A prevalência global da infecção por Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) aumentou até 2006, aproximadamente.[4]Crum NF, Lee RU, Thornton SA, et al. Fifteen-year study of the changing epidemiology of methicillin-resistant Staphylococcus aureus. Am J Med. 2006 Nov;119(11):943-51.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17071162?tool=bestpractice.com
[5]Styers D, Sheehan DJ, Hogan P, et al. Laboratory-based surveillance of current antimicrobial resistance patterns and trends among Staphylococcus aureus: 2005 status in the United States. Ann Clin Microbiol Antimicrob. 2006 Feb 9;5:2.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1397857
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16469106?tool=bestpractice.com
[6]Zinn CS, Westh H, Rosdahl VT; Sarisa Study Group. An international multicenter study of antimicrobial resistance and typing of hospital Staphylococcus aureus isolates from 21 laboratories in 19 countries or states. Microb Drug Resist. 2004 Summer;10(2):160-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15256032?tool=bestpractice.com
Desde então, os programas de vigilância relataram uma redução constante na incidência de MRSA em ambientes comunitários e de cuidados com a saúde.[7]Que YA, Moreillon P. Staphylococcus aureus (including Staphylococcal toxic shock syndrome). In: Bennett JE, Dolin R, Blaser MJ, ed. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious diseases. 9th ed. Philadelphia, PA: Elsevier; 2020: 2393-431. O número de infecções por MRSA iniciadas no hospital nos EUA diminuiu cerca de 17% ao ano entre 2005-2012, mas essa queda desacelero entre 2013-2016.[8]Kourtis AP, Hatfield K, Baggs J, et al. Vital signs: epidemiology and recent trends in methicillin-resistant and in methicillin-susceptible Staphylococcus aureus bloodstream infections - United States. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2019 Mar 8;68(9):214-9.
https://www.cdc.gov/mmwr/volumes/68/wr/mm6809e1.htm
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30845118?tool=bestpractice.com
Um padrão similar foi observado no Reino Unido e na UE, e acredita-se que esteja relacionado com os programas nacionais de controle de infecções criados no início dos anos 2000.[9]Edgeworth JD, Batra R, Wulff J, et al. Reductions in methicillin-resistant staphylococcus aureus, clostridium difficile infection and intensive care unit-acquired bloodstream infection across the United Kingdom following implementation of a national infection control campaign. Clin Infect Dis. 2020 Jun 10;70(12):2530-40.
https://academic.oup.com/cid/article/70/12/2530/5542778
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31504311?tool=bestpractice.com
[10]World Health Organization. Antimicrobial resistance surveillance in Europe 2023–2021 data. Apr 2023 [internet publication].
https://www.who.int/europe/publications/i/item/9789289058537
Na Europa, a porcentagem de cepas de MRSA relatada no período de 2017-2021 caiu de 18.4% para 15.8%.[10]World Health Organization. Antimicrobial resistance surveillance in Europe 2023–2021 data. Apr 2023 [internet publication].
https://www.who.int/europe/publications/i/item/9789289058537
No entanto, o MRSA ainda é um patógeno importante na Europa, com porcentagens ainda altas em vários países; em 2021, 30% dos países da região europeia da OMS relataram porcentagens de MRSA iguais ou superiores a 25%.[10]World Health Organization. Antimicrobial resistance surveillance in Europe 2023–2021 data. Apr 2023 [internet publication].
https://www.who.int/europe/publications/i/item/9789289058537
Há muitas variações entre países para o MRSA, com porcentagens de resistência antimicrobiana geralmente mais altas em países do sul europeu e da Europa Oriental que do norte europeu.[10]World Health Organization. Antimicrobial resistance surveillance in Europe 2023–2021 data. Apr 2023 [internet publication].
https://www.who.int/europe/publications/i/item/9789289058537
Há incerteza em relação a esses números, pois estudos baseados em dados da rede de vigilância europeia de resistência antimicrobiana do período de 2005-2018 ressaltaram o fato de que a queda na porcentagem de MRSA entre infecções por S aureus na corrente sanguínea ocorreu principalmente pelo crescente número de infecções na corrente sanguínea por S aureus suscetível à meticilina, e os números mencionados se referem ao MRSA como porcentagem das infecções por S aureus. Isso ressalta a necessidade de melhorar a vigilância para incluir dados sobre o número e a incidência de infecções, bem como as porcentagens de MRSA por infecções por S aureus.[11]Gagliotti C, Högberg LD, Billström H, et al. Staphylococcus aureus bloodstream infections: diverging trends of methicillin-resistant and methicillin-susceptible isolates, EU/EEA, 2005 to 2018. Euro Surveill. 2021 Nov;26(46).
