Prevenção primária
A prevenção primária consiste em controle rigoroso da infecção. A lavagem das mãos e dos brinquedos compartilhados reduzirá a disseminação da infecção viral.
A American Academy of Pediatrics (AAP) recomenda que os médicos orientem os cuidadores sobre a exposição da criança à fumaça de cigarro ao avaliar uma criança quanto a bronquiolite.[44]
Vacinas
Não existe, no momento, nenhuma vacina efetiva para o vírus sincicial respiratório (VSR) para as crianças.[45] No entanto, há uma vacina bivalente à base da estrutura pré-fusão da proteína F do VSR (RSVpreF; comercialmente conhecida como Abrysvo®) disponível para gestantes para fornecer proteção passiva aos bebês que nascem durante a temporada do VSR desde o nascimento até os 6 meses de idade.[46][47]
O Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP) recomenda a vacina para as gestantes entre 32 e 36 semanas de gestação para as quais o nascimento do bebê for previsto para ocorrer durante a temporada de VSR (de setembro até o final de janeiro na maior parte continental dos EUA).[46]
A vacinação materna é uma alternativa à imunoprofilaxia dos lactentes (veja abaixo); ambas não são necessárias para a maioria dos bebês. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) defendem o fornecimento de informações sobre ambos os métodos de proteção para as mulheres que estiverem gestantes durante a temporada de VSR. CDC: RSV in infants and young children Opens in new window
Imunoprofilaxia
O palivizumabe e o nirsevimabe são anticorpos monoclonais direcionados a alvos na proteína F do VSR e estão aprovados para a imunoprofilaxia do VSR em lactentes e crianças. O palivizumabe deve ser administrado mensalmente devido à sua meia-vida mais curta para manter os níveis de proteção. O nirsevimabe foi desenvolvido para ter uma ação mais prolongada, com uma meia-vida maior e uma ação mais potente. Ele se liga às subunidades F1 e F2 pré-fusão da proteína F do VSR e bloqueia a infecção viral da célula hospedeira.[48] O nirsevimabe tem a vantagem de exigir apenas uma dose intramuscular (comparado às 5 doses do palivizumabe).
Palivizumabe
O palivizumabe foi o primeiro anticorpo monoclonal recomendado para a imunização passiva de lactentes e crianças de alto risco. As diretrizes nos EUA e na Europa atualmente recomendam que os lactentes elegíveis recebam o palivizumabe somente se o nirsevimabe não estiver disponível.[47][49] Em virtude do custo e mão de obra associados a essa terapia, as diretrizes clínicas recomendam um máximo de 5 doses ao mês de palivizumabe durante a temporada do VSR, as quais devem ser administradas somente às crianças de alto risco. A profilaxia deve ser descontinuada em qualquer criança hospitalizada em decorrência de infecção por VSR.
Nirsevimabe
A AAP recomenda o nirsevimabe em vez do palivizumabe devido à sua eficácia, duração do efeito e conveniência. A AAP e a ACIP recomendam uma dose única de nirsevimabe para:[49][50]
Lactentes <8 meses de idade, nascidos durante ou entrando na primeira temporada de VSR, cuja mãe não tiver recebido a vacina RSVpreF, cujo status de vacinação da mãe for desconhecido, ou que tiverem nascido menos de 14 dias após a vacinação da mãe com RSVpreF
Lactentes e crianças de 8 a 19 meses, entrando na segunda temporada de VSR e com risco aumentado de doença grave por VSR, independentemente do status anterior de imunização da mãe, incluindo lactentes e crianças:
com doença pulmonar crônica da prematuridade que requeira terapia medicamentosa contínua até 6 meses após o início da temporada de VSR
com imunodeficiências graves
com fibrose cística e doença pulmonar grave (hospitalização prévia por exacerbação pulmonar, anormalidades radiográficas torácicas persistentes) ou relação peso/comprimento <10º percentil
que fazem parte de grupos nativos (indígenas norte-americanos e nativos do Alasca)
A AAP também recomenda o nirsevimabe nos seguintes casos em que ambas as formas de proteção (imunoprofilaxia passiva e vacinação materna ativa) podem ser consideradas:[49]
Pais vacinados que possam não ter desenvolvido uma resposta imune adequada à vacinação (isto é, devido a uma imunodeficiência) ou que tenham condições associadas a uma meno transferência de anticorpos transplacentários (como infecção por HIV)
Lactentes que tiverem tido perda de anticorpos adquiridos por transferência transplacentária (isto é, após oxigenação por membrana extracorpórea)
Lactentes com risco substancialmente maior de doença grave (por exemplo, cardiopatia congênita hemodinamicamente significativa)
Foi demonstrado que uma dose única de nirsevimabe no início da temporada de VSR reduziu o número de infecções respiratórias inferiores agudas (ALRI) associadas ao VSR atendidas por médicos em 70.1% (IC de 95%: 52.3 a 81.2) em comparação ao placebo, e as hospitalizações relacionadas ao VSR em 78.4% (IC de 95%: 51.9 a 90.3) entre lactentes prematuros saudáveis ao longo de 150 dias após a administração do medicamento.[51] Uma dose única de nirsevimabe administrada a lactentes prematuros tardios e nascidos a termo antes de uma temporada de VSR mostrou reduções significativas nas ALRIs associadas ao VSR atendidas por médicos e nas hospitalizações relacionadas ao VSR no grupo tratado em comparação ao placebo.[52] Um estudo de mundo real conduzido na Europa entre >8000 lactentes de 12 meses ou menos, de idade gestacional de 29 semanas ou mais, demonstrou uma redução de 83.2% (IC de 95%: 67.8 a 92.0) nas hospitalizações relacionadas ao VSR naqueles tratados em comparação àqueles que não receberam imunoprofilaxia, e uma redução nas hospitalizações por VSR muito grave, definidas como necessidade de oxigênio suplementar durante a hospitalização, de 75.7% (IC de 95%: 32.8 a 92.9) entre os lactentes tratados.[53]
Prevenção secundária
Toda a família deve praticar boas técnicas de lavagem das mãos para evitar a transmissão da infecção viral para outros membros da família.
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