Os principais objetivos do tratamento são prevenir a incapacidade e melhorar a qualidade de vida. O tratamento é geralmente dividido em três categorias principais: manejo do agravamento agudo/recidivas, terapia modificadora da doença e manejo sintomático. A terapia modificadora da doença deve ser manejada por um neurologista.
Intervenções não farmacológicas, como treinamento cognitivo e intervenções psicológicas, podem também ser benéficas para pacientes com esclerose múltipla (EM), particularmente com relação a desfechos de qualidade de vida.[46]Kuspinar A, Rodriguez AM, Mayo NE. The effects of clinical interventions on health-related quality of life in multiple sclerosis: a meta-analysis. Mult Scler. 2012 Dec;18(12):1686-704.
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[47]Sesel AL, Sharpe L, Naismith SL. Efficacy of psychosocial interventions for people with multiple sclerosis: a meta-analysis of specific treatment effects. Psychother Psychosom. 2018;87(2):105-11.
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Os resultados devem ser interpretados com cautela; estudos adicionais, com melhor elaboração, são necessários para avaliar a efetividade das intervenções não farmacológicas.[48]Rosti-Otajärvi EM, Hämäläinen PI. Neuropsychological rehabilitation for multiple sclerosis. Cochrane Database Syst Rev. 2014 Feb 11;(2):CD009131.
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What are the effects of cognitive and psychological interventions for people with multiple sclerosis (MS)?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.2564/fullMostre-me a resposta
Manejo do quadro agudo de recidivas
O primeiro passo no manejo de agravamento agudo e/ou recidiva é certificar-se de que não há doença ou infecção concomitante. Pacientes com EM costumam sentir agravamento da doença durante infecções do trato urinário (que podem ser assintomáticas), sinusite, infecção viral, celulite e outras infecções da pele, ou febres por qualquer causa. Infecções subjacentes devem ser tratadas adequadamente.[50]Farez MF, Correale J, Armstrong MJ, et al. Practice guideline update summary: vaccine-preventable infections and immunization in multiple sclerosis: report of the Guideline Development, Dissemination, and Implementation Subcommittee of the American Academy of Neurology. Neurology. 2019 Sep 24;93(13):584-94.
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[51]National Institute for Health and Care Excellence. Multiple sclerosis in adults: management. Jun 2022 [internet publication].
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Se a recidiva afetar a função (por exemplo, deterioração da visão ou visão dupla, dificuldade para caminhar ou dificuldade de usar a mão em decorrência de problemas de coordenação ou fraqueza), tratamento com alta dose de metilprednisolona e retirada gradual oral podem ser oferecidos se não forem contraindicados por infecção ou hipertensão ou diabetes mal controlada.[52]Myhr KM, Mellgren SI. Corticosteroids in the treatment of multiple sclerosis. Acta Neurol Scand Suppl. 2009;(189):73-80.
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[53]Burton JM, O'Connor PW, Hohol M, et al. Oral versus intravenous steroids for treatment of relapses in multiple sclerosis. Cochrane Database Syst Rev. 2012 Dec 12;(12):CD006921.
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Não se sabe se este tratamento tem algum efeito de longo prazo sobre a incapacidade, mas frequentemente se observa melhora dos sintomas. A via de administração padrão é a intravenosa; no entanto, se ela não for possível, a administração de altas doses por via oral também pode ser considerada e não é inferior à administração intravenosa.[54]Le Page E, Veillard D, Laplaud DA, et al; COPOUSEP investigators; West Network for Excellence in Neuroscience. Oral versus intravenous high-dose methylprednisolone for treatment of relapses in patients with multiple sclerosis (COPOUSEP): a randomised, controlled, double-blind, non-inferiority trial. Lancet. 2015 Sep 5;386(9997):974-81.
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Existem vários esquemas orais; um especialista deve ser consultado ao escolher um esquema oral.
Em casos de distúrbios do espectro da neuromielite óptica, o tratamento com corticosteroides intravenosos em altas doses é o tratamento de primeira linha. Um esquema de retirada gradual oral mais longo pode ser necessário para prevenir a recidiva, especialmente para pacientes soropositivos para autoanticorpos antiglicoproteína mielina-oligodendrócito. Para obter mais informações, consulte nosso tópico sobre Mielite transversa.
Pacientes com recidiva aguda grave ou incapacidade com rápida progressão podem se beneficiar de plasmaférese ou plasmaférese associada a corticosteroides. intravenosos.[55]Abboud H, Petrak A, Mealy M, et al. Treatment of acute relapses in neuromyelitis optica: steroids alone versus steroids plus plasma exchange. Mult Scler. 2016 Feb;22(2):185-92.
