Prognóstico
Recuperação aguda sem tratamento
Sem tratamento, os sintomas da febre reumática aguda geralmente se resolvem em algumas semanas, mas uma inflamação cardíaca não reconhecida pode durar semanas a meses e progredir para doença cardíaca reumática (DRC).
Recuperação aguda com tratamento
Com tratamento, os sintomas da febre reumática aguda geralmente se resolvem dentro de várias semanas, porém a inflamação cardíaca dura de semanas a meses. Não é incomum que os pacientes apresentem sintomas recorrentes logo após o primeiro ataque, particularmente durante o desmame dos anti-inflamatórios não esteroidais, salicilatos ou glicocorticoides; isso pode incluir o retorno da artrite ou artralgia, com febre e marcadores inflamatórios elevados. Isso não indica recorrência da doença, e pode ser tratado com a reinstituição da medicação anti-inflamatória, da qual se pode proceder com o desmame do paciente de maneira mais lenta.
Sequelas em longo prazo
A expectativa é que os pacientes com febre reumática aguda se recuperem completamente da artrite, da febre e da coreia. Os pacientes devem ser alertados de que, em longo prazo, correm o risco de repetição dos episódios de febre reumática aguda e, consequentemente, de DRC crônica. A probabilidade de desenvolvimento da DRC depende da gravidade do ataque inicial de febre reumática aguda e do número de episódios de febre reumática recorrentes.[109] Cerca de 30% a 50% de todos os pacientes com febre reumática irão desenvolver DRC crônica, e esse risco aumenta para mais de 70% caso o ataque inicial seja grave ou tenha havido no mínimo uma recorrência. Por isso, a profilaxia secundária para evitar ataques recorrentes é muito importante, especialmente se considerarmos que 75% das recorrências ocorrem até 2 anos depois do ataque inicial e que mais de 90% das recorrências ocorrem nos primeiros 5 anos. A ausência de comprometimento cardíaco no ataque inicial não significa necessariamente que os ataques posteriores também irão poupar o coração.[64] A proporção de pacientes com um episódio primário de febre reumática aguda que apresentam recorrência varia de acordo com a adesão terapêutica à profilaxia secundária; nas regiões onde a adesão é baixa, até 45% dos casos de febre reumática são episódios recorrentes. Por outro lado, nas populações com distribuição e adesão à profilaxia secundária excelentes, as taxas de recorrência são muito baixas.[115]
A benzilpenicilina benzatina intramuscular reduz a faringite estreptocócica em 71% a 91%, reduzindo a febre reumática recorrente em 87% a 96%.[110] A profilaxia secundária pode reduzir a gravidade clínica e a mortalidade da DRC, levando a uma regressão de aproximadamente 50% a 70% da DRC, se os pacientes aderirem ao tratamento por mais de uma década.[107][108]
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