Algoritmo de tratamento

Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal

AGUDA

apresentação inicial: glaucoma agudo de ângulo fechado

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1ª linha – 

inibidor tópico ou sistêmico da anidrase carbônica e/ou betabloqueador tópico e/ou agonista alfa-2 tópico

O tratamento de um episódio agudo exige a redução da pressão intraocular (PIO) elevada, potencialmente prejudicial, para aliviar a dor e reduzir o edema da córnea.[1]

Inibidores tópicos ou sistêmicos da anidrase carbônica (por exemplo, dorzolamida, brinzolamida, acetazolamida, metazolamida), betabloqueadores tópicos (por exemplo, timolol, betaxolol) e agonistas alfa-2 tópicos (por exemplo, brimonidina) podem ser usados como terapias de primeira linha isoladamente, mas mais tipicamente em combinação. Esses medicamentos reduzem a PIO por meio da supressão da produção de humor aquoso.[1]​ A dorzolamida e a brinzolamida tópicas são preferenciais à acetazolamida e à metazolamida sistêmicas. Os betabloqueadores tópicos reduzem a PIO em cerca de 20% a 25%.[39]​ Os agonistas alfa-2 tópicos reduzem a PIO em aproximadamente 18% a 35%.[39]

Opções primárias

dorzolamida (solução oftálmica): (2%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) duas ou três vezes ao dia

ou

brinzolamida oftálmica: (1%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) duas ou três vezes ao dia

ou

acetazolamida: 125-250 mg por via oral (liberação imediata) até quatro vezes ao dia, máximo de 1000 mg/dia; 250-500 mg por via intravenosa a cada 2-4 horas, máximo de 1000 mg/dia

ou

metazolamida: 50-100 mg por via oral duas ou três vezes ao dia

--E/OU--

timolol oftálmico: (0.25% ou 0.5%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) duas vezes ao dia; (gel a 0.5%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) uma vez ao dia

ou

levobunolol (solução oftálmica): (0.25%) 1-2 gotas no(s) olho(s) afetado(s) duas vezes ao dia; (0.5%) 1-2 gotas no(s) olho(s) afetado(s) uma vez ao dia

ou

betaxolol (solução oftálmica): (0.5%) 1-2 gotas no(s) olho(s) afetado(s) duas vezes ao dia

--E/OU--

brimonidina (solução oftálmica): (0.1 a 0.2%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) três vezes ao dia

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Considerar – 

agonista colinérgico tópico

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Em pacientes nos quais se acredita que o fechamento angular se deva a bloqueio pupilar ou síndrome de íris em platô, os agentes colinérgicos tópicos (por exemplo, pilocarpina) devem ser iniciados depois que a pressão intraocular (PIO) diminuir para <40 mmHg.[39]

Os agentes colinérgicos são contraindicados no fechamento angular secundário a um mecanismo induzido pela lente ou ao desvio do aquoso; paradoxalmente, podem resultar em aprofundamento da câmara anterior e estreitamento do ângulo nesses olhos.[17]​ A endentação corneana pode ajudar a romper o bloqueio pupilar.[1]

Esses agentes podem causar constrição da pupila, afinando a íris e empurrando-a para longe da parede interna do olho e da rede trabecular – abrindo, dessa forma, o ângulo.

A frequência da instilação e a concentração de pilocarpina são determinadas pela resposta. Os pacientes com forte pigmentação na íris podem precisar de concentrações mais altas.

No ataque agudo, soluções a 1% a 2% são preferidas. Mióticos mais fortes podem aumentar o bloqueio pupilar.

Os pacientes podem ser mantidos na pilocarpina enquanto a PIO estiver controlada e não ocorrer deterioração dos campos visuais.

