Abordagem
A história característica e os achados no exame físico geralmente são suficientes para diagnosticar a SBIT. Entretanto, em casos de incerteza diagnóstica, ou quando houver suspeita de SBIT recorrente ou refratária, podem ser necessárias investigações adicionais com exames de imagem.[29]
Consulte Avaliação da lesão do joelho.
História
Inicialmente, pacientes com SBIT relatam dor difusa na região lateral do joelho, embora, à medida que a condição evolui, essa dor geralmente se torna localizada e mais aguda, ou evolui para uma sensação de queimação.[30][31] Muitas vezes, a dor da SBIT ocorre vários minutos após a conclusão da atividade física, mas, com o agravamento da SBIT, os sintomas podem ocorrer até mesmo em repouso. Os pacientes podem reclamar de dores agudas em momentos específicos, como ao correr em declives, aumentar o passo ou ficar sentado por longos períodos com o joelho flexionado. A dor pode irradiar-se em direção proximal ou distal.
Além de explorar a dor, a história também deve identificar fatores de risco (extrínsecos) para a SBIT, incluindo:[5][12][21]
Tipo de atividade física praticada
Nível de experiência com atividade física
Quilometragem semanal estimada (se aplicável)
Cronograma de treinamento
uso de tênis de corrida desgastado
Tipo de superfície de treinamento usada (se estiver correndo)
Atletas predispostos a SBIT geralmente estão em uma fase de treinamento excessivo e podem descrever uma rápida progressão na quilometragem semanal.[12][17]
Exame físico
Um exame padrão do joelho deve ser realizado, com testes especiais (provocativos) usados para dar suporte ao diagnóstico.
A palpação da banda iliotibial (BIT) 2-3 cm acima da interlinha articular lateral geralmente causa sensibilidade, embora o exame possa ser normal na SBIT leve.[30][31] O inchaço da BIT distal pode ser evidente à palpação. Em casos mais graves, edema local ou crepitações também podem ser observados no exame.
Derrame articular ou resultados positivos de testes de menisco levantam suspeita de um problema intra-articular.
O exame físico também deve identificar quaisquer fatores intrínsecos que possam contribuir para a rigidez e fraqueza muscular da BIT, incluindo: geno varo (perna arqueada); pé cavo (arco alto); epicôndilo femoral lateral proeminente; contratura excessiva do trato iliotibial, retináculo lateral, tensor da fáscia lata, reto femoral e isquiotibiais.[20][21]
Um médico especialista demonstra técnicas de exame físico do joelho, examinando a biomecânica do joelho e avaliando em relação a efusão, enfraquecimento ou hipertensão. O médico realiza testes de integridade dos ligamentos colaterais lateral e medial, danos aos ligamentos cruzados (teste de Lackman, teste de Drawer, teste do ressalto [pivot shift]), testes da patela (teste de apreensão da patela, teste de Clarke) e testes da banda iliotibial (teste de Ober).
Exames especiais
Os testes de Noble, Ober e Thomas modificado são exames especiais realizados, além do exame físico padrão do joelho, quando há suspeita de SBIT.[30][31] Esses testes dão suporte ao diagnóstico de SBIT, mas não são exames diagnósticos “verdadeiros” por si só.
O teste de Noble avalia especificamente a dor associada à SBIT. O teste de Ober é recomendado para avaliar a tensão da BIT e o teste de Thomas modificado é recomendado para avaliar a flexibilidade dos flexores do quadril (iliopsoas, reto femoral e complexo tensor da fáscia lata [TFL]/BIT).
Teste de Noble: o paciente deita-se em decúbito dorsal ou de lado com o lado não afetado voltado para baixo. O examinador aplica pressão sobre o epicôndilo femoral lateral enquanto estende o joelho a 90° de flexão. Em um teste positivo, a dor ocorre quando o joelho é flexionado em cerca de 30°.
Teste de Ober: o paciente posiciona-se em decúbito lateral sobre o lado não afetado com o joelho e o quadril a um ângulo de 90°. O examinador estabiliza a pelve e flexiona a perna afetada a 90° no joelho, antes de estender e abduzir o quadril. A perna afetada deve então ser abaixada lentamente até a mesa de exame (adução do quadril). Em um teste positivo (ou seja, BIT contraída), a perna afetada não pode ser aduzida passivamente à horizontal.
Teste de Thomas modificado: o paciente senta-se na extremidade da mesa de exame, deita-se em posição supina e abraça ambos os joelhos junto ao tórax. O paciente abraça o joelho do lado assintomático junto ao tórax, mantendo os quadris sobre a mesa de exame e evitando inclinação posterior excessiva. Eles devem então abaixar lentamente o membro afetado em direção ao chão. Em um teste positivo, o ângulo do fêmur está abaixo da horizontal.
Esteja ciente de que os pacientes geralmente compensam a fraqueza ou a inibição do glúteo médio com a substituição do TFL, dos músculos quadrado lombar ou de ambos. Discrepâncias de comprimento de membros inferiores também contribuem para a SBIT e são avaliadas como parte do exame físico de rotina.
Exames por imagem
Como a SBIT é um diagnóstico clínico, exames de imagem do joelho geralmente não são realizados como parte do exame inicial. Entretanto, quando houver incerteza diagnóstica, podem ser necessárias investigações adicionais com exames de imagem.
O American College of Radiology informa que a radiografia do joelho geralmente é apropriada como imagem inicial para pacientes com dor crônica no joelho.[32] A radiografia pode estar normal ou mostrar sinais sugestivos de outras patologias do joelho (por exemplo, derrame articular, lesões osteocondrais [fratura/osteocondrite dissecante ou corpos flutuantes], necrose avascular ou desarranjo interno [fratura de Segond, sinal da incisura femoral lateral profunda]), mas não será diagnóstica para SBIT.
A ultrassonografia pode ser considerada; achados sugestivos de SBIT incluem edema dos tecidos moles e coleção de fluidos entre a BIT e o epicôndilo femoral lateral.[29] O uso de RNM também foi relatado na literatura; achados sugestivos de SBIT incluem: espessamento da BIT sobre o epicôndilo femoral lateral, alterações de intensidade de sinal mal definidas sob a BIT, derrame articular e coleção de fluidos medial à BIT.[4][33]
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