Epidemiologia

Os episódios primários da febre reumática aguda ocorrem sobretudo em crianças com idades de 5 a 14 anos, mas são raros em indivíduos com mais de 30 anos.[4] Episódios recorrentes continuam sendo relativamente comuns em adolescentes e adultos jovens, sendo porém incomuns em pessoas com mais de 35 anos de idade.[1] No total, estima-se ter havido, em 2019, 40.5 milhões de pessoas acometidas pela doença reumática cardíaca, o que representa 10.7 milhões de anos de vida ajustados para incapacidade perdidos e 306,000 mortes.[5][6][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Prevalência e taxas de mortalidade globais. Fonte: dados extraídos de Global Burden of Disease data 2010/2013.Zühlke, L.J., Beaton, A., Engel, M.E. et al. Group A streptococcus, acute rheumatic fever and rheumatic heart disease: epidemiology and clinical considerations. Curr Treat Options Cardio Med 19, 15 (2017). Usado com permissão. [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@7d57521

A carga mais pesada da febre reumática aguda e da doença reumática cardíaca (DRC) é maior nos habitantes de países de rendas baixa e média e em populações indígenas que vivem em estado de pobreza nos países de alta renda.[4] As maiores prevalência e mortalidade padronizada por idade causada pela doença reumática cardíaca (DRC) são observadas na Oceania, no sul da Ásia e na África Subsaariana central.[5][6] A febre reumática aguda não mostra uma predileção clara por sexo, embora a doença reumática cardíaca (DRC) seja mais comum nas mulheres. A febre reumática aguda é mais comum em países tropicais, sem variação sazonal. As maiores taxas de febre reumática aguda foram documentadas em crianças aborígines no Território do Norte da Austrália em povos do Pacífico, incluindo aqueles que vivem nos EUA e na Nova Zelândia.[7][8] No entanto, dados de Uganda descrevem uma incidência maior de febre reumática aguda em populações com malária coexistente, o que sugere o pouco reconhecimento da febre reumática aguda e o valor da vigilância.[9]

A febre reumática aguda foi comum em países de renda alta, incluindo os EUA, até a primeira metade do século XX, quando a incidência diminuiu devido à melhora nas condições de vida e na higiene, as quais, por sua vez, resultaram na diminuição da transmissão dos estreptococos do grupo A.[10] Na década de 1980, houve um ressurgimento da febre reumática nas regiões entre montanhas nos EUA, o que foi atribuído à emergência de estreptococos virulentos do grupo A pertencentes aos sorotipos M 1, 3 e 18.[11][12][13] Além disso, a mudança dos padrões no uso de antibióticos, sobretudo a exclusão do uso de antibióticos no tratamento da faringite estreptocócica do grupo A em países com baixas taxas de febre reumática aguda, também pode ter afetado a epidemiologia das doenças causadas por estreptococos do grupo A. No entanto, de maneira geral, a incidência da febre reumática aguda nos EUA é desconhecida, e ela não é mais uma doença de notificação compulsória nacionalmente.[14]

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