Investigações

Primeiras investigações a serem solicitadas

Hemograma completo com diferencial

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A maioria dos pacientes com leucemia mieloide aguda (LMA) ou leucemia promielocítica aguda (LPA) apresenta anemia, neutropenia e/ou trombocitopenia, mas o hemograma pode variar muito.

Uma contagem leucocitária elevada >100 × 10⁹/L (>100,000/microlitro; hiperleucocitose) ocorre em aproximadamente 5% a 20% dos pacientes com LMA, o que os predispõe a complicações tais como síndrome da lise tumoral, comprometimento do sistema nervoso central e leucostase (hiperleucocitose sintomática; os sintomas incluem desconforto respiratório e estado mental alterado).[3][4]​​ São emergências médicas e requerem tratamento imediato. Apesar da elevação na contagem leucocitária, muitos pacientes apresentam neutropenia grave (contagem absoluta de neutrófilos [ANC] <0.5 x 10⁹/L [<500 células/microlitro]), o que os coloca em alto risco para infecções graves.

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anemia, macrocitose, leucocitose, neutropenia e/ou trombocitopenia

esfregaço de sangue periférico

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Blastos são células imaturas e normalmente não são observados no sangue periférico.

O esfregaço da leucemia mieloide aguda (LMA) pode mostrar blastos mieloides caracterizados por bastonetes de Auer ou corpos Phi (fusiformes).

Na leucemia promielocítica aguda (LPA), o esfregaço geralmente mostra promielócitos hipergranulares com núcleos bilobados e grupos de bastonetes de Auer (bem como blastos mieloides).

​Uma variante da LPA é caracterizada por promielócitos hipogranulares (ausência de bastonetes de Auer), mas é menos comum.

[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Esfregaço periférico de um paciente com leucemia promielocítica aguda mostrando promielócitos hipergranulares, alguns com grupos de bastonetes de AuerDo acervo dos Drs. K. Raj e P. Mehta; usado com a permissão do paciente [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@39c6610e[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Esfregaço periférico de um paciente com leucemia promielocítica aguda mostrando promielócitos hipergranulares com núcleo bilobado e grupos de bastonetes de AuerDo acervo dos Drs. K. Raj e P. Mehta; usado com a permissão do paciente [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@590fe7f1[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Esfregaço de sangue periférico de paciente com leucemia mieloide aguda com maturação mostrando blastos mieloides com bastonete de AuerDo acervo dos Drs. K. Raj e P. Mehta; usado com a permissão do paciente [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@3db10706

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blastos mieloides em esfregaço sanguíneo; presença de bastonetes de Auer ou corpos Phi (fusiformes; na LMA); presença de promielócitos hipergranulares com núcleos bilobados e feixes de bastonetes de Auer, ou promielócitos hipogranulares sem bastonetes de Auer (na LPA)

painel da coagulação

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Solicitada como linha basal e monitorada durante todo o tratamento.

O tempo de protrombina (TP) e o tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) podem estar moderadamente prolongados, com fibrinogênio e dímero D normais.

Se os testes de coagulação estiverem anormais (TP e TTPa prolongados, fibrinogênio reduzido e dímero D elevado), deve-se suspeitar de coagulação intravascular disseminada (CIVD), sendo necessário encaminhamento urgente para iniciar o tratamento. Consulte o escore da International Society on Thrombosis and Haemostasis (ISTH) para CIVD.[61]

A CIVD ocorre com mais frequência na leucemia promielocítica aguda e é potencialmente de risco de vida.[62]

Uma séria redução de fibrinogênio sugere fibrinólise primária.

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O TP, o TTPa, o fibrinogênio e/ou o dímero D podem estar normais ou anormais; se anormais, deve-se suspeitar de CIVD

eletrólitos séricos

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Solicitada como linha basal e monitorada durante todo o tratamento.

Hipercalemia, hiperfosfatemia e hipocalcemia (juntamente com hiperuricemia e lactato desidrogenase sérica elevada) podem ocorrer devido à síndrome da lise tumoral (SLT), particularmente durante o tratamento e se a contagem de leucócitos (carga tumoral) for elevada. Isso pode levar a arritmias cardíacas, convulsões, lesão renal aguda e morte, se não for tratada. A SLT é uma emergência oncológica.[60] ​ Consulte Síndrome da lise tumoral.

