Etiologia

Superdosagem de opioides pode resultar em:

  • Complicações do transtorno por uso de substâncias em usuários regulares de opioides ilícitos ou prescritos

  • Combinação de opioides com outros sedativos (prescritos ou não prescritos) que potencializam os efeitos dos opioides

  • Contaminação de outras substâncias não opioides (por exemplo, cocaína e benzodiazepínicos com opioides, como a fentanila)

  • Superdosagem não intencional em pacientes que recebem a prescrição de opioides para dor e que tomam quantidades maiores que as toleradas

  • Superdosagem intencional e com intenção de causar danos a si próprio (probabilidade de suicídio)

  • Erros de medicação terapêutica; superdosagem iatrogênica por um profissional não familiarizado com a prescrição de opioides ou uma reação adversa ao medicamento.

Fisiopatologia

Os opioides são usados no tratamento da dor. Eles reduzem a percepção de dor do paciente ao inibir a neurotransmissão sináptica no sistema nervoso central e no sistema nervoso periférico ao se ligarem aos receptores opioides.

Os opioides são classificados como agonistas, agonistas parciais ou agonistas-antagonistas dos receptores opioides, que contribuem para efeitos clínicos específicos na superdosagem. Os três principais receptores opioides que medeiam os efeitos clínicos dos opioides com efeitos clínicos distintos são mu, kappa e delta, também chamados de MOP, KOP e DOP, respectivamente, na nomenclatura da União Internacional de Farmacologia Básica e Clínica. Os receptores mu fazem a mediação da analgesia, sedação, depressão respiratória, euforia, alteração da motilidade gastrointestinal e dependência física. Os receptores kappa fazem a mediação da analgesia, miose, diurese e disforia. Sabe-se pouco sobre os receptores delta, que fazem a mediação da analgesia, inibição da liberação de dopamina e supressão da tosse. Receptores sigma não são mais considerados característicos de opioides, pois não são antagonizados pela naloxona. Entretanto, alguns opioides são agonistas de receptores sigma e têm efeitos clínicos distintos (incluindo dextrometorfano e pentazocina).[23][24]

Alguns opioides têm propriedades farmacológicas adicionais. Por exemplo, o dextropropoxifeno pode causar bloqueio de canais de sódio e a metadona pode causar bloqueio do canal de potássio no tecido condutor do miocárdio, e o dextrometorfano e o tramadol também são antagonistas do receptor 5-HT (serotonina).

Os opioides podem ser administrados por injeção, via oral, via transdérmica, além de poderem ser aspirados ou fumados. A injeção é a via mais potente, porque muitos opioides têm significativo metabolismo de primeira passagem no fígado; a maioria das mortes ocorre após a injeção de opioides. A biodisponibilidade oral de alguns opioides é de 50% ou menos (morfina e metadona), mas a biodisponibilidade oral de alguns opioides sintéticos é muito mais alta.

A tolerância ocorre de forma rápida com os opioides, mas os pacientes com superdosagem geralmente sucumbem à insuficiência respiratória. Receptores mu causam uma diminuição da resposta medular à hipercapnia e uma redução da resposta respiratória à hipóxia, resultando em ausência de estímulo para respirar e apneia. A tolerância à perda de estímulo hipercárbico pode levar mais tempo para se desenvolver que outros efeitos eufóricos, mas os pacientes resistentes a opioides nunca desenvolvem uma tolerância completa à perda do estímulo hipóxico, o que os torna particularmente suscetíveis à morte por superdosagem.

Classificação

Gravidade da depressão respiratória

Não existe uma classificação formal, mas a superdosagem costuma ser classificada como grave ou não grave, dependendo do grau de depressão respiratória. A depressão respiratória que oferece risco de vida é classificada como grave.[2]

Tipos de opioides

Opioides são classificados como agonistas, agonistas parciais ou agonistas-antagonistas dos receptores opioides.

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