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Terapia modificadora da doença - síndrome clinicamente isolada (SCI)
Existem evidências que dão suporte à redução do risco de progressão para EM clinicamente definida com tratamento imunomodulatório da SCI.[56]Comi G. Shifting the paradigm toward earlier treatment of multiple sclerosis with interferon beta. Clin Ther. 2009 Jun;31(6):1142-57.
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As terapias modificadoras da doença para pacientes com primeiro episódio clínico e características na ressonância magnética (RNM) condizentes com EM incluem glatirâmer, betainterferona 1b, betainterferona 1a, teriflunomida, fumarato de dimetila e fumarato de diroximel.
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What are the effects of disease-modifying drugs in people with a first clinical attack suggestive of multiple sclerosis?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.1727/fullMostre-me a resposta
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How does early initiation compare with late initiation of disease-modifying drugs after a first clinical attack suggestive of multiple sclerosis?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.1726/fullMostre-me a resposta Nos EUA, o fingolimode e o siponimode também podem ser usados.
Terapia modificadora da doença - EM remitente recidivante (EMRR)
A terapia modificadora da doença deve ser considerada para todos os pacientes com esclerose múltipla (EM) remitente recidivante.[15]De Angelis F, John NA, Brownlee WJ. Disease-modifying therapies for multiple sclerosis. BMJ. 2018 Nov 27;363:k4674.
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[57]Montalban X, Gold R, Thompson AJ, et al. ECTRIMS/EAN guideline on the pharmacological treatment of people with multiple sclerosis. Mult Scler. 2018 Feb;24(2):96-120.
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No entanto, alguns pacientes podem ter uma evolução benigna ou estar em uma faixa etária (geralmente, >55 anos) em que os benefícios da terapia modificadora da doença possam ser menos claros.
Preparações com betainterferona, glatirâmer, fumarato de dimetila, fumarato de diroximel e teriflunomida são geralmente consideradas agentes de primeira linha.[58]Tramacere I, Del Giovane C, Salanti G, et al. Immunomodulators and immunosuppressants for relapsing-remitting multiple sclerosis: a network meta-analysis. Cochrane Database Syst Rev. 2015 Sep 18;(9):CD011381.
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[59]Scolding N, Barnes D, Cader S, et al. Association of British Neurologists: revised (2015) guidelines for prescribing disease-modifying treatments in multiple sclerosis. Pract Neurol. 2015 Aug;15(4):273-9.
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[60]National Institute for Health and Care Excellence. Beta interferons and glatiramer acetate for treating multiple sclerosis. Jun 2018 [internet publication].
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[61]National Institute for Health and Care Excellence. Dimethyl fumarate for treating relapsing‑remitting multiple sclerosis. Aug 2014 [internet publication].
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[62]National Institute for Health and Care Excellence. Teriflunomide for treating relapsing-remitting multiple sclerosis. Jun 2014 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ta303
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How do immunomodulators and immunosuppressants compare in people with relapsing-remitting multiple sclerosis?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.1292/fullMostre-me a resposta
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How does interferon-beta compare with glatiramer acetate in people with relapsing-remitting multiple sclerosis?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.1612/fullMostre-me a resposta[Evidência B]aa9ad306-0455-4268-953c-259285e413c9ccaBComo a betainterferona se compara com o glatirâmer em indivíduos com esclerose múltipla remitente recidivante? Em alguns países, o fingolimode e o siponimode também podem ser usados como um agente de primeira linha. No entanto, o fingolimode, o siponimode, o natalizumabe, o ocrelizumabe, o cladribine e o alentuzumabe são comumente reservados para os pacientes que apresentarem doença mais agressiva e/ou não tiverem tolerado ou respondido a agentes modificadores da doença prévios.[58]Tramacere I, Del Giovane C, Salanti G, et al. Immunomodulators and immunosuppressants for relapsing-remitting multiple sclerosis: a network meta-analysis. Cochrane Database Syst Rev. 2015 Sep 18;(9):CD011381.
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[59]Scolding N, Barnes D, Cader S, et al. Association of British Neurologists: revised (2015) guidelines for prescribing disease-modifying treatments in multiple sclerosis. Pract Neurol. 2015 Aug;15(4):273-9.
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[63]National Institute for Health and Care Excellence. Fingolimod for the treatment of highly active relapsing-remitting multiple sclerosis. Apr 2012 [internet publication].