Pode ocorrer hipercalcemia por infiltração óssea ou liberação ectópica de uma substância semelhante ao paratormônio.

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o potássio e o fósforo séricos podem estar elevados; o cálcio sérico pode estar reduzido ou elevado

ácido úrico sérico

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Solicitada como linha basal e monitorada durante todo o tratamento.

Pode ocorrer hiperuricemia (juntamente com hipercalemia, hiperfosfatemia, hipocalcemia e lactato desidrogenase sérica elevada) devido à síndrome da lise tumoral (SLT), particularmente durante o tratamento e se a contagem de leucócitos (carga tumoral) for elevada. Isso pode levar a arritmias cardíacas, convulsões, lesão renal aguda e morte, se não for tratada. A SLT é uma emergência oncológica.[60] ​ Consulte Síndrome da lise tumoral.

O grau de elevação do ácido úrico pode refletir a extensão da carga da doença e é útil para o prognóstico.[65]

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pode estar elevada

lactato desidrogenase (LDH) sérica

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Solicitada como linha basal e monitorada durante todo o tratamento.

Pode ocorrer LDH sérica elevada (juntamente com hipercalemia, hiperfosfatemia, hiperuricemia e hipocalcemia) devido à síndrome da lise tumoral (SLT), particularmente durante o tratamento e se a contagem leucocitária (carga tumoral) for elevada. Isso pode levar a arritmias cardíacas, convulsões, lesão renal aguda e morte, se não for tratada. A SLT é uma emergência oncológica.[60] ​ Consulte Síndrome da lise tumoral.

O grau de elevação de LDH pode refletir a extensão da carga da doença e é útil para o prognóstico.[66]

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pode estar elevada

função renal

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Solicitada como linha basal e monitorada durante todo o tratamento.

Inclui medição da ureia e da creatinina.

Pode ocorrer lesão renal aguda se a síndrome da lise tumoral (SLT) se desenvolver. A SLT é uma emergência oncológica.[60] ​ Consulte Síndrome da lise tumoral.

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pode ser anormal se houver disfunção renal

testes da função hepática

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Solicitada como linha basal e monitorada durante todo o tratamento.

Inclui medição da bilirrubina total, albumina, alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST).

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pode ser anormal se houver disfunção hepática

avaliação da medula óssea

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O diagnóstico requer análise de aspirado de medula óssea e biópsia por trefina.[27][45]

A avaliação citomorfológica demonstra hipercelularidade da medula óssea e infiltração por blastos mieloides na LMA (bem como promielócitos hipergranulares ou hipogranulares [menos comuns] na leucemia promielocítica aguda [LPA]). Os blastos mieloides são negativos para o deoxinucleotidil transferase terminal (TdT) e positivos para a coloração de mieloperoxidase.

Imunofenotipagem usando citometria de fluxo (em aspirado de medula óssea) e imuno-histoquímica (usando amostra de punção por agulha grossa [core biopsy]) identifica marcadores de superfície celular e citoplasmáticos de blastos mieloides (por exemplo, CD34, CD33) e estabelece a linhagem.

A confirmação da origem mieloide das células leucêmicas por imunofenotipagem é essencial para diferenciar leucemia mieloide aguda (LMA) e leucemia linfoide aguda (LLA), pois elas são frequentemente indistinguíveis clinicamente.

Caso as amostras da medula óssea sejam inadequadas ou irrealizáveis, o sangue periférico pode ser usado para a avaliação patológica, desde que haja números suficientes de blastos circulantes.[63]

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hipercelularidade da medula óssea e infiltração por blastos mieloides; presença de bastonetes de Auer ou corpos Phi (fusiformes; na LMA); presença de promielócitos hipergranulares com núcleos bilobados e feixes de bastonetes de Auer, ou promielócitos hipogranulares sem bastonetes de Auer (na LPA); positivo para marcadores de superfície celular e citoplasmáticos para blastos mieloides (por exemplo, CD34, CD33, mieloperoxidase); negativo para TdT

teste genético

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​Análises citogenéticas (cariotipagem, hibridização in situ fluorescente [FISH] ou sequenciamento do genoma completo) e testes genéticos moleculares (por exemplo, reação em cadeia da polimerase, ensaios de sequenciamento de nova geração [NGS]) devem ser realizados em amostras de medula óssea (ou sangue periférico se houver blastos circulantes) para orientar o diagnóstico, prognóstico, estratificação de risco e tratamento.[27][45]

