Prevenção primária
Não existem vacinas para seres humanos contra espécies de Brucella. Assim, a base da prevenção da doença consiste em evitar ou controlar a infecção animal, o que reduz o risco de infecção humana. A vacinação animal é considerada o método mais eficaz de atingir esse objetivo.[15][16] As vacinas atualmente disponíveis são altamente imunogênicas e podem proteger o animal por muitos anos. Além disso, os testes e o abate de animais infectados removem-nos, bem como seus produtos contaminados, da cadeia alimentar, o que reduz o risco de infecção humana.[1][75][76]
A pasteurização do leite também é altamente eficaz na prevenção da transmissão humana.[1][49][50][75] Em áreas endêmicas, a população deve ser instruída a pasteurizar todos os laticínios e a não consumir produtos com carne crua ou vísceras animais possivelmente infectadas. [15] Pessoas que consomem leite cru (ou laticínios crus) potencialmente contaminados com a cepa RB51 (a cepa B abortus usada em vacinas de animais) correm um alto risco de infecção. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA recomendam o monitoramento dos sintomas e a profilaxia pós-exposição (por exemplo, um ciclo de 21 dias de doxiciclina associado a sulfametoxazol/trimetoprima, contanto que não haja contraindicações) nesses pacientes. A profilaxia com antibiótico para outras espécies que não a cepa RB51 geralmente é uma combinação de doxiciclina e rifampicina.[77]
Todas as pessoas que trabalham com microbiologia devem estar cientes do risco de brucelose, mesmo em regiões não endêmicas, e devem ser encorajadas a evitar procedimentos de risco, como cheirar placas de cultura e manusear ou agitar culturas com Brucella possível ou confirmada no laboratório aberto.[33][78] Isolados de cocobacilos e bacilos Gram-variáveis ou Gram-negativos não identificados devem ser manuseados em cabines biosseguras adequadas no laboratório.[33][35][36][37][38]
Caçadores de animais ferozes, como porcos selvagens, devem tomar precauções para evitar a contaminação com material infectado durante o abate o manuseio dos animais mortos.[79]
Prevenção secundária
A brucelose é uma doença de notificação em alguns países.
Em uma área não endêmica, todos os casos de brucelose deverão ser notificados e investigados, sobretudo se houver uma fonte alimentar implicada ou se a infecção puder ter sido introduzida em animais locais. Deve-se considerar a possibilidade de liberação deliberada, embora testes sorológicos falso-positivos possam causar pânico desnecessário em ambientes de baixa endemicidade.[142]
Devido à natureza infecciosa deste patógeno, geralmente recomenda-se uma profilaxia pós-exposição (PPE) após acidentes laboratoriais ou grande exposição a aerossóis, já que os surtos dessa doença podem ser economicamente devastadores. As evidências de PPE são limitadas. As recomendações empíricas para adultos são de 3 semanas de doxiciclina associada a rifampicina.[35][124] No entanto, este regime apresenta efeitos adversos significativos que resultam em descontinuação precoce. A monoterapia provavelmente é adequada.[78][125] Atualmente, a monoterapia com doxiciclina ou sulfametoxazol/trimetoprima é uma opção recomendada no Reino Unido.[143] É improvável que crianças precisem de PPE, mas é possível oferecer a gestantes e mulheres que podem estar grávidas rifampicina isolada por 3 semanas ou em associação com sulfametoxazol/trimetoprima, em analogia aos esquemas de tratamento completos.[122][35][58] As diretrizes do Reino Unido também recomendam ciprofloxacino por 3 semanas como opção de tratamento alternativo para gestantes ou mulheres que possam estar grávidas.[143]
CDC: assessing laboratory risk level and PEP Opens in new window
Public Health England: Brucella: laboratory and clinical services Opens in new window
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