Não há cura conhecida para acalasia, e o tratamento é sintomático para reduzir a disfagia. O objetivo é diminuir a pressão do esfíncter esofágico inferior e melhorar o esvaziamento esofágico. Não há intervenções que possam restaurar o peristaltismo esofágico. Embora a deglutição geralmente melhore significativamente com o tratamento, ela nunca volta completamente ao normal e o paciente só consegue engolir quando está em pé.
O tratamento inclui modalidades farmacológicas, endoscópicas e cirúrgicas. Cada modalidade apresenta vantagens e desvantagens específicas, e a escolha depende da experiência do médico e da preferência do paciente. Conforme as circunstâncias clínicas mudam, diferentes modalidades de tratamento podem ser adequadas.
O tratamento inicial dependerá de o paciente ser um candidato cirúrgico. Todos os pacientes considerados para dilatação pneumática devem estar em condições clínicas suficientemente boas para serem submetidos à cirurgia. Desse modo, complicações podem ser tratadas cirurgicamente, se necessário.[39]Vaezi MF, Pandolfino JE, Yadlapati RH, et al. ACG clinical guidelines: diagnosis and management of achalasia. Am J Gastroenterol. 2020 Sep;115(9):1393-411.
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A cirurgia pode ser considerada após falha na dilatação; a dilatação pneumática pode ser efetiva após falha na cardiomiotomia. A miotomia endoscópica peroral (POEM) pode ser usada após o tratamento com cardiomiotomia ou dilatação pneumática.[28]Zaninotto G, Bennett C, Boeckxstaens G, et al. The 2018 ISDE achalasia guidelines. Dis Esophagus. 2018 Sep 1;31(9).
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[40]Vela MF, Richter JE, Wachsberger D, et al. Complexities of managing achalasia at a tertiary referral center: use of pneumatic dilatation, Heller myotomy, and botulinum toxin injection. Am J Gastroenterol. 2004 Jun;99(6):1029-36.
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[41]Spechler SJ. American Gastroenterological Association medical position statement on treatment of patients with dysphagia caused by benign disorders of the distal esophagus. Gastroenterology. 1999 Jul;117(1):229-33.
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Bons candidatos a cirurgia: dilatação pneumática
Muitos gastroenterologistas defendem a dilatação pneumática como terapia de primeira linha. Ela é realizada de forma ambulatorial, sob sedação. Balões inflados a ar são usados para estirar mecanicamente o esfíncter esofágico inferior para romper suas fibras musculares. No entanto, há algumas evidências que sugerem que a eficácia clínica da dilatação por balão não é o resultado de ruptura muscular, mas de alongamento circunferencial do esfíncter esofágico inferior.[42]Borhan-Manesh F, Kaviani MJ, Taghavi AR. The efficacy of balloon dilation in achalasia is the result of stretching of the lower esophageal sphincter, not muscular disruption. Dis Esophagus. 2016 Apr;29(3):262-6.
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Os balões dilatadores mais comuns permitem a dilatação graduada com orientação fluoroscópica ou são passados "over-the-scope".
Uma revisão sistemática e metanálise constatou que uma abordagem gradual, iniciando com dilatação de 30 mm, seguida de dilatações de 35 mm e 40 mm no caso de alívio inadequado dos sintomas, foi o método mais seguro e mais eficiente de dilatação em pacientes com acalasia.[43]van Hoeij FB, Prins LI, Smout AJPM, et al. Efficacy and safety of pneumatic dilation in achalasia: A systematic review and meta-analysis. Neurogastroenterol Motil. 2019 Jul;31(7):e13548.
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Taxas médias de remissão clínica de 81% após 6 meses e 77% após 12 meses foram relatadas após uma dilatação de até 30 mm.[43]van Hoeij FB, Prins LI, Smout AJPM, et al. Efficacy and safety of pneumatic dilation in achalasia: A systematic review and meta-analysis. Neurogastroenterol Motil. 2019 Jul;31(7):e13548.
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A perfuração foi mais comum durante a dilatação inicial. O risco de perfuração usando um balão de 30 mm foi baixo (1%), e a dilatação subsequente de 35 mm foi mais segura que a dilatação inicial de 33 mm (0.97% vs. 9.3%, respectivamente).[43]van Hoeij FB, Prins LI, Smout AJPM, et al. Efficacy and safety of pneumatic dilation in achalasia: A systematic review and meta-analysis. Neurogastroenterol Motil. 2019 Jul;31(7):e13548.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6849773
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Todos os pacientes considerados para dilatação pneumática devem ser candidatos adequados à cirurgia, de maneira que a perfuração possa ser reparada cirurgicamente se necessário.Em um estudo retrospectivo, descobriu-se que a perfuração é mais comum com o balão "over-the-scope".[44]Borotto E, Gaudric M, Danel B, et al. Risk factors of oesophageal perforation during pneumatic dilatation for achalasia. Gut. 1996 Jul;39(1):9-12.
