Investigações
Primeiras investigações a serem solicitadas
audiograma
Exame
Útil para documentar a extensão da perda auditiva e confirmar a orelha afetada. A perda auditiva sutil pode se manifestar em um audiograma.[4]
Resultado
Uma perda auditiva neurossensorial unilateral aguda acompanhando a vertigem pode indicar labirintite; a audição não é afetada na neurite vestibular.
teste de Weber
Exame
O exame à beira do leito com diapasão de 512 Hz (colocando o diapasão na testa ou nos dentes maxilares e perguntando ao pacientes em que orelha o som estava mais alto) pode localizar rapidamente a orelha afetada e determinar se a perda auditiva é neurossensorial ou condutiva.[37]
O som será percebido na orelha afetada quando houver perda auditiva condutiva unilateral, ou na orelha não afetada quando houver perda auditiva neurossensorial unilateral.
O resultado deste teste é combinado com o resultado do teste de Rinne para interpretar o tipo de perda auditiva.[37]
Resultado
Uma perda auditiva neurossensorial unilateral aguda acompanhando a vertigem pode indicar labirintite; a audição não é afetada na neurite vestibular.
teste de Rinne
Exame
Permite que o examinador determine se a perda auditiva é causada por afecções da orelha média (perda auditiva condutiva) ou da orelha interna/oitavo nervo craniano (perda auditiva neurossensorial).[37]
A base do diapasão de 512-Hz é colocada no processo mastoide e o paciente indica quando não consegue mais ouvir o som. Assim que o som não for mais audível, o diapasão é colocado na frente da orelha e o paciente responde quando está conseguindo ouvir o som. Se o som estiver alto quando o diapasão estiver no processo mastoide, o paciente tem perda auditiva condutiva. Se o som estiver mais alto com o diapasão na frente da orelha, a perda auditiva é neurossensorial ou a audição é normal.[37]
Resultado
Uma perda auditiva neurossensorial unilateral aguda acompanhando a vertigem pode indicar labirintite; a audição não é afetada na neurite vestibular.
Investigações a serem consideradas
tomografia computadorizada (TC) ou ressonância nuclear magnética (RNM) cranioencefálica
Exame
O exame de imagem pode ajudar a descartar diagnósticos diferenciais.
Se houver suspeita de AVC, exames de imagem cranioencefálica (TC ou RNM sem contraste) devem ser solicitados (no máximo 1 hora após a chegada ao hospital).[45] A maioria dos AVCs agudos não seria detectada pela TC, mas uma TC normal não descarta um AVC, principalmente nas primeiras horas. Pode haver um atraso na RNM, mas é muito improvável que um exame de RNM ponderada por difusão normal seja realizado se o paciente tiver sofrido um AVC.[46]
Caso haja suspeita de fratura do osso temporal, o exame de TC de crânio pode determinar a extensão da fratura.[47] A maioria dos pacientes que apresentam sintomas isolados sugestivos de labirintite pode não apresentar história contributiva da doença apresentada para orientar o diagnóstico. Portanto, uma vez estabilizado clinicamente no cenário agudo e descartados diagnósticos urgentes como AVC, pode ser necessária uma investigação mais aprofundada para avaliar ou descartar possíveis contribuintes para seus sintomas. A RNM ou a TC de crânio podem revelar malformações da orelha interna e neoplasia do osso temporal. Uma TC também pode ser útil em pacientes com suspeita de deiscência do canal semicircular superior (DCSS) e também para avaliar a extensão da doença em casos de infecção sobreposta com colesteatoma, dado o quadro clínico correto para sugerir essas condições, com a ressalva de que a vertigem aguda prolongada seria atípica na DCSS e normalmente se apresentaria dessa maneira apenas com uma infecção sobreposta concomitante no colesteatoma.[48][49]
Qualquer paciente com perda auditiva assimétrica deve ser submetido a uma avaliação coclear com ressonância nuclear magnética (RNM) com gadolínio a fim de investigar outras causas da perda auditiva. O realce labiríntico na RNM com gadolínio no quadro de meningite é um preditor significativo de perda auditiva.[50]
Resultado
pode ser normal ou anormal
videonistagmografia (VNG)
Exame
A VNG é um exame computadorizado e não invasivo que mede os movimentos oculares usando óculos infravermelhos.[51] Ela pode medir nistagmo de até 0.5 grau.[51] A VNG ajuda a identificar se o equilíbrio ou a tontura são causados por doença vestibular e fornece valores objetivos sobre a função da orelha interna. Resultados anormais indicam distúrbios da orelha interna, como labirintite e neurite vestibular.
