitamina B1 também devem ser tratadas com 7 semanas de tiamina oral.[65]
Não há doses estabelecidas para a reposição de tiamina em crianças com deficiência de vitamina B1 sintomática, mas pode ser apropriado tratar crianças jovens com o mesmo esquema de dosagem de bebês.
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