História e exame físico
Principais fatores diagnósticos
comuns
neoplasia maligna
Pode ser secundária à terapia, em vez da doença pericárdica metastática real. Há maior probabilidade de doença metastática que malignidade pericárdica/cardíaca primária.
presença de outros fatores de risco
Os principais fatores de risco incluem dissecção da aorta; pericardite purulenta, derrame pericárdico idiopático extenso e tuberculose.
dispneia
Observada em 90% dos pacientes.
pressão venosa jugular elevada
Pressão venosa central aumentada no esforço para manter os volumes ventriculares.
sons cardíacos distantes
Os sons cardíacos podem ficar abafados em consequência de um derrame extenso.
pulso paradoxal
Para medir o pulso paradoxal, o manguito de pressão arterial é inflado acima da pressão arterial sistólica. O manguito é desinflado lentamente, para ouvir o primeiro som de Korotkoff, que é intermitente e ouvido durante a expiração em repouso. A diferença (em mmHg) entre esse primeiro som de Korotkoff e a pressão em que o som de Korotkoff é ouvido com cada batimento é o pulso paradoxal. O valor normal é <10 mmHg.
hipotensão
Um dos 3 sinais da tríade de Beck.
taquicardia
As exceções incluem a pericardite urêmica e o hipotireoidismo.
Incomuns
procedimento de intervenção cardíaca invasiva recente
Deve haver suspeita de tamponamento cardíaco se surgirem sintomas atípicos depois de um procedimento de intervenção cardíaca.
Outros fatores diagnósticos
comuns
dor torácica
Dor torácica atípica, sem ser por esforço.
dor abdominal
Secundária à congestão hepática.
Incomuns
confusão
Causada pela redução do débito cardíaco.
febre
Pode indicar etiologia infecciosa subjacente.
atrito pericárdico
Mais comum em etiologias inflamatórias dos derrames pericárdicos.
Fatores de risco
Fortes
neoplasia maligna
Dentre todas as etiologias de derrames pericárdicos e tamponamentos hemodinamicamente significativos, vários estudos mostram que a malignidade é o diagnóstico mais frequente.[10][12][13]
Os cânceres de pulmão e mama são os locais primários de malignidade mais comuns.[13]
O tamponamento sem sinais inflamatórios tem maior probabilidade de estar relacionado à neoplasia maligna.[11][14]
Até 60% dos derrames relacionados à malignidade não são causados por tumores, mas refletem complicações da terapia ou da imunossupressão.[11]
dissecção da aorta
Derrames extensos observados na metade de pacientes na autópsia, especialmente nas dissecções proximais (tipo Stanford A).[11]
Pode levar rapidamente a óbito se não reparado cirurgicamente.
pericardite purulenta
A infecção bacteriana do pericárdio é rara, podendo ser rapidamente fatal, e apresenta alto risco de tamponamento.[11]
derrame pericárdico idiopático extenso
Os pacientes com derrames extensos que apresentam sinais inflamatórios têm maior probabilidade de desenvolver tamponamento que aqueles sem sinais inflamatórios.[14] Cerca de um terço dos pacientes com derrames pericárdicos extensos assintomáticos desenvolverão tamponamento clinicamente significativo.[11][22]
hemorragia relacionada à iatrogenia
Pode apresentar-se rapidamente, secundária à hemorragia. Em pacientes cirúrgicos, o tamponamento é mais comum depois de cirurgia valvar e transplante cardíaco e menos frequente em cirurgia de revascularização miocárdica isolada.[4][23] No primeiro mês após a cirurgia cardíaca, 10% das pessoas com derrames pericárdicos pós-operatórios moderados a grandes evoluem para tamponamento.[11] Raramente, o tamponamento pode também ocorrer depois da trombólise ou angioplastia, intervenções coronárias percutâneas, ablações e implantação de marca-passo/desfibrilador.[16]
tuberculose (TB)
Nas pessoas das regiões endêmicas, principalmente em pacientes com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), a incidência de pericardite tuberculosa e derrame permanece alta. Em um amplo estudo urbano realizado no Reino Unido, a tuberculose representou 26% dos derrames pericárdicos com necessidade de drenagem cirúrgica. A maior parte desses pacientes era proveniente de áreas com tuberculose endêmica.[13]
Fracos
doença autoimune
Não há estudos abrangentes desses pacientes, embora a maioria das séries relate a detecção frequente de derrame, mas uma baixa incidência de tamponamento.
hipotireoidismo
Embora os derrames sejam observados em até 30% dos pacientes com hipotireoidismo, o líquido se acumula lentamente e o tamponamento raramente ocorre.[11]
uremia e insuficiência renal
Geralmente, desenvolvem-se gradualmente, portanto o risco de tamponamento é reduzido. Relata-se que derrames pericárdicos assintomáticos ocorrem em 70%-100% dos pacientes com pericardite urêmica ou relacionada à diálise; o tamponamento cardíaco ocorre em até 20% dos pacientes com pericardite relacionada à diálise.[24]
anticoagulação
Pode aumentar o risco de derrames pericárdicos hemorrágicos extensos se usada em infartos do miocárdio da parede anterior, pericardite constritiva e depois de cirurgia cardíaca.[25]
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