Monitoramento

O acompanhamento recomendado é determinado pela evolução clínica de cada paciente. Pacientes que somente apresentam sintomas leves com resolução imediata devem ser inicialmente acompanhados de modo rigoroso, mas o monitoramento pode ser rapidamente espaçado para consultas anuais, a menos que os sintomas ocorram novamente. Entretanto, o paciente com disfunção ventricular esquerda (VE) persistente ou evidência da progressão da inflamação miocárdica justifica o acompanhamento regular com intervalos de alguns meses ou menos, até que o paciente esteja clinicamente estável.[58][79]

Em crianças, biópsia ou RNM cardíaca podem ser necessárias se a função ventricular, biomarcadores inflamatórios ou atividade viral continuarem anormais no acompanhamento.[15]

Para adultos, o American College of Cardiology (ACC) recomenda:[56]

  • Para pacientes de baixo risco com miocardite sintomática (estágio C):

    • De 2 a 4 semanas após a alta: consulta médica e ecocardiografia

    • 6 meses após a alta: ecocardiografia

  • Para pacientes de risco médio a alto com miocardite sintomática (estágio C) ou avançada (estágio D):

    • De 2 a 4 semanas após a alta: consulta médica, exames de biomarcadores, ECG e ecocardiografia

    • 6 meses após a alta (ou 3 meses para atletas que consideram o retorno ao esporte competitivo): RNM cardíaca

A ecocardiografia deve incluir, se possível, a avaliação do esforço cardiopulmonar. Para adultos com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida sintomática, a primeira consulta de acompanhamento deve idealmente ocorrer dentro de 1 semana, e consultas adicionais podem ser necessárias para o ajuste da terapia.[56]

Avaliação para retorno ao esporte competitivo e exercícios de alta intensidade:

  • Normalmente, isso é feito 6 meses após o diagnóstico, mas pode ser considerado após 3 meses para alguns atletas.[56] Para adultos, o ACC recomenda RNM cardíaca de acompanhamento, monitoramento de 24 horas para arritmia e teste ergométrico.[56] A ecocardiografia transtorácica pode ser considerada em vez da RNM cardíaca para pacientes de baixo risco.[56]

  • Da mesma forma, para crianças, a American Heart Association recomenda a normalização dos marcadores inflamatórios e de lesão miocárdica, a normalização da função ventricular e da insuficiência cardíaca, o monitoramento por Holter de 24 horas e o teste ergométrico antes do retorno aos esportes competitivos.[15]

  • Se todos esses exames forem normais e o paciente não apresentar sintomas, o retorno a exercícios físicos intensos e esportes competitivos é permitido. No entanto, os atletas devem continuar a ser submetidos a reavaliações periódicas para monitorar a recorrência e a progressão clínica silenciosa, particularmente nos primeiros 2 anos.[56]

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