Complicações
Afeta aproximadamente 10% das fraturas cranianas, embora seja principalmente associado às fraturas da base do crânio.
Pode ser diagnosticado clinicamente pela drenagem de fluido transparente ou serossanguíneo das orelhas/nariz ou fratura aberta. O fluido pode ser testado para a beta-2-transferrina com a eletroforese de imunofixação para confirmar a presença do líquido cefalorraquidiano (LCR). A endoscopia intranasal também pode ser usada para identificar a origem do vazamento.
A maioria dos vazamentos é resolvida com medidas conservadoras, como a elevação da cabeceira do leito e laxantes. Se persistente, a punção lombar ou a colocação de um dreno lombar pode ser usada para reduzir a pressão intratecal e obter o LCR para realizar monitoramento para meningite.[74][75]
Se o reparo cirúrgico for necessário, o reparo intranasal endoscópico é o método preferencial, pois apresenta um desfecho melhor e menos morbidade que a craniotomia aberta.[55][72][74][76][75][83] Raramente, alguns vazamentos de LCR (por exemplo, na parte superior do seio frontal) podem não ser acessíveis por via endonasal ou podem necessitar de cranialização formal do seio através de uma craniotomia.
Tipicamente se apresenta com perda de consciência ou período de alerta reduzido, potencial atividade de convulsão (ou perda da continência intestinal e vesical), cefaleia, fraqueza ou alterações sensoriais, ou alterações na cognição, fala ou visão.
A tomografia computadorizada mostrará coleção de fluidos subdural/epidural.
Para hematomas subdurais pequenos e estáveis que não estejam causando deficit neurológicos, a observação pode ser apropriada; anticonvulsivantes devem ser administrados.
O tratamento cirúrgico é geralmente indicado para os hematomas subdurais agudos ou crônicos que sejam expansíveis ou que causem deficit neurológico.
Se a fratura linear estiver sobre o seio sagital superior, há um risco elevado de patologia ou lesão vascular associada. A incidência de estenose ou trombose pode chegar a 11.5% para todas as fraturas cranianas.[44][45]
Apresenta-se como febre, quimose, proptose, edema periorbital e oftalmoplegia externa na maioria dos pacientes. Imagens com tomografia computadorizada/ressonância nuclear magnética e angiografia adjuvante podem mostrar expansão ou falhas de enchimento anormais juntamente com convexidade lateral dos seios cavernosos.
O tratamento é conservador, com anticoagulação e punções lombares seriadas para reduzir a congestão venosa e a hipertensão intracraniana.[45]
A extensão da anticoagulação e a escolha dos agentes devem levar em consideração a gravidade dos sintomas relacionados à trombose, bem como o risco de exacerbar qualquer outra lesão traumática, particularmente a hemorragia intracraniana.[44]
A meningite é uma complicação reconhecida da fratura craniana e é relatada em 0.7% a 15.3% dos casos.[60][61][62][84]
Os fatores de risco incluem presença de otorreia e rinorreia de líquido cefalorraquidiano (LCR), presença de fratura exposta, contaminação grave e atraso no tratamento. O desbridamento imediato e o fechamento de feridas abertas minimizam o risco de complicações infecciosas.[84]
Os pacientes devem ser acompanhados para os sintomas com exames laboratoriais, pois uma minoria significativa pode se apresentar de maneira tardia.
Apresenta-se com febre, calafrios, rigidez da nuca e alterações no estado mental.
O diagnóstico pode ser feito com punção lombar e análise do LCR.
A terapêutica antimicrobiana empírica é necessária, pois o atraso na administração de antibióticos é associado a um desfecho desfavorável. A dexametasona, quando administrada em adultos antes dos antibióticos, mostrou uma melhora no desfecho da meningite bacteriana.[85]
As fraturas da base podem danificar os nervos cranianos em sua saída da base do crânio, resultando em deficit auditivo, paralisia facial (VII) ou entorpecimento (V) e nistagmo. A lesão do nervo facial (VII) pode causar perda auditiva neurossensorial. A perda auditiva condutiva também pode estar presente no início (<3 semanas) por causa do hemotímpano nas fraturas do osso temporal, ou mais tarde (>6 semanas) na fratura longitudinal do osso temporal com interrupção da cadeia ossicular. As lesões dos nervos cranianos são uma complicação rara, ocorrendo em 0.3% dos pacientes com traumatismo cranioencefálico leve. As fraturas da base do crânio são o achado radiográfico mais frequentemente associado às sequelas em longo prazo.[86][87][88]
A recuperação tem grau e evolução no tempo variáveis.[73]
Complicações neurológicas ocorrem em 11% dos casos.[69]
Os deficit neurológicos motores podem resultar da fratura ou da lesão intracraniana associada.
A recuperação tem grau e evolução no tempo variáveis.
Há um risco de epilepsia pós-traumática associado, com um risco mais alto dependendo da lesão intracraniana associada.
Afeta 15% das fraturas cranianas, mas tem uma distribuição bimodal, com os casos iniciais complicando 12.3% das fraturas cranianas e os tardios complicando 6.9%.[11]
O risco é elevado se o paciente tiver perda da consciência >2 horas e se a fratura apresentar afundamento.
Entre as convulsões tardias, 50% ocorrem após o primeiro ano da lesão, e as convulsões podem ser proteladas por até 4 anos após a lesão em 20% dos casos.[11]
O tratamento antiepiléptico em consulta com um neurologista é recomendado.
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[Evidência C]
A fístula carotídeo-cavernosa traumática é uma derivação anormal da artéria carótida para o seio cavernoso. É uma complicação vascular rara de lesão traumática cerebral e facial e está tipicamente associada à fratura da base do crânio.[89] As características clínicas incluem proptose, quemose, sopros orbitais e cefaleia.[90] O teste diagnóstico padrão ouro é uma angiografia cerebral.[91] O tratamento de primeira linha é a intervenção endovascular, com taxa de cura acima de 80%.[91][92] A intervenção precoce é crucial para a recuperação visual.[91]
Complicação do tratamento endoscópico da fratura da base do crânio.[55]
Os pacientes podem apresentar queixas de perda do olfato e paladar; o deficit pode ser medido pelo teste quimiossensorial. Na maioria dos casos, nenhum tratamento específico está disponível.
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