https://www.eurosurveillance.org/content/10.2807/1560-7917.ES.2021.26.46.2002094
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34794536?tool=bestpractice.com
É importante observar que, nos EUA, as infecções na corrente sanguínea por Staphylococcus aureus sensível à meticilina (SASM) iniciadas no hospital não mudaram, e as infecções por SASM iniciadas na comunidade aumentaram de 2012-2017.[8]Kourtis AP, Hatfield K, Baggs J, et al. Vital signs: epidemiology and recent trends in methicillin-resistant and in methicillin-susceptible Staphylococcus aureus bloodstream infections - United States. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2019 Mar 8;68(9):214-9.
https://www.cdc.gov/mmwr/volumes/68/wr/mm6809e1.htm
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30845118?tool=bestpractice.com
O MRSA já foi associado apenas a ambientes hospitalares. No entanto, desde a década de 1980, as infecções por MRSA adquirido na comunidade têm se tornado mais frequentes, e há hospedeiros em ambos os ambientes. O uso indiscriminado de agentes antimicrobianos na agricultura contribuiu muito para a ampla distribuição do MRSA entre o gado. Seres humanos que têm contato com gado podem apresentar alto risco de serem colonizados e infectados com MRSA associado ao gado.[12]Lakhundi S, Zhang K. Methicillin-Resistant Staphylococcus aureus: Molecular Characterization, Evolution, and Epidemiology. Clin Microbiol Rev. 2018 Oct;31(4).
https://journals.asm.org/doi/10.1128/cmr.00020-18
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30209034?tool=bestpractice.com
Estima-se que a prevalência de portadores de MRSA nos EUA esteja entre 1% e 2% da população. Os fatores associados ao portador de MRSA incluem hospitalização recente, consulta ambulatorial recente, exposição em casa de repouso, doença crônica, uso de drogas ilícitas por via intravenosa ou contato com indivíduos portadores de fatores de risco conhecidos. Um estudo de vigilância em 6 locais nos EUA observou que o risco de desenvolver uma infecção invasiva por MRSA foi 16.3 vezes maior entre indivíduos que usavam drogas injetáveis.[13]Jackson KA, Bohm MK, Brooks JT, et al. Invasive methicillin-resistant Staphylococcus aureus infections among persons who inject drugs - six sites, 2005-2016. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2018 Jun 8;67(22):625-8.
https://www.cdc.gov/mmwr/volumes/67/wr/mm6722a2.htm?s_cid=mm6722a2_w
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29879096?tool=bestpractice.com
Para indivíduos sem fatores de risco relacionados aos serviços de saúde, a prevalência de colonização nos EUA é estimada em 1.25%.[14]Gorwitz RJ, Kruszon-Moran D, McAllister SK, et al. Changes in the prevalence of nasal colonization with Staphylococcus aureus in the United States, 2001-2004. J Infect Dis. 2008 May 1;197(9):1226-34.
https://academic.oup.com/jid/article/197/9/1226/869543
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18422434?tool=bestpractice.com
Crianças e adultos jovens (idade mediana de 22 anos) são mais comumente afetados pelo MRSA associado à comunidade, enquanto o MRSA associado ao hospital é mais comum em faixas etárias mais avançadas (idade mediana de 64 anos).[4]Crum NF, Lee RU, Thornton SA, et al. Fifteen-year study of the changing epidemiology of methicillin-resistant Staphylococcus aureus. Am J Med. 2006 Nov;119(11):943-51.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17071162?tool=bestpractice.com
[15]Elston DM. Community-acquired methicillin-resistant Staphylococcus aureus. J Am Acad Dermatol. 2007 Jan;56(1):1-16.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17190619?tool=bestpractice.com
[16]Naimi TS, LeDell KH, Como-Sabetti K, et al. Comparison of community- and health care-associated methicillin-resistant Staphylococcus aureus infection. JAMA. 2003 Dec 10;290(22):2976-84.
http://jama.ama-assn.org/cgi/content/full/290/22/2976
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14665659?tool=bestpractice.com
Acredita-se que a colonização precede a infecção e é, portanto, considerada um fator de risco para infecção por MRSA invasiva. A localização primária da colonização de MRSA consiste nas narinas anteriores, apesar de localizações não nasais (por exemplo, garganta, axila, área inguinal e perirretal) também poderem ser passíveis de colonização.