Investigações
Primeiras investigações a serem solicitadas
ultrassonografia pélvica (transvaginal)
Exame
A ultrassonografia pélvica (transvaginal) pode avaliar a espessura endometrial e o tamanho do útero e descartar uma anomalia estrutural, como um pólipo.[102]
A medição da espessura do endométrio por ultrassonografia transvaginal tem alta sensibilidade para detectar o câncer de endométrio (96%, usando uma espessura de endométrio >5 mm), o que faz dele um bom exame inicial não invasivo para determinar a necessidade de uma biópsia.[126] Um espessamento endometrial ≤5 mm foi associado a uma probabilidade de câncer de endométrio de 1%.[126]
Um espessamento endometrial <5 mm descarta a maioria das patologias endometriais.[127] Um limiar de ≤4 mm tem um valor preditivo negativo >99% nas mulheres com sangramento pós-menopausa.[101]
Resultado
espessamento endometrial (faixa) >4 mm merece investigações adicionais
biópsia ambulatorial do endométrio (com ou sem histeroscopia ambulatorial) e histopatologia
Exame
Confirma o diagnóstico histologicamente, identifica o subtipo e o grau do tumor. Para mulheres com câncer de endométrio, as diretrizes recomendam a análise imuno-histoquímica para o estado de MMR e/ou testes para o estado de IMS para todos os tumores. Avaliação genética adicional deve ser realizada se o tumor apresentar deficiência de MMR ou alta IMS.[76][77]
Geralmente, a biópsia ambulatorial usando um cateter de sucção endometrial (sucção por cureta endometrial com cânula de Pipelle) é a etapa inicial de diagnóstico devido à sua alta sensibilidade, baixo custo e disponibilidade imediata.[68][104][105] A precisão do diagnóstico de uma biópsia em ambiente ambulatorial pode ser melhorada por histeroscopia ambulatorial, se disponível.
Resultado
a histopatologia mostra adenocarcinoma; pode ser positiva para variante genética
histeroscopia, dilatação e curetagem (D&C) e histopatologia
Exame
A histeroscopia e a dilatação e curetagem com anestesia são obrigatórias caso a biópsia ambulatorial não seja viável tecnicamente ou não seja tolerada pelo paciente.
Resultado
histopatologia mostra adenocarcinoma
Citologia cervical (esfregaço de Papanicolau ou citologia em meio líquido)
Exame
Usado principalmente para o rastreamento de displasia do colo de útero. Não é um exame de rastreamento para câncer de endométrio.
Todavia, em cerca de 50% dos casos, pode identificar anormalidades em locais mais altos no trato genital.[110] É significativo especialmente para mulheres >40 anos.
A identificação de células glandulares atípicas na citologia de colo de útero requer avaliação imediata com uma amostragem endometrial.[24][25][110]
A análise genética combinada com citologia em meio líquido pode melhorar a sensibilidade diagnóstica das neoplasias endometriais.[128][129]
Resultado
células glandulares atípicas na citologia de colo de útero
Hemograma completo
Exame
Hemoglobina <120 g/L (12 g/dL) suspeita de sangramento significativo.
Resultado
anemia
Investigações a serem consideradas
Análise molecular e genética
Exame
Para mulheres com câncer de endométrio, as diretrizes recomendam a análise imuno-histoquímica para o estado de MMR e/ou testes para o estado de IMS para todos os tumores. Avaliação genética adicional deve ser realizada se o tumor apresentar deficiência de MMR ou alta IMS.[76][77]
A imuno-histoquímica pode ser realizada na biópsia inicial ou por dilatação e curetagem, ou na amostra final da histerectomia. Outros testes para traçar o perfil molecular incluem imuno-histoquímica para mutações em p53 e sequenciamento para mutações em POLE.[19][76][106][107][108] A análise molecular pode ser prognóstica e orientar o tratamento.[109]
Pode-se considerar o teste de carga mutacional tumoral (TMB) com um ensaio validado, especialmente nos casos de doença avançada ou recorrente. Deve-se realizar o teste para receptor estrogênico nos tumores em estádio III e IV e recorrentes. O teste imuno-histoquímico para HER2 é recomendado para o carcinoma seroso ou carcinossarcoma, e pode ser considerado para os tumores com p53 anormal. O teste da fusão gênica NTRK pode ser considerado nos casos de doença metastática ou recorrente.[76]
A avaliação do risco genético é recomendada para pacientes com forte história familiar de câncer colorretal ou de endométrio.[74][75]
Resultado
pode ser positiva ou negativa para deficiência de reparo de erro de pareamento (MMR)/IMS-alta, mutação POLE, anormalidade em p53, expressão de HER2, receptores estrogênicos e fusão gênica NTRK; TMB-baixa ou TMB-alta
nível de CA-125 (antígeno oncofetal 125) sérico
Exame
Pode ser solicitado quando houver suspeita de doença extrauterina/metastática ou quando a histologia for serosa ou de células claras.
O antígeno CA-125 sérico não é recomendado como exame de rotina, pois pode levar a investigações desnecessárias e tratamento excessivo (embora possa ser útil para monitoramento do câncer de endométrio).
Resultado
tipicamente <35 unidades/mL (dependendo do laboratório)
histerossonografia de infusão de solução salina
Exame
Pode oferecer imagens detalhadas do endométrio, caso a ultrassonografia pélvica (transvaginal) de rotina não seja conclusiva; no entanto, não costuma ser usada rotineiramente.[101]
Envolve a injeção transcervical de fluido estéril (por exemplo, soro fisiológico) na cavidade uterina durante uma ultrassonografia em tempo real do endométrio.[103]
Resultado
lesões de massa, aumento uterino e pólipos são demonstrados
ureia e creatinina (teste da função renal)
Exame
A creatinina elevada pode sugerir envolvimento ou obstrução do sistema renal.
Resultado
creatinina sérica elevada se houver envolvimento renal secundário à doença metastática
TFHs
Exame
Pode sugerir envolvimento do fígado ou ósseo.
Resultado
fosfatase alcalina elevada se houver disseminação metastática para ossos ou fígado
radiografia torácica
Exame
Deve ser realizada apenas se for clinicamente indicada para avaliar metástases pulmonares.
Pode indicar o estadiamento. Também é realizada rotineiramente como parte da investigação para cirurgia, conforme os pacientes apropriados se submeterem subsequentemente a uma cirurgia de grande porte, incluindo histerectomia.
A radiografia torácica tem baixa sensibilidade para metástases pulmonares precoces e pode ser substituída pela TC de tórax sem realce.[123][124]
Resultado
massa pulmonar, lesões arredondadas ou derrames pleurais indicativos de metástases
TC do tórax, abdome e pelve
Exame
A TC de tórax, abdome e pelve é usada apenas para imagens iniciais se a apresentação do paciente sugerir doença extrauterina (por exemplo, doença avançada e/ou agressiva, incluindo tumor profundamente invasivo de grau 3, tumor seroso ou de células claras, tumor Mülleriano misto maligno).[111][112]
Ela permite detectar linfadenopatia, metástase inicial ou doença peritoneal, que podem afetar o planejamento do tratamento.[94][112]
Resultado
invasão do tecido demonstrada em doença avançada
ressonância nuclear magnética (RNM) de útero, pelve e abdome
Exame
Mostra a profundidade da invasão miometrial e a extensão local da disseminação da doença.
A RNM é útil para avaliação da extensão local da doença e da invasão dos órgãos adjacentes, para avaliar a invasão miometrial em mulheres que desejam preservar a fertilidade e evitar cirurgia, para determinação da ressectabilidade nos casos de doença recidivada e para planejar a radioterapia.[94][112][130][131]
Resultado
invasão do tecido demonstrada em doença avançada
tomografia por emissão de pósitrons/tomografia computadorizada (PET/TC)
Exame
PET/TC podem ser úteis para avaliar mulheres com câncer de endométrio que não são candidatas à cirurgia. Podem ser usadas na avaliação inicial da doença; para monitorar a resposta da doença à farmacoterapia; e para fins de acompanhamento, principalmente em caso de suspeita de recorrência.
A PET/TC é a mais sensível modalidade de geração de imagens para identificar outros locais de doença quando se planeja evisceração pélvica curativa.
Resultado
aumento da atividade metabólica nas áreas de envolvimento do tumor
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