Etiologia

A exposição ao asbesto é o principal fator de risco; cerca de 80% dos pacientes têm história de exposição ao asbesto.[8][9][10]​ O período de latência entre a exposição e o desenvolvimento da neoplasia maligna é de 20 a 40 anos.[11]

Há três tipos principais de asbesto: crisotila (asbesto branco), amosita (asbesto marrom) e crocidolita (asbesto azul). A crocidolita, que é composta de fibras longas e estreitas, parece ser o tipo primário de asbesto associado ao desenvolvimento de mesotelioma.[12]​ O mecanismo da carcinogênese não é totalmente conhecido.

Outras etiologias possíveis incluem exposição prévia à radioterapia (um carcinógeno conhecido); predisposição genética (por exemplo, mutação do gene de proteína 1 associada ao BRCA1 [BAP1]); e o vírus símio 40 (SV-40).[13][14][15][16]​​​​​​[17][18][19]​​​​​​ Mutações das linhas germinativas do gene que codifica BAP1 podem predispor os portadores ao mesotelioma. Outros tipos de câncer, em particular melanomas uveais e cutâneos, carcinomas basocelulares e carcinomas de células renais, foram descritos em indivíduos com mutação do gene BAP1.[20][21]​​​​

Muitos outros fatores foram propostos como possíveis riscos para o desenvolvimento de mesotelioma pleural maligno; no entanto, são necessários estudos epidemiológicos adicionais para determinar sua importância.[22]

Fisiopatologia

A exposição ao asbesto é considerada o fator causal primário. Estudos sugerem que a exposição às fibras de asbesto resulta em recrutamento e ativação dos macrófagos e neutrófilos alveolares, com subsequente geração, possivelmente catalisada por ferro, de espécies reativas de oxigênio e de nitrogênio.[9][23]​​[24]​​ A inflamação crônica e o estresse oxidativo podem culminar em danos ao DNA, alterações na expressão gênica (proto-oncogenes e genes supressores de tumor) e eventual transformação maligna.[25]​ No entanto, o modo exato dessas alterações induzidas por asbesto propiciarem o desenvolvimento de mesotelioma pleural maligno continua incerto e exige considerável investigação.

A análise genética identificou várias alterações genéticas e genômicas no mesotelioma maligno. As mutações somáticas mais frequentes são os genes NF2 (neurofibromatose tipo 2), BAP1 (proteína 1 associada a BRCA1) e CUL1 (Cullin 1).[16][26]​​​ As alterações genômicas no mesotelioma maligno humano que foram previamente relatadas incluem perdas dos braços cromossômicos 1p, 3p, 4q, 6q, 9p, 13q, 14q, 22q e ganhos dos braços cromossômicos 1q, 5p, 7p, 8q, 17q.[25][27][28]​​​​​​ Além disso, também foi demonstrada a desregulação nas vias de transdução de sinal, relacionada à sobrevivência e proliferação de células.

Classificação

Variações anatômicas

O mesotelioma surge a partir de células serosas que revestem as cavidades do corpo e inclui as seguintes variantes:[2]

  • Pleural (cerca de 85% dos casos de mesotelioma)

  • Peritoneal (15%)

  • Pericárdica (<1%)

  • Testicular (<1%)

Subtipos histológicos comuns

Os subtipos comuns são:[2][3]

  • Epitelioide (isto é, células epitelioides a redondas)

  • Sarcomatoide (ou seja, células fusiformes com núcleos afilados)

  • Bifásico (isto é, contém elementos tanto do mesotelioma epitelioide quanto do sarcomatoide, com cada elemento compreendendo ≥10% do tumor)

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