Opções primárias

pilocarpina (solução oftálmica): (1-2%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) até quatro vezes ao dia

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Considerar – 

agente hiperosmótico sistêmico

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Os agentes hiperosmóticos sistêmicos (por exemplo, manitol) devem ser usados caso os tratamentos médicos acima mencionados não sejam eficazes. Eles raramente são administrados por mais que algumas horas, pois seus efeitos são temporários. Os agentes hiperosmóticos também são utilizados inicialmente quando as pressões estiverem excessivamente altas.[1]

Opções primárias

manitol: 1.5 a 2 g/kg por via intravenosa ao longo de 30 minutos

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associado a – 

iridotomia periférica a laser após ataque agudo ser resolvido (após edema da córnea ser resolvido)

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

O tratamento definitivo visa alcançar um ângulo persistentemente aberto e o alívio do bloqueio pupilar. O tratamento de escolha é a iridotomia periférica a laser (IPL).[1][39]​ A IPL deve ser realizada no olho contralateral quando indicada (isto é, se o ângulo da câmara anterior for considerado anatomicamente estreito).[1]

Uma metanálise de dois ensaios clínicos randomizados e controlados revelou que os olhos tratados com iridotomia (procedimento em que um laser é usado para criar uma abertura na íris) apresentaram ângulos mais amplos em 1 e 5 anos, em comparação com os olhos que não receberam iridotomia.[42]​ Os olhos submetidos à iridotomia apresentaram menos sinéquias anteriores periféricas após 5 anos do que os olhos que não foram submetidos à iridotomia.[42]​ Os efeitos da iridotomia na pressão ocular e na visão foram, no entanto, limitados. Vale ressaltar que os estudos incluídos na metanálise incluíram pacientes com risco de desenvolver glaucoma primário de ângulo fechado (GPAF), e não pacientes com GPAF.

Os fatores associados ao fechamento angular persistente após a IPL incluem ângulo mais estreito, íris espessa, corpo ciliar posicionado anteriormente e maior cavidade do cristalino.[43]​ Caso a iridotomia fique ocluída, o bloqueio pupilar pode recorrer, sendo indicada a repetição da iridotomia. Pode ser necessário retratamento com cirurgia a laser ou iridectomia cirúrgica.[1]

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2ª linha – 

paracentese da câmara anterior

Caso não seja possível diminuir a pressão intraocular com terapia medicamentosa, uma paracentese da câmara anterior pode oferecer resolução imediata.[40][41]​​ Geralmente, isso resulta na eliminação do edema da córnea, o que pode facilitar uma iridotomia periférica a laser.[41]

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associado a – 

iridotomia periférica a laser após ataque agudo ser resolvido (após edema da córnea ser resolvido)

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

O tratamento definitivo visa alcançar um ângulo persistentemente aberto e o alívio do bloqueio pupilar. O tratamento de escolha é a iridotomia periférica a laser (IPL).[1][39]​ A IPL deve ser realizada no olho contralateral quando indicada (isto é, se o ângulo da câmara anterior for considerado anatomicamente estreito).[1]

Uma metanálise de dois ensaios clínicos randomizados e controlados revelou que os olhos tratados com iridotomia (procedimento em que um laser é usado para criar uma abertura na íris) apresentaram ângulos mais amplos em 1 e 5 anos, em comparação com os olhos que não receberam iridotomia.[42]​ Os olhos submetidos à iridotomia apresentaram menos sinéquias anteriores periféricas após 5 anos do que os olhos que não foram submetidos à iridotomia.[42]​ Os efeitos da iridotomia na pressão ocular e na visão foram, no entanto, limitados. Vale ressaltar que os estudos incluídos na metanálise incluíram pacientes com risco de desenvolver glaucoma primário de ângulo fechado (GPAF), e não pacientes com GPAF.

