Critérios
Classificação dos estágios valvares na estenose aórtica (EA; 2020) segundo o American College of Cardiology/American Heart Association (ACC/AHA)[26]
Estágio A: com risco de EA
Anatomia valvar: anomalia da valva aórtica bicúspide ou outra anomalia valvar congênita, ou esclerose da valva aórtica
Velocidade aórtica máxima <2 m/s
Nenhuma consequência hemodinâmica
Ausência de sintomas
Estágio B: EA progressiva
Anatomia valvar de calcificação do folheto leve a moderada de uma valva bicúspide ou de uma valva tricúspide com alguma redução do movimento sistólico, ou valva reumática com fusão das comissuras
EA leve: velocidade aórtica máxima 2.0 a 2.9 m/s ou gradiente médio de pressão <20 mmHg
EA moderada: velocidade aórtica máxima 3.0 a 3.9 m/s ou gradiente médio de pressão 20-39 mmHg
Consequências hemodinâmicas: fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) normal; pode haver disfunção diastólica precoce do ventrículo esquerdo (VE)
Ausência de sintomas
Estágio C: EA grave assintomática
A anatomia mostra intensa calcificação do folheto ou estenose congênita com redução intensa da abertura do folheto
Velocidade aórtica máxima ≥4 m/s ou gradiente médio de pressão ≥40 mmHg
Área da valva tipicamente ≤1.0 cm² (ou área da valva indexada ≤0.6 cm²/m²)
EA muito grave: velocidade aórtica máxima ≥5 m/s ou gradiente médio de pressão ≥60 mmHg
Consequências hemodinâmicas:
Estágio C1: leve disfunção diastólica do VE, hipertrofia ventricular esquerda (HVE) leve, FEVE normal
Estágio C2: FEVE <50%
Ausência de sintomas
O teste ergométrico é razoável para confirmar a falta de sintomas no estágio C1 da EA
Estágio D: EA sintomática grave
Estágio D1: EA sintomática grave de alto gradiente
Anatomia: calcificação grave do folheto ou estenose congênita com redução intensa da abertura do folheto
Velocidade aórtica máxima ≥4 m/s ou gradiente médio de pressão ≥40 mmHg
Área valvar tipicamente ≤1.0 cm² (ou área valvar indexada ≤0.6 cm²/m²), porém pode ser maior com EA/regurgitação aórtica mistas
Consequências hemodinâmicas: disfunção diastólica do VE e HVE; pode haver hipertensão pulmonar
Sintomas de dispneia por esforço ou diminuição da tolerância ao exercício, angina ao esforço, síncope ou pré-síncope por esforço
Estágio D2: EA sintomática grave de baixo fluxo/baixo gradiente com FEVE reduzido
Anatomia: calcificação/fibrose grave do folheto com redução intensa do movimento do folheto
Área da valva ≤1.0 cm² com velocidade aórtica máxima em repouso <4 m/s ou gradiente médio de pressão <40 mmHg
A ecocardiografia de estresse com dobutamina mostra área da valva ≤1.0 cm² com a velocidade aórtica máxima ≥4 m/s com qualquer velocidade de fluxo
Consequências hemodinâmicas: disfunção diastólica do VE, HVE e FEVE <50%
Sintomas de insuficiência cardíaca, angina, síncope ou pré-sincope
Estágio D3: EA sintomática grave de baixo gradiente com FEVE normal ou EA paradoxal grave de baixo fluxo
Anatomia: calcificação grave do folheto com redução intensa do movimento do folheto
Área valvar ≤1.0 cm² (área valvar indexada ≤0.6 cm²/m²) com velocidade aórtica máxima <4 m/s ou gradiente de pressão médio <40 mmHg E índice de volume sistólico <35 mL/m² medido quando o paciente está normotenso (pressão arterial sistólica <140 mmHg)
Consequências hemodinâmicas: aumento da espessura da parede do VE, câmara ventricular esquerda pequena com baixo volume sistólico, enchimento diastólico restritivo e FEVE ≥50%
Sintomas de insuficiência cardíaca, angina, síncope ou pré-sincope
O National Institute for Health and Care Excellence (NICE) do Reino Unido
O NICE recomenda que a gravidade da doença valvar seja definida de acordo com as diretrizes da British Society of Echocardiography (BSE) sobre a avaliação da EA.[28] Em geral, a BSE aconselha:[43]
A velocidade máxima é a medida preferencial para definir a gravidade da EA.
Se a velocidade máxima da valva aórtica (Vmáx da VA) for ≥4 m/s ou o gradiente médio da valva aórtica for ≥40 mmHg, o paciente geralmente deve ser considerado com EA grave. No entanto, a BSE lista exceções a esta declaração, como cenários em que há aumento do fluxo sanguíneo (por exemplo, taquiarritmias ou sepse).
A EA muito grave é definida como uma Vmáx da VA ≥5 m/s ou um gradiente médio ≥60 mmHg.
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