Etiologia

A SBIT é resultado do atrito excessivo da BIT distal deslizando sobre o epicôndilo femoral lateral, o que ocorre quando o joelho flexiona durante a desaceleração para a fase de apoio da corrida (denominada zona de pinçamento em aproximadamente 30° de flexão do joelho).[16][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Zona de pinçamento com flexão do joelho de 30° aproximadamenteDo acervo pessoal do Dr. J.C. Mak [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@18c4ec20​​ O ciclismo tem forças de reação aos pedais que são significativamente mais baixas que as de corrida, porém a porção distal da banda iliotibial tem um estresse semelhante na zona de pinçamento durante a flexão e a extensão.

Os fatores de risco intrínsecos ou extrínsecos (de treinamento) podem causar esse atrito excessivo, e os pacientes geralmente apresentam uma combinação desses fatores.

Atletas predispostos a essa lesão geralmente estão em uma fase de treinamento excessivo e podem descrever uma rápida progressão na quilometragem semanal.[12][17][18]​​  Outros fatores extrínsecos que podem contribuir para o desenvolvimento da SBIT incluem treinamento intervalado, corrida em declive ou corrida em superfícies inadequadas e uso de tênis de corrida desgastados.[19]

Os fatores intrínsecos que contribuem para a contratura e a fraqueza muscular da BIT (quadríceps e glúteo médio) incluem: geno varo (arqueamento dos membros inferiores); pés cavos (arcos altos); epicôndilo femoral lateral proeminente; contratura excessiva do trato iliotibial, retináculo lateral, tensor da fáscia lata, reto femoral e isquiotibiais (posteriores da coxa).​[20][21]

A SBIT proximal é uma condição que envolve estresse (tensão) na origem da banda iliotibial na crista ilíaca.[7] Essa é uma condição relatada exclusivamente em corredoras e em mulheres mais velhas com sobrepeso ou obesas.

Fisiopatologia

Anatomicamente, a banda iliotibial é uma continuação da porção tendinosa do músculo tensor da fáscia lata (TFL), com contribuições significativas do glúteo máximo.[19]​​[22]​​ A BIT estende-se em direção distal e tem ligamentos com a borda lateral da patela e com o retináculo lateral da patela antes de sua inserção no tubérculo de Gerdy da tíbia.[16]​ Dissecções anatômicas indicam uma forte inserção tendinosa no epicôndilo femoral lateral com tecido adiposo subjacente (estrutura semelhante à adiposidade) e uma porção ligamentosa distalmente ao tubérculo de Gerdy.[22]

Durante a corrida, a borda posterior da BIT colide com o epicôndilo femoral lateral logo após a pisada. Essa zona de pinçamento ocorre em um ângulo de 30° de flexão do joelho (ou um pouco menor). Irritação repetitiva pode causar inflamação crônica, especialmente sob as fibras posteriores da BIT, que são consideradas mais comprimidas contra o epicôndilo femoral lateral que as fibras anteriores.

Corredores homens podem exibir falhas cinemáticas, como rotação interna do quadril aumentada e joelho varo, além de fraqueza nos músculos rotadores externos do quadril.[14][23]​ Estudos realizados com corredoras demonstraram uma rotação externa do fêmur na fase de apoio da corrida, resultando na rotação interna do joelho.[14][24]​ As corredoras podem exibir adução do quadril aumentada e rotação interna do joelho, além de torção da banda iliotibial e taxa de torção.[25]

A rotação interna do joelho pode ser um fator de contratura da porção da BIT em sua inserção no tubérculo de Gerdy, contribuindo para a contratura no epicôndilo femoral. Fadiga e coordenação muscular segmental são fatores que podem contribuir para a rotação interna excessiva no joelho e para problemas relacionados no quadril.[20][26][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Zona de pinçamento com flexão do joelho de 30° aproximadamenteDo acervo pessoal do Dr. J.C. Mak [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@2c4cf2ba[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Corredor com síndrome da banda iliotibial. O fêmur pode ou não apresentar rotação interna aumentada. Os investigadores não relataram o mecanismo do aumento da rotação interna do quadrilBaker RL et al. Síndrome da banda iliotibial em corredores: implicações biomecânicas e intervenções de exercício. Phys Med Rehabil Clin N Am. 2016 Feb;27(1):53-77; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@d57637c[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Corredora com síndrome da banda iliotibialBaker RL et al. Síndrome da banda iliotibial em corredores: implicações biomecânicas e intervenções de exercício. Phys Med Rehabil Clin N Am. 2016 Feb;27(1):53-77; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@7b8797f1[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Anatomia da banda iliotibial. Banda IT, banda iliotibial; Glúteo máx., glúteo máximo; TFL, tensor da fáscia lataDo acervo pessoal do Dr. J.C. Mak [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@498ae87e

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