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[64]National Institute for Health and Care Excellence. Natalizumab for the treatment of adults with highly active relapsing-remitting multiple sclerosis. Aug 2007 [internet publication].
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[65]National Institute for Health and Care Excellence. Ocrelizumab for treating relapsing–remitting multiple sclerosis. Jul 2018 [internet publication].
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[66]National Institute for Health and Care Excellence. Alemtuzumab for treating highly active relapsing remitting multiple sclerosis. Mar 2020 [internet publication].
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[67]National Institute for Health and Care Excellence. Cladribine for treating relapsing–remitting multiple sclerosis. Dec 2019 [internet publication].
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Em pacientes com EMRR, investigações adicionais são necessárias para determinar se os desfechos de longo prazo são mais favoráveis quando o tratamento é iniciado com: medicamentos moderadamente eficazes e mais seguros, com intensificação conforme necessário; ou terapias modificadoras da doença de maior eficácia desde o início.[68]Ontaneda D, Tallantyre E, Kalincik T, et al. Early highly effective versus escalation treatment approaches in relapsing multiple sclerosis. Lancet Neurol. 2019 Oct;18(10):973-80.
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[69]Harding K, Williams O, Willis M, et al. Clinical outcomes of escalation vs early intensive disease-modifying therapy in patients with multiple sclerosis. JAMA Neurol. 2019 May 1;76(5):536-41.
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Betainterferona e glatirâmer
Acredita-se que as preparações com betainterferona e glatirâmer interfiram na formação de novas placas desmielinizantes no sistema nervoso central. Revisões sistemáticas e metanálises indicam que elas reduzem as taxas de recidiva em aproximadamente 30%.[71]Clerico M, Faggiano F, Palace J, et al. Recombinant interferon beta or glatiramer acetate for delaying conversion of the first demyelinating event to multiple sclerosis. Cochrane Database Syst Rev. 2008 Apr 16;(2):CD005278.
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[72]Armoiry X, Kan A, Melendez-Torres GJ, et al. Short- and long-term clinical outcomes of use of beta-interferon or glatiramer acetate for people with clinically isolated syndrome: a systematic review of randomised controlled trials and network meta-analysis. J Neurol. 2018 May;265(5):999-1009.
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Uma metanálise de rede concluiu que a betainterferona e o glatirâmer reduzem as taxas de recidiva e retardam a progressão, com eficácia comparável, embora houvesse um alto risco de viés entre os estudos.[73]Melendez-Torres GJ, Armoiry X, Court R, et al. Comparative effectiveness of beta-interferons and glatiramer acetate for relapsing-remitting multiple sclerosis: systematic review and network meta-analysis of trials including recommended dosages. BMC Neurol. 2018 Oct 3;18(1):162.
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Dados observacionais de longo prazo (mediana de 21 anos de inscrição em ensaios clínicos randomizados e controlados) sugerem que o tratamento precoce com betainterferona 1b está associado a prolongamento da sobrevida em pacientes inicialmente virgens de tratamento com EMRR.[74]Goodin DS, Reder AT, Ebers GC, et al. Survival in MS: a randomized cohort study 21 years after the start of the pivotal IFNβ-1b trial. Neurology. 2012 Apr 24;78(17):1315-22.
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As preparações com betainterferona são metabolizadas no fígado e requerem monitoramento periódico do hemograma completo e da função hepática. O glatirâmer não tem os efeitos colaterais das interferonas, que são semelhantes aos da gripe, mas pode levar 6-9 meses para fazer efeito clínico.[75]Ziemssen T, Schrempf W. Glatiramer acetate: mechanisms of action in multiple sclerosis. Int Rev Neurobiol. 2007;79:537-70.
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[76]Qizilbash N, Mendez I, Sanchez-de la Rosa R. Benefit-risk analysis of glatiramer acetate for relapsing-remitting and clinically isolated syndrome multiple sclerosis. Clin Ther. 2012 Jan;34(1):159-76.e5.
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A tolerabilidade e a adesão às preparações com betainterferona e glatirâmer parecem não diferir acentuadamente.[77]Giovannoni G, Southam E, Waubant E. Systematic review of disease-modifying therapies to assess unmet needs in multiple sclerosis: tolerability and adherence. Mult Scler. 2012 Jul;18(7):932-46.
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Reações no local da injeção e um amplo espectro de eventos adversos cutâneos generalizados são frequentemente relatados com essas terapias modificadoras de doença, em particular as formulações subcutâneas.[78]Balak DM, Hengstman GJ, Çakmak A, et al. Cutaneous adverse events associated with disease-modifying treatment in multiple sclerosis: a systematic review. Mult Scler. 2012 Dec;18(12):1705-17.
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Entretanto, a maioria é leve e não requer cessação da terapia.
O glatirâmer está disponível em diferentes formulações subcutâneas que podem ser administradas uma vez ao dia ou três vezes por semana.[79]Khan O, Rieckmann P, Boyko A, et al; GALA Study Group. Three times weekly glatiramer acetate in relapsing-remitting multiple sclerosis. Ann Neurol. 2013 Jun;73(6):705-13.
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A betapeginterferona 1a também está disponível em formulação subcutânea e é administrada a cada 2 semanas.[80]Calabresi PA, Kieseier BC, Arnold DL, et al; ADVANCE Study Investigators. Pegylated interferon beta-1a for relapsing-remitting multiple sclerosis (ADVANCE): a randomised, phase 3, double-blind study. Lancet Neurol. 2014 Jul;13(7):657-65.
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[81]National Institute for Health and Care Excellence. Peginterferon beta-1a for treating relapsing–remitting multiple sclerosis. Feb 2020 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ta624
Fumarato de dimetila
Uma terapia modificadora da doença oral que reduz as taxas anuais de recidiva em cerca de 40% a 50% quando comparada com o placebo.[82]Gold R, Kappos L, Arnold DL, et al. Placebo-controlled phase 3 study of oral BG-12 for relapsing multiple sclerosis. N Engl J Med. 2012 Sep 20;367(12):1098-107.
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[83]Fox RJ, Miller DH, Phillips JT, et al. Placebo-controlled phase 3 study of oral BG-12 or glatiramer in multiple sclerosis. N Engl J Med. 2012 Sep 20;367(12):1087-97.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1206328
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22992072?tool=bestpractice.com
O monitoramento das contagens sanguíneas é necessário durante a terapia com fumarato de dimetila. Possíveis efeitos adversos incluem rubor no corpo inteiro, eventos gastrointestinais e cefaleia.
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In people with relapsing-remitting multiple sclerosis, what are the benefits and harms of dimethyl fumarate?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.1191/fullMostre-me a resposta O rubor em todo o corpo pode continuar ao longo do tratamento, embora possa ser controlado com o uso de aspirina. Os efeitos adversos relacionados ao trato gastrointestinal geralmente são transitórios, com duração de aproximadamente 8 semanas após o início do fumarato de dimetila; eles diminuem com a administração do medicamento com alimentos, particularmente os que contenham algum tipo de gordura ou óleo. Tratamentos de venda livre para pirose e dispepsia podem ser usados para ajudar a aliviar os efeitos adversos gastrointestinais.
Foram relatados casos de leucoencefalopatia multifocal progressiva (LEMP) em pacientes que fazem uso de fumarato de dimetila; a linfopenia persistente parece ser um fator de risco.[84]van Oosten BW, Killestein J, Barkhof F, et al. PML in a patient treated with dimethyl fumarate from a compounding pharmacy. N Engl J Med. 2013 Apr 25;368(17):1658-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23614604?tool=bestpractice.com
Recomenda-se monitoramento de contagens de linfócitos a cada 6 meses durante a terapia.
Casos clinicamente significativos de lesão hepática em pacientes tratados com fumarato de dimetila foram relatados.[85]Muñoz MA, Kulick CG, Kortepeter CM, et al. Liver injury associated with dimethyl fumarate in multiple sclerosis patients. Mult Scler. 2017 Dec;23(14):1947-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28086032?tool=bestpractice.com
O início variou de poucos dias a vários meses após o começo do tratamento. Os testes da função hepática devem ser obtidos na linha basal e considerados em intervalos de 6 a 12 meses.
Fumarato de diroximel
O fumarato de diroximel, um agente administrado por via oral, é semelhante ao fumarato de dimetila, com eficácia comparável. Ambos os medicamentos têm o mesmo metabólito ativo (fumarato de monometila).[86]Derfuss T, Mehling M, Papadopoulou A, et al. Advances in oral immunomodulating therapies in relapsing multiple sclerosis. Lancet Neurol. 2020 Apr;19(4):336-47.
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Em um estudo aberto de fase 3, o fumarato de diroximel foi associado a menores taxas de eventos adversos gastrointestinais do que o fumarato de dimetila.[87]Palte MJ, Wehr A, Tawa M, et al. Improving the gastrointestinal tolerability of fumaric acid esters: early findings on gastrointestinal events with diroximel fumarate in patients with relapsing-remitting multiple sclerosis from the phase 3, open-label EVOLVE-MS-1 study. Adv Ther. 2019 Nov;36(11):3154-65.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31538304?tool=bestpractice.com
O risco de casos clinicamente significativos de lesão hepática deve ser considerado em pacientes que fazem uso do fumarato de diroximel; os testes da função hepática devem ser monitorados durante o tratamento.
Teriflunomida
A teriflunomida é um imunossupressor oral seletivo com propriedades anti-inflamatórias. Comprovou-se que ele reduz as taxas anuais de recidiva em cerca de 31% quando comparado com o placebo.[88]He D, Zhang C, Zhao X, et al. Teriflunomide for multiple sclerosis. Cochrane Database Syst Rev. 2016 Mar 22;(3):CD009882.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD009882.pub3/full
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What are the benefits and harms of teriflunomide for people with relapsing forms of multiple sclerosis (MS)?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.2653/fullMostre-me a resposta
O monitoramento com exames de sangue é necessário durante a terapia; especificamente, o teste da função hepática (todos os meses por 6 meses) e o exame basal para detecção de tuberculose. Pacientes que tomam teriflunomida podem apresentar eventos gastrointestinais como náuseas e diarreia e pressão arterial elevada, assim como afinamento/queda de cabelos, nos primeiros 8 meses do tratamento.
A teriflunomida é um teratogênio potencial; deve-se descartar a gravidez antes de iniciar o tratamento, devendo-se usar contracepção durante o tratamento. Deve-se realizar um procedimento de eliminação do medicamento antes de tentar conceber.
Fingolimode
Modulador do receptor de esfingosina-1-fosfato (S1P), cujo mecanismo de ação envolve impedir a saída de linfócitos dos linfonodos.[89]Kappos L, Radue EW, O'Connor P, et al; FREEDOMS Study Group. A placebo-controlled trial of oral fingolimod in relapsing multiple sclerosis. N Engl J Med. 2010 Feb 4;362(5):387-401.
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O fingolimode demonstrou reduzir significativamente as taxas anuais de recidiva em comparação com o placebo, melhorar outros desfechos na RNM, melhorar a qualidade de vida e ter um perfil de segurança aceitável.[90]Yang T, Tian X, Chen CY, et al. The efficacy and safety of fingolimod in patients with relapsing multiple sclerosis: a meta-analysis. Br J Clin Pharmacol. 2020 Apr;86(4):637-45.
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In people with relapsing‐remitting multiple sclerosis, how does fingolimod compare with placebo or interferon for improving outcomes?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.1478/fullMostre-me a resposta
O fingolimode é um agonista não seletivo de S1P e está associado a possíveis efeitos adversos fora do alvo, inclusive bradicardia persistente, broncoconstrição e edema macular. A Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency (MHRA) do Reino Unido estipula várias contraindicações relativas ao uso do fingolimode em pacientes com distúrbios cardíacos preexistentes.[91]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. Fingolimod (Gilenya): new contraindications in relation to cardiac risk. Dec 2017 [internet publication].
https://www.gov.uk/drug-safety-update/fingolimod-gilenya-new-contraindications-in-relation-to-cardiac-risk
Os pacientes precisam de um eletrocardiograma (ECG) e de exame oftalmológico, de preferência que inclua tomografia de coerência óptica, antes de iniciar o fingolimode. O ECG é repetido 6 horas após a dose inicial de fingolimode. Os protocolos exatos referentes ao primeiro monitoramento da dose variam, mas devem envolver o monitoramento da frequência cardíaca quanto a bradicardia. A dose inicial deve ser administrada em ambiente com recursos disponíveis para o tratamento da bradicardia sintomática.
Os pacientes necessitam de hemograma completo periódico e monitoramento da função hepática. A repetição da tomografia de coerência óptica ocorre 3-4 meses após o início da medicação. Os pacientes devem ser monitorados quanto ao desenvolvimento de cefaleias graves, as quais podem decorrer de vasoespasmo, e de problemas pulmonares como dispneia e redução da capacidade vital.[89]Kappos L, Radue EW, O'Connor P, et al; FREEDOMS Study Group. A placebo-controlled trial of oral fingolimod in relapsing multiple sclerosis. N Engl J Med. 2010 Feb 4;362(5):387-401.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20089952?tool=bestpractice.com
[92]Cohen JA, Barkhof F, Comi G, et al; TRANSFORMS Study Group. Oral fingolