Caso clínico
Caso clínico #1
Uma mulher de 56 anos se apresenta com história de 3 semanas de desequilíbrio, perda auditiva do lado direito e zumbido. Ela relata ter tido uma infecção do trato respiratório superior 1 semana antes do início dos sintomas. Os sintomas começaram com episódios graves de tontura rotatória com náuseas e vômitos associados que duraram dias. No dia seguinte, ela observou um zumbido estridente do lado direito, e não conseguia utilizar o telefone na orelha direita. Agora, ela relata desequilíbrio constante e leve vertigem com giros de cabeça rápidos para a direita.
Caso clínico #2
Um homem de 46 anos comparece ao pronto-socorro com um quadro repentino de tontura rotatória que dura horas. Não houve nenhuma doença ou lesão anterior, e ele nega quaisquer sintomas auditivos associados, como zumbido ou perda auditiva. Entretanto, sua vertigem é intensa e grave, fazendo-o vomitar e sentir náuseas intratáveis. Ele é tratado com cuidados de suporte usando uma combinação de um antiemético, benzodiazepínico e um corticosteroide. Após aproximadamente 48 horas, sua vertigem diminui e ele recebe alta para casa, mas continua a apresentar desequilíbrio, que melhora lentamente ao longo de um período de 6 semanas após a doença.
Outras apresentações
Os pacientes que apresentam quadro agudo podem apresentar significativa dificuldade de andar. É frequente a presença de nistagmo horizonto-rotatório espontâneo (movimento rápido e involuntário dos olhos) com a fase rápida indo em direção à orelha não envolvida.[1][4] A vertigem tem início rápido e progressivo e se desenvolve ao longo de várias horas; pode ocorrer vertigem sustentada, que dura de horas a dias. A vertigem em pacientes com labirintite e neurite vestibular normalmente estaria presente em repouso, apesar da cessação do movimento, diferentemente de pacientes com vertigem posicional paroxística benigna, em que os sintomas cessam minutos após a cessação do movimento. No entanto, pode ser desencadeada por movimentos.[5]
Os pacientes com meningite bacteriana geralmente ficam gravemente enfermos, podendo apresentar, após a resolução da doença aguda, perda auditiva profunda e desequilíbrio, com ou sem história de vertigem aguda.[6] Os pacientes com labirintite sifilítica podem apresentar perda auditiva progressiva e vertigem induzida por pressão ou som (sinais de Hennebert e Tullio).[3] A labirintite sifilítica pode se seguir à neurossífilis terciária que ocorre muitos anos após a infecção primária e não é observada com a sífilis primária ou secundária agudas. Conhecida como "a grande imitadora", a otossífilis tem uma apresentação variável e deve ser considerada para qualquer paciente com sintomas inexplicáveis na orelha interna de perda auditiva neurossensorial variável ou flutuante, com ou sem vertigem.[3]
O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal