Novos tratamentos

Novos compostos antivirais

Vários compostos antivirais estão em estágio de desenvolvimento clínico. Eles incluem terapias que bloqueiam a proteína de fusão do VSR (por exemplo, ziresovir). Um ensaio clínico randomizado e controlado duplo-cego mostrou uma redução nos sinais e sintomas de infecção por VSR em bebês hospitalizados quando tratados com ziresovir.[91]

Surfactante

Deficiência de surfactante tem sido relatada em lactentes com bronquiolite, talvez como uma consequência da inflamação das vias aéreas e da necrose celular. Pequenos ensaios clínicos randomizados e controlados de terapia com surfactante em lactentes com bronquiolite que requerem ventilação mecânica mostraram melhoras na mecânica respiratória, mas nenhum efeito sobre a duração da ventilação.[92][93] São necessários estudos adicionais sobre o uso da terapia com surfactante na bronquiolite antes que seu tratamento possa ser recomendado.[94][95]

Hélio e oxigênio

Misturas de hélio e oxigênio (heliox) reduzem a resistência nas vias aéreas de grande e médio calibre, onde o fluxo é turbulento e dependente de densidade. Elas também podem ajudar a converter áreas de fluxo turbulento para laminares. Estudos que envolvem tamanhos de amostras pequenos demonstraram escores clínicos melhorados com a terapia heliox em crianças com bronquiolite.[96][97][98] Um amplo estudo demonstrou uma redução na duração da terapia, além de melhora no escore clínico.[99] No entanto, a redução na duração da terapia foi observada apenas quando se administrou heliox por meio de uma máscara facial bem-ajustada ou pressão positiva contínua nas vias aéreas (a cânula nasal foi ineficaz).[99] Por outro lado, em uma metanálise, não foi observada nenhuma redução na taxa de intubação, internações ou duração da internação.[97] Devido à necessidade da concentração de hélio ser de pelo menos 50% para que os efeitos dependentes de densidade de hélio-oxigênio sejam clinicamente significativos, essa terapia não pode ser utilizada em lactentes gravemente hipoxêmicos.[43] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

Montelucaste

Apesar de o montelucaste não ter sido eficaz no tratamento de infecções agudas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), alguns ensaios clínicos sugeriram um papel importante desse agente na diminuição da sibilância pós-bronquiolítica.[100] Os dados permanecem controversos e são necessários mais ensaios.[3][101][102][103][104][105][106] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

Cafeína

A cafeína para apneia na bronquiolite foi estudada em uma população jovem de lactentes e, embora seja segura, não comprovou alterar os desfechos. Um ensaio clínico randomizado e controlado duplo-cego da cafeína intravenosa em dose única não demonstrou redução nos episódios de apneia em comparação ao placebo.[107]

Vitamina D

O metabólito ativo da vitamina D (calcitriol) desempenha um papel tanto na imunidade inata como na adaptativa. Sua função imunomoduladora foi avaliada em termos de melhora da incidência e da gravidade de infecções bacterianas e virais, bem como do tratamento de exacerbações da asma grave.[108][109] Estudos que avaliaram os níveis de vitamina D em lactentes e crianças com bronquiolite aguda relataram resultados conflitantes, mas a maioria demonstrou correlação entre níveis mais baixos de vitamina D e doença mais grave.[110] A suplementação de vitamina D em lactentes com bronquiolite foi associada a um período mais curto até a resolução da doença, retorno mais rápido para a alimentação oral e menor duração da hospitalização, em comparação com placebo.[111]

Sulfato de zinco

A administração de sulfato de zinco a 50 lactentes com bronquiolite aguda na enfermaria reduziu a duração da hospitalização, embora o tempo de permanência no hospital para ambos os grupos-controle e tratamento- foi maior que na maioria dos demais estudos.[112]

Inalação de óxido nítrico (iNO)

Em análises post-hoc de um estudo desenvolvido para avaliar a segurança e a tolerabilidade da inalação de óxido nítrico em 21 lactentes com bronquiolite, os lactentes que ficaram hospitalizados por mais de 24 horas e que receberam inalação de óxido nítrico tiveram um tempo de permanência no hospital menor que aqueles que não receberam inalação de óxido nítrico. Não houve diferença entre os dois grupos em relação à duração da hospitalização para aqueles que receberam alta em menos de 24 horas.[113] Um pequeno ensaio clínico randomizado subsequente com altas doses intermitentes de óxido nítrico em lactentes hospitalizados com bronquiolite relatou uma tendência de melhora na eficácia clínica, em comparação com a terapia padrão; são necessárias pesquisas adicionais.[114]

Azitromicina

Nenhum estudo deu suporte ao uso rotineiro de antibióticos macrolídeos em crianças com bronquiolite para reduzir a hospitalização, a duração do uso de oxigênio suplementar ou o tempo de internação hospitalar.[78] Um grupo examinou o microbioma das vias aéreas superiores e mostrou que a administração de azitromicina a 19 lactentes por 2 semanas durante a fase aguda da doença reduziu em 50% a sibilância recorrente nos 12 meses seguintes.[115] Esses pesquisadores descobriram que a sibilância recorrente estava associada à maior quantidade de Moraxella catarrhalis em amostras de lavagem nasal no fim do período de tratamento, independente do grupo. São necessários estudos maiores.

Laggera pterodonta

Em um ensaio clínico randomizado duplo cego com lactentes hospitalizados com bronquiolite aguda (3-24 meses de idade, n=133), a Laggera pterodonta, uma medicina tradicional chinesa, resultou em uma proporção maior de crianças que cumprem critério de alta após 96 e 120 horas, comparado ao grupo de controle.[116]

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