História e exame físico
Principais fatores diagnósticos
comuns
palidez
Achado comum no exame físico devido à anemia.
equimoses ou petéquias
Achados comuns no exame físico devido à trombocitopenia.
Outros fatores diagnósticos
comuns
fadiga
Muitos pacientes apresentam fadiga devido à anemia.
tontura
Muitos pacientes apresentam tontura devido à anemia.
palpitações
Muitos pacientes apresentam palpitações devido à anemia.
dispneia
Muitos pacientes apresentam dispneia devido à anemia.
Outras causas de dispneia incluem infecção pulmonar (devido à neutropenia) ou infiltração leucêmica nos pulmões.[56]
febre e infecções
linfadenopatia
Achado comum no exame físico em decorrência de infiltração leucêmica extramedular.
Linfonodos aumentados são frequentemente a causa inicial para que o paciente procure atendimento médico.
hepatoesplenomegalia
Achado comum no exame físico em decorrência de infiltração leucêmica extramedular.
sangramento das mucosas
Sangramento nas gengivas ou no nariz pode estar presente devido à trombocitopenia.
Em pacientes do sexo feminino, pode haver sangramento menstrual intenso.
Incomuns
massa testicular
Pode estar presente em decorrência de infiltração leucêmica extramedular.
massa cutânea (por exemplo, sarcoma mieloide)
Pode estar presente em decorrência de infiltração leucêmica extramedular.[54]
infiltração na pele
Pode haver presença de leucemia cutânea.[64]
A presença de úlceras cutâneas (por exemplo, síndrome de Sweet ou pioderma gangrenoso) pode indicar neoplasia maligna subjacente.
A síndrome de Sweet caracteriza-se por febre, leucocitose (hiperleucocitose sintomática; os sintomas incluem desconforto respiratório e estado mental alterado) e pápulas e placas cutâneas eritematosas sensíveis bem demarcadas, que revelam infiltrados neutrofílicos densos.
Pioderma gangrenoso é caracterizado pela presença de úlceras na perna ou, mais raramente, nas mãos. Desenvolve-se em consequência da disfunção imunológica e pode estar associado à leucemia mielogênica aguda (LMA).
aumento gengival
Pode estar presente em decorrência de infiltração leucêmica extramedular.
dor óssea
Pode estar presente devido à infiltração leucêmica da medula óssea.
sintomas gastrointestinais (por exemplo, dor abdominal intensa)
Dor abdominal intensa pode estar presente devido à infiltração leucêmica ou infecção do trato gastrointestinal.[57]
Raramente observa-se abdome agudo no exame físico.
sintomas neurológicos (por exemplo, cefaleia, confusão)
Podem estar presentes devido à infiltração leucêmica meníngea.[55]
Fatores de risco
Fortes
idade superior a 65 anos
A leucemia mieloide aguda (LMA) é mais comum em idosos.[5][6] Nos EUA, aproximadamente 61% dos casos são diagnosticados em indivíduos com 65 anos de idade ou mais (dados de 2018-2022).[5] A idade mediana ao diagnóstico é 69 anos.[5]
No Reino Unido, aproximadamente 66% dos casos são diagnosticados em pessoas com 65 anos de idade ou mais (dados de 2017 a 2018).[6]
tratamento prévio com quimioterapia
A leucemia mieloide aguda (LMA) pode se desenvolver em pacientes previamente tratados com inibidores da topoisomerase II (por exemplo, etoposídeo, teniposídeo, doxorrubicina) ou agentes alquilantes (por exemplo, ciclofosfamida, melfalano, clormetina), geralmente após um período de latência de 1 a 5 anos ou de 5 a 10 anos, respectivamente.[11][12][13][14]
A perda do cromossomo 5 e/ou 7 é uma característica citogenética comum em pacientes tratados com agentes alquilantes.[11][12][15]
Anormalidades citogenéticas envolvendo o cromossomo 11q23 (gene KMT2A) estão associadas aos inibidores da topoisomerase II.[11][12]
As outras anormalidades citogenéticas associadas a esses agentes incluem t(15;17)(q22;q12), que resulta em leucemia promielocítica aguda (LPA, um subtipo de LMA) e t(8;21).