Resultado
anormal
teste do impulso da cabeça (HIT) e teste do impulso da cabeça por vídeo (vHIT)
Exame
O HIT ajuda a identificar deficits vestibulares periféricos.[52] Neste teste, a cabeça do paciente é girada rapidamente para registrar a resposta instantânea do movimento ocular compensatório.[52][53] O teste pode ser realizado em uma sala com iluminação normal, pois os estímulos visuais não afetam os desfechos.[53] A presença de nistagmo pode interferir nos desfechos do HIT à beira do leito.[52]
O resultado é medido como ganho de resposta vestíbulo-ocular (RVO). Os indivíduos saudáveis apresentam ganho de RVO próximo de 1, enquanto pacientes com perda vestibular unilateral apresentam ganho de RVO reduzido (geralmente <0.7).[53] Diferentes ganhos de RVO foram observados em pacientes com labirintite e neurite vestibular.[54]
O vHIT é uma forma modificada de HIT que identifica sacadas abertas e ocultas.[55][56][57] O vHIT envolve uma câmera de alta velocidade montada na cabeça, em óculos de proteção justos com sensores de velocidade da cabeça; um software é usado para medições objetivas precisas da velocidade da cabeça e dos olhos.[53] O vHIT pode avaliar o RVO durante a rotação relativamente rápida da cabeça e pode medir individualmente a função de cada canal semicircular.[53][54] Uma revisão sistemática relatou um ganho médio de RVO de 0.48 ± 0.14 na orelha ipsilesional e >0.80 na orelha contralesional para pacientes com neurite vestibular aguda testados com vHIT.[57]
A neurite vestibular aguda geralmente afeta ambas as divisões do nervo vestibular: superior e inferior.[25] O vHIT horizontal pode identificar disfunção do nervo vestibular superior, enquanto o potencial evocado miogênico vestibular e o vHIT posterior podem auxiliar no diagnóstico de envolvimento do nervo vestibular inferior.[25][58]
Resultado
geralmente <0.7 em pacientes com perda vestibular unilateral
teste da cadeira rotatória
Exame
A aceleração harmônica sinusoidal ou o teste da cadeira rotatória envolve uma variedade de medidas de nistagmo em um paciente que é girado de um lado a outro durante o procedimento em uma cadeira controlada por computador.[59][60]
Pode fornecer informações adicionais sobre compensação vestibular.
Resultado
pode ser normal ou anormal
potencial evocado miogênico vestibular (PEMV)
Exame
Avalia a atividade elétrica nos músculos em resposta a estímulos auditivos intensos e breves. Os PEMVs podem ajudar a identificar se a disfunção está relacionada ao ramo superior, ao inferior ou a ambos os ramos do nervo vestibular.[61] Uma redução na resposta do PEMV após estimulação da orelha afetada pode indicar neurite vestibular ou labirintite.[26]
Os PEMVs cervicais são registrados a partir dos músculos esternocleidomastoideos, e os PEMVs oculares são registrados a partir dos músculos extraoculares oblíquos inferiores.[26][62][63] Os métodos de estimulação mais comuns incluem som conduzido pelo ar, vibração conduzida pelos ossos, toques na cabeça e aceleração lateral impulsiva.[62] Um PEMV ocular conduzido pelo ar e pelo osso ausente ou reduzido na presença de um PEMV cervical conduzido pelo ar preservado é um achado comum na neurite vestibular.[26]
Resultado
anormal
sorologia para sífilis
Exame
Outros testes sorológicos podem ser justificados se a apresentação for atípica ou se o pacientes tiver outros fatores de risco.[42]
Títulos positivos sugerem que a sífilis é a causa de uma deteriorização aguda ou recente da audição.
Resultado
pode ser normal ou anormal
coloração de Gram e cultura do líquido cefalorraquidiano
Exame
Os pacientes com labirintite após uma meningite bacteriana devem realizar estudos e culturas adequados do líquido cefalorraquidiano.
Diplococos Gram-negativos são indicativos de infecção meningocócica em pacientes com uma doença clínica compatível e podem fornecer um diagnóstico presuntivo rápido.
As colorações de Gram são positivas em 30% a 80% dos pacientes com meningite meningocócica confirmada por cultura.[64][65]
Resultado
diplococos gram-negativos na presença de meningite bacteriana
teste rápido para sorologia de HIV
Exame
Resultados falso-negativos podem ocorrer durante o período de janela imediatamente após a infecção antes que anticorpos anti-HIV tenham sido formados. Um resultado positivo deve ser confirmado com um segundo teste rápido.
Resultado
positiva na infecção por HIV
perfil metabólico básico (incluindo ureia e creatinina)
Exame
Para pacientes com náuseas e vômitos intensos, um perfil metabólico básico deve ser obtido antes e depois da terapia com hidratação intravenosa para monitorar a resposta.
Resultado
pode ser normal ou anormal
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