Surpreendentemente, poucas informações estão disponíveis a respeito do desfecho em longo prazo de pessoas com esferocitose hereditária (EH) acompanhadas por várias décadas, com ou sem esplenectomia. Isso pode ocorrer porque a maioria dos pacientes reaja bem e viva uma vida normal e, desta forma, não queira ou veja a necessidade de acompanhamento.
As mortes por sepse generalizada pós-esplenectomia são muito raras.
Aconselhamento genético
Os adultos com EH, ou pais de uma criança com EH que estão considerando conceber mais filhos, precisam ser aconselhados sobre o risco de herança do distúrbio pela criança. A EH é hereditária dominante em 75% dos casos, e cada criança apresenta 1 em 2 ou 50% de risco de herdar a anormalidade.[2]Narla J, Mohandas N. Red cell membrane disorders. Int J Lab Hematol. 2017 May;39 Suppl 1:47-52.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/ijlh.12657
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28447420?tool=bestpractice.com
Em pacientes sem história familiar prévia da doença, é mais difícil predizer o desfecho em futuros filhos. A manifestação da mutação ou mutações no indivíduo afetado pode ser útil, embora isso seja atualmente apenas uma investigação de pesquisa.[19]King MJ, Garçon L, Hoyer JD, et al. ICSH guidelines for the laboratory diagnosis of nonimmune hereditary red cell membrane disorders. Int J Lab Hematol. 2015 Jun;37(3):304-25.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/ijlh.12335
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25790109?tool=bestpractice.com
Desfecho da EH após esplenectomia
A maioria das pessoas é assintomática após a esplenectomia, com hemoglobina normal ou próxima do normal. Esferócitos ainda são observados no esfregaço sanguíneo, mas a meia-vida dos eritrócitos melhora bastante (frequentemente até ao normal).[46]Iolascon A, Andolfo I, Barcellini W, et al. Recommendations regarding splenectomy in hereditary hemolytic anemias. Haematologica. 2017 Aug;102(8):1304-13.
http://www.haematologica.org/content/102/8/1304
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28550188?tool=bestpractice.com
Os sintomas e sinais de hemólise estão ausentes em todos os casos, com exceção dos mais graves.
Há riscos em longo prazo de infecção e trombose após a esplenectomia. O risco de infecção é bastante reduzido por meio de vacinação pré-esplenectomia, profilaxia antibiótica e atendimento médico imediato adequado durante episódios de febre.[7]Bolton-Maggs PH, Langer JC, Iolascon A, et al; General Haematology Task Force of the British Committee for Standards in Haematology. Guidelines for the diagnosis and management of hereditary spherocytosis - 2011 update. Br J Haematol. 2012 Jan;156(1):37-49.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1365-2141.2011.08921.x/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22055020?tool=bestpractice.com
[46]Iolascon A, Andolfo I, Barcellini W, et al. Recommendations regarding splenectomy in hereditary hemolytic anemias. Haematologica. 2017 Aug;102(8):1304-13.
http://www.haematologica.org/content/102/8/1304
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28550188?tool=bestpractice.com
Estudos adicionais são necessários para se avaliar completamente o risco de complicações vasculares, mas evidências limitadas sugerem que o risco é maior muitos anos após a esplenectomia.[45]Schilling RF. Risks and benefits of splenectomy versus no splenectomy for hereditary spherocytosis - a personal view. Br J Haematol. 2009 Jun;145(6):728-32.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19388926?tool=bestpractice.com
[60]Schilling RF, Gangnon RE, Traver MI. Delayed adverse vascular events after splenectomy in hereditary spherocytosis. J Thromb Haemost. 2008 Aug;6(8):1289-95.
https://www.jthjournal.org/article/S1538-7836(22)12021-0/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18485083?tool=bestpractice.com