Os fatores associados ao fechamento angular persistente após a IPL incluem ângulo mais estreito, íris espessa, corpo ciliar posicionado anteriormente e maior cavidade do cristalino.[43]​ Caso a iridotomia fique ocluída, o bloqueio pupilar pode recorrer, sendo indicada a repetição da iridotomia. Pode ser necessário retratamento com cirurgia a laser ou iridectomia cirúrgica.[1]

apresentação inicial: glaucoma crônico de ângulo fechado

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1ª linha – 

iridotomia periférica a laser

O tratamento definitivo visa alcançar um ângulo persistentemente aberto e o alívio do bloqueio pupilar. O tratamento de escolha é a iridotomia periférica a laser (IPL).[1][39]​ A IPL deve ser realizada no olho contralateral quando indicada (isto é, se o ângulo da câmara anterior for considerado anatomicamente estreito).[1]

Uma metanálise de dois ensaios clínicos randomizados e controlados revelou que os olhos tratados com iridotomia (procedimento em que um laser é usado para criar uma abertura na íris) apresentaram ângulos mais amplos em 1 e 5 anos, em comparação com os olhos que não receberam iridotomia.[42]​ Os olhos submetidos à iridotomia apresentaram menos sinéquias anteriores periféricas após 5 anos do que os olhos que não foram submetidos à iridotomia.[42]​ Os efeitos da iridotomia na pressão ocular e na visão foram, no entanto, limitados. Vale ressaltar que os estudos incluídos na metanálise incluíram pacientes com risco de desenvolver glaucoma primário de ângulo fechado (GPAF), e não pacientes com GPAF.

Os fatores associados ao fechamento angular persistente após a IPL incluem ângulo mais estreito, íris espessa, corpo ciliar posicionado anteriormente e maior cavidade do cristalino.[43]​ Caso a iridotomia fique ocluída, o bloqueio pupilar pode recorrer, sendo indicada a repetição da iridotomia. Pode ser necessário retratamento com cirurgia a laser ou iridectomia cirúrgica.[1]

CONTÍNUA

fechamento angular residual após iridotomia periférica a laser com pressão intraocular (PIO) elevada

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1ª linha – 

análogos da prostaglandinas de uso tópico e/ou betabloqueadores tópicos e/ou agonistas alfa-2 tópicos

Caso a PIO permaneça elevada após a cirurgia, o manejo inicial consiste na administração de medicamentos para reduzir a PIO. As opções de primeira linha incluem um análogo tópico da prostaglandina e/ou um betabloqueador tópico e/ou um agonista alfa-2 tópico.[1]

Os análogos tópicos de prostaglandinas (por exemplo, latanoprosta, travoprosta, bimatoprosta) são potentes agentes redutores da PIO e devem ser usados como primeira linha de tratamento.[47][48]​ Eles atuam aumentando o fluxo uveoescleral e atingem o pico de eficácia de 8 a 12 horas após a administração.[39]​ A latanoprosta e a travoprosta são preferenciais à bimatoprosta. A latanoprosta foi associada a uma menor incidência de hiperemia conjuntival que outros análogos da prostaglandina.[51]​ Os betabloqueadores tópicos (por exemplo, timolol, betaxolol) e os agonistas alfa-2 (por exemplo, brimonidina, apraclonidina) são normalmente usados isoladamente ou em combinação, a critério do médico.

Opções primárias

latanoprosta (solução oftálmica): (0.005%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) uma vez ao dia à noite

ou

travoprosta (solução oftálmica): (0.004%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) uma vez ao dia à noite

ou

bimatoprosta (solução oftálmica): (0.03%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) uma vez ao dia à noite

--E/OU--

timolol oftálmico: (0.25% ou 0.5%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) duas vezes ao dia; (gel a 0.5%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) uma vez ao dia

ou

levobunolol (solução oftálmica): (0.25%) 1-2 gotas no(s) olho(s) afetado(s) duas vezes ao dia; (0.5%) 1-2 gotas no(s) olho(s) afetado(s) uma vez ao dia

ou

betaxolol (solução oftálmica): (0.5%) 1-2 gotas no(s) olho(s) afetado(s) duas vezes ao dia

--E/OU--

brimonidina (solução oftálmica): (0.1 a 0.2%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) três vezes ao dia

ou

apraclonidina (solução oftálmica): (0.5%) 1-2 gotas no(s) olho(s) afetado(s) três vezes ao dia

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Considerar – 

inibidor tópico ou sistêmico da anidrase carbônica

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Os inibidores da anidrase carbônica diminuem a formação de humor aquoso. A dorzolamida e a brinzolamida tópicas são preferidas à acetazolamida e à metazolamida sistêmicas.

A terapia crônica com inibidores sistêmicos da anidrase carbônica está associada a muitos efeitos adversos e deve ser reservada para pacientes com glaucoma refratário a outros tratamentos clínicos.[39]

Opções primárias

dorzolamida (solução oftálmica): (2%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) duas ou três vezes ao dia

ou

brinzolamida oftálmica: (1%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) duas ou três vezes ao dia

Opções secundárias

acetazolamida: 125-250 mg por via oral (liberação imediata) até quatro vezes ao dia, máximo de 1000 mg/dia; 250-500 mg por via intravenosa a cada 2-4 horas, máximo de 1000 mg/dia

ou

metazolamida: 50-100 mg por via oral duas ou três vezes ao dia

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Considerar – 

iridoplastia periférica com laser de argônio (quando houver componente de íris em platô)

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

A iridoplastia a laser pode ser considerada na presença de uma IPL patente com um ângulo de aposição residual.[1]​ Neste procedimento, utiliza-se um laser de argônio para fazer queimaduras com retração em toda a circunferência da íris periférica, a fim de empurrá-la para longe da RT.[44]

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Considerar – 

cirurgia de extração da lente ± goniossinequiálise

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Se o fechamento angular residual for atribuído à lente empurrando para a frente a íris, deve-se considerar uma cirurgia de extração da lente, como ou sem goniossinequiálise. A extração precoce da lente pode proporcionar um melhor controle da PIO em longo prazo e reduzir a necessidade de medicamentos adicionais para glaucoma, em comparação com a iridotomia periférica a laser.[45][46]

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Considerar – 

agonista colinérgico tópico

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

O uso tópico de agonistas colinérgicos (por exemplo, pilocarpina) pode ou não precisar ser continuado.

Os agentes colinérgicos podem ser usados caso haja fechamento angular residual após o tratamento com laser. Esses agentes podem causar constrição da pupila, afinando a íris e empurrando-a para longe da parede interna do olho e da rede trabecular (RT), abrindo, dessa forma, o ângulo.

A frequência da instilação e a concentração de pilocarpina são determinadas pela resposta. Os pacientes com forte pigmentação na íris podem precisar de concentrações mais altas.

No ataque agudo, soluções a 1% a 2% são preferidas. Mióticos mais fortes podem aumentar o bloqueio pupilar.

Os pacientes podem ser mantidos na pilocarpina enquanto a pressão intraocular estiver controlada e não ocorrer deterioração dos campos visuais.

Opções primárias

pilocarpina (solução oftálmica): (1-2%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) até quatro vezes ao dia

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Considerar – 

trabeculectomia ou implante de tubo

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Não é comum que a pressão intraocular (PIO) se mantenha elevada mesmo tomando-se as medidas médicas e cirúrgicas; nesse caso, indica-se cirurgia para diminuir a PIO, como trabeculectomia ou implante de tubo.[49][50] [ Cochrane Clinical Answers logo ] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

episódio repetido de glaucoma agudo de ângulo fechado

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1ª linha – 

reavaliação

Se o mecanismo de fechamento angular não tiver sido eliminado, pode ocorrer um novo episódio agudo. Nesse caso, além do tratamento padrão do episódio agudo, o médico deve procurar o mecanismo específico daquele fechamento angular e tratá-lo de acordo. É importante, em tais casos, verificar se a iridotomia periférica está patente.

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