Transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas
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Alcoholmisbruik bij jongerenPublicada por: Federaal Wetenschapsbeleid (Belspo)Última publicação: 2015Alcoholmisbruik bij jongerenPublicada por: Federaal Wetenschapsbeleid (Belspo)Última publicação: 2015Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
consumo de bebidas alcoólicas de risco
intervenções breves
As pessoas com uso não saudável de bebidas alcoólicas que não atendem aos critérios para transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas geralmente podem ser tratadas com uma intervenção breve. Essas intervenções geralmente duram de 5-15 minutos, seguem um esboço estruturado, fornecem educação e podem ou não incluir tratamentos de acompanhamento. Nos pacientes com consumo arriscado, essas intervenções reduzem o consumo total de bebidas alcoólicas.[42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud [80]Bertholet N, Daeppen JB, Wietlisbach V, et al. Reduction of alcohol consumption by brief alcohol intervention in primary care: systematic review and meta-analysis. Arch Intern Med. 2005 May 9;165(9):986-95. https://www.doi.org/10.1001/archinte.165.9.986 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15883236?tool=bestpractice.com [81]Álvarez-Bueno C, Rodríguez-Martín B, García-Ortiz L, et al. Effectiveness of brief interventions in primary health care settings to decrease alcohol consumption by adult non-dependent drinkers: a systematic review of systematic reviews. Prev Med. 2015 Jul;76(suppl):S33-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25514547?tool=bestpractice.com
As intervenções breves podem consistir de uma ou mais sessões em ambiente de clínica ou hospitalar (por exemplo, no pronto-socorro ou unidade de internação), nas quais são fornecidos educação e feedbacks sobre o uso de bebidas alcoólicas pelo paciente e suas consequências de forma empática e apoiadora.
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What are the effects of brief interventions in heavy alcohol users admitted to general hospital wards?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.593/fullMostre-me a resposta As intervenções breves podem ser melhoradas pelo acompanhamento; por exemplo, um ensaio clínico randomizado e controlado em vários locais no cenário de traumas mostrou melhora em várias medidas de consumo de álcool em até 12 meses para os pacientes que receberam um telefonema de acompanhamento individualizado, além de uma entrevista motivacional breve, em comparação com aqueles que receberam apenas a entrevista.[82]Field C, Walters S, Marti CN, et al. A multisite randomized controlled trial of brief intervention to reduce drinking in the trauma care setting: how brief is brief? Ann Surg. 2014 May;259(5):873-80.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3984362
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24263324?tool=bestpractice.com
Um meio formal de avaliar a eficácia do plano e as visitas de acompanhamento com o médico devem fazer parte do plano.[83]Kaner EF, Beyer FR, Muirhead C, et al. Effectiveness of brief alcohol interventions in primary care populations. Cochrane Database Syst Rev. 2018 Feb 24;(2):CD004148.
http://cochranelibrary-wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD004148.pub4/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29476653?tool=bestpractice.com
Embora as intervenções breves sejam fáceis de administrar, elas vão além de simplesmente dizer aos pacientes para reduzir o uso de bebidas alcoólicas: em estudos sobre sua efetividade, os médicos foram treinados para fornecer feedback estruturado com base no risco de um indivíduo e no desejo de mudar seu comportamento. Uma estrutura comumente utilizada é o método FRAMES (Feedback, Responsibility, Advice, Menu of options, Emphatic style, Self-efficacy): Feedback, Responsabilidade, Conselho, Menu de opções, Estilo empático, Autoeficácia.
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Método FRAMES para intervenção breveAdaptado pelos autores do tópico do Best Practice de: Bien TH et al. Addiction. 1993 Mar;88(3):315-35 [Citation ends].
manejo de comorbidades clínicas
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os pacientes com uso não saudável de bebidas alcoólicas geralmente apresentam hipertensão arterial, insônia, ganho de peso, distúrbios cognitivos, sofrimento gastrointestinal e arritmias cardíacas coexistentes. É importante enfatizar que muitas dessas condições podem se agravar com o uso de bebidas alcoólicas, mesmo em níveis baixos. O manejo de comorbidades físicas e o atendimento integrado oportuno são importantes para melhorar o bem-estar do paciente e apoiam o engajamento no atendimento.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment [114]AshaRani PV, Karuvetil MZ, Brian TYW, et al. Prevalence and correlates of physical comorbidities in alcohol use disorder (AUD): a pilot study in treatment-seeking population. Int J Ment Health Addict. 2022 Jan 23;1-18. https://www.doi.org/10.1007/s11469-021-00734-5 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35095353?tool=bestpractice.com O manejo em cuidados crônicos reduz os danos do transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas nos pacientes com comorbidades clínicas.[115]Saitz R, Cheng DM, Winter M, et al. Chronic care management for dependence on alcohol and other drugs: the AHEAD randomized trial. JAMA. 2013 Sep 18;310(11):1156-67. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3902022 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24045740?tool=bestpractice.com Os programas de tratamento devem prever o encaminhamento externo para serviços médicos, quando indicado.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment
entrevista motivacional
A entrevista motivacional (uma técnica que ajuda o paciente a identificar seus próprios objetivos) é uma maneira efetiva e centrada no paciente de envolver os pacientes no tratamento e reduzir o uso de substâncias.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment [42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud [84]Miller WR, Rollnick S. Motivational interviewing: preparing people to change addictive behavior. New York, NY: Guilford Press; 1991. A entrevista motivacional requer que os médicos evitem confrontar, rotular ou direcionar o paciente, mas que evidenciem a ambivalência do paciente e apoiem sua motivação para mudar por meio de perguntas abertas, afirmações, declarações reflexivas e resumos. Ela pode ser implementada efetivamente no cenário comunitário, se os médicos forem treinados nessa abordagem.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment [42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud
No entanto, há limitações de qualidade nas evidências sobre a entrevista motivacional. Uma revisão sistemática Cochrane revelou que a entrevista motivacional pode ser efetiva na redução do uso de substâncias em curto prazo ou de imediato (em comparação com a ausência de tratamento), mas não teve efeito sobre a prontidão para mudar o comportamento.[85]Schwenker R, Dietrich CE, Hirpa S, et al. Motivational interviewing for substance use reduction. Cochrane Database Syst Rev. 2023 Dec 12;12(12):CD008063. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10714668 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38084817?tool=bestpractice.com Os estudos foram heterogêneos, sem evidências específicas sobre o uso de bebidas alcoólicas.
manejo de comorbidades clínicas
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os pacientes com uso não saudável de bebidas alcoólicas geralmente apresentam hipertensão arterial, insônia, ganho de peso, distúrbios cognitivos, sofrimento gastrointestinal e arritmias cardíacas coexistentes. É importante enfatizar que muitas dessas condições podem se agravar com o uso de bebidas alcoólicas, mesmo em níveis baixos. O manejo de comorbidades físicas e o atendimento integrado oportuno são importantes para melhorar o bem-estar do paciente e apoiam o engajamento no atendimento.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment [114]AshaRani PV, Karuvetil MZ, Brian TYW, et al. Prevalence and correlates of physical comorbidities in alcohol use disorder (AUD): a pilot study in treatment-seeking population. Int J Ment Health Addict. 2022 Jan 23;1-18. https://www.doi.org/10.1007/s11469-021-00734-5 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35095353?tool=bestpractice.com O manejo em cuidados crônicos reduz os danos do transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas nos pacientes com comorbidades clínicas.[115]Saitz R, Cheng DM, Winter M, et al. Chronic care management for dependence on alcohol and other drugs: the AHEAD randomized trial. JAMA. 2013 Sep 18;310(11):1156-67. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3902022 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24045740?tool=bestpractice.com Os programas de tratamento devem prever o encaminhamento externo para serviços médicos, quando indicado.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment
transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas: adultos não gestantes sem uso concomitante de opioides ou diagnóstico de saúde mental
tratamento psicossocial
As abordagens não farmacológicas podem ser úteis para muitos pacientes com transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas, pois fornecem estratégias para ajudar os pacientes a evitar o retorno ao uso de bebidas alcoólicas, aumentar a autoeficácia e reduzir o impacto de estressores que podem precipitar o retorno ao uso. As intervenções podem ser individuais ou em grupo. Não há evidências fortes para nenhuma abordagem e, portanto, a preferência do paciente e a disponibilidade local devem orientar a escolha do tratamento.[42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud [86]Wendt DC, Gone JP. Group therapy for substance use disorders: a survey of clinician practices. J Groups Addict Recover. 2017;12(4):243-59. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30546274?tool=bestpractice.com [87]World Health Organization. Mental Health Gap Action Programme (mhGAP) guideline for mental, neurological and substance use disorders, third edition. Nov 2023 [internet publication]. https://www.who.int/publications/i/item/9789240084278
O Department of Veterans Affairs /Department of Defense sugere as seguintes opções de primeira linha que demonstraram efeito modesto no consumo de bebidas alcoólicas e na recuperação: terapia cognitivo-comportamental (TCC, auxilia os pacientes a lidarem com pensamentos de retorno ao uso de bebidas alcoólicas e cognições negativas); terapia comportamental para casais (visa melhorar o funcionamento do relacionamento com metas para reduzir o uso de bebidas alcoólicas com apoio do parceiro); abordagem de reforço comunitário (abordagem cognitivo-comportamental abrangente que aborda contingências ambientais que influenciam o comportamento de beber); terapia de aprimoramento motivacional (baseada nos princípios da entrevista motivacional, mas usando um plano estruturado e individualizado que incorpora avaliação e feedback para aumentar a autoeficácia); e facilitação de 12 passos (abordagem sistematizada que visa aumentar o envolvimento nos Alcoólicos Anônimos [AA] ou outros grupos de autoajuda baseados em 12 passos).[42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud
Os programas para pacientes ambulatoriais e pacientes ambulatoriais intensivos geralmente incluem sessões programadas de tratamento para uma ou duas vezes por semana a várias vezes na semana, com tratamento estendido para várias semanas a meses (ou mais).
O AA, fundado em 1939, é o programa mais comum. Seu objetivo primário é ajudar os indivíduos a manter a abstinência total do álcool e de outras substâncias aditivas.
Alcoholics Anonymous
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Does RCT evidence indicate that manualized Alcoholics Anonymous (AA) or other 12‐step programs offer benefit over alternative interventions for people with alcohol use disorder?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.2976/fullMostre-me a resposta[Evidência A]c68ec014-6900-4a8c-a372-df717225e5bfccaAAs evidências de ECRC´s indicam que os manuais dos Alcoólicos Anônimos (AA), ou outros programas de 12 passos, oferecem benefícios em relação a intervenções alternativas para pessoas com transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas? Os programas de autoajuda, como o AA, podem oferecer um suporte adicional para muitos pacientes e seus familiares. Os pacientes que demonstrarem benefícios com o comparecimento a grupos de apoio devem ser encorajados a comparecerem às reuniões do grupo por um período estendido; alguns pacientes podem se beneficiar desse comparecimento por tempo indeterminado. Em um grande ensaio clínico randomizado e controlado, o AA melhorou os desfechos de consumo de bebidas alcoólicas, em grande parte por meio de melhoras nas mudanças de redes sociais adaptativas e na autoeficácia social.[88]Kelly JF, Hoeppner B, Stout RL, et al. Determining the relative importance of the mechanisms of behavior change within Alcoholics Anonymous: a multiple mediator analysis. Addiction. 2012 Feb;107(2):289-99.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3242865
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21917054?tool=bestpractice.com
Cada grupo de AA é independente, então os pacientes devem ser encorajados a tentar vários se um não for adequado. Para aqueles que têm experiências ou opiniões negativas sobre o AA, é importante que os médicos estejam cientes das alternativas, como grupos da Smart Recovery.
Reavaliar a cada 3 meses para agravamento do uso ou prejuízos do álcool.
manejo de comorbidades clínicas
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os pacientes com uso não saudável de bebidas alcoólicas geralmente apresentam hipertensão arterial, insônia, ganho de peso, distúrbios cognitivos, sofrimento gastrointestinal e arritmias cardíacas coexistentes. É importante enfatizar que muitas dessas condições podem se agravar com o uso de bebidas alcoólicas, mesmo em níveis baixos. O manejo de comorbidades físicas e o atendimento integrado oportuno são importantes para melhorar o bem-estar do paciente e apoiam o engajamento no atendimento.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment [114]AshaRani PV, Karuvetil MZ, Brian TYW, et al. Prevalence and correlates of physical comorbidities in alcohol use disorder (AUD): a pilot study in treatment-seeking population. Int J Ment Health Addict. 2022 Jan 23;1-18. https://www.doi.org/10.1007/s11469-021-00734-5 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35095353?tool=bestpractice.com O manejo em cuidados crônicos reduz os danos do transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas nos pacientes com comorbidades clínicas.[115]Saitz R, Cheng DM, Winter M, et al. Chronic care management for dependence on alcohol and other drugs: the AHEAD randomized trial. JAMA. 2013 Sep 18;310(11):1156-67. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3902022 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24045740?tool=bestpractice.com Os programas de tratamento devem prever o encaminhamento externo para serviços médicos, quando indicado.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment
naltrexona
A naltrexona é um antagonista de receptores opioides que diminui o uso de bebidas alcoólicas atenuando seus efeitos gratificantes e reforçadores. Especificamente, a naltrexona bloqueia a estimulação dos receptores opioides por opioides endógenos e diminui a liberação de dopamina na área tegmental ventral.[91]Soyka M, Rösner S. Opioid antagonists for pharmacological treatment of alcohol dependence - a critical review. Curr Drug Abuse Rev. 2008 Nov;1(3):280-91. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19630726?tool=bestpractice.com Está disponível nas formulações intramuscular e oral. Ela é particularmente útil em pacientes com uma história familiar de transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas e naqueles com fissuras alcoólicas significativas.[16]Swift RM. Drug therapy for alcohol dependence. N Engl J Med. 1999 May 13;340(19):1482-90. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10320388?tool=bestpractice.com [51]Reus VI, Fochtmann LJ, Bukstein O, et al. The American Psychiatric Association practice guideline for the pharmacological treatment of patients with alcohol use disorder. Am J Psychiatry. 2018 Jan 1;175(1):86-90. https://psychiatryonline.org/doi/book/10.1176/appi.books.9781615371969 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29301420?tool=bestpractice.com [92]Lingford-Hughes AR, Welch S, Peter L, et al. BAP updated guidelines: evidence-based guidelines for the pharmacological management of substance abuse, harmful use, addiction, and comorbidity: recommendations from BAP. J Psychopharmacol. 2012 Jul;26(7):899-952. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22628390?tool=bestpractice.com
A naltrexona oral pode ser iniciada nos pacientes que ainda bebem, e geralmente é bem tolerada. A naltrexona pode precipitar a abstinência de opioides naqueles com opioides em seu sistema. Ela não é iniciada até que os pacientes estejam livres de opioides por vários dias (7 a 10 dias) e é contraindicada para aqueles que necessitam de agonistas opioides para dor ou transtorno relacionado ao uso de opioides. A naltrexona pode causar desconforto estomacal e um leve aumento nos testes da função hepática, especialmente na formulação oral. Como tal, a formulação oral não é recomendada nos pacientes com dosagens de alanina aminotransferase (ALT) superiores a 5 vezes o limite normal. A naltrexona intramuscular parece ser segura, exceto na insuficiência hepática aguda ou na cirrose descompensada. Como não sofre metabolismo de primeira passagem no fígado, a concentração sérica é mais previsível e considerada mais segura.[93]Antonelli M, Ferrulli A, Sestito L, et al. Alcohol addiction - the safety of available approved treatment options. Expert Opin Drug Saf. 2018 Feb;17(2):169-77. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29120249?tool=bestpractice.com [94]Ciraulo DA, Dong Q, Silverman BL, et al. Early treatment response in alcohol dependence with extended-release naltrexone. J Clin Psychiatry. 2008 Feb;69(2):190-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18348601?tool=bestpractice.com [95]Lucey MR, Silverman BL, Illeperuma A, et al. Hepatic safety of once-monthly injectable extended-release naltrexone administered to actively drinking alcoholics. Alcohol Clin Exp Res. 2008 Mar;32(3):498-504. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18241321?tool=bestpractice.com
O tratamento com naltrexona reduz os dias de consumo excessivo de álcool, aumenta a abstinência e reduz o risco de retorno a qualquer consumo excessivo de álcool a 3 e a 12 meses após o tratamento, em comparação com o placebo.[96]Anton RF, O'Malley SS, Ciraulo DA, et al. Combined pharmacotherapies and behavioral interventions for alcohol dependence: the COMBINE study: a randomized controlled trial. JAMA. 2006 May 3;295(17):2003-17.
http://jama.ama-assn.org/cgi/reprint/295/17/2003.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16670409?tool=bestpractice.com
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What are the effects of opioid antagonists in people with alcohol dependence?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.601/fullMostre-me a resposta Em uma metanálise de 118 ensaios clínicos randomizados e controlados, o número necessário para tratar (NNT) para prevenir o retorno ao consumo de álcool para a naltrexona oral foi de 18, e o NNT para reduzir o consumo intenso foi de 11.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com
A formulação intramuscular de naltrexona pode ser mais eficaz em pacientes com dificuldade em tomar o tratamento medicamentoso diariamente, com algumas evidências de que pode reduzir a porcentagem de dias de consumo de bebidas alcoólicas (redução de 5% vs. placebo).[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com
[98]Pettinati HM, Silverman BL, Battisti JJ, et al. Efficacy of extended-release naltrexone in patients with relatively higher severity of alcohol dependence. Alcohol Clin Exp Res. 2011 Oct;35(10):1804-11.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21575016?tool=bestpractice.com
A naltrexona é considerada uma opção medicamentosa de primeira linha para os transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas, em conjunto com terapia psicossocial.[51]Reus VI, Fochtmann LJ, Bukstein O, et al. The American Psychiatric Association practice guideline for the pharmacological treatment of patients with alcohol use disorder. Am J Psychiatry. 2018 Jan 1;175(1):86-90. https://psychiatryonline.org/doi/book/10.1176/appi.books.9781615371969 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29301420?tool=bestpractice.com [97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com [99]Bahji A, Bach P, Danilewitz M, et al. Pharmacotherapies for adults with alcohol use disorders: a systematic review and network meta-analysis. J Addict Med. 2022 Nov-Dec 01;16(6):630-8. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10010623 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35653782?tool=bestpractice.com No entanto, o uso na prática clínica pode nem sempre refletir essa posição sugerida no tratamento; os grupos de diretrizes são unânimes em enfatizar a importância da escolha informada do paciente, com as preferências do paciente e as necessidades de cuidado sendo centrais para o planejamento do tratamento.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment [42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud [51]Reus VI, Fochtmann LJ, Bukstein O, et al. The American Psychiatric Association practice guideline for the pharmacological treatment of patients with alcohol use disorder. Am J Psychiatry. 2018 Jan 1;175(1):86-90. https://psychiatryonline.org/doi/book/10.1176/appi.books.9781615371969 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29301420?tool=bestpractice.com
A naltrexona pode ser usada como monoterapia ou em combinação com gabapentina, topiramato, acamprosato ou dissulfiram (a menos que medicamentos específicos sejam contraindicados).
Sugere-se que os medicamentos sejam mantidos por pelo menos 6 meses devido à natureza crônica e a propensão à recidiva da condição.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com O tratamento adicional é determinado por meio de tomada de decisão compartilhada.
Opções primárias
naltrexona: 50 mg por via oral uma vez ao dia; 380 mg por via intramuscular a cada 4 semanas
manejo de comorbidades clínicas
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os pacientes com uso não saudável de bebidas alcoólicas geralmente apresentam hipertensão arterial, insônia, ganho de peso, distúrbios cognitivos, sofrimento gastrointestinal e arritmias cardíacas coexistentes. É importante enfatizar que muitas dessas condições podem se agravar com o uso de bebidas alcoólicas, mesmo em níveis baixos. O manejo de comorbidades físicas e o atendimento integrado oportuno são importantes para melhorar o bem-estar do paciente e apoiam o engajamento no atendimento.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment [114]AshaRani PV, Karuvetil MZ, Brian TYW, et al. Prevalence and correlates of physical comorbidities in alcohol use disorder (AUD): a pilot study in treatment-seeking population. Int J Ment Health Addict. 2022 Jan 23;1-18. https://www.doi.org/10.1007/s11469-021-00734-5 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35095353?tool=bestpractice.com O manejo em cuidados crônicos reduz os danos do transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas nos pacientes com comorbidades clínicas.[115]Saitz R, Cheng DM, Winter M, et al. Chronic care management for dependence on alcohol and other drugs: the AHEAD randomized trial. JAMA. 2013 Sep 18;310(11):1156-67. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3902022 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24045740?tool=bestpractice.com Os programas de tratamento devem prever o encaminhamento externo para serviços médicos, quando indicado.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment
tratamento psicossocial
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O uso de tratamento farmacológico não impede outro suporte psicossocial; e o suporte psicossocial não impede o uso de tratamento farmacológico. De fato, a maior eficácia pode ser observada nos pacientes que usam uma combinação de farmacoterapia e tratamento psicossocial.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com Entretanto, a decisão do paciente de recusar o tratamento psicossocial não deve impedir ou atrasar a farmacoterapia.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment
Quando fornecida em conjunto com o tratamento farmacológico ou outras intervenções psicossociais de primeira linha, o Department of Veterans Affairs /Department of Defense relata evidências para dar suporte a opções de terapia cognitivo-comportamental (TCC), terapia de aprimoramento motivacional ou facilitação de 12 passos de programas como Alcoólicos Anônimos.[42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud As estratégias de terapia de aprimoramento motivacional, em particular, foram reconhecidas por incentivar o engajamento e a retenção no cuidado.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment
Uma revisão sistemática Cochrane encontrou evidências de certeza moderada de que, em comparação com a terapia psicossocial isolada, adicionar tratamento farmacológico era seguro e reduzia o número de "etilistas crônicos", mas o efeito em outros desfechos (como volume e frequência de consumo ou retenção de tratamento) não foi claro.[89]Minozzi S, La Rosa GRM, Salis F, et al. Combined pharmacological and psychosocial interventions for alcohol use disorder. Cochrane Database Syst Rev. 2025 Mar 20;3(3):CD015673. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40110869?tool=bestpractice.com Também não havia certeza se adicionar a terapia psicossocial trazia benefícios em comparação ao tratamento farmacológico isolado. A maioria dos estudos avaliou a TCC como adjuvante à naltrexona em pessoas sem comorbidade de saúde mental ou transtorno decorrente do uso de substâncias.[89]Minozzi S, La Rosa GRM, Salis F, et al. Combined pharmacological and psychosocial interventions for alcohol use disorder. Cochrane Database Syst Rev. 2025 Mar 20;3(3):CD015673. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40110869?tool=bestpractice.com
acamprosato
O acamprosato normaliza o glutamato e os sistemas de neurotransmissores de ácido gama-aminobutírico no sistema nervoso central. Acredita-se que essas ações reduzam os sintomas continuados associados à abstinência alcoólica (por exemplo, ansiedade, insônia) e as fissuras. Ele é primariamente metabolizado pelos rins, podendo ser necessária redução da dose nos pacientes com comprometimento renal (seu uso é contraindicado se o clearance de creatinina for <30 mL/minuto).[51]Reus VI, Fochtmann LJ, Bukstein O, et al. The American Psychiatric Association practice guideline for the pharmacological treatment of patients with alcohol use disorder. Am J Psychiatry. 2018 Jan 1;175(1):86-90. https://psychiatryonline.org/doi/book/10.1176/appi.books.9781615371969 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29301420?tool=bestpractice.com O acamprosato aumenta a taxa e a duração da abstinência, em comparação com o placebo.[100]Rösner S, Hackl-Herrwerth A, Leucht S, et al. Acamprosate for alcohol dependence. Cochrane Database Syst Rev. 2010 Sep 8;(9):CD004332. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD004332.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20824837?tool=bestpractice.com [101]Mason BJ, Lehert P. Acamprosate for alcohol dependence: a sex-specific meta-analysis based on individual patient data. Alcohol Clin Exp Res. 2012 Mar;36(3):497-508. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3288465 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21895717?tool=bestpractice.com O acamprosato é seguro para uso em pacientes que bebem ativamente, mas as evidências para seu uso são provenientes de estudos com pessoas que já pararam de beber. Na metanálise, o número necessário para tratar é 11 para evitar o retorno ao consumo de álcool.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com A diarreia é um efeito adverso comum.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com
A naltrexona e o acamprosato são considerados igualmente eficazes, sendo ambos considerados opções de farmacoterapia de primeira escolha por orientações e evidências.[51]Reus VI, Fochtmann LJ, Bukstein O, et al. The American Psychiatric Association practice guideline for the pharmacological treatment of patients with alcohol use disorder. Am J Psychiatry. 2018 Jan 1;175(1):86-90. https://psychiatryonline.org/doi/book/10.1176/appi.books.9781615371969 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29301420?tool=bestpractice.com [97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com [99]Bahji A, Bach P, Danilewitz M, et al. Pharmacotherapies for adults with alcohol use disorders: a systematic review and network meta-analysis. J Addict Med. 2022 Nov-Dec 01;16(6):630-8. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10010623 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35653782?tool=bestpractice.com No entanto, os grupos de diretrizes são unânimes em enfatizar a importância da escolha informada do paciente, com as preferências e necessidades de cuidados do paciente sendo centrais para o planejamento do tratamento.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment [42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud [51]Reus VI, Fochtmann LJ, Bukstein O, et al. The American Psychiatric Association practice guideline for the pharmacological treatment of patients with alcohol use disorder. Am J Psychiatry. 2018 Jan 1;175(1):86-90. https://psychiatryonline.org/doi/book/10.1176/appi.books.9781615371969 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29301420?tool=bestpractice.com A quantidade de comprimidos pode reduzir a eficácia do acamprosato e limitar seu uso na prática clínica.
Sugere-se que os medicamentos sejam mantidos por pelo menos 6 meses devido à natureza crônica e a propensão à recidiva da condição.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com O tratamento adicional é determinado por meio de tomada de decisão compartilhada.
Opções primárias
acamprosato: 666 mg por via oral três vezes ao dia
manejo de comorbidades clínicas
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os pacientes com uso não saudável de bebidas alcoólicas geralmente apresentam hipertensão arterial, insônia, ganho de peso, distúrbios cognitivos, sofrimento gastrointestinal e arritmias cardíacas coexistentes. É importante enfatizar que muitas dessas condições podem se agravar com o uso de bebidas alcoólicas, mesmo em níveis baixos. O manejo de comorbidades físicas e o atendimento integrado oportuno são importantes para melhorar o bem-estar do paciente e apoiam o engajamento no atendimento.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment [114]AshaRani PV, Karuvetil MZ, Brian TYW, et al. Prevalence and correlates of physical comorbidities in alcohol use disorder (AUD): a pilot study in treatment-seeking population. Int J Ment Health Addict. 2022 Jan 23;1-18. https://www.doi.org/10.1007/s11469-021-00734-5 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35095353?tool=bestpractice.com O manejo em cuidados crônicos reduz os danos do transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas nos pacientes com comorbidades clínicas.[115]Saitz R, Cheng DM, Winter M, et al. Chronic care management for dependence on alcohol and other drugs: the AHEAD randomized trial. JAMA. 2013 Sep 18;310(11):1156-67. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3902022 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24045740?tool=bestpractice.com Os programas de tratamento devem predizer encaminhamento externo para serviços médicos, quando indicado.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment
tratamento psicossocial
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O uso de tratamento farmacológico não impede outro suporte psicossocial; e o suporte psicossocial não impede o uso de tratamento farmacológico. De fato, a maior eficácia pode ser observada nos pacientes que usam uma combinação de farmacoterapia e tratamento psicossocial.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com Entretanto, a decisão do paciente de recusar o tratamento psicossocial não deve impedir ou atrasar a farmacoterapia.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment
Quando fornecida em conjunto com o tratamento farmacológico ou outras intervenções psicossociais de primeira linha, o Department of Veterans Affairs /Department of Defense relata evidências para dar suporte a opções de terapia cognitivo-comportamental (TCC), terapia de aprimoramento motivacional ou facilitação de 12 passos de programas como Alcoólicos Anônimos.[42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud As estratégias de terapia de aprimoramento motivacional, em particular, foram reconhecidas por incentivar o engajamento e a retenção no cuidado.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment
Uma revisão sistemática Cochrane encontrou evidências de certeza moderada de que, em comparação com a terapia psicossocial isolada, adicionar tratamento farmacológico era seguro e reduzia o número de "etilistas crônicos", mas o efeito em outros desfechos (como volume e frequência de consumo ou retenção de tratamento) não foi claro.[89]Minozzi S, La Rosa GRM, Salis F, et al. Combined pharmacological and psychosocial interventions for alcohol use disorder. Cochrane Database Syst Rev. 2025 Mar 20;3(3):CD015673. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40110869?tool=bestpractice.com Também não havia certeza se adicionar a terapia psicossocial trazia benefícios em comparação ao tratamento farmacológico isolado. A maioria dos estudos avaliou a TCC como adjuvante à naltrexona em pessoas sem comorbidade de saúde mental ou transtorno decorrente do uso de substâncias.[89]Minozzi S, La Rosa GRM, Salis F, et al. Combined pharmacological and psychosocial interventions for alcohol use disorder. Cochrane Database Syst Rev. 2025 Mar 20;3(3):CD015673. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40110869?tool=bestpractice.com
topiramato
O topiramato é um anticonvulsivante que demonstrou em ensaios clínicos randomizados e controlados diminuir a fissura e os sintomas de abstinência e melhorar significativamente o bem-estar físico e psicossocial de pacientes com transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas, em comparação com placebo.[105]Johnson BA, Ait-Daoud N, Bowden CL, et al. Oral topiramate for treatment of alcohol dependence: a randomised controlled trial. Lancet. 2003 May 17;361(9370):1677-85. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12767733?tool=bestpractice.com [106]Johnson BA, Rosenthal N, Capece JA, et al. Topiramate for treating alcohol dependence: a randomized controlled trial. JAMA. 2007 Oct 10;298(14):1641-51. http://jama.ama-assn.org/cgi/content/full/298/14/1641 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17925516?tool=bestpractice.com [107]Johnson BA, Rosenthal N, Capece JA, et al. Improvement of physical health and quality of life of alcohol-dependent individuals with topiramate treatment: US multisite randomized controlled trial. Arch Intern Med. 2008 Jun 9;168(11):1188-99. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18541827?tool=bestpractice.com [108]Shinn AK, Greenfield SF. Topiramate in the treatment of substance-related disorders: a critical review of the literature. J Clin Psychiatry. 2010 May;71(5):634-48. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3736141 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20361908?tool=bestpractice.com [109]Kenna GA, Lomastro TL, Schiesl A, et al. Review of topiramate: an antiepileptic for the treatment of alcohol dependence. Curr Drug Abuse Rev. 2009 May;2(2):135-42. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19630744?tool=bestpractice.com [134]Swift R. Emerging approaches to managing alcohol dependence. Am J Health Syst Pharm. 2007 Mar 1;64(5 suppl 3):S12-22. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17322178?tool=bestpractice.com [135]Heilig M, Egli M. Pharmacological treatment of alcohol dependence: target symptoms and target mechanisms. Pharmacol Ther. 2006 Sep;111(3):855-76. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16545872?tool=bestpractice.com
Na metanálise, em comparação com o placebo, o topiramato reduziu a porcentagem de dias de consumo de álcool em 7%, os dias de consumo excessivo de álcool em 6% e o número de bebidas por dia de consumo de álcool em 2.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com É importante salientar que a eficácia foi estabelecida em indivíduos que estavam consumindo bebidas alcoólicas quando o medicamento começou a ser administrado.[110]Swift RM. Topiramate for the treatment of alcohol dependence: initiating abstinence. Lancet. 2003 May 17;361(9370):1666-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12767727?tool=bestpractice.com Um estudo demonstrou que apenas indivíduos homozigotos para o gene que codifica a proteína receptora de cainato tiveram uma redução em dias de consumo excessivo de bebidas alcoólicas no tratamento com topiramato.[111]Kranzler HR, Covault J, Feinn R, et al. Topiramate treatment for heavy drinkers: moderation by a GRIK1 polymorphism. Am J Psychiatry. 2014 Apr;171(4):445-52. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3997125 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24525690?tool=bestpractice.com
Os benefícios do topiramato devem ser ponderados em relação ao número necessário para causar dano, devido ao seu alto perfil de efeitos colaterais, incluindo visão turva, parestesias, memória fraca e perda de coordenação.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com O topiramato foi mal tolerado em ensaios clínicos, causando duas vezes mais desistências devido a efeitos adversos do que o placebo.[99]Bahji A, Bach P, Danilewitz M, et al. Pharmacotherapies for adults with alcohol use disorders: a systematic review and network meta-analysis. J Addict Med. 2022 Nov-Dec 01;16(6):630-8. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10010623 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35653782?tool=bestpractice.com
Em alguns países, o topiramato é contraindicado nas mulheres em idade fértil, a menos que as condições de um programa de prevenção da gravidez sejam atendidas.[121]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. Topiramate (Topamax): introduction of new safety measures, including a pregnancy prevention programme. Jun 2024 [internet publication]. https://www.gov.uk/drug-safety-update/topiramate-topamax-introduction-of-new-safety-measures-including-a-pregnancy-prevention-programme [123]European Medicines Agency. PRAC recommends new measures to avoid topiramate exposure in pregnancy. Sep 2023 [internet publication]. https://www.ema.europa.eu/en/news/prac-recommends-new-measures-avoid-topiramate-exposure-pregnancy
O uso na prática clínica pode nem sempre refletir essa posição sugerida no tratamento; os grupos de diretrizes são unânimes em enfatizar a importância da escolha informada do paciente, com as preferências do paciente e as necessidades de cuidado sendo centrais para o planejamento do tratamento.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment [42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud [51]Reus VI, Fochtmann LJ, Bukstein O, et al. The American Psychiatric Association practice guideline for the pharmacological treatment of patients with alcohol use disorder. Am J Psychiatry. 2018 Jan 1;175(1):86-90. https://psychiatryonline.org/doi/book/10.1176/appi.books.9781615371969 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29301420?tool=bestpractice.com
Sugere-se que os medicamentos sejam mantidos por pelo menos 6 meses devido à natureza crônica e a propensão à recidiva da condição.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com O tratamento adicional é determinado por meio de tomada de decisão compartilhada.
Opções primárias
topiramato: 100-150 mg por via oral (liberação imediata) duas vezes ao dia
manejo de comorbidades clínicas
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os pacientes com uso não saudável de bebidas alcoólicas geralmente apresentam hipertensão arterial, insônia, ganho de peso, distúrbios cognitivos, distúrbios gastrointestinais e arritmias cardíacas coexistentes. É importante enfatizar que muitas dessas condições podem se agravar com o uso de bebidas alcoólicas, mesmo em níveis baixos. O manejo de comorbidades físicas e o atendimento integrado oportuno são importantes para melhorar o bem-estar do paciente e apoiam o engajamento no atendimento.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment [114]AshaRani PV, Karuvetil MZ, Brian TYW, et al. Prevalence and correlates of physical comorbidities in alcohol use disorder (AUD): a pilot study in treatment-seeking population. Int J Ment Health Addict. 2022 Jan 23;1-18. https://www.doi.org/10.1007/s11469-021-00734-5 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35095353?tool=bestpractice.com O manejo em cuidados crônicos reduz os danos do transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas nos pacientes com comorbidades clínicas.[115]Saitz R, Cheng DM, Winter M, et al. Chronic care management for dependence on alcohol and other drugs: the AHEAD randomized trial. JAMA. 2013 Sep 18;310(11):1156-67. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3902022 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24045740?tool=bestpractice.com Os programas de tratamento devem prever o encaminhamento externo para serviços médicos, quando indicado.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment
tratamento psicossocial
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O uso de tratamento farmacológico não impede outro suporte psicossocial; e o suporte psicossocial não impede o uso de tratamento farmacológico. De fato, a maior eficácia pode ser observada nos pacientes que usam uma combinação de farmacoterapia e tratamento psicossocial.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com Entretanto, a decisão do paciente de recusar o tratamento psicossocial não deve impedir ou atrasar a farmacoterapia.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment
Quando fornecida em conjunto com o tratamento farmacológico ou outras intervenções psicossociais de primeira linha, o Department of Veterans Affairs /Department of Defense relata evidências para dar suporte a opções de terapia cognitivo-comportamental (TCC), terapia de aprimoramento motivacional ou facilitação de 12 passos de programas como Alcoólicos Anônimos.[42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud As estratégias de terapia de aprimoramento motivacional, em particular, foram reconhecidas por incentivar o engajamento e a retenção no cuidado.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment
Uma revisão sistemática Cochrane encontrou evidências de certeza moderada de que, em comparação com a terapia psicossocial isolada, adicionar tratamento farmacológico era seguro e reduzia o número de "etilistas crônicos", mas o efeito em outros desfechos (como volume e frequência de consumo ou retenção de tratamento) não foi claro.[89]Minozzi S, La Rosa GRM, Salis F, et al. Combined pharmacological and psychosocial interventions for alcohol use disorder. Cochrane Database Syst Rev. 2025 Mar 20;3(3):CD015673. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40110869?tool=bestpractice.com Também não havia certeza se adicionar a terapia psicossocial trazia benefícios em comparação ao tratamento farmacológico isolado. A maioria dos estudos avaliou a TCC como adjuvante à naltrexona em pessoas sem comorbidade de saúde mental ou transtorno decorrente do uso de substâncias.[89]Minozzi S, La Rosa GRM, Salis F, et al. Combined pharmacological and psychosocial interventions for alcohol use disorder. Cochrane Database Syst Rev. 2025 Mar 20;3(3):CD015673. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40110869?tool=bestpractice.com
gabapentina
A gabapentina é aprovada para o tratamento de crises convulsivas parciais e dor neuropática. O mecanismo exato da gabapentina nos transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas não é conhecido, mas ela parece inibir a liberação de neurotransmissores excitatórios. Em um ensaio clínico randomizado e controlado (ECRC) de 96 indivíduos com transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas, a gabapentina resultou em uma diminuição estatisticamente significativa nos dias de consumo excessivo de álcool (número necessário para tratar [NNT] 5) e na prevenção do retorno ao uso (NNT 6) para pacientes com sintomas basais de abstinência alcoólica elevados.[102]Anton RF, Latham P, Voronin K, et al. Efficacy of gabapentin for the treatment of alcohol use disorder in patients with alcohol withdrawal symptoms: a randomized clinical trial. JAMA Intern Med. 2020 May 1;180(5):728-36. https://www.doi.org/10.1001/jamainternmed.2020.0249 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32150232?tool=bestpractice.com Entretanto, o maior ECRC até o momento (346 pacientes), que usou a formulação de liberação prolongada, não encontrou nenhum benefício em comparação com o placebo.[103]Falk DE, Ryan ML, Fertig JB, et al. Gabapentin enacarbil extended-release for alcohol use disorder: a randomized, double-blind, placebo-controlled, multisite trial assessing efficacy and safety. Alcohol Clin Exp Res. 2019 Jan;43(1):158-69. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC6317996 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30403402?tool=bestpractice.com Metanálises concluíram que a força das evidências para a gabapentina é baixa em geral, com quaisquer efeitos sobre desfechos do consumo de álcool sendo de significância estatística apenas limítrofe.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com [99]Bahji A, Bach P, Danilewitz M, et al. Pharmacotherapies for adults with alcohol use disorders: a systematic review and network meta-analysis. J Addict Med. 2022 Nov-Dec 01;16(6):630-8. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10010623 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35653782?tool=bestpractice.com No entanto, a gabapentina pode ser uma opção eficaz em pacientes com sintomas de abstinência alcoólica ou quando outros medicamentos são contraindicados ou mal tolerados.[42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud [51]Reus VI, Fochtmann LJ, Bukstein O, et al. The American Psychiatric Association practice guideline for the pharmacological treatment of patients with alcohol use disorder. Am J Psychiatry. 2018 Jan 1;175(1):86-90. https://psychiatryonline.org/doi/book/10.1176/appi.books.9781615371969 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29301420?tool=bestpractice.com Ela pode ser usada como monoterapia ou em conjunto com a naltrexona.[104]Anton RF, Myrick H, Wright TM, et al. Gabapentin combined with naltrexone for the treatment of alcohol dependence. Am J Psychiatry. 2011 Jul;168(7):709-17. https://www.doi.org/10.1176/appi.ajp.2011.10101436 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21454917?tool=bestpractice.com Os principais efeitos colaterais da gabapentina são tontura, torpor e náuseas. Os pacientes devem ser informados de que a interrupção abrupta da gabapentina pode diminuir o limiar convulsivo.
O uso na prática clínica pode nem sempre refletir essa posição sugerida no tratamento; os grupos de diretrizes são unânimes em enfatizar a importância da escolha informada do paciente, com as preferências do paciente e as necessidades de cuidado sendo centrais para o planejamento do tratamento.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment [42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud [51]Reus VI, Fochtmann LJ, Bukstein O, et al. The American Psychiatric Association practice guideline for the pharmacological treatment of patients with alcohol use disorder. Am J Psychiatry. 2018 Jan 1;175(1):86-90. https://psychiatryonline.org/doi/book/10.1176/appi.books.9781615371969 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29301420?tool=bestpractice.com
Sugere-se que os medicamentos sejam mantidos por pelo menos 6 meses devido à natureza crônica e a propensão à recidiva da condição.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com O tratamento adicional é determinado por meio de tomada de decisão compartilhada.
Opções primárias
gabapentina: 300-600 mg por via oral três vezes ao dia
manejo de comorbidades clínicas
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os pacientes com uso não saudável de bebidas alcoólicas geralmente apresentam hipertensão arterial, insônia, ganho de peso, distúrbios cognitivos, distúrbios gastrointestinais e arritmias cardíacas coexistentes. É importante enfatizar que muitas dessas condições podem se agravar com o uso de bebidas alcoólicas, mesmo em níveis baixos. O manejo de comorbidades físicas e o atendimento integrado oportuno são importantes para melhorar o bem-estar do paciente e apoiam o engajamento no atendimento.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment [114]AshaRani PV, Karuvetil MZ, Brian TYW, et al. Prevalence and correlates of physical comorbidities in alcohol use disorder (AUD): a pilot study in treatment-seeking population. Int J Ment Health Addict. 2022 Jan 23;1-18. https://www.doi.org/10.1007/s11469-021-00734-5 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35095353?tool=bestpractice.com O manejo em cuidados crônicos reduz os danos do transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas nos pacientes com comorbidades clínicas.[115]Saitz R, Cheng DM, Winter M, et al. Chronic care management for dependence on alcohol and other drugs: the AHEAD randomized trial. JAMA. 2013 Sep 18;310(11):1156-67. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3902022 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24045740?tool=bestpractice.com Os programas de tratamento devem prever o encaminhamento externo para serviços médicos, quando indicado.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment
tratamento psicossocial
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O uso de tratamento farmacológico não impede outro suporte psicossocial; e o suporte psicossocial não impede o uso de tratamento farmacológico. De fato, a maior eficácia pode ser observada nos pacientes que usam uma combinação de farmacoterapia e tratamento psicossocial.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com
Quando fornecida em conjunto com o tratamento farmacológico ou outras intervenções psicossociais de primeira linha, o Department of Veterans Affairs /Department of Defense relata evidências para dar suporte a opções de terapia cognitivo-comportamental (TCC), terapia de aprimoramento motivacional ou facilitação de 12 passos de programas como Alcoólicos Anônimos.[42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud As estratégias de terapia de aprimoramento motivacional, em particular, foram reconhecidas por incentivar o engajamento e a retenção no cuidado.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment
Uma revisão sistemática Cochrane encontrou evidências de certeza moderada de que, em comparação com a terapia psicossocial isolada, adicionar tratamento farmacológico era seguro e reduzia o número de "etilistas crônicos", mas o efeito em outros desfechos (como volume e frequência de consumo ou retenção de tratamento) não foi claro.[89]Minozzi S, La Rosa GRM, Salis F, et al. Combined pharmacological and psychosocial interventions for alcohol use disorder. Cochrane Database Syst Rev. 2025 Mar 20;3(3):CD015673. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40110869?tool=bestpractice.com Também não havia certeza se adicionar a terapia psicossocial trazia benefícios em comparação ao tratamento farmacológico isolado. A maioria dos estudos avaliou a TCC como adjuvante à naltrexona em pessoas sem comorbidade de saúde mental ou transtorno decorrente do uso de substâncias.[89]Minozzi S, La Rosa GRM, Salis F, et al. Combined pharmacological and psychosocial interventions for alcohol use disorder. Cochrane Database Syst Rev. 2025 Mar 20;3(3):CD015673. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40110869?tool=bestpractice.com
dissulfiram
O dissulfiram bloqueia a via catabólica do álcool inibindo a aldeído desidrogenase, aumentando, dessa forma, os níveis de acetaldeído que sucedem a ingestão de bebidas alcoólicas.
A reação dissulfiram-álcool pode produzir diversos efeitos somáticos: sintomas vasomotores (rubor), sintomas cardiovasculares (taquicardia, hipotensão), sintomas digestivos (náuseas, vômitos, diarreia), cefaleia, depressão respiratória e mal-estar. Tais sintomas geralmente são temporários, mas podem ocorrer graves reações que requerem tratamento clínico urgente. Devido à hepatotoxicidade, o dissulfiram também é contraindicado em pacientes com doença hepática comórbida relacionada ao álcool.[43]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11040545 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38174913?tool=bestpractice.com
O dissulfiram é prescrito para indivíduos que pretendem se abster do uso de bebidas alcoólicas, agindo através do reforço negativo, a fim de promover a abstinência. Os ensaios para dar suporte ao uso de dissulfiram são limitados. Uma metanálise mostrou que o dissulfiram foi mais eficaz que placebo, acamprosato ou naltrexona em ensaios clínicos randomizados e controlados (ECRCs) abertos; um achado apoiado por metanálise de rede subsequente.[99]Bahji A, Bach P, Danilewitz M, et al. Pharmacotherapies for adults with alcohol use disorders: a systematic review and network meta-analysis. J Addict Med. 2022 Nov-Dec 01;16(6):630-8. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10010623 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35653782?tool=bestpractice.com [112]Skinner MD, Lahmek P, Pham H, et al. Disulfiram efficacy in the treatment of alcohol dependence: a meta-analysis. PLoS One. 2014;9(2):e87366. https://www.doi.org/10.1371/journal.pone.0087366 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24520330?tool=bestpractice.com Entretanto, metanálises limitadas a ECRCs em caráter cego não demonstraram benefício do dissulfiram.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com [112]Skinner MD, Lahmek P, Pham H, et al. Disulfiram efficacy in the treatment of alcohol dependence: a meta-analysis. PLoS One. 2014;9(2):e87366. https://www.doi.org/10.1371/journal.pone.0087366 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24520330?tool=bestpractice.com Estudos cegos são difíceis de serem conduzidos, porque a efetividade do dissulfiram depende da expectativa que o paciente tiver da ocorrência de efeitos somáticos. A terapia com dissulfiram é mais efetiva quando supervisionada.[112]Skinner MD, Lahmek P, Pham H, et al. Disulfiram efficacy in the treatment of alcohol dependence: a meta-analysis. PLoS One. 2014;9(2):e87366. https://www.doi.org/10.1371/journal.pone.0087366 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24520330?tool=bestpractice.com
O uso na prática clínica pode nem sempre refletir essa posição sugerida no tratamento; os grupos de diretrizes são unânimes em enfatizar a importância da escolha informada do paciente, com as preferências do paciente e as necessidades de cuidado sendo centrais para o planejamento do tratamento.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment [42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud [51]Reus VI, Fochtmann LJ, Bukstein O, et al. The American Psychiatric Association practice guideline for the pharmacological treatment of patients with alcohol use disorder. Am J Psychiatry. 2018 Jan 1;175(1):86-90. https://psychiatryonline.org/doi/book/10.1176/appi.books.9781615371969 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29301420?tool=bestpractice.com
Sugere-se que os medicamentos sejam mantidos por pelo menos 6 meses devido à natureza crônica e a propensão à recidiva da condição.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com O tratamento adicional é determinado por meio de tomada de decisão compartilhada.
Opções primárias
dissulfiram: 125-500 mg por via oral uma vez ao dia pela manhã
manejo de comorbidades clínicas
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os pacientes com uso não saudável de bebidas alcoólicas geralmente apresentam hipertensão arterial, insônia, ganho de peso, distúrbios cognitivos, sofrimento gastrointestinal e arritmias cardíacas coexistentes. É importante enfatizar que muitas dessas condições podem se agravar com o uso de bebidas alcoólicas, mesmo em níveis baixos. O manejo de comorbidades físicas e o atendimento integrado oportuno são importantes para melhorar o bem-estar do paciente e apoiam o engajamento no atendimento.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment [114]AshaRani PV, Karuvetil MZ, Brian TYW, et al. Prevalence and correlates of physical comorbidities in alcohol use disorder (AUD): a pilot study in treatment-seeking population. Int J Ment Health Addict. 2022 Jan 23;1-18. https://www.doi.org/10.1007/s11469-021-00734-5 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35095353?tool=bestpractice.com O manejo em cuidados crônicos reduz os danos do transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas nos pacientes com comorbidades clínicas.[115]Saitz R, Cheng DM, Winter M, et al. Chronic care management for dependence on alcohol and other drugs: the AHEAD randomized trial. JAMA. 2013 Sep 18;310(11):1156-67. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3902022 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24045740?tool=bestpractice.com Os programas de tratamento devem prever o encaminhamento externo para serviços médicos, quando indicado.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment
tratamento psicossocial
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O uso de tratamento farmacológico não impede outro suporte psicossocial; e o suporte psicossocial não impede o uso de tratamento farmacológico. De fato, a maior eficácia pode ser observada nos pacientes que usam uma combinação de farmacoterapia e tratamento psicossocial.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com Entretanto, a decisão do paciente de recusar o tratamento psicossocial não deve impedir ou atrasar a farmacoterapia.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment
Quando fornecida em conjunto com o tratamento farmacológico ou outras intervenções psicossociais de primeira linha, o Department of Veterans Affairs/Department of Defense relata evidências para dar suporte a opções de terapia cognitivo-comportamental (TCC), terapia de aprimoramento motivacional ou facilitação de 12 passos de programas como Alcoólicos Anônimos.[42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud As estratégias de terapia de aprimoramento motivacional, em particular, foram reconhecidas por incentivar o engajamento e a retenção no cuidado.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment
Uma revisão sistemática Cochrane encontrou evidências de certeza moderada de que, em comparação com a terapia psicossocial isolada, adicionar tratamento farmacológico era seguro e reduzia o número de "etilistas crônicos", mas o efeito em outros desfechos (como volume e frequência de consumo ou retenção de tratamento) não foi claro.[89]Minozzi S, La Rosa GRM, Salis F, et al. Combined pharmacological and psychosocial interventions for alcohol use disorder. Cochrane Database Syst Rev. 2025 Mar 20;3(3):CD015673. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40110869?tool=bestpractice.com Também não havia certeza se adicionar a terapia psicossocial trazia benefícios em comparação ao tratamento farmacológico isolado. A maioria dos estudos avaliou a TCC como adjuvante à naltrexona em pessoas sem comorbidade de saúde mental ou transtorno decorrente do uso de substâncias.[89]Minozzi S, La Rosa GRM, Salis F, et al. Combined pharmacological and psychosocial interventions for alcohol use disorder. Cochrane Database Syst Rev. 2025 Mar 20;3(3):CD015673. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40110869?tool=bestpractice.com
transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas: adulto não gestante com uso concomitante de opioides
tratamento psicossocial
Recomenda-se que os pacientes tenham acesso a tratamento baseado em evidências para todas as preocupações com o uso de substâncias, e que o uso secundário de substâncias não seja considerado uma barreira ao tratamento.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment Várias recomendações de tratamento passo a passo foram desenvolvidas para integrar terapias psicossociais com terapias farmacológicas para os transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas e de substâncias.[127]O'Malley SS, Carroll KM. Psychotherapeutic considerations in pharmacological trials: alcoholism, clinical and experimental research. Alcohol Clin Exp Res. 1996 Oct;20(7 suppl):17A-22A. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8904990?tool=bestpractice.com [128]Pettinati HM, Volpicelli JR, Pierce JD, et al. Improving naltrexone response: an intervention for medical practitioners to enhance medication compliance in alcohol dependent patients. J Addict Dis. 2000;19(1):71-83. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10772604?tool=bestpractice.com Tais procedimentos incluem educação do paciente, feedback personalizado, suporte emocional, monitoramento dos medicamentos e reforço motivacional. National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism (NIAAA) Opens in new window
acamprosato
O acamprosato normaliza o glutamato e os sistemas de neurotransmissores de ácido gama-aminobutírico no sistema nervoso central. Acredita-se que essas ações reduzam os sintomas continuados associados à abstinência alcoólica (por exemplo, ansiedade, insônia) e as fissuras. A quantidade de comprimidos pode reduzir sua efetividade. Ele é primariamente metabolizado pelos rins, podendo ser necessária redução da dose nos pacientes com comprometimento renal (seu uso é contraindicado se o clearance de creatinina for <30 mL/minuto).[51]Reus VI, Fochtmann LJ, Bukstein O, et al. The American Psychiatric Association practice guideline for the pharmacological treatment of patients with alcohol use disorder. Am J Psychiatry. 2018 Jan 1;175(1):86-90. https://psychiatryonline.org/doi/book/10.1176/appi.books.9781615371969 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29301420?tool=bestpractice.com Foi demonstrado que o acamprosato aumenta a taxa e a duração da abstinência em comparação com o placebo, em populações gerais de pacientes (não específico para aqueles com uso concomitante de opioides).[100]Rösner S, Hackl-Herrwerth A, Leucht S, et al. Acamprosate for alcohol dependence. Cochrane Database Syst Rev. 2010 Sep 8;(9):CD004332. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD004332.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20824837?tool=bestpractice.com [101]Mason BJ, Lehert P. Acamprosate for alcohol dependence: a sex-specific meta-analysis based on individual patient data. Alcohol Clin Exp Res. 2012 Mar;36(3):497-508. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3288465 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21895717?tool=bestpractice.com O acamprosato é seguro para uso em pacientes que bebem ativamente, mas as evidências para seu uso são provenientes de estudos com pessoas que já pararam de beber. Em metanálise (não específica para aqueles com uso concomitante de opioides), o número necessário para tratar é 11 para evitar o retorno ao consumo de bebidas alcoólicas.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com A diarreia é um efeito adverso comum.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com
Sugere-se que os medicamentos sejam mantidos por pelo menos 6 meses devido à natureza crônica e a propensão à recidiva da condição.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com O tratamento adicional é determinado por meio de tomada de decisão compartilhada.
Opções primárias
acamprosato: 666 mg por via oral três vezes ao dia
tratamento psicossocial
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O uso de tratamento farmacológico não impede outro suporte psicossocial; e o suporte psicossocial não impede o uso de tratamento farmacológico. De fato, a maior eficácia pode ser observada nos pacientes que usam uma combinação de farmacoterapia e tratamento psicossocial.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com Entretanto, a maioria dos estudos que avaliam intervenções farmacológicas e psicossociais combinadas para transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas foram conduzidos em pacientes sem transtorno decorrente do uso de substâncias concomitante.[89]Minozzi S, La Rosa GRM, Salis F, et al. Combined pharmacological and psychosocial interventions for alcohol use disorder. Cochrane Database Syst Rev. 2025 Mar 20;3(3):CD015673. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40110869?tool=bestpractice.com
gabapentina
A gabapentina é aprovada para o tratamento de crises convulsivas parciais e dor neuropática. O mecanismo exato da gabapentina nos transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas não é conhecido, mas ela parece inibir a liberação de neurotransmissores excitatórios. Em um ensaio clínico randomizado e controlado (ECRC) de 96 indivíduos com transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas, a gabapentina resultou em uma diminuição estatisticamente significativa nos dias de consumo excessivo de álcool (número necessário para tratar [NNT] 5) e na prevenção do retorno ao uso (NNT 6) para pacientes com sintomas basais de abstinência alcoólica elevados.[102]Anton RF, Latham P, Voronin K, et al. Efficacy of gabapentin for the treatment of alcohol use disorder in patients with alcohol withdrawal symptoms: a randomized clinical trial. JAMA Intern Med. 2020 May 1;180(5):728-36. https://www.doi.org/10.1001/jamainternmed.2020.0249 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32150232?tool=bestpractice.com O maior ECRC até o momento (346 pacientes), que usou a formulação de liberação prolongada, não encontrou nenhum benefício em comparação com o placebo.[103]Falk DE, Ryan ML, Fertig JB, et al. Gabapentin enacarbil extended-release for alcohol use disorder: a randomized, double-blind, placebo-controlled, multisite trial assessing efficacy and safety. Alcohol Clin Exp Res. 2019 Jan;43(1):158-69. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC6317996 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30403402?tool=bestpractice.com No entanto, esses estudos excluíram pessoas com transtorno relacionado ao uso de opioides concomitante, portanto a aplicabilidade das evidências é incerta. Metanálises (não específicas para pacientes com uso concomitante de opioides) concluíram que a força da evidência para a gabapentina é baixa em geral, com quaisquer efeitos nos desfechos do consumo de bebidas alcoólicas sendo de significância estatística apenas limítrofe.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com [99]Bahji A, Bach P, Danilewitz M, et al. Pharmacotherapies for adults with alcohol use disorders: a systematic review and network meta-analysis. J Addict Med. 2022 Nov-Dec 01;16(6):630-8. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10010623 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35653782?tool=bestpractice.com No entanto, ela pode ser uma opção eficaz em pacientes com sintomas de abstinência alcoólica ou quando outros medicamentos são contraindicados ou mal tolerados.[42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud [51]Reus VI, Fochtmann LJ, Bukstein O, et al. The American Psychiatric Association practice guideline for the pharmacological treatment of patients with alcohol use disorder. Am J Psychiatry. 2018 Jan 1;175(1):86-90. https://psychiatryonline.org/doi/book/10.1176/appi.books.9781615371969 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29301420?tool=bestpractice.com Os principais efeitos colaterais da gabapentina são tontura, torpor e náuseas. Os pacientes devem ser informados de que a interrupção abrupta da gabapentina pode diminuir o limiar convulsivo.
Evidências indicam que pacientes com transtorno relacionado ao uso de opioides e usuários de múltiplas substâncias correm risco de uso indevido de gabapentina e os médicos devem monitorar o uso de perto.[129]Modesto-Lowe V, Barron GC, Aronow B, et al. Gabapentin for alcohol use disorder: a good option, or cause for concern? Cleve Clin J Med. 2019 Dec;86(12):815-23. https://www.doi.org/10.3949/ccjm.86a.18128 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31821139?tool=bestpractice.com
Sugere-se que os medicamentos sejam mantidos por pelo menos 6 meses devido à natureza crônica e a propensão à recidiva da condição.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com O tratamento adicional é determinado por meio de tomada de decisão compartilhada.
Opções primárias
gabapentina: 300-600 mg por via oral três vezes ao dia
tratamento psicossocial
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O uso de tratamento farmacológico não impede outro suporte psicossocial; e o suporte psicossocial não impede o uso de tratamento farmacológico. De fato, a maior eficácia pode ser observada nos pacientes que usam uma combinação de farmacoterapia e tratamento psicossocial.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com Entretanto, a maioria dos estudos que avaliam intervenções farmacológicas e psicossociais combinadas para transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas foram conduzidos em pacientes sem transtorno decorrente do uso de substâncias concomitante.[89]Minozzi S, La Rosa GRM, Salis F, et al. Combined pharmacological and psychosocial interventions for alcohol use disorder. Cochrane Database Syst Rev. 2025 Mar 20;3(3):CD015673. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40110869?tool=bestpractice.com
topiramato
O topiramato é um anticonvulsivante que demonstrou em ensaios clínicos randomizados e controlados diminuir a fissura e os sintomas de abstinência e melhorar significativamente o bem-estar físico e psicossocial de pacientes com transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas, em comparação com placebo.[105]Johnson BA, Ait-Daoud N, Bowden CL, et al. Oral topiramate for treatment of alcohol dependence: a randomised controlled trial. Lancet. 2003 May 17;361(9370):1677-85. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12767733?tool=bestpractice.com [106]Johnson BA, Rosenthal N, Capece JA, et al. Topiramate for treating alcohol dependence: a randomized controlled trial. JAMA. 2007 Oct 10;298(14):1641-51. http://jama.ama-assn.org/cgi/content/full/298/14/1641 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17925516?tool=bestpractice.com [107]Johnson BA, Rosenthal N, Capece JA, et al. Improvement of physical health and quality of life of alcohol-dependent individuals with topiramate treatment: US multisite randomized controlled trial. Arch Intern Med. 2008 Jun 9;168(11):1188-99. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18541827?tool=bestpractice.com [108]Shinn AK, Greenfield SF. Topiramate in the treatment of substance-related disorders: a critical review of the literature. J Clin Psychiatry. 2010 May;71(5):634-48. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3736141 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20361908?tool=bestpractice.com [109]Kenna GA, Lomastro TL, Schiesl A, et al. Review of topiramate: an antiepileptic for the treatment of alcohol dependence. Curr Drug Abuse Rev. 2009 May;2(2):135-42. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19630744?tool=bestpractice.com [134]Swift R. Emerging approaches to managing alcohol dependence. Am J Health Syst Pharm. 2007 Mar 1;64(5 suppl 3):S12-22. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17322178?tool=bestpractice.com [135]Heilig M, Egli M. Pharmacological treatment of alcohol dependence: target symptoms and target mechanisms. Pharmacol Ther. 2006 Sep;111(3):855-76. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16545872?tool=bestpractice.com
Em metanálise (não específica para pacientes com uso concomitante de opioides) em comparação com placebo, o topiramato reduziu a porcentagem de dias de consumo de álcool em 7%, os dias de consumo excessivo de álcool em 6% e o número de doses de álcool por dia de consumo de álcool em 2.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com É importante salientar que a eficácia foi estabelecida em indivíduos que estavam consumindo bebidas alcoólicas quando o medicamento começou a ser administrado.[110]Swift RM. Topiramate for the treatment of alcohol dependence: initiating abstinence. Lancet. 2003 May 17;361(9370):1666-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12767727?tool=bestpractice.com Um estudo demonstrou que apenas indivíduos homozigotos para o gene que codifica a proteína receptora de cainato tiveram uma redução em dias de consumo excessivo de bebidas alcoólicas no tratamento com topiramato.[111]Kranzler HR, Covault J, Feinn R, et al. Topiramate treatment for heavy drinkers: moderation by a GRIK1 polymorphism. Am J Psychiatry. 2014 Apr;171(4):445-52. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3997125 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24525690?tool=bestpractice.com
Os benefícios do topiramato devem ser ponderados em relação ao número necessário para causar dano, devido ao seu alto perfil de efeitos colaterais, incluindo visão turva, parestesias, memória fraca e perda de coordenação.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com O topiramato foi mal tolerado em ensaios clínicos, causando duas vezes mais desistências devido a efeitos adversos do que o placebo.[99]Bahji A, Bach P, Danilewitz M, et al. Pharmacotherapies for adults with alcohol use disorders: a systematic review and network meta-analysis. J Addict Med. 2022 Nov-Dec 01;16(6):630-8. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10010623 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35653782?tool=bestpractice.com
Em alguns países, o topiramato é contraindicado nas mulheres em idade fértil, a menos que as condições de um programa de prevenção da gravidez sejam atendidas.[121]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. Topiramate (Topamax): introduction of new safety measures, including a pregnancy prevention programme. Jun 2024 [internet publication]. https://www.gov.uk/drug-safety-update/topiramate-topamax-introduction-of-new-safety-measures-including-a-pregnancy-prevention-programme [123]European Medicines Agency. PRAC recommends new measures to avoid topiramate exposure in pregnancy. Sep 2023 [internet publication]. https://www.ema.europa.eu/en/news/prac-recommends-new-measures-avoid-topiramate-exposure-pregnancy
Sugere-se que os medicamentos sejam mantidos por pelo menos 6 meses devido à natureza crônica e a propensão à recidiva da condição.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com O tratamento adicional é determinado por meio de tomada de decisão compartilhada.
Opções primárias
topiramato: 100-150 mg por via oral (liberação imediata) duas vezes ao dia
tratamento psicossocial
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O uso de tratamento farmacológico não impede outro suporte psicossocial; e o suporte psicossocial não impede o uso de tratamento farmacológico. De fato, a maior eficácia pode ser observada nos pacientes que usam uma combinação de farmacoterapia e tratamento psicossocial.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com Entretanto, a maioria dos estudos que avaliam intervenções farmacológicas e psicossociais combinadas para transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas foram conduzidos em pacientes sem transtorno decorrente do uso de substâncias coexistente.[89]Minozzi S, La Rosa GRM, Salis F, et al. Combined pharmacological and psychosocial interventions for alcohol use disorder. Cochrane Database Syst Rev. 2025 Mar 20;3(3):CD015673. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40110869?tool=bestpractice.com
dissulfiram
O dissulfiram bloqueia a via catabólica do álcool inibindo a aldeído desidrogenase, aumentando, dessa forma, os níveis de acetaldeído que sucedem a ingestão de bebidas alcoólicas.
A reação dissulfiram-álcool pode produzir diversos efeitos somáticos: sintomas vasomotores (rubor), sintomas cardiovasculares (taquicardia, hipotensão), sintomas digestivos (náuseas, vômitos, diarreia), cefaleia, depressão respiratória e mal-estar. Tais sintomas geralmente são temporários, mas podem ocorrer graves reações que requerem tratamento clínico urgente. Devido à hepatotoxicidade, ele também é contraindicado em pacientes com doença hepática comórbida relacionada ao álcool.[43]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11040545 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38174913?tool=bestpractice.com
O dissulfiram é prescrito para indivíduos que pretendem se abster do uso de bebidas alcoólicas, agindo através do reforço negativo, a fim de promover a abstinência. Os ensaios para dar suporte ao uso de dissulfiram são limitados. Uma metanálise (não específica para pacientes com uso concomitante de opioides) mostrou que o dissulfiram foi mais eficaz que placebo, acamprosato ou naltrexona em ensaios clínicos randomizados e controlados (ECRC) abertos; um achado apoiado por metanálise de rede subsequente.[99]Bahji A, Bach P, Danilewitz M, et al. Pharmacotherapies for adults with alcohol use disorders: a systematic review and network meta-analysis. J Addict Med. 2022 Nov-Dec 01;16(6):630-8. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10010623 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35653782?tool=bestpractice.com [112]Skinner MD, Lahmek P, Pham H, et al. Disulfiram efficacy in the treatment of alcohol dependence: a meta-analysis. PLoS One. 2014;9(2):e87366. https://www.doi.org/10.1371/journal.pone.0087366 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24520330?tool=bestpractice.com Entretanto, metanálises limitadas a ECRCs em caráter cego não demonstraram benefício do dissulfiram.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com [112]Skinner MD, Lahmek P, Pham H, et al. Disulfiram efficacy in the treatment of alcohol dependence: a meta-analysis. PLoS One. 2014;9(2):e87366. https://www.doi.org/10.1371/journal.pone.0087366 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24520330?tool=bestpractice.com Estudos cegos são difíceis de conduzir, porque a efetividade do dissulfiram depende da expectativa que o paciente tiver da ocorrência de efeitos somáticos. A terapia com dissulfiram é mais efetiva quando supervisionada.[112]Skinner MD, Lahmek P, Pham H, et al. Disulfiram efficacy in the treatment of alcohol dependence: a meta-analysis. PLoS One. 2014;9(2):e87366. https://www.doi.org/10.1371/journal.pone.0087366 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24520330?tool=bestpractice.com
Sugere-se que os medicamentos sejam mantidos por pelo menos 6 meses devido à natureza crônica e a propensão à recidiva da condição.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com O tratamento adicional é determinado por meio de tomada de decisão compartilhada.
Opções primárias
dissulfiram: 125-500 mg por via oral uma vez ao dia pela manhã
tratamento psicossocial
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O uso de tratamento farmacológico não impede outro suporte psicossocial; e o suporte psicossocial não impede o uso de tratamento farmacológico. De fato, a maior eficácia pode ser observada nos pacientes que usam uma combinação de farmacoterapia e tratamento psicossocial.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com Entretanto, a maioria dos estudos que avaliam intervenções farmacológicas e psicossociais combinadas para transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas foram conduzidos em pacientes sem transtorno decorrente do uso de substâncias coexistente.[89]Minozzi S, La Rosa GRM, Salis F, et al. Combined pharmacological and psychosocial interventions for alcohol use disorder. Cochrane Database Syst Rev. 2025 Mar 20;3(3):CD015673. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40110869?tool=bestpractice.com
transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas: adulto não gestante com diagnóstico de saúde mental concomitante
tratamento psicossocial
As abordagens não farmacológicas podem ser úteis para muitos pacientes com transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas, pois fornecem estratégias para ajudar os pacientes a evitar o retorno ao uso de bebidas alcoólicas, aumentar a autoeficácia e reduzir o impacto de estressores que podem precipitar o retorno ao uso. As intervenções podem ser individuais ou em grupo. Não há evidências fortes para nenhuma abordagem e, portanto, a preferência do paciente e a disponibilidade local devem orientar a escolha do tratamento.[42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud [86]Wendt DC, Gone JP. Group therapy for substance use disorders: a survey of clinician practices. J Groups Addict Recover. 2017;12(4):243-59. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30546274?tool=bestpractice.com [87]World Health Organization. Mental Health Gap Action Programme (mhGAP) guideline for mental, neurological and substance use disorders, third edition. Nov 2023 [internet publication]. https://www.who.int/publications/i/item/9789240084278 Embora, de forma notável, as evidências (de países de alta renda) sobre a eficácia de intervenções psicossociais nos transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas se relacionam principalmente a populações de pacientes sem transtornos mentais comórbidos, não há estudos incluindo pessoas com transtornos mentais graves.[87]World Health Organization. Mental Health Gap Action Programme (mhGAP) guideline for mental, neurological and substance use disorders, third edition. Nov 2023 [internet publication]. https://www.who.int/publications/i/item/9789240084278
O Department of Veterans Affairs/Department of Defense sugere as seguintes opções de primeira linha que demonstraram efeito modesto no consumo de bebidas alcoólicas e na recuperação: terapia cognitivo-comportamental (TCC, auxilia os pacientes a lidarem com pensamentos de retorno ao uso de bebidas alcoólicas e cognições negativas); terapia comportamental para casais (visa melhorar o funcionamento do relacionamento com metas para reduzir o uso de bebidas alcoólicas com apoio do parceiro); abordagem de reforço comunitário (abordagem cognitivo-comportamental abrangente que aborda contingências ambientais que influenciam o comportamento de beber); terapia de aprimoramento motivacional (baseada nos princípios da entrevista motivacional, mas usando um plano estruturado e individualizado que incorpora avaliação e feedback para aumentar a autoeficácia); e facilitação de 12 passos (abordagem sistematizada que visa aumentar o envolvimento nos Alcoólicos Anônimos [AA] ou outros grupos de autoajuda baseados em 12 passos).[42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud
Os programas para pacientes ambulatoriais e pacientes ambulatoriais intensivos geralmente incluem sessões programadas de tratamento para uma ou duas vezes por semana a várias vezes na semana, com tratamento estendido para várias semanas a meses (ou mais).
O AA, fundado em 1939, é o programa mais comum. Seu objetivo primário é ajudar os indivíduos a manter a abstinência total do álcool e de outras substâncias aditivas.
Alcoholics Anonymous
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Does RCT evidence indicate that manualized Alcoholics Anonymous (AA) or other 12‐step programs offer benefit over alternative interventions for people with alcohol use disorder?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.2976/fullMostre-me a resposta[Evidência A]c68ec014-6900-4a8c-a372-df717225e5bfccaAAs evidências de ECRC´s indicam que os manuais dos Alcoólicos Anônimos (AA), ou outros programas de 12 passos, oferecem benefícios em relação a intervenções alternativas para pessoas com transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas? Os programas de autoajuda, como o AA, podem oferecer um suporte adicional para muitos pacientes e seus familiares. Os pacientes que demonstrarem benefícios com o comparecimento a grupos de apoio devem ser encorajados a comparecerem às reuniões do grupo por um período estendido; alguns pacientes podem se beneficiar desse comparecimento por tempo indeterminado. Em um grande ensaio clínico randomizado e controlado, o AA melhorou os desfechos de consumo de bebidas alcoólicas, em grande parte por meio de melhoras nas mudanças de redes sociais adaptativas e na autoeficácia social.[88]Kelly JF, Hoeppner B, Stout RL, et al. Determining the relative importance of the mechanisms of behavior change within Alcoholics Anonymous: a multiple mediator analysis. Addiction. 2012 Feb;107(2):289-99.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3242865
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21917054?tool=bestpractice.com
Cada grupo de AA é independente, então os pacientes devem ser encorajados a tentar vários se um não for adequado. Para aqueles que têm experiências ou opiniões negativas sobre o AA, é importante que os médicos estejam cientes das alternativas, como grupos da Smart Recovery.
Reavaliar a cada 3 meses para agravamento do uso ou prejuízos do álcool.
manejo de diagnósticos de saúde mental
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os sintomas de transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas (incluindo intoxicação/abstinência) podem ser confundidos com sintomas de outros transtornos psiquiátricos. Além disso, outros transtornos psiquiátricos podem ocorrer concomitantemente com o transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas. Uma observação durante dias a semanas a meses pode ser necessária para esclarecer os diagnósticos psiquiátricos subjacentes. No entanto, o tratamento concomitante geralmente tem melhores desfechos do que esperar que os pacientes parem de beber antes de se fazer um diagnóstico ou iniciar o tratamento psiquiátrico; portanto, o tratamento não deve ser atrasado até que os pacientes parem de beber.
Uma metanálise de 15 ensaios clínicos randomizados e controlados demonstrou redução do uso de álcool e melhores desfechos psiquiátricos quando transtornos depressivos e de ansiedade concomitantes foram tratados concomitantemente com o transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas.[130]Hobbs JD, Kushner MG, Lee SS, et al. Meta-analysis of supplemental treatment for depressive and anxiety disorders in patients being treated for alcohol dependence. Am J Addict. 2011 Jul-Aug;20(4):319-29. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3124006 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21679263?tool=bestpractice.com
As opções de tratamento dependem do diagnóstico e podem incluir antidepressivos. Os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) demonstraram eficácia no transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas em pacientes com depressão comórbida. A sertralina, quando comparada ao placebo, diminui a proporção de dias bebendo durante o tratamento e aumenta o número de pacientes que tiveram abstinência contínua. Sua eficácia foi maior naqueles com transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas mais leve.[131]Pettinati HM, Volpicelli JR, Kranzler HR, et al. Sertraline treatment for alcohol dependence: interactive effects of medication and alcoholic subtype. Alcohol Clin Exp Res. 2000 Jul;24(7):1041-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10924008?tool=bestpractice.com Ensaios de fluoxetina para o transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas alcançaram resultados semelhantes, sugerindo que a fluoxetina também pode ser efetiva no transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas leve.[132]Kranzler HR, Burleson JA, Brown J, et al. Fluoxetine treatment seems to reduce the beneficial effects of cognitive-behavioral therapy in type B alcoholics. Alcohol Clin Exp Res. 1996 Dec;20(9):1534-41. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8986200?tool=bestpractice.com No entanto, nem todos os estudos apoiaram a utilidade dos ISRSs para o tratamento de transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas. Um estudo de fluoxetina para pessoas com transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas e depressão concomitantes não demonstrou nenhum benefício da fluoxetina versus placebo na depressão ou no consumo de bebidas alcoólicas.[133]Cornelius JR, Bukstein OG, Wood DS, et al. Double-blind placebo-controlled trial of fluoxetine in adolescents with comorbid major depression and an alcohol use disorder. Addict Behav. 2009 Oct;34(10):905-9. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2720419 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19321268?tool=bestpractice.com
Para obter mais detalhes sobre o manejo da depressão, consulte Depressão em adultos.
Os programas de tratamento devem prever encaminhamento externo para serviços psiquiátricos ou para um nível de tratamento mais intensivo, quando indicado.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment Em pacientes com suspeita ou diagnóstico de transtorno bipolar, a consulta psiquiátrica é fortemente recomendada.
naltrexona
A naltrexona é um antagonista de receptores opioides que diminui o uso de bebidas alcoólicas atenuando seus efeitos gratificantes e reforçadores. Especificamente, a naltrexona bloqueia a estimulação dos receptores opioides por opioides endógenos e diminui a liberação de dopamina na área tegmental ventral.[91]Soyka M, Rösner S. Opioid antagonists for pharmacological treatment of alcohol dependence - a critical review. Curr Drug Abuse Rev. 2008 Nov;1(3):280-91. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19630726?tool=bestpractice.com Está disponível nas formulações intramuscular e oral. Ela é particularmente útil em pacientes com uma história familiar de transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas e naqueles com fissuras alcoólicas significativas.[16]Swift RM. Drug therapy for alcohol dependence. N Engl J Med. 1999 May 13;340(19):1482-90. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10320388?tool=bestpractice.com [51]Reus VI, Fochtmann LJ, Bukstein O, et al. The American Psychiatric Association practice guideline for the pharmacological treatment of patients with alcohol use disorder. Am J Psychiatry. 2018 Jan 1;175(1):86-90. https://psychiatryonline.org/doi/book/10.1176/appi.books.9781615371969 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29301420?tool=bestpractice.com [92]Lingford-Hughes AR, Welch S, Peter L, et al. BAP updated guidelines: evidence-based guidelines for the pharmacological management of substance abuse, harmful use, addiction, and comorbidity: recommendations from BAP. J Psychopharmacol. 2012 Jul;26(7):899-952. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22628390?tool=bestpractice.com
A naltrexona oral pode ser iniciada nos pacientes que ainda bebem, e geralmente é bem tolerada. A naltrexona pode precipitar a abstinência de opioides naqueles com opioides em seu sistema. Ela não é iniciada até que os pacientes estejam livres de opioides por vários dias (7 a 10 dias) e é contraindicada para aqueles que necessitam de agonistas opioides para dor ou transtorno relacionado ao uso de opioides. A naltrexona pode causar desconforto estomacal e um leve aumento nos testes da função hepática, especialmente na formulação oral. Como tal, a formulação oral não é recomendada nos pacientes com dosagens de alanina aminotransferase (ALT) superiores a 5 vezes o limite normal. A naltrexona intramuscular parece ser segura, exceto na insuficiência hepática aguda ou na cirrose descompensada. Como não sofre metabolismo de primeira passagem no fígado, a concentração sérica é mais previsível e considerada mais segura.[93]Antonelli M, Ferrulli A, Sestito L, et al. Alcohol addiction - the safety of available approved treatment options. Expert Opin Drug Saf. 2018 Feb;17(2):169-77. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29120249?tool=bestpractice.com [94]Ciraulo DA, Dong Q, Silverman BL, et al. Early treatment response in alcohol dependence with extended-release naltrexone. J Clin Psychiatry. 2008 Feb;69(2):190-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18348601?tool=bestpractice.com [95]Lucey MR, Silverman BL, Illeperuma A, et al. Hepatic safety of once-monthly injectable extended-release naltrexone administered to actively drinking alcoholics. Alcohol Clin Exp Res. 2008 Mar;32(3):498-504. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18241321?tool=bestpractice.com
Em um ensaio clínico randomizado e controlado (que excluiu pacientes com transtorno psiquiátrico comórbido que necessitavam de tratamento medicamentoso), a naltrexona reduziu os dias de consumo excessivo de álcool, aumentou a abstinência e reduziu o risco de retorno ao consumo excessivo de álcool em 3 e 12 meses após o tratamento, em comparação ao placebo.[96]Anton RF, O'Malley SS, Ciraulo DA, et al. Combined pharmacotherapies and behavioral interventions for alcohol dependence: the COMBINE study: a randomized controlled trial. JAMA. 2006 May 3;295(17):2003-17.
http://jama.ama-assn.org/cgi/reprint/295/17/2003.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16670409?tool=bestpractice.com
[
]
What are the effects of opioid antagonists in people with alcohol dependence?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.601/fullMostre-me a resposta Em uma metanálise de 118 estudos (não específica para pacientes com diagnóstico de saúde mental comórbida), o número necessário para tratar (NNT) para evitar o retorno ao consumo de álcool para naltrexona oral foi de 18, e o NNT para reduzir o consumo excessivo de álcool foi de 11.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com
A formulação intramuscular de naltrexona pode ser mais eficaz em pacientes com dificuldade em tomar a terapia medicamentosa diariamente, com algumas evidências de que pode reduzir a porcentagem de dias de consumo de bebidas alcoólicas (redução de 5% vs. placebo).[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com
[98]Pettinati HM, Silverman BL, Battisti JJ, et al. Efficacy of extended-release naltrexone in patients with relatively higher severity of alcohol dependence. Alcohol Clin Exp Res. 2011 Oct;35(10):1804-11.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21575016?tool=bestpractice.com
A naltrexona pode ser usada como monoterapia ou em combinação com gabapentina, topiramato, acamprosato ou dissulfiram (a menos que medicamentos específicos sejam contraindicados).
Sugere-se que os medicamentos sejam mantidos por 6 meses devido a natureza crônica e a propensão à recidiva da condição.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com O tratamento adicional é determinado por meio de tomada de decisão compartilhada.
Opções primárias
naltrexona: 50 mg por via oral uma vez ao dia; 380 mg por via intramuscular a cada 4 semanas
manejo de diagnósticos de saúde mental
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os sintomas de transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas (incluindo intoxicação/abstinência) podem ser confundidos com sintomas de outros transtornos psiquiátricos. Além disso, outros transtornos psiquiátricos podem ocorrer concomitantemente com o transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas. Uma observação durante dias a semanas a meses pode ser necessária para esclarecer os diagnósticos psiquiátricos subjacentes. No entanto, o tratamento concomitante geralmente tem melhores desfechos do que esperar que os pacientes parem de beber antes de se fazer um diagnóstico ou iniciar o tratamento psiquiátrico; portanto, o tratamento não deve ser atrasado até que os pacientes parem de beber.
Uma metanálise de 15 ensaios clínicos randomizados e controlados demonstrou redução do uso de álcool e melhores desfechos psiquiátricos quando transtornos depressivos e de ansiedade concomitantes foram tratados concomitantemente com o transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas.[130]Hobbs JD, Kushner MG, Lee SS, et al. Meta-analysis of supplemental treatment for depressive and anxiety disorders in patients being treated for alcohol dependence. Am J Addict. 2011 Jul-Aug;20(4):319-29. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3124006 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21679263?tool=bestpractice.com
As opções de tratamento dependem do diagnóstico e podem incluir antidepressivos. Os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) demonstraram eficácia no transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas em pacientes com depressão comórbida. A sertralina, quando comparada ao placebo, diminui a proporção de dias bebendo durante o tratamento e aumenta o número de pacientes que tiveram abstinência contínua. Sua eficácia foi maior naqueles com transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas mais leve.[131]Pettinati HM, Volpicelli JR, Kranzler HR, et al. Sertraline treatment for alcohol dependence: interactive effects of medication and alcoholic subtype. Alcohol Clin Exp Res. 2000 Jul;24(7):1041-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10924008?tool=bestpractice.com Ensaios de fluoxetina para o transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas alcançaram resultados semelhantes, sugerindo que a fluoxetina também pode ser efetiva no transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas leve.[132]Kranzler HR, Burleson JA, Brown J, et al. Fluoxetine treatment seems to reduce the beneficial effects of cognitive-behavioral therapy in type B alcoholics. Alcohol Clin Exp Res. 1996 Dec;20(9):1534-41. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8986200?tool=bestpractice.com No entanto, nem todos os estudos apoiaram a utilidade dos ISRSs para o tratamento de transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas. Um estudo de fluoxetina para pessoas com transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas e depressão concomitantes não demonstrou nenhum benefício da fluoxetina versus placebo na depressão ou no consumo de bebidas alcoólicas.[133]Cornelius JR, Bukstein OG, Wood DS, et al. Double-blind placebo-controlled trial of fluoxetine in adolescents with comorbid major depression and an alcohol use disorder. Addict Behav. 2009 Oct;34(10):905-9. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2720419 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19321268?tool=bestpractice.com
Para obter mais detalhes sobre o manejo da depressão, consulte Depressão em adultos.
Os programas de tratamento devem prever encaminhamento externo para serviços psiquiátricos ou para um nível de tratamento mais intensivo, quando indicado.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment Em pacientes com suspeita ou diagnóstico de transtorno bipolar, a consulta psiquiátrica é fortemente recomendada.
acamprosato
O acamprosato normaliza o glutamato e os sistemas de neurotransmissores de ácido gama-aminobutírico no sistema nervoso central. Acredita-se que essas ações reduzam os sintomas continuados associados à abstinência alcoólica (por exemplo, ansiedade, insônia) e as fissuras. Ele é primariamente metabolizado pelos rins, podendo ser necessária redução da dose nos pacientes com comprometimento renal (seu uso é contraindicado se o clearance de creatinina for <30 mL/minuto).[51]Reus VI, Fochtmann LJ, Bukstein O, et al. The American Psychiatric Association practice guideline for the pharmacological treatment of patients with alcohol use disorder. Am J Psychiatry. 2018 Jan 1;175(1):86-90. https://psychiatryonline.org/doi/book/10.1176/appi.books.9781615371969 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29301420?tool=bestpractice.com Foi demonstrado que o acamprosato aumenta a taxa e a duração da abstinência em comparação ao placebo, embora essas análises tenham excluído pacientes com diagnóstico de saúde mental comórbida.[100]Rösner S, Hackl-Herrwerth A, Leucht S, et al. Acamprosate for alcohol dependence. Cochrane Database Syst Rev. 2010 Sep 8;(9):CD004332. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD004332.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20824837?tool=bestpractice.com [101]Mason BJ, Lehert P. Acamprosate for alcohol dependence: a sex-specific meta-analysis based on individual patient data. Alcohol Clin Exp Res. 2012 Mar;36(3):497-508. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3288465 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21895717?tool=bestpractice.com
O acamprosato é seguro para uso em pacientes que bebem ativamente, mas as evidências para seu uso são provenientes de estudos com pessoas que já pararam de beber. Em metanálises (não específicas para pacientes com diagnóstico de saúde mental comórbida), o número necessário para tratar é 11 para prevenir o retorno ao consumo de álcool.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com A diarreia é um efeito adverso comum.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com A quantidade de comprimidos também pode reduzir a eficácia do acamprosato e limitar seu uso na prática clínica.
Sugere-se que os medicamentos sejam mantidos por pelo menos 6 meses devido à natureza crônica e a propensão à recidiva da condição.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com O tratamento adicional é determinado por meio de tomada de decisão compartilhada.
Opções primárias
acamprosato: 666 mg por via oral três vezes ao dia
manejo de diagnósticos de saúde mental
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os sintomas de transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas (incluindo intoxicação/abstinência) podem ser confundidos com sintomas de outros transtornos psiquiátricos. Além disso, outros transtornos psiquiátricos podem ocorrer concomitantemente com o transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas. Uma observação durante dias a semanas a meses pode ser necessária para esclarecer os diagnósticos psiquiátricos subjacentes. No entanto, o tratamento concomitante geralmente tem melhores desfechos do que esperar que os pacientes parem de beber antes de se fazer um diagnóstico ou iniciar o tratamento psiquiátrico; portanto, o tratamento não deve ser atrasado até que os pacientes parem de beber.
Uma metanálise de 15 ensaios clínicos randomizados e controlados demonstrou redução do uso de álcool e melhores desfechos psiquiátricos quando transtornos depressivos e de ansiedade concomitantes foram tratados concomitantemente com o transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas.[130]Hobbs JD, Kushner MG, Lee SS, et al. Meta-analysis of supplemental treatment for depressive and anxiety disorders in patients being treated for alcohol dependence. Am J Addict. 2011 Jul-Aug;20(4):319-29. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3124006 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21679263?tool=bestpractice.com
As opções de tratamento dependem do diagnóstico e podem incluir antidepressivos. Os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) demonstraram eficácia no transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas em pacientes com depressão comórbida. A sertralina, quando comparada ao placebo, diminui a proporção de dias bebendo durante o tratamento e aumenta o número de pacientes que tiveram abstinência contínua. Sua eficácia foi maior naqueles com transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas mais leve.[131]Pettinati HM, Volpicelli JR, Kranzler HR, et al. Sertraline treatment for alcohol dependence: interactive effects of medication and alcoholic subtype. Alcohol Clin Exp Res. 2000 Jul;24(7):1041-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10924008?tool=bestpractice.com Ensaios de fluoxetina para o transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas alcançaram resultados semelhantes, sugerindo que a fluoxetina também pode ser efetiva no transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas leve.[132]Kranzler HR, Burleson JA, Brown J, et al. Fluoxetine treatment seems to reduce the beneficial effects of cognitive-behavioral therapy in type B alcoholics. Alcohol Clin Exp Res. 1996 Dec;20(9):1534-41. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8986200?tool=bestpractice.com No entanto, nem todos os estudos apoiaram a utilidade dos ISRSs para o tratamento de transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas. Um estudo de fluoxetina para pessoas com transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas e depressão concomitantes não demonstrou nenhum benefício da fluoxetina versus placebo na depressão ou no consumo de bebidas alcoólicas.[133]Cornelius JR, Bukstein OG, Wood DS, et al. Double-blind placebo-controlled trial of fluoxetine in adolescents with comorbid major depression and an alcohol use disorder. Addict Behav. 2009 Oct;34(10):905-9. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2720419 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19321268?tool=bestpractice.com
Para obter mais detalhes sobre o manejo da depressão, consulte Depressão em adultos.
Os programas de tratamento devem prever encaminhamento externo para serviços psiquiátricos ou para um nível de tratamento mais intensivo, quando indicado.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment Em pacientes com suspeita ou diagnóstico de transtorno bipolar, a consulta psiquiátrica é fortemente recomendada.
gabapentina
A gabapentina é aprovada para o tratamento de crises convulsivas parciais e dor neuropática. O mecanismo exato da gabapentina nos transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas não é conhecido, mas ela parece inibir a liberação de neurotransmissores excitatórios. Em um ensaio clínico randomizado e controlado (ECRC) de 96 indivíduos com transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas, a gabapentina resultou em uma diminuição estatisticamente significativa nos dias de consumo excessivo de álcool (número necessário para tratar [NNT] 5) e na prevenção do retorno ao uso (NNT 6) para pacientes com sintomas basais de abstinência alcoólica elevados.[102]Anton RF, Latham P, Voronin K, et al. Efficacy of gabapentin for the treatment of alcohol use disorder in patients with alcohol withdrawal symptoms: a randomized clinical trial. JAMA Intern Med. 2020 May 1;180(5):728-36. https://www.doi.org/10.1001/jamainternmed.2020.0249 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32150232?tool=bestpractice.com O maior ECRC até o momento (346 pacientes), que usou a formulação de liberação prolongada, não encontrou nenhum benefício em comparação com o placebo.[103]Falk DE, Ryan ML, Fertig JB, et al. Gabapentin enacarbil extended-release for alcohol use disorder: a randomized, double-blind, placebo-controlled, multisite trial assessing efficacy and safety. Alcohol Clin Exp Res. 2019 Jan;43(1):158-69. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC6317996 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30403402?tool=bestpractice.com Entretanto, esses estudos excluíram pacientes com transtorno psiquiátrico grave comórbido, portanto a aplicabilidade das evidências é incerta. No entanto, a gabapentina pode ser uma opção eficaz em pacientes com sintomas de abstinência alcoólica ou quando outros medicamentos são contraindicados ou mal tolerados.[42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud [51]Reus VI, Fochtmann LJ, Bukstein O, et al. The American Psychiatric Association practice guideline for the pharmacological treatment of patients with alcohol use disorder. Am J Psychiatry. 2018 Jan 1;175(1):86-90. https://psychiatryonline.org/doi/book/10.1176/appi.books.9781615371969 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29301420?tool=bestpractice.com
Os principais efeitos colaterais da gabapentina são tontura, torpor e náuseas. Os pacientes devem ser informados de que a interrupção abrupta da gabapentina pode diminuir o limiar convulsivo.
Sugere-se que os medicamentos sejam mantidos por 6 meses devido a natureza crônica e a propensão à recidiva da condição.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com O tratamento adicional é determinado por meio de tomada de decisão compartilhada.
Opções primárias
gabapentina: 300-600 mg por via oral três vezes ao dia
manejo de diagnósticos de saúde mental
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os sintomas de transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas (incluindo intoxicação/abstinência) podem ser confundidos com sintomas de outros transtornos psiquiátricos. Além disso, outros transtornos psiquiátricos podem ocorrer concomitantemente com o transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas. Uma observação durante dias a semanas a meses pode ser necessária para esclarecer os diagnósticos psiquiátricos subjacentes. No entanto, o tratamento concomitante geralmente tem melhores desfechos do que esperar que os pacientes parem de beber antes de se fazer um diagnóstico ou iniciar o tratamento psiquiátrico; portanto, o tratamento não deve ser atrasado até que os pacientes parem de beber.
Uma metanálise de 15 ensaios clínicos randomizados e controlados demonstrou redução do uso de álcool e melhores desfechos psiquiátricos quando transtornos depressivos e de ansiedade concomitantes foram tratados concomitantemente com o transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas.[130]Hobbs JD, Kushner MG, Lee SS, et al. Meta-analysis of supplemental treatment for depressive and anxiety disorders in patients being treated for alcohol dependence. Am J Addict. 2011 Jul-Aug;20(4):319-29. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3124006 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21679263?tool=bestpractice.com
As opções de tratamento dependem do diagnóstico e podem incluir antidepressivos. Os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) demonstraram eficácia no transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas em pacientes com depressão comórbida. A sertralina, quando comparada ao placebo, diminui a proporção de dias bebendo durante o tratamento e aumenta o número de pacientes que tiveram abstinência contínua. Sua eficácia foi maior naqueles com transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas mais leve.[131]Pettinati HM, Volpicelli JR, Kranzler HR, et al. Sertraline treatment for alcohol dependence: interactive effects of medication and alcoholic subtype. Alcohol Clin Exp Res. 2000 Jul;24(7):1041-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10924008?tool=bestpractice.com Ensaios de fluoxetina para o transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas alcançaram resultados semelhantes, sugerindo que a fluoxetina também pode ser efetiva no transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas leve.[132]Kranzler HR, Burleson JA, Brown J, et al. Fluoxetine treatment seems to reduce the beneficial effects of cognitive-behavioral therapy in type B alcoholics. Alcohol Clin Exp Res. 1996 Dec;20(9):1534-41. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8986200?tool=bestpractice.com No entanto, nem todos os estudos apoiaram a utilidade dos ISRSs para o tratamento de transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas. Um estudo de fluoxetina para pessoas com transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas e depressão concomitantes não demonstrou nenhum benefício da fluoxetina versus placebo na depressão ou no consumo de bebidas alcoólicas.[133]Cornelius JR, Bukstein OG, Wood DS, et al. Double-blind placebo-controlled trial of fluoxetine in adolescents with comorbid major depression and an alcohol use disorder. Addict Behav. 2009 Oct;34(10):905-9. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2720419 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19321268?tool=bestpractice.com
Para obter mais detalhes sobre o manejo da depressão, consulte Depressão em adultos.
Os programas de tratamento devem prever encaminhamento externo para serviços psiquiátricos ou para um nível de tratamento mais intensivo, quando indicado.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment Em pacientes com suspeita ou diagnóstico de transtorno bipolar, a consulta psiquiátrica é fortemente recomendada.
topiramato
O topiramato é um anticonvulsivante que demonstrou em ensaios clínicos randomizados e controlados diminuir a fissura e os sintomas de abstinência e melhorar significativamente o bem-estar físico e psicossocial de pacientes com transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas, em comparação com placebo.[105]Johnson BA, Ait-Daoud N, Bowden CL, et al. Oral topiramate for treatment of alcohol dependence: a randomised controlled trial. Lancet. 2003 May 17;361(9370):1677-85. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12767733?tool=bestpractice.com [106]Johnson BA, Rosenthal N, Capece JA, et al. Topiramate for treating alcohol dependence: a randomized controlled trial. JAMA. 2007 Oct 10;298(14):1641-51. http://jama.ama-assn.org/cgi/content/full/298/14/1641 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17925516?tool=bestpractice.com [107]Johnson BA, Rosenthal N, Capece JA, et al. Improvement of physical health and quality of life of alcohol-dependent individuals with topiramate treatment: US multisite randomized controlled trial. Arch Intern Med. 2008 Jun 9;168(11):1188-99. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18541827?tool=bestpractice.com [108]Shinn AK, Greenfield SF. Topiramate in the treatment of substance-related disorders: a critical review of the literature. J Clin Psychiatry. 2010 May;71(5):634-48. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3736141 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20361908?tool=bestpractice.com [109]Kenna GA, Lomastro TL, Schiesl A, et al. Review of topiramate: an antiepileptic for the treatment of alcohol dependence. Curr Drug Abuse Rev. 2009 May;2(2):135-42. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19630744?tool=bestpractice.com [134]Swift R. Emerging approaches to managing alcohol dependence. Am J Health Syst Pharm. 2007 Mar 1;64(5 suppl 3):S12-22. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17322178?tool=bestpractice.com [135]Heilig M, Egli M. Pharmacological treatment of alcohol dependence: target symptoms and target mechanisms. Pharmacol Ther. 2006 Sep;111(3):855-76. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16545872?tool=bestpractice.com
Em metanálises (não específicas para pacientes com diagnóstico de saúde mental concomitante) em comparação com placebo, o topiramato reduziu a porcentagem de dias de consumo de álcool em 7%, os dias de consumo excessivo de álcool em 6% e o número de doses de álcool por dia de consumo de álcool em 2.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com É importante salientar que a eficácia foi estabelecida em indivíduos que estavam consumindo bebidas alcoólicas quando o medicamento começou a ser administrado.[110]Swift RM. Topiramate for the treatment of alcohol dependence: initiating abstinence. Lancet. 2003 May 17;361(9370):1666-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12767727?tool=bestpractice.com Um estudo demonstrou que apenas indivíduos homozigotos para o gene que codifica a proteína receptora de cainato tiveram uma redução em dias de consumo excessivo de bebidas alcoólicas no tratamento com topiramato.[111]Kranzler HR, Covault J, Feinn R, et al. Topiramate treatment for heavy drinkers: moderation by a GRIK1 polymorphism. Am J Psychiatry. 2014 Apr;171(4):445-52. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3997125 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24525690?tool=bestpractice.com
Os benefícios do topiramato devem ser ponderados em relação ao número necessário para causar dano, devido ao seu alto perfil de efeitos colaterais, incluindo visão turva, parestesias, memória fraca e perda de coordenação.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com O topiramato foi mal tolerado em ensaios clínicos, causando duas vezes mais desistências devido a efeitos adversos do que o placebo.[99]Bahji A, Bach P, Danilewitz M, et al. Pharmacotherapies for adults with alcohol use disorders: a systematic review and network meta-analysis. J Addict Med. 2022 Nov-Dec 01;16(6):630-8. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10010623 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35653782?tool=bestpractice.com
Em alguns países, o topiramato é contraindicado nas mulheres em idade fértil, a menos que as condições de um programa de prevenção da gravidez sejam atendidas.[121]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. Topiramate (Topamax): introduction of new safety measures, including a pregnancy prevention programme. Jun 2024 [internet publication]. https://www.gov.uk/drug-safety-update/topiramate-topamax-introduction-of-new-safety-measures-including-a-pregnancy-prevention-programme [123]European Medicines Agency. PRAC recommends new measures to avoid topiramate exposure in pregnancy. Sep 2023 [internet publication]. https://www.ema.europa.eu/en/news/prac-recommends-new-measures-avoid-topiramate-exposure-pregnancy
Sugere-se que os medicamentos sejam mantidos por 6 meses devido a natureza crônica e a propensão à recidiva da condição.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com O tratamento adicional é determinado por meio de tomada de decisão compartilhada.
Opções primárias
topiramato: 100-150 mg por via oral (liberação imediata) duas vezes ao dia
manejo de diagnósticos de saúde mental
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os sintomas de transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas (incluindo intoxicação/abstinência) podem ser confundidos com sintomas de outros transtornos psiquiátricos. Além disso, outros transtornos psiquiátricos podem ocorrer concomitantemente com o transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas. Uma observação durante dias a semanas a meses pode ser necessária para esclarecer os diagnósticos psiquiátricos subjacentes. No entanto, o tratamento concomitante geralmente tem melhores desfechos do que esperar que os pacientes parem de beber antes de se fazer um diagnóstico ou iniciar o tratamento psiquiátrico; portanto, o tratamento não deve ser atrasado até que os pacientes parem de beber.
Uma metanálise de 15 ensaios clínicos randomizados e controlados demonstrou redução do uso de álcool e melhores desfechos psiquiátricos quando transtornos depressivos e de ansiedade concomitantes foram tratados concomitantemente com o transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas.[130]Hobbs JD, Kushner MG, Lee SS, et al. Meta-analysis of supplemental treatment for depressive and anxiety disorders in patients being treated for alcohol dependence. Am J Addict. 2011 Jul-Aug;20(4):319-29. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3124006 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21679263?tool=bestpractice.com
As opções de tratamento dependem do diagnóstico e podem incluir antidepressivos. Os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) demonstraram eficácia no transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas em pacientes com depressão comórbida. A sertralina, quando comparada ao placebo, diminui a proporção de dias bebendo durante o tratamento e aumenta o número de pacientes que tiveram abstinência contínua. Sua eficácia foi maior naqueles com transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas mais leve.[131]Pettinati HM, Volpicelli JR, Kranzler HR, et al. Sertraline treatment for alcohol dependence: interactive effects of medication and alcoholic subtype. Alcohol Clin Exp Res. 2000 Jul;24(7):1041-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10924008?tool=bestpractice.com Ensaios de fluoxetina para o transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas alcançaram resultados semelhantes, sugerindo que a fluoxetina também pode ser efetiva no transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas leve.[132]Kranzler HR, Burleson JA, Brown J, et al. Fluoxetine treatment seems to reduce the beneficial effects of cognitive-behavioral therapy in type B alcoholics. Alcohol Clin Exp Res. 1996 Dec;20(9):1534-41. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8986200?tool=bestpractice.com No entanto, nem todos os estudos apoiaram a utilidade dos ISRSs para o tratamento de transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas. Um estudo de fluoxetina para pessoas com transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas e depressão concomitantes não demonstrou nenhum benefício da fluoxetina versus placebo na depressão ou no consumo de bebidas alcoólicas.[133]Cornelius JR, Bukstein OG, Wood DS, et al. Double-blind placebo-controlled trial of fluoxetine in adolescents with comorbid major depression and an alcohol use disorder. Addict Behav. 2009 Oct;34(10):905-9. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2720419 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19321268?tool=bestpractice.com
Para obter mais detalhes sobre o manejo da depressão, consulte Depressão em adultos.
Os programas de tratamento devem prever encaminhamento externo para serviços psiquiátricos ou para um nível de tratamento mais intensivo, quando indicado.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment Em pacientes com suspeita ou diagnóstico de transtorno bipolar, a consulta psiquiátrica é fortemente recomendada.
dissulfiram
O dissulfiram bloqueia a via catabólica do álcool inibindo a aldeído desidrogenase, aumentando, dessa forma, os níveis de acetaldeído que sucedem a ingestão de bebidas alcoólicas.
A reação dissulfiram-álcool pode produzir diversos efeitos somáticos: sintomas vasomotores (rubor), sintomas cardiovasculares (taquicardia, hipotensão), sintomas digestivos (náuseas, vômitos, diarreia), cefaleia, depressão respiratória e mal-estar. Tais sintomas geralmente são temporários, mas podem ocorrer graves reações que requerem tratamento clínico urgente. Devido à hepatotoxicidade, ele também é contraindicado em pacientes com doença hepática comórbida relacionada ao álcool.[43]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11040545 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38174913?tool=bestpractice.com
O dissulfiram é prescrito para indivíduos que pretendem se abster do uso de bebidas alcoólicas, agindo através do reforço negativo, a fim de promover a abstinência. Os ensaios para dar suporte ao uso de dissulfiram são limitados. Uma metanálise (não específica para pacientes com diagnóstico de saúde mental concomitante) mostrou que o dissulfiram foi mais eficaz que placebo, acamprosato ou naltrexona em ensaios clínicos randomizados e controlados (ECRC) abertos; um achado apoiado por metanálise de rede subsequente.[99]Bahji A, Bach P, Danilewitz M, et al. Pharmacotherapies for adults with alcohol use disorders: a systematic review and network meta-analysis. J Addict Med. 2022 Nov-Dec 01;16(6):630-8. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10010623 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35653782?tool=bestpractice.com [112]Skinner MD, Lahmek P, Pham H, et al. Disulfiram efficacy in the treatment of alcohol dependence: a meta-analysis. PLoS One. 2014;9(2):e87366. https://www.doi.org/10.1371/journal.pone.0087366 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24520330?tool=bestpractice.com Entretanto, metanálises limitadas a ECRCs em caráter cego não demonstraram benefício do dissulfiram.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com [112]Skinner MD, Lahmek P, Pham H, et al. Disulfiram efficacy in the treatment of alcohol dependence: a meta-analysis. PLoS One. 2014;9(2):e87366. https://www.doi.org/10.1371/journal.pone.0087366 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24520330?tool=bestpractice.com Estudos cegos são difíceis de conduzir, porque a efetividade do dissulfiram depende da expectativa que o paciente tiver da ocorrência de efeitos somáticos. A terapia com dissulfiram é mais efetiva quando supervisionada.[112]Skinner MD, Lahmek P, Pham H, et al. Disulfiram efficacy in the treatment of alcohol dependence: a meta-analysis. PLoS One. 2014;9(2):e87366. https://www.doi.org/10.1371/journal.pone.0087366 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24520330?tool=bestpractice.com
Sugere-se que os medicamentos sejam mantidos por 6 meses devido a natureza crônica e a propensão à recidiva da condição.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com O tratamento adicional é determinado por meio de tomada de decisão compartilhada.
Opções primárias
dissulfiram: 125-500 mg por via oral uma vez ao dia pela manhã
manejo de diagnósticos de saúde mental
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os sintomas de transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas (incluindo intoxicação/abstinência) podem ser confundidos com sintomas de outros transtornos psiquiátricos. Além disso, outros transtornos psiquiátricos podem ocorrer concomitantemente com o transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas. Uma observação durante dias a semanas a meses pode ser necessária para esclarecer os diagnósticos psiquiátricos subjacentes. No entanto, o tratamento concomitante geralmente tem melhores desfechos do que esperar que os pacientes parem de beber antes de se fazer um diagnóstico ou iniciar o tratamento psiquiátrico; portanto, o tratamento não deve ser atrasado até que os pacientes parem de beber.
Uma metanálise de 15 ensaios clínicos randomizados e controlados demonstrou redução do uso de álcool e melhores desfechos psiquiátricos quando transtornos depressivos e de ansiedade concomitantes foram tratados concomitantemente com o transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas.[130]Hobbs JD, Kushner MG, Lee SS, et al. Meta-analysis of supplemental treatment for depressive and anxiety disorders in patients being treated for alcohol dependence. Am J Addict. 2011 Jul-Aug;20(4):319-29. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3124006 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21679263?tool=bestpractice.com
As opções de tratamento dependem do diagnóstico e podem incluir antidepressivos. Os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) demonstraram eficácia no transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas em pacientes com depressão comórbida. A sertralina, quando comparada ao placebo, diminui a proporção de dias bebendo durante o tratamento e aumenta o número de pacientes que tiveram abstinência contínua. Sua eficácia foi maior naqueles com transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas mais leve.[131]Pettinati HM, Volpicelli JR, Kranzler HR, et al. Sertraline treatment for alcohol dependence: interactive effects of medication and alcoholic subtype. Alcohol Clin Exp Res. 2000 Jul;24(7):1041-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10924008?tool=bestpractice.com Ensaios de fluoxetina para o transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas alcançaram resultados semelhantes, sugerindo que a fluoxetina também pode ser efetiva no transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas leve.[132]Kranzler HR, Burleson JA, Brown J, et al. Fluoxetine treatment seems to reduce the beneficial effects of cognitive-behavioral therapy in type B alcoholics. Alcohol Clin Exp Res. 1996 Dec;20(9):1534-41. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8986200?tool=bestpractice.com No entanto, nem todos os estudos apoiaram a utilidade dos ISRSs para o tratamento de transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas. Um estudo de fluoxetina para pessoas com transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas e depressão concomitantes não demonstrou nenhum benefício da fluoxetina versus placebo na depressão ou no consumo de bebidas alcoólicas.[133]Cornelius JR, Bukstein OG, Wood DS, et al. Double-blind placebo-controlled trial of fluoxetine in adolescents with comorbid major depression and an alcohol use disorder. Addict Behav. 2009 Oct;34(10):905-9. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2720419 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19321268?tool=bestpractice.com
Para obter mais detalhes sobre o manejo da depressão, consulte Depressão em adultos.
Os programas de tratamento devem prever encaminhamento externo para serviços psiquiátricos ou para um nível de tratamento mais intensivo, quando indicado.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment Em pacientes com suspeita ou diagnóstico de transtorno bipolar, a consulta psiquiátrica é fortemente recomendada.
transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas: adolescente não gestante
tratamento psicossocial
Uma metanálise de 16 estudos demonstrou que as intervenções psicossociais são efetivas na redução do uso de álcool por adolescentes, com os tratamentos direcionados individualmente tendo um efeito possivelmente maior que os baseados na família. As intervenções com maiores tamanhos de efeito incluem entrevistas motivacionais breves, terapia cognitivo-comportamental com 12 passos, terapia cognitivo-comportamental com pós-tratamento, terapia familiar multidimensional, intervenções breves com o adolescente e intervenções breves com o adolescente e um dos pais.[124]Tripodi SJ, Bender K, Litschge C, et al. Interventions for reducing adolescent alcohol abuse: a meta-analytic review. Arch Pediatr Adolesc Med. 2010 Jan;164(1):85-91. http://archpedi.ama-assn.org/cgi/content/full/164/1/85 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20048247?tool=bestpractice.com
Os tratamentos baseados em terapia de grupo podem ser efetivos para os adolescentes, mas a segurança deve ser considerada e essas modalidades necessitam de investigações adicionais.[125]Engle B, Macgowan MJ. A critical review of adolescent substance abuse group treatments. J Evid Based Soc Work. 2009 Jul;6(3):217-43. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20183675?tool=bestpractice.com
naltrexona
A naltrexona é o tratamento medicamentoso mais bem estudado para apoiar a redução do consumo de bebidas alcoólicas e a abstinência em adolescentes, e demonstrou reduzir as fissuras em adolescentes em alguns ensaios pequenos.[126]Clark DB. Pharmacotherapy for adolescent alcohol use disorder. CNS Drugs. 2012 Jul 1;26(7):559-69. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22676261?tool=bestpractice.com Entretanto, dada a falta geral de evidências e o aumento do risco de danos, o uso de terapia medicamentosa em adolescentes geralmente é limitado na prática clínica, quando possível.
A naltrexona é um antagonista de receptores opioides que diminui o uso de bebidas alcoólicas atenuando seus efeitos gratificantes e reforçadores. Especificamente, a naltrexona bloqueia a estimulação dos receptores opioides por opioides endógenos e diminui a liberação de dopamina na área tegmental ventral.[91]Soyka M, Rösner S. Opioid antagonists for pharmacological treatment of alcohol dependence - a critical review. Curr Drug Abuse Rev. 2008 Nov;1(3):280-91. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19630726?tool=bestpractice.com Está disponível nas formulações intramuscular e oral. Ela é particularmente útil em pacientes com uma história familiar de transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas e naqueles com fissuras alcoólicas significativas.[16]Swift RM. Drug therapy for alcohol dependence. N Engl J Med. 1999 May 13;340(19):1482-90. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10320388?tool=bestpractice.com [51]Reus VI, Fochtmann LJ, Bukstein O, et al. The American Psychiatric Association practice guideline for the pharmacological treatment of patients with alcohol use disorder. Am J Psychiatry. 2018 Jan 1;175(1):86-90. https://psychiatryonline.org/doi/book/10.1176/appi.books.9781615371969 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29301420?tool=bestpractice.com [92]Lingford-Hughes AR, Welch S, Peter L, et al. BAP updated guidelines: evidence-based guidelines for the pharmacological management of substance abuse, harmful use, addiction, and comorbidity: recommendations from BAP. J Psychopharmacol. 2012 Jul;26(7):899-952. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22628390?tool=bestpractice.com
A naltrexona oral pode ser iniciada nos pacientes que ainda bebem, e geralmente é bem tolerada. A naltrexona pode precipitar a abstinência de opioides naqueles com opioides em seu sistema. Ela não é iniciada até que os pacientes estejam livres de opioides por vários dias (7 a 10 dias) e é contraindicada para aqueles que necessitam de agonistas opioides para dor ou transtorno relacionado ao uso de opioides. A naltrexona pode causar desconforto estomacal e um leve aumento nos testes da função hepática, especialmente na formulação oral. Como tal, a formulação oral não é recomendada nos pacientes com dosagens de alanina aminotransferase (ALT) superiores a 5 vezes o limite normal. A naltrexona intramuscular parece ser segura, exceto na insuficiência hepática aguda ou na cirrose descompensada. Como não sofre metabolismo de primeira passagem no fígado, a concentração sérica é mais previsível e considerada mais segura.[93]Antonelli M, Ferrulli A, Sestito L, et al. Alcohol addiction - the safety of available approved treatment options. Expert Opin Drug Saf. 2018 Feb;17(2):169-77. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29120249?tool=bestpractice.com [94]Ciraulo DA, Dong Q, Silverman BL, et al. Early treatment response in alcohol dependence with extended-release naltrexone. J Clin Psychiatry. 2008 Feb;69(2):190-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18348601?tool=bestpractice.com [95]Lucey MR, Silverman BL, Illeperuma A, et al. Hepatic safety of once-monthly injectable extended-release naltrexone administered to actively drinking alcoholics. Alcohol Clin Exp Res. 2008 Mar;32(3):498-504. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18241321?tool=bestpractice.com
Um ensaio clínico randomizado e controlado (ECRC; em uma população majoritariamente adulta) revelou que a naltrexona reduziu os dias de consumo excessivo de álcool, aumentou a abstinência e reduziu o risco de retorno ao consumo excessivo de álcool em 3 e 12 meses após o tratamento, em comparação com o placebo.[96]Anton RF, O'Malley SS, Ciraulo DA, et al. Combined pharmacotherapies and behavioral interventions for alcohol dependence: the COMBINE study: a randomized controlled trial. JAMA. 2006 May 3;295(17):2003-17.
http://jama.ama-assn.org/cgi/reprint/295/17/2003.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16670409?tool=bestpractice.com
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What are the effects of opioid antagonists in people with alcohol dependence?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.601/fullMostre-me a resposta Em uma metanálise de 118 ECRCs em adultos (excluindo aqueles com idade <18 anos), o número necessário para tratar (NNT) para evitar o retorno ao consumo de naltrexona oral foi de 18, e o NNT para reduzir o consumo excessivo de álcool foi de 11.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com
A formulação intramuscular de naltrexona pode ser mais eficaz em pacientes com dificuldade em tomar a terapia medicamentosa diariamente, com algumas evidências de que pode reduzir a porcentagem de dias de consumo de bebidas alcoólicas (redução de 5% vs. placebo).[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com
[98]Pettinati HM, Silverman BL, Battisti JJ, et al. Efficacy of extended-release naltrexone in patients with relatively higher severity of alcohol dependence. Alcohol Clin Exp Res. 2011 Oct;35(10):1804-11.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21575016?tool=bestpractice.com
Sugere-se que os medicamentos sejam mantidos por 6 meses devido a natureza crônica e a propensão à recidiva da condição.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com O tratamento adicional é determinado por meio de tomada de decisão compartilhada.
Opções primárias
naltrexona: 50 mg por via oral uma vez ao dia; 380 mg por via intramuscular a cada 4 semanas
tratamento psicossocial
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O uso de tratamento farmacológico não impede outro suporte psicossocial; e o suporte psicossocial não impede o uso de tratamento farmacológico. De fato, a maior eficácia pode ser observada nos pacientes que usam uma combinação de farmacoterapia e tratamento psicossocial.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com Entretanto, a decisão do paciente de recusar o tratamento psicossocial não deve impedir ou atrasar a farmacoterapia.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment
acamprosato
O acamprosato é uma opção alternativa. Entretanto, dada a falta geral de evidências e o aumento do risco de danos, o uso de terapia medicamentosa em adolescentes geralmente é limitado na prática clínica, quando possível.
O acamprosato normaliza o glutamato e os sistemas de neurotransmissores de ácido gama-aminobutírico no sistema nervoso central. Acredita-se que essas ações reduzam os sintomas continuados associados à abstinência alcoólica (por exemplo, ansiedade, insônia) e as fissuras. A quantidade de comprimidos pode reduzir sua efetividade. Ele é primariamente metabolizado pelos rins, podendo ser necessária redução da dose nos pacientes com comprometimento renal (seu uso é contraindicado se o clearance de creatinina for <30 mL/minuto).[51]Reus VI, Fochtmann LJ, Bukstein O, et al. The American Psychiatric Association practice guideline for the pharmacological treatment of patients with alcohol use disorder. Am J Psychiatry. 2018 Jan 1;175(1):86-90. https://psychiatryonline.org/doi/book/10.1176/appi.books.9781615371969 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29301420?tool=bestpractice.com Foi demonstrado que o acamprosato aumenta a taxa e a duração da abstinência em comparação com o placebo, embora a maioria dos estudos tenha excluído pacientes com idade <18 anos.[100]Rösner S, Hackl-Herrwerth A, Leucht S, et al. Acamprosate for alcohol dependence. Cochrane Database Syst Rev. 2010 Sep 8;(9):CD004332. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD004332.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20824837?tool=bestpractice.com [101]Mason BJ, Lehert P. Acamprosate for alcohol dependence: a sex-specific meta-analysis based on individual patient data. Alcohol Clin Exp Res. 2012 Mar;36(3):497-508. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3288465 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21895717?tool=bestpractice.com O acamprosato é seguro para uso em pacientes que bebem ativamente, mas as evidências para seu uso são provenientes de estudos com pessoas que já pararam de beber. Metanálise em adultos (excluindo aqueles com idade <18 anos) revelou que o número necessário para tratar é 11 para evitar o retorno ao consumo de álcool.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com A diarreia é um efeito adverso comum.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com
Sugere-se que os medicamentos sejam mantidos por pelo menos 6 meses devido à natureza crônica e a propensão à recidiva da condição.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com O tratamento adicional é determinado por meio de tomada de decisão compartilhada.
Opções primárias
acamprosato: 666 mg por via oral três vezes ao dia
tratamento psicossocial
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O uso de tratamento farmacológico não impede outro suporte psicossocial; e o suporte psicossocial não impede o uso de tratamento farmacológico. De fato, a maior eficácia pode ser observada nos pacientes que usam uma combinação de terapia medicamentosa e tratamento psicossocial.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com Entretanto, a decisão do paciente de recusar o tratamento psicossocial não deve impedir ou atrasar a farmacoterapia.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment
transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas: gestante
tratamento psicossocial
Evidências de revisão sistemática mostram que intervenções psicossociais podem aumentar as taxas de abstinência, em comparação com o tratamento usual ou ausência de intervenção, em gestantes que consomem álcool.[116]Ujhelyi Gomez K, Goodwin L, Jackson L, et al. Are psychosocial interventions effective in reducing alcohol consumption during pregnancy and motherhood? A systematic review and meta-analysis. Addiction. 2021 Jul;116(7):1638-63.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33067887?tool=bestpractice.com
[117]Minozzi S, Ambrosi L, Saulle R, et al. Psychosocial and medication interventions to stop or reduce alcohol consumption during pregnancy. Cochrane Database Syst Rev. 2024 Apr 29;4(4):CD015042.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11057221
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38682758?tool=bestpractice.com
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How effective are psychological interventions for stopping or reducing alcohol consumption during pregnancy?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.4453/fullMostre-me a resposta Não está claro se as terapias psicossociais afetam o número de doses de álcool por dia, embora as evidências sejam, em geral, de baixa qualidade e se relacionem predominantemente às intervenções breves.[117]Minozzi S, Ambrosi L, Saulle R, et al. Psychosocial and medication interventions to stop or reduce alcohol consumption during pregnancy. Cochrane Database Syst Rev. 2024 Apr 29;4(4):CD015042.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11057221
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38682758?tool=bestpractice.com
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How effective are psychological interventions for stopping or reducing alcohol consumption during pregnancy?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.4453/fullMostre-me a resposta
A orientação (não específica para populações de gestantes) afirma que não há evidências fortes para nenhuma abordagem e, portanto, a preferência do paciente e a disponibilidade local devem orientar a escolha do tratamento.[42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud [86]Wendt DC, Gone JP. Group therapy for substance use disorders: a survey of clinician practices. J Groups Addict Recover. 2017;12(4):243-59. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30546274?tool=bestpractice.com [87]World Health Organization. Mental Health Gap Action Programme (mhGAP) guideline for mental, neurological and substance use disorders, third edition. Nov 2023 [internet publication]. https://www.who.int/publications/i/item/9789240084278
O Department of Veterans Affairs/Department of Defense sugere as seguintes opções de primeira linha que demonstraram efeito modesto no consumo de bebidas alcoólicas e na recuperação: terapia cognitivo-comportamental (TCC, auxilia os pacientes a lidarem com pensamentos de retorno ao uso de bebidas alcoólicas e cognições negativas); terapia comportamental para casais (visa melhorar o funcionamento do relacionamento com metas para reduzir o uso de bebidas alcoólicas com apoio do parceiro); abordagem de reforço comunitário (abordagem cognitivo-comportamental abrangente que aborda contingências ambientais que influenciam o comportamento de beber); terapia de aprimoramento motivacional (baseada nos princípios da entrevista motivacional, mas usando um plano estruturado e individualizado que incorpora avaliação e feedback para aumentar a autoeficácia); e facilitação de 12 passos (abordagem sistematizada que visa aumentar o envolvimento nos Alcoólicos Anônimos [AA] ou outros grupos de autoajuda baseados em 12 passos).[42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud
Os programas de dependência para pacientes ambulatoriais e pacientes ambulatoriais intensivos geralmente incluem sessões programadas de tratamento para uma ou duas vezes por semana a várias vezes na semana, com tratamento estendido para várias semanas a meses (ou mais).
O AA, fundado em 1939, é o programa mais comum. Seu objetivo primário é ajudar os indivíduos a manter a abstinência total do álcool e de outras substâncias aditivas.
Alcoholics Anonymous
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Does RCT evidence indicate that manualized Alcoholics Anonymous (AA) or other 12‐step programs offer benefit over alternative interventions for people with alcohol use disorder?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.2976/fullMostre-me a resposta[Evidência A]c68ec014-6900-4a8c-a372-df717225e5bfccaAAs evidências de ECRC´s indicam que os manuais dos Alcoólicos Anônimos (AA), ou outros programas de 12 passos, oferecem benefícios em relação a intervenções alternativas para pessoas com transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas?Os programas de autoajuda, como o AA, podem oferecer um suporte adicional para muitos pacientes e seus familiares. Os pacientes que demonstrarem benefícios com o comparecimento a grupos de apoio devem ser encorajados a comparecerem às reuniões do grupo por um período estendido; alguns pacientes podem se beneficiar desse comparecimento por tempo indeterminado. Em um grande ensaio clínico randomizado e controlado, o AA melhorou os desfechos de consumo de bebidas alcoólicas, em grande parte por meio de melhoras nas mudanças de redes sociais adaptativas e na autoeficácia social.[88]Kelly JF, Hoeppner B, Stout RL, et al. Determining the relative importance of the mechanisms of behavior change within Alcoholics Anonymous: a multiple mediator analysis. Addiction. 2012 Feb;107(2):289-99.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3242865
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21917054?tool=bestpractice.com
Cada grupo de AA é independente, então os pacientes devem ser encorajados a tentar vários se um não for adequado. Para aqueles que têm experiências ou opiniões negativas sobre o AA, é importante que os médicos estejam cientes das alternativas, como grupos da Smart Recovery.
Reavaliar a cada 3 meses para agravamento do uso ou prejuízos do álcool.
naltrexona
Não há ensaios clínicos randomizados e controlados avaliando a eficácia de intervenções farmacológicas para reduzir o uso de bebidas alcoólicas ou melhorar os desfechos maternos, de parto e infantis em gestantes que consomem bebidas alcoólicas ou com transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas.[117]Minozzi S, Ambrosi L, Saulle R, et al. Psychosocial and medication interventions to stop or reduce alcohol consumption during pregnancy. Cochrane Database Syst Rev. 2024 Apr 29;4(4):CD015042. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11057221 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38682758?tool=bestpractice.com [118]Smith EJ, Lui S, Terplan M. Pharmacologic interventions for pregnant women enrolled in alcohol treatment. Cochrane Database Syst Rev. 2009 Jul 8;(3):CD007361. http://cochranelibrary-wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD007361.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19588428?tool=bestpractice.com Devido à falta de evidências e ao aumento do risco de danos, o uso de terapia medicamentosa durante a gravidez geralmente é limitado na prática clínica, quando possível. No entanto, dado o impacto do álcool na gravidez, o tratamento medicamentoso ainda pode ser considerado para mulheres que não conseguem parar de beber sem suporte farmacológico.
A naltrexona é a mais bem estudada em pacientes gestantes, embora principalmente no transtorno relacionado ao uso de opioides, e não está associada a malformações congênitas.[119]Towers CV, Katz E, Weitz B, et al. Use of naltrexone in treating opioid use disorder in pregnancy. Am J Obstet Gynecol. 2020 Jan;222(1):83.e1-83.e8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31376396?tool=bestpractice.com Geralmente, recomenda-se mudar para a formulação oral na 36ª semana de gestação para permitir o controle eficaz da dor no parto.
A naltrexona é um antagonista de receptores opioides que diminui o uso de bebidas alcoólicas atenuando seus efeitos gratificantes e reforçadores. Especificamente, a naltrexona bloqueia a estimulação dos receptores opioides por opioides endógenos e diminui a liberação de dopamina na área tegmental ventral.[91]Soyka M, Rösner S. Opioid antagonists for pharmacological treatment of alcohol dependence - a critical review. Curr Drug Abuse Rev. 2008 Nov;1(3):280-91. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19630726?tool=bestpractice.com Está disponível nas formulações intramuscular e oral. Ela é particularmente útil em pacientes com uma história familiar de transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas e naqueles com fissuras alcoólicas significativas.[16]Swift RM. Drug therapy for alcohol dependence. N Engl J Med. 1999 May 13;340(19):1482-90. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10320388?tool=bestpractice.com [51]Reus VI, Fochtmann LJ, Bukstein O, et al. The American Psychiatric Association practice guideline for the pharmacological treatment of patients with alcohol use disorder. Am J Psychiatry. 2018 Jan 1;175(1):86-90. https://psychiatryonline.org/doi/book/10.1176/appi.books.9781615371969 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29301420?tool=bestpractice.com [92]Lingford-Hughes AR, Welch S, Peter L, et al. BAP updated guidelines: evidence-based guidelines for the pharmacological management of substance abuse, harmful use, addiction, and comorbidity: recommendations from BAP. J Psychopharmacol. 2012 Jul;26(7):899-952. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22628390?tool=bestpractice.com
A naltrexona oral pode ser iniciada nos pacientes que ainda bebem, e geralmente é bem tolerada. A naltrexona pode precipitar a abstinência de opioides naqueles com opioides em seu sistema. Ela não é iniciada até que os pacientes estejam livres de opioides por vários dias (7 a 10 dias) e é contraindicada para aqueles que necessitam de agonistas opioides para dor ou transtorno relacionado ao uso de opioides. A naltrexona pode causar desconforto estomacal e um leve aumento nos testes da função hepática, especialmente na formulação oral. Como tal, a formulação oral não é recomendada nos pacientes com dosagens de alanina aminotransferase (ALT) superiores a 5 vezes o limite normal. A naltrexona intramuscular parece ser segura, exceto na insuficiência hepática aguda ou na cirrose descompensada. Como não sofre metabolismo de primeira passagem no fígado, a concentração sérica é mais previsível e considerada mais segura.[93]Antonelli M, Ferrulli A, Sestito L, et al. Alcohol addiction - the safety of available approved treatment options. Expert Opin Drug Saf. 2018 Feb;17(2):169-77. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29120249?tool=bestpractice.com [94]Ciraulo DA, Dong Q, Silverman BL, et al. Early treatment response in alcohol dependence with extended-release naltrexone. J Clin Psychiatry. 2008 Feb;69(2):190-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18348601?tool=bestpractice.com [95]Lucey MR, Silverman BL, Illeperuma A, et al. Hepatic safety of once-monthly injectable extended-release naltrexone administered to actively drinking alcoholics. Alcohol Clin Exp Res. 2008 Mar;32(3):498-504. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18241321?tool=bestpractice.com
Um ensaio clínico randomizado e controlado (não específico para a população de gestantes) revelou que a naltrexona reduziu os dias de consumo excessivo de álcool, aumentou a abstinência e reduziu o risco de retorno ao consumo excessivo de álcool em 3 e 12 meses após o tratamento, em comparação com o placebo.[96]Anton RF, O'Malley SS, Ciraulo DA, et al. Combined pharmacotherapies and behavioral interventions for alcohol dependence: the COMBINE study: a randomized controlled trial. JAMA. 2006 May 3;295(17):2003-17.
http://jama.ama-assn.org/cgi/reprint/295/17/2003.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16670409?tool=bestpractice.com
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What are the effects of opioid antagonists in people with alcohol dependence?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.601/fullMostre-me a resposta Em uma metanálise de 118 estudos (não específica para pacientes gestantes), o número necessário para tratar (NNT) para evitar o retorno ao consumo de álcool para naltrexona oral foi de 18, e o NNT para reduzir o consumo excessivo de álcool foi de 11.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com
A formulação intramuscular de naltrexona pode ser mais eficaz em pacientes com dificuldade em tomar a terapia medicamentosa diariamente, com algumas evidências de que pode reduzir a porcentagem de dias de consumo de bebidas alcoólicas (redução de 5% vs. placebo).[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com
[98]Pettinati HM, Silverman BL, Battisti JJ, et al. Efficacy of extended-release naltrexone in patients with relatively higher severity of alcohol dependence. Alcohol Clin Exp Res. 2011 Oct;35(10):1804-11.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21575016?tool=bestpractice.com
Sugere-se que os medicamentos sejam mantidos por pelo menos 6 meses devido à natureza crônica e a propensão à recidiva da condição.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com O tratamento adicional é determinado por meio de tomada de decisão compartilhada.
Opções primárias
naltrexona: 50 mg por via oral uma vez ao dia; 380 mg por via intramuscular a cada 4 semanas
tratamento psicossocial
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O uso de tratamento farmacológico não impede outro suporte psicossocial; e o suporte psicossocial não impede o uso de tratamento farmacológico. De fato, a maior eficácia pode ser observada nos pacientes que usam uma combinação de farmacoterapia e tratamento psicossocial.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com Entretanto, a decisão do paciente de recusar o tratamento psicossocial não deve impedir ou atrasar a farmacoterapia.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment
gabapentina
Não há ensaios clínicos randomizados e controlados (ECRCs) avaliando a eficácia de intervenções farmacológicas para reduzir o uso de bebidas alcoólicas ou melhorar os desfechos maternos, de parto e infantis em gestantes que consomem bebidas alcoólicas ou com transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas.[117]Minozzi S, Ambrosi L, Saulle R, et al. Psychosocial and medication interventions to stop or reduce alcohol consumption during pregnancy. Cochrane Database Syst Rev. 2024 Apr 29;4(4):CD015042. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11057221 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38682758?tool=bestpractice.com [118]Smith EJ, Lui S, Terplan M. Pharmacologic interventions for pregnant women enrolled in alcohol treatment. Cochrane Database Syst Rev. 2009 Jul 8;(3):CD007361. http://cochranelibrary-wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD007361.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19588428?tool=bestpractice.com Devido à falta de evidências e ao aumento do risco de danos, o uso de terapia medicamentosa durante a gravidez geralmente é limitado na prática clínica, quando possível. No entanto, dado o impacto do álcool na gravidez, o tratamento medicamentoso ainda pode ser considerado para mulheres que não conseguem parar de beber sem suporte farmacológico.
A gabapentina pode causar abstinência nos neonatos, especialmente em gestantes com transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas concomitante.
A gabapentina é aprovada para o tratamento de crises convulsivas parciais e dor neuropática. O mecanismo exato da gabapentina nos transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas não é conhecido, mas ela parece inibir a liberação de neurotransmissores excitatórios. Em um ECRC com 96 indivíduos com transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas (que excluiu pacientes gestantes), a gabapentina resultou em uma redução estatisticamente significativa nos dias de consumo excessivo de álcool (número necessário para tratar [NNT] 5) e na prevenção do retorno ao consumo (NNT 6) para pacientes com sintomas basais elevados de abstinência alcoólica.[102]Anton RF, Latham P, Voronin K, et al. Efficacy of gabapentin for the treatment of alcohol use disorder in patients with alcohol withdrawal symptoms: a randomized clinical trial. JAMA Intern Med. 2020 May 1;180(5):728-36. https://www.doi.org/10.1001/jamainternmed.2020.0249 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32150232?tool=bestpractice.com Entretanto, o maior ECRC até o momento, com 346 indivíduos (elegibilidade para gestação não especificada), não encontrou nenhum benefício da formulação de liberação prolongada em comparação ao placebo.[103]Falk DE, Ryan ML, Fertig JB, et al. Gabapentin enacarbil extended-release for alcohol use disorder: a randomized, double-blind, placebo-controlled, multisite trial assessing efficacy and safety. Alcohol Clin Exp Res. 2019 Jan;43(1):158-69. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC6317996 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30403402?tool=bestpractice.com Metanálises (não específicas para pacientes gestantes) concluíram que a força das evidências para a gabapentina é baixa em geral, com quaisquer efeitos sobre os desfechos do consumo de álcool sendo de significância estatística apenas limítrofe.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com [99]Bahji A, Bach P, Danilewitz M, et al. Pharmacotherapies for adults with alcohol use disorders: a systematic review and network meta-analysis. J Addict Med. 2022 Nov-Dec 01;16(6):630-8. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10010623 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35653782?tool=bestpractice.com No entanto, ela pode ser uma opção eficaz em pacientes com sintomas de abstinência alcoólica ou quando outros medicamentos são contraindicados ou mal tolerados.[42]US Department of Veterans Affairs. VA/DOD clinical practice guidelines: management of substance use disorders. 2021 [internet publication]. https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/sud [51]Reus VI, Fochtmann LJ, Bukstein O, et al. The American Psychiatric Association practice guideline for the pharmacological treatment of patients with alcohol use disorder. Am J Psychiatry. 2018 Jan 1;175(1):86-90. https://psychiatryonline.org/doi/book/10.1176/appi.books.9781615371969 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29301420?tool=bestpractice.com
Os principais efeitos colaterais da gabapentina são tontura, torpor e náuseas. Os pacientes devem ser informados de que a interrupção abrupta da gabapentina pode diminuir o limiar convulsivo.
Sugere-se que os medicamentos sejam mantidos por pelo menos 6 meses devido à natureza crônica e a propensão à recidiva da condição.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com O tratamento adicional é determinado por meio de tomada de decisão compartilhada.
Opções primárias
gabapentina: 300-600 mg por via oral três vezes ao dia
tratamento psicossocial
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O uso de tratamento farmacológico não impede outro suporte psicossocial; e o suporte psicossocial não impede o uso de tratamento farmacológico. De fato, a maior eficácia pode ser observada nos pacientes que usam uma combinação de farmacoterapia e tratamento psicossocial.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com Entretanto, a decisão do paciente de recusar o tratamento psicossocial não deve impedir ou atrasar a farmacoterapia.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment
acamprosato
Não há ensaios clínicos randomizados e controlados avaliando a eficácia de intervenções farmacológicas para reduzir o uso de bebidas alcoólicas ou melhorar os desfechos maternos, de parto e infantis em gestantes que consomem bebidas alcoólicas ou com transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas.[117]Minozzi S, Ambrosi L, Saulle R, et al. Psychosocial and medication interventions to stop or reduce alcohol consumption during pregnancy. Cochrane Database Syst Rev. 2024 Apr 29;4(4):CD015042. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11057221 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38682758?tool=bestpractice.com [118]Smith EJ, Lui S, Terplan M. Pharmacologic interventions for pregnant women enrolled in alcohol treatment. Cochrane Database Syst Rev. 2009 Jul 8;(3):CD007361. http://cochranelibrary-wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD007361.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19588428?tool=bestpractice.com Devido à falta de evidências e ao aumento do risco de danos, o uso de terapia medicamentosa durante a gravidez geralmente é limitado na prática clínica, quando possível. No entanto, dado o impacto do álcool na gravidez, o tratamento medicamentoso ainda pode ser considerado para mulheres que não conseguem parar de beber sem suporte farmacológico.
O acamprosato é uma opção nas gestantes se os benefícios superarem os riscos, mas sua eficácia não é clara.[120]DeVido J, Bogunovic O, Weiss RD. Alcohol use disorders in pregnancy. Harv Rev Psychiatry. 2015 Mar-Apr;23(2):112-21. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25747924?tool=bestpractice.com
O acamprosato normaliza o glutamato e os sistemas de neurotransmissores de ácido gama-aminobutírico no sistema nervoso central. Acredita-se que essas ações reduzam os sintomas continuados associados à abstinência alcoólica (por exemplo, ansiedade, insônia) e as fissuras. A quantidade de comprimidos pode reduzir sua efetividade. Ele é primariamente metabolizado pelos rins, podendo ser necessária redução da dose nos pacientes com comprometimento renal (seu uso é contraindicado se o clearance de creatinina for <30 mL/minuto).[51]Reus VI, Fochtmann LJ, Bukstein O, et al. The American Psychiatric Association practice guideline for the pharmacological treatment of patients with alcohol use disorder. Am J Psychiatry. 2018 Jan 1;175(1):86-90. https://psychiatryonline.org/doi/book/10.1176/appi.books.9781615371969 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29301420?tool=bestpractice.com Foi demonstrado que o acamprosato aumenta a taxa e a duração da abstinência em comparação com o placebo, embora esses estudos tenham excluído principalmente pacientes gestantes.[100]Rösner S, Hackl-Herrwerth A, Leucht S, et al. Acamprosate for alcohol dependence. Cochrane Database Syst Rev. 2010 Sep 8;(9):CD004332. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD004332.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20824837?tool=bestpractice.com [101]Mason BJ, Lehert P. Acamprosate for alcohol dependence: a sex-specific meta-analysis based on individual patient data. Alcohol Clin Exp Res. 2012 Mar;36(3):497-508. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3288465 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21895717?tool=bestpractice.com O acamprosato é seguro para uso em pacientes que bebem ativamente, mas as evidências para seu uso são provenientes de estudos com pessoas que já pararam de beber. Em metanálises (não específicas para pacientes grávidas), o número necessário para tratar é 11 para evitar o retorno ao consumo de álcool.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com A diarreia também é um efeito adverso comum.[97]McPheeters M, O'Connor EA, Riley S, et al. Pharmacotherapy for alcohol use disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2023 Nov 7;330(17):1653-65. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10630900 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37934220?tool=bestpractice.com
Sugere-se que os medicamentos sejam mantidos por pelo menos 6 meses devido à natureza crônica e a propensão à recidiva da condição.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com O tratamento adicional é determinado por meio de tomada de decisão compartilhada.
Opções primárias
acamprosato: 666 mg por via oral três vezes ao dia
tratamento psicossocial
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O uso de tratamento farmacológico não impede outro suporte psicossocial; e o suporte psicossocial não impede o uso de tratamento farmacológico. De fato, a maior eficácia pode ser observada nos pacientes que usam uma combinação de farmacoterapia e tratamento psicossocial.[77]Kranzler HR, Soyka M. Diagnosis and pharmacotherapy of alcohol use disorder: a review. JAMA. 2018 Aug 28;320(8):815-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167705?tool=bestpractice.com Entretanto, a decisão do paciente de recusar o tratamento psicossocial não deve impedir ou atrasar a farmacoterapia.[3]American Society of Addiction Medicine. Engagement and retention of nonabstinent patients in substance use treatment: clinical consideration for addiction treatment providers. Oct 2024 [internet publication]. https://www.asam.org/quality-care/clinical-recommendations/asam-clinical-considerations-for-engagement-and-retention-of-non-abstinent-patients-in-treatment
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