Monitoramento
Para pacientes assintomáticos, é imperativo acompanhamento rigoroso. Embora os sintomas geralmente não ocorram se o paciente não tiver estenose aórtica (EA) grave, os pacientes com EA moderada devem ser questionados rigorosamente sobre sintomas, dado que os pacientes podem frequentemente atribuir o declínio funcional com EA progressiva a outras causas, como a idade. Um amplo estudo prospectivo de pacientes assintomáticos com EA grave mostrou que em 5 anos somente 20% estavam livres de morte cardiovascular ou de substituição cirúrgica da valva aórtica (SCVA).[84] Poderá ser apropriado realizar um teste ergométrico em pacientes assintomáticos com EA grave para avaliar sintomas e resposta fisiológica ao exercício. Aqueles que se tornam sintomáticos ou que não mostram um aumento apropriado da pressão arterial deverão provavelmente ser encaminhados para cirurgia.[26]
O acompanhamento seriado de pacientes assintomáticos que apresentam EA depende da gravidade da estenose.
O American College of Cardiology/American Heart Association (ACC/AHA) recomenda os seguintes períodos de ocorrência para acompanhamento:[26]
Estenose leve: ecocardiografia transtorácica (ETT) a cada 3 a 5 anos
Estenose moderada: ETT a cada 1 a 2 anos
Estenose grave (assintomática): ETT a cada 6 a 12 meses.
As diretrizes da European Society of Cardiology e da European Association for Cardio-Thoracic Surgery (ESC/EACS) enfatizam a importância do acompanhamento regular, inclusive com ETT, e sua frequência depende de cada indivíduo. Aqueles com EA grave devem ser acompanhados a cada 6 meses. Pacientes mais jovens com EA leve e nenhuma calcificação significativa podem ser acompanhados a cada 2-3 anos.[44]
O National Institute for Health and Care Excellence (NICE) do Reino Unido recomenda fazer o acompanhamento da seguinte maneira:[28]
Estenose leve e moderada: ETT a cada 3 a 5 anos
Estenose grave: revisão clínica a cada 6 a 12 meses (a qual deve incluir uma ETT) se uma intervenção for adequada, mas não for necessária no momento. O NICE aconselha basear a frequência da revisão nos achados das ecocardiografias e na tomada de decisão compartilhada com o paciente.
Após SCVA, os pacientes deverão fazer um exame físico completo 2 a 4 semanas após a alta do hospital, com atenção à presença ou melhora de sintomas pré-operatórios. Uma ecocardiografia transtorácica deverá ser realizada também, para avaliar a função da valva protética. Na ausência de deterioração clínica, anamnese e exame físico deverão ser realizados pelo menos anualmente. Qualquer alteração no quadro clínico deverá ser avaliada com ecocardiografia e pacientes com valvas bioprotéticas deverão fazer ecocardiografia anualmente após 10 anos, mesmo com ausência de sintomas para avaliar a função da valva.[26] Embora a avaliação ecocardiográfica de próteses na substituição transcateter da valva aórtica (STVA) seja semelhante à avaliação de valvas inseridas por cirurgia, as recomendações atuais aconselham avaliações mais frequentes em pacientes com esses novos dispositivos (anualmente).[59] Pacientes com regurgitação aórtica paravalvar têm um risco mais elevado de mortalidade e deverão ser seguidos ainda mais de perto.[52]
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