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No entanto, outro estudo revelou uma taxa de perfuração geral para dilatação pneumática de 2%, independente do tipo de balão.[45]Katzka DA, Castell DO. Review article: an analysis of the efficacy, perforation rates and methods used in pneumatic dilation for achalasia. Aliment Pharmacol Ther. 2011 Oct;34(8):832-9.
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Os pacientes com esôfago dilatado ou tortuoso, divertículo do esofágico ou cirurgia prévia na junção gastroesofágica podem correr maior risco de perfuração.A maioria dos pacientes com perfuração após dilatações pneumáticas pode ser tratada de maneira conservadora.[46]Vanuytsel T, Lerut T, Coosemans W, et al. Conservative management of esophageal perforations during pneumatic dilation for idiopathic esophageal achalasia. Clin Gastroenterol Hepatol. 2012 Feb;10(2):142-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22064041?tool=bestpractice.com
Taxas de remissão e efeitos adversos
Dados coletados de maneira prospectiva sugerem taxas de remissão de 40% a 5 anos, e de 36% após 10 a 15 anos após uma única dilatação pneumática.[47]Eckardt VF, Gockel I, Bernhard G. Pneumatic dilation for achalasia: late results of a prospective follow up investigation. Gut. 2004 May;53(5):629-33.
http://gut.bmj.com/content/53/5/629.long
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Em um estudo prospectivo subsequente de acompanhamento, com duração de 10 anos, a dilatação pneumática para acalasia foi associada a taxas de remissão de 85.7% (6 a 36 meses), 61.9% (37 a 60 meses) e 40% (>60 meses).[48]Cheng P, Shi H, Zhang Y, et al. Clinical effect of endoscopic pneumatic dilation for achalasia. Medicine (Baltimore). 2015 Jul;94(28):e1193.
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Um estudo retrospectivo relatou taxas de remissão de 72% em 12 meses e 49% em 48 meses.[49]Legros L, Ropert A, Brochard C, et al. Long-term results of pneumatic dilatation for relapsing symptoms of achalasia after Heller myotomy. Neurogastroenterol Motil. 2014 Sep;26(9):1248-55.
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Em um ensaio clínico randomizado, a esofagite de refluxo foi relatada em 7% dos pacientes submetidos à dilatação pneumática para acalasia recém-diagnosticada.[50]Ponds FA, Fockens P, Lei A, et al. Effect of peroral endoscopic myotomy vs pneumatic dilation on symptom severity and treatment outcomes among treatment-naive patients with achalasia: a randomized clinical trial. JAMA. 2019 Jul 9;322(2):134-44.
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O refluxo gastroesofágico geralmente é leve e responde bem à supressão de ácido.
Bons candidatos a cirurgia: cardiomiotomia laparoscópica
O advento da cardiomiotomia laparoscópica minimamente invasiva, que apresenta menor morbidade que o procedimento aberto, fez da cirurgia uma opção mais atraente.
Revisões sistemáticas e metanálises sugerem que a miotomia laparoscópica é tão ou mais eficaz que a dilatação pneumática.[51]Weber CE, Davis CS, Kramer HJ, et al. Medium and long-term outcomes after pneumatic dilation or laparoscopic Heller myotomy for achalasia: a meta-analysis. Surg Laparosc Endosc Percutan Tech. 2012 Aug;22(4):289-96.
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[52]Bonifácio P, de Moura DTH, Bernardo WM, et al. Pneumatic dilation versus laparoscopic Heller's myotomy in the treatment of achalasia: systematic review and meta-analysis based on randomized controlled trials. Dis Esophagus. 2019 Feb 1;32(2).
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[53]Schoenberg MB, Marx S, Kersten JF, et al. Laparoscopic Heller myotomy versus endoscopic balloon dilatation for the treatment of achalasia: a network meta-analysis. Ann Surg. 2013 Dec;258(6):943-52.
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A determinação do subtipo de acalasia em achados de manometria esofágica de alta resolução podem ajudar a prever se a dilatação pneumática ou a cardiomiotomia oferecerão um desfecho melhor.[54]Rohof WO, Salvador R, Annese V, et al. Outcomes of treatment for achalasia depend on manometric subtype. Gastroenterology. 2013 Apr;144(4):718-25.
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Os pacientes com acalasia do tipo I ou tipo II podem ter maior probabilidade de beneficiar-se da cardiomiotomia laparoscópica que aqueles com acalasia do tipo III.[28]Zaninotto G, Bennett C, Boeckxstaens G, et al. The 2018 ISDE achalasia guidelines. Dis Esophagus. 2018 Sep 1;31(9).
https://academic.oup.com/dote/article/31/9/doy071/5087687
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A dilatação pneumática pode ter uma taxa de sucesso mais baixa que a cardiomiotomia laparoscópica em pacientes com acalasia do tipo II.[55]Andolfi C, Fisichella PM. Meta-analysis of clinical outcome after treatment for achalasia based on manometric subtypes. Br J Surg. 2019 Mar;106(4):332-341.
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Taxas de remissão e efeitos adversos
Taxas médias de remissão em 5 e 10 anos acima de 75% foram relatadas após a cardiomiotomia laparoscópica.[51]Weber CE, Davis CS, Kramer HJ, et al. Medium and long-term outcomes after pneumatic dilation or laparoscopic Heller myotomy for achalasia: a meta-analysis. Surg Laparosc Endosc Percutan Tech. 2012 Aug;22(4):289-96.
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A falha cirúrgica geralmente está relacionada ao refluxo gastroesofágico pós-operatório.[56]Csendes A, Braghetto I, Burdiles P, et al. Very late results of esophagomyotomy for patients with achalasia: clinical, endoscopic, histologic, manometric, and acid reflux studies in 67 patients for a mean follow-up of 190 months. Ann Surg. 2006 Feb;243(2):196-203.
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Recomenda-se a realização de uma fundoplicatura antirrefluxo no momento da cardiomiotomia para tratar esse problema.Uma revisão Cochrane comparou diferentes tipos de fundoplicaturas para identificar a técnica mais adequada para controlar o refluxo gastroesofágico sem agravar a disfagia. Não foram observadas diferenças entre as fundoplicaturas de Dor e de Toupet, e mais disfagias pós-operatórias foram observadas com a fundoplicatura de Nissen, em comparação com fundoplicatura de Dor.No entanto, a evidência foi de baixa certeza.[57]Midya S, Ghosh D, Mahmalat MW. Fundoplication in laparoscopic Heller's cardiomyotomy for achalasia. Cochrane Database Syst Rev. 2022 Dec 8;(12):CD013386.
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As outras complicações pós-operatórias relatadas incluem ruptura da mucosa, perfuração ou vazamento pós-operatório, que ocorrem em <10% dos casos.[58]Lake JM, Wong RK. Review article: the management of achalasia - a comparison of different treatment modalities. Aliment Pharmacol Ther. 2006 Sep 15;24(6):909-18.
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Intervenções não cirúrgicas prévias não parecem afetar o desfecho da cirurgia, mas o procedimento pode ser tecnicamente mais desafiador.[40]Vela MF, Richter JE, Wachsberger D, et al. Complexities of managing achalasia at a tertiary referral center: use of pneumatic dilatation, Heller myotomy, and botulinum toxin injection. Am J Gastroenterol. 2004 Jun;99(6):1029-36.
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[59]Ali A, Pellegrini CA. Laparoscopic myotomy: technique and efficacy in treating achalasia. Gastrointest Endosc Clin N Am. 2001 Apr;11(2):347-58.
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Bons candidatos cirúrgicos: miotomia endoscópica peroral (POEM)
A POEM é uma técnica relativamente nova para o tratamento da acalasia.Em centros com experiência suficiente, ela é o tratamento de primeira escolha para a acalasia do tipo III.As diretrizes da Society of American Gastrointestinal and Endoscopic Surgeons recomendam o uso da POEM em vez da dilatação pneumática em pacientes com acalasia.[60]Kohn GP, Dirks RC, Ansari MT, et al. SAGES guidelines for the use of peroral endoscopic myotomy (POEM) for the treatment of achalasia. Surg Endosc. 2021 May;35(5):1931-48.
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A POEM costuma ser realizada com anestesia geral. Uma incisão é feita na mucosa do meio do esôfago, e o endoscópio é passado pela submucosa até a cárdia gástrica. A miotomia circular do esfíncter esofágico inferior e da cárdia gástrica é realizada. O comprimento da miotomia é de, pelo menos, 6 cm. Ao concluir a dissecção, o defeito na mucosa é fechado com clipes endoscópicos. Os pacientes são observados como pacientes hospitalizados após o procedimento para monitorar vazamentos e perfurações esofágicas, mediastinite, sangramento e comprometimento cardiopulmonar.[61]NOSCAR POEM White Paper Committee., Stavropoulos SN, Desilets DJ, et al. Per-oral endoscopic myotomy white paper summary. Gastrointest Endosc. 2014 Jul;80(1):1-15.
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A precisão da POEM e a capacidade de estender a miotomia próxima à cárdia gástrica são particularmente vantajosas para a acalasia do tipo III.[62]Kahrilas PJ, Katzka D, Richter JE. Clinical practice update: the use of per-oral endoscopic myotomy in achalasia: expert review and best practice advice from the AGA Institute. Gastroenterology. 2017 Nov;153(5):1205-11.
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Taxas de sucesso e efeitos adversos
Um ensaio clínico randomizado demonstrou uma taxa de sucesso em 2 anos de 92% com a POEM, comparada a 54% com a dilatação pneumática, em pacientes virgens de tratamento com acalasia.[50]Ponds FA, Fockens P, Lei A, et al. Effect of peroral endoscopic myotomy vs pneumatic dilation on symptom severity and treatment outcomes among treatment-naive patients with achalasia: a randomized clinical trial. JAMA. 2019 Jul 9;322(2):134-44.
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Uma metanálise constatou que a POEM foi mais eficaz que a cardiomiotomia laparoscópica para aliviar a disfagia após acompanhamento de 2 anos, embora tenha havido uma incidência muito maior de refluxo gastroesofágico no grupo de POEM.[63]Schlottmann F, Luckett DJ, Fine J, et al. Laparoscopic heller myotomy versus peroral endoscopic myotomy (POEM) for achalasia: a systematic review and meta-analysis. Ann Surg. 2018 Mar;267(3):451-60.
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Uma revisão sistemática e metanálise revelou que a eficácia da POEM foi semelhante à da miotomia de Heller e maior que a da dilatação pneumática, e os desfechos de segurança dos três procedimentos foram comparáveis.[64]Dirks RC, Kohn GP, Slater B, et al. Is peroral endoscopic myotomy (POEM) more effective than pneumatic dilation and Heller myotomy? A systematic review and meta-analysis. Surg Endosc. 2021 May;35(5):1949-62.
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Muitos pacientes podem precisar de terapia com inibidor da bomba de prótons em longo prazo para refluxo sintomático ou esofagite erosiva. Comparada à cardiomiotomia laparoscópica, há menos dor após o procedimento e uma recuperação mais rápida após a POEM.
Devido à complexidade desse procedimento, a POEM deve ser realizada por médicos experientes em centros com alto volume de procedimentos.[62]Kahrilas PJ, Katzka D, Richter JE. Clinical practice update: the use of per-oral endoscopic myotomy in achalasia: expert review and best practice advice from the AGA Institute. Gastroenterology. 2017 Nov;153(5):1205-11.
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Tratamento definitivo pendente/não candidato à cirurgia: terapia farmacológica
Tratamento medicamentoso é usado como terapia inicial enquanto se espera o tratamento definitivo ou como tratamento de primeira linha para pacientes que não são bons candidatos à cirurgia.[58]Lake JM, Wong RK. Review article: the management of achalasia - a comparison of different treatment modalities. Aliment Pharmacol Ther. 2006 Sep 15;24(6):909-18.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16948803?tool=bestpractice.com
Demonstrou-se que os bloqueadores dos canais de cálcio (por exemplo, nifedipino ou verapamil) ou os nitratos diminuem as pressões em repouso ou média do esfíncter esofágico.[65]Triadafilopoulos G, Aaronson M, Sackel S, et al. Medical treatment of esophageal achalasia: double-blind crossover study with oral nifedipine, verapamil, and placebo. Dig Dis Sci. 1991 Mar;36(3):260-7.
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[66]Gelfond M, Rozen P, Gilat T. Isosorbide dinitrate and nifedipine treatment of achalasia: a clinical, manometric and radionuclide evaluation. Gastroenterology. 1982 Nov;83(5):963-9.
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[67]Rozen P, Gelfond M, Salzman S, et al. Radionuclide confirmation of the therapeutic value of isosorbide dinitrate in relieving the dysphagia in achalasia. Journal Clin Gastroenterol. 1982 Feb;4(1):17-22.
