Rastreamento

O rastreamento, também conhecido como busca ativa de casos, de populações assintomáticas em regiões de alto risco possibilita identificar pacientes portadores de doença reumática cardíaca (DRC) leve, que podem obter os maiores benefícios da profilaxia secundária.[86] Os protocolos de rastreamento padrão com base na auscultação foram primeiro elaborados pela Organização Mundial da Saúde enfocando o rastreamento de crianças em idade escolar.[87] Nestes programas de rastreamento precoce, a ecocardiografia de acompanhamento foi recomendada para casos suspeitos com sopros patológicos. No entanto, um estudo de referência realizado em 2007 no Camboja e em Moçambique demonstrou que a ecocardiografia foi mais sensível e mais específica que a auscultação cardíaca e detectou 10 vezes mais DRCs que a auscultação isoladamente. Os autores concluíram que a ecocardiografia deve ser o procedimento inicial.[88] Desde então, vários estudos têm implementado o rastreamento ecocardiográfico.[89] Diretrizes padronizadas para o diagnóstico da DRC à ecocardiografia foram elaboradas por um painel de especialistas e publicadas em 2012.[58] Dados sobre desfechos de crianças com DRC detectada ecocardiograficamente mostram desfechos diferenciais em médio prazo, desde a regressão das lesões (melhora) até a progressão (agravamento); o estudo GOAL demonstrou que a profilaxia secundária administrada por 24 meses foi associada a menor progressão das lesões valvares.[90] O estudo também não observou associação entre o grupo de profilaxia e o grupo sem profilaxia na melhora das lesões e, portanto, o papel do rastreamento ecocardiográfico generalizado na vigilância em saúde pública não é claro e uma abordagem integrada ao sistema de saúde é preferencial.[91]

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