Epidemiologia

A prevalência global da infecção por Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) aumentou até 2006, aproximadamente.[4][5][6]​​ Desde então, os programas de vigilância relataram uma redução constante na incidência de MRSA em ambientes comunitários e de cuidados com a saúde.[7] O número de infecções por MRSA iniciadas no hospital nos EUA diminuiu cerca de 17% ao ano entre 2005-2012, mas essa queda desacelero entre 2013-2016.[8]​ Um padrão similar foi observado no Reino Unido e na UE, e acredita-se que esteja relacionado com os programas nacionais de controle de infecções criados no início dos anos 2000.[9][10]​​​

Na Europa, a porcentagem de cepas de MRSA relatada no período de 2017-2021 caiu de 18.4% para 15.8%.[10]​ No entanto, o MRSA ainda é um patógeno importante na Europa, com porcentagens ainda altas em vários países; em 2021, 30% dos países da região europeia da OMS relataram porcentagens de MRSA iguais ou superiores a 25%.[10]​ Há muitas variações entre países para o MRSA, com porcentagens de resistência antimicrobiana geralmente mais altas em países do sul europeu e da Europa Oriental que do norte europeu.[10]

Há incerteza em relação a esses números, pois estudos baseados em dados da rede de vigilância europeia de resistência antimicrobiana do período de 2005-2018 ressaltaram o fato de que a queda na porcentagem de MRSA entre infecções por S aureus na corrente sanguínea ocorreu principalmente pelo crescente número de infecções na corrente sanguínea por S aureus suscetível à meticilina, e os números mencionados se referem ao MRSA como porcentagem das infecções por S aureus. Isso ressalta a necessidade de melhorar a vigilância para incluir dados sobre o número e a incidência de infecções, bem como as porcentagens de MRSA por infecções por S aureus.[11]​​ É importante observar que, nos EUA, as infecções na corrente sanguínea por Staphylococcus aureus sensível à meticilina (SASM) iniciadas no hospital não mudaram, e as infecções por SASM iniciadas na comunidade aumentaram de 2012-2017.[8]

O MRSA já foi associado apenas a ambientes hospitalares. No entanto, desde a década de 1980, as infecções por MRSA adquirido na comunidade têm se tornado mais frequentes, e há hospedeiros em ambos os ambientes. O uso indiscriminado de agentes antimicrobianos na agricultura contribuiu muito para a ampla distribuição do MRSA entre o gado. Seres humanos que têm contato com gado podem apresentar alto risco de serem colonizados e infectados com MRSA associado ao gado.[12]

Estima-se que a prevalência de portadores de MRSA nos EUA esteja entre 1% e 2% da população. Os fatores associados ao portador de MRSA incluem hospitalização recente, consulta ambulatorial recente, exposição em casa de repouso, doença crônica, uso de drogas ilícitas por via intravenosa ou contato com indivíduos portadores de fatores de risco conhecidos. Um estudo de vigilância em 6 locais nos EUA observou que o risco de desenvolver uma infecção invasiva por MRSA foi 16.3 vezes maior entre indivíduos que usavam drogas injetáveis.[13] Para indivíduos sem fatores de risco relacionados aos serviços de saúde, a prevalência de colonização nos EUA é estimada em 1.25%.[14] Crianças e adultos jovens (idade mediana de 22 anos) são mais comumente afetados pelo MRSA associado à comunidade, enquanto o MRSA associado ao hospital é mais comum em faixas etárias mais avançadas (idade mediana de 64 anos).[4][15][16] Acredita-se que a colonização precede a infecção e é, portanto, considerada um fator de risco para infecção por MRSA invasiva. A localização primária da colonização de MRSA consiste nas narinas anteriores, apesar de localizações não nasais (por exemplo, garganta, axila, área inguinal e perirretal) também poderem ser passíveis de colonização.

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