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Relata-se melhora variável nos escores de disfagia e dor torácica.[65]Triadafilopoulos G, Aaronson M, Sackel S, et al. Medical treatment of esophageal achalasia: double-blind crossover study with oral nifedipine, verapamil, and placebo. Dig Dis Sci. 1991 Mar;36(3):260-7.
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O dinitrato de isossorbida sublingual é mais potente e apresenta um início de ação mais rápido comparado ao nifedipino. Foi demonstrado que o dinitrato de isossorbida melhora o esvaziamento esofágico. Embora os nitratos sejam provavelmente mais eficazes, eles são menos bem tolerados e, com frequência, são substituídos por nifedipino.[66]Gelfond M, Rozen P, Gilat T. Isosorbide dinitrate and nifedipine treatment of achalasia: a clinical, manometric and radionuclide evaluation. Gastroenterology. 1982 Nov;83(5):963-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6288509?tool=bestpractice.com
Com o uso prolongado, os pacientes podem se tornar tolerantes aos efeitos terapêuticos desses medicamentos.
Não candidatos à cirurgia: toxina botulínica
A toxina botulínica inibe a liberação de acetilcolina dos terminais nervosos, aliviando o efeito da perda seletiva de neurotransmissores inibitórios que ocorre na acalasia. A injeção endoscópica de toxina botulínica no esfíncter esofágico inferior diminui a pressão e melhora a disfagia, a regurgitação e a dor torácica.[68]Annese V, Bassotti G, Coccia G, et al; GISMAD Achalasia Study Group. A multicentre randomised study of intrasphincteric botulinum toxin in patients with esophageal achalasia. Gut. 2000 May;46(5):597-600.
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As injeções são tão efetivas quanto a dilatação pneumática no alívio dos sintomas, mas o efeito tende a ser transitório.[69]Vaezi MF, Richter JE, Wilcox CM, et al. Botulinum toxin versus pneumatic dilatation in the treatment of achalasia: a randomised trial. Gut. 1999 Feb;44(2):231-9.
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[70]Leyden JE, Moss AC, MacMathuna P. Endoscopic pneumatic dilation versus botulinum toxin injection in the management of primary achalasia. Cochrane Database Syst Rev. 2014;(12):CD005046.
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Os pacientes idosos respondem melhor que os mais jovens, e a toxina botulínica é útil nos pacientes muito frágeis para se submeterem a procedimentos mais invasivos.A resposta inicial é superior a 80%, mas ela cai para 68% a 75% após 2 anos, mesmo com repetição das sessões de tratamento.[69]Vaezi MF, Richter JE, Wilcox CM, et al. Botulinum toxin versus pneumatic dilatation in the treatment of achalasia: a randomised trial. Gut. 1999 Feb;44(2):231-9.
http://gut.bmj.com/content/44/2/231.long
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A efetividade das injeções repetidas pode ser diminuída pela formação de anticorpos contra toxina botulínica.[71]Hoogerwerf WA, Pasricha PJ. Pharmacologic therapy in treating achalasia. Gastrointest Endosc Clin N Am. 2001 Apr;11(2):311-24.
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As diretrizes clínicas do American College of Gastroenterology de 2020 recomendam a injeção de toxina botulínica como terapia de primeira linha para os pacientes com acalasia que são maus candidatos cirúrgicos.[39]Vaezi MF, Pandolfino JE, Yadlapati RH, et al. ACG clinical guidelines: diagnosis and management of achalasia. Am J Gastroenterol. 2020 Sep;115(9):1393-411.
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A injeção de toxina botulínica também pode ser usada como ferramenta diagnóstica quando o diagnóstico de acalasia não for seguro.
Doença progressiva apesar do tratamento
Em pacientes frágeis e mais velhos, uma gastrostomia é uma possibilidade para permitir a alimentação.[41]Spechler SJ. American Gastroenterological Association medical position statement on treatment of patients with dysphagia caused by benign disorders of the distal esophagus. Gastroenterology. 1999 Jul;117(1):229-33.
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[72]Gomes CA Jr, Andriolo RB, Bennett C, et al. Percutaneous endoscopic gastrostomy versus nasogastric tube feeding for adults with swallowing disturbances. Cochrane Database Syst Rev. 2015;(5):CD008096.
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A esofagectomia é uma opção para doença de estágio terminal.[39]Vaezi MF, Pandolfino JE, Yadlapati RH, et al. ACG clinical guidelines: diagnosis and management of achalasia. Am J Gastroenterol. 2020 Sep;115(9):1393-411.
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[73]Duranceau A, Liberman M, Martin J, et al. End-stage achalasia. Dis Esophagus. 2012 May;25(4):319-30.
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