distúrbios hematológicos prévios
O risco de leucemia mieloide aguda (LMA) aumenta em pacientes com distúrbios hematológicos anteriores, incluindo anemia aplásica (particularmente na presença de monossomia 7), hemoglobinúria paroxística noturna, síndrome mielodisplásica (que evolui para LMA em aproximadamente 30% dos pacientes), leucemia mieloide crônica (pode progredir para crise blástica mieloide), leucemia mielomonocítica crônica e neoplasias mieloproliferativas (policitemia vera, trombocitemia essencial, mielofibrose primária).[16][17][18][19][20]
doenças genéticas hereditárias
O risco de leucemia mieloide aguda (LMA) aumenta em pessoas com distúrbios de fragilidade cromossômica hereditários (por exemplo, síndrome de Bloom, síndrome de Wiskott-Aldrich, ataxia, telangiectasia, síndrome de Kostmann) ou síndrome de falência medular hereditária (por exemplo, anemia de Fanconi, disceratose congênita, síndrome de Shwachman-Diamond, neutropenia congênita grave e anemia de Diamond-Blackfan).[1][2][21][22][23][24][25][26][27]
A LMA familiar pode ser resultante de mutação das linhas germinativas do gene supressor de tumor TP53 (síndrome de Li-Fraumeni) ou deleção da extremidade carboxi de CEBPA, que codifica um fator de diferenciação granulocítica.[50][51]
A neurofibromatose resultante de mutações do gene supressor de tumor NF1 no cromossomo 17q11.2 predispõe a LMA, geralmente na segunda década de vida.[52]
anomalias cromossômicas constitucionais
A síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21), a síndrome de Klinefelter (XXY) e a síndrome de Patau (trissomia do cromossomo 13) estão associadas ao aumento do risco de leucemia mieloide aguda (LMA).[28][29][30]
Nos pacientes com síndrome de Down que desenvolvem LMA, outras anomalias cromossômicas desequilibradas como dup(1q), del(6q), del(7p), dup(7q), +8, +11 e del(16q) são distintas e podem contribuir para a patogênese.[31]
exposição à radiação ionizante
O risco de leucemia mieloide aguda aumenta em pessoas expostas à radiação ionizante (por exemplo, radioterapia como parte do condicionamento mieloablativo antes do transplante de células-tronco).[7][8]
Anormalidades citogenéticas envolvendo os cromossomos 5 e 7 estão associadas à exposição à radiação.[9][10]
exposição ao benzeno
O risco de leucemia mieloide aguda aumenta em trabalhadores expostos ao benzeno (por exemplo, pintores, impressores, trabalhadores de refinarias de petróleo e trabalhadores da indústria química, de borracha e de calçados).[32]
A exposição ao benzeno também pode ocorrer através do tabagismo ou da inalação de vapores de gasolina.[33] O risco de leucemogênese é proporcional ao nível de exposição.[34]
A exposição ao benzeno é associada à depleção de linfócitos CD4+.[53]
Fracos
exposições ambientais
Constatou-se que o tabagismo está associado ao desenvolvimento de leucemia mieloide aguda (LMA).[35][36]
O uso de tintas para os cabelos e o consumo de bebidas alcoólicas foram também associados à LMA, mas as evidências são fracas e inconsistentes.[37][38][39][40]
Um risco 1.1 a 1.4 vez maior de LMA ocorre em trabalhadores agrícolas. Ele tem sido atribuído a pesticidas, combustíveis a diesel, fertilizantes e agentes infecciosos.[41] Trabalhadores de abatedouros, veterinários e embaladores de carne também têm um risco maior.[42][43]
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