Na leucemia mieloide aguda (LMA), as seguintes anomalias genéticas devem ser investigadas devido a sua associação com prognósticos e objetivos de tratamento específicos: RUNX1::RUNX1T1; CBFB::MYH11; MLLT3::KMT2A (ou outros rearranjos de KMT2A); DEK::NUP214; BCR::ABL1; KAT6A::CREBBP; KIT; NPM1; FLT3 (ITD e TKD); IDH1; IDH2; CEBPA (domínio zíper de leucina básica [bZIP]); -5 ou del(5q); -7; -17/abn(17p); GATA2; MECOM(EVI1); ASXL1; BCOR; EZH2; RUNX1; SF3B1; SRSF2; STAG2; U2AF1; ZRSR2; e TP53.[27][45]​​ Consulte Critérios.

A leucemia promielocítica aguda (LPA, um subtipo de LMA) é caracterizada pelo gene de fusão PML::RARA causado por um rearranjo cromossômico equilibrado t(15;17)(q22;q12).[27][44]

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pode identificar anormalidades genéticas definidoras de LMA

Investigações a serem consideradas

teste genético para síndrome de predisposição à neoplasia hematológica hereditária

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Deve ser considerado para certos pacientes, como aqueles <50 anos de idade e aqueles com história familiar de distúrbio hematológico hereditário.[27][45]

Os achados podem orientar o manejo.

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pode identificar uma síndrome de predisposição à neoplasia hematológica hereditária (por exemplo, síndrome de deficiência de GATA2, síndrome de Shwachman-Diamond, disceratose congênita)

tipagem do antígeno leucocitário humano (HLA)

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Solicitado para avaliar e identificar um doador apropriado para transplante alogênico de células-tronco.[45]

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variável

Imagem do SNC e punção lombar

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Imagens do SNC (por exemplo, RNM ou TC do cérebro) devem ser realizadas para detectar sangramento do SNC, doença meníngea ou lesões de massa em pacientes que apresentam sinais ou sintomas neurológicos que sugerem envolvimento do SNC.[27][45]

Se a imagem do SNC não identificar sangramento ou efeito de massa no SNC, e os sinais e sintomas neurológicos persistirem, a punção lombar é recomendada.[45]

Uma dose de quimioterapia intratecal (por exemplo, metotrexato ou citarabina, ou uma combinação de ambos os agentes) pode ser considerada no momento da punção lombar diagnóstica.[45]

A coagulopatia deve ser tratada antes da punção lombar, particularmente em pacientes com leucemia promielocítica aguda.

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A imagem do SNC pode mostrar sangramento intracraniano, doença leptomeníngea, lesão de massa; a punção lombar pode detectar células malignas

FDG-PET/CT

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Deve ser considerada em pacientes com suspeita de doença extramedular.[45]

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pode apresentar lesões extramedulares

radiografia torácica

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Pode ser realizado para identificar pneumonia, massas mediastinais, infiltrados pulmonares ou cardiomegalia.

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pode mostrar evidências de pneumonia, massas mediastinais, infiltrados pulmonares, cardiomegalia

ecocardiograma

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Deve ser realizada para avaliar a função cardíaca em pacientes: com história ou sintomas de doença cardíaca; com exposição prévia a medicamentos cardiotóxicos ou radioterapia torácica; ou de idade avançada.[27][45]

Os achados cardíacos podem orientar o tratamento.

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variável

angiografia sincronizada multinuclear

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Deve ser realizada para avaliar a função cardíaca em pacientes: com história ou sintomas de doença cardíaca; com exposição prévia a medicamentos cardiotóxicos ou radioterapia torácica; ou de idade avançada.[27][45]

Os achados cardíacos podem orientar o tratamento.

Resultado

variável

tipagem do antígeno leucocitário humano (HLA)

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Exame

Solicitado para avaliar e identificar um doador apropriado para transplante alogênico de células-tronco.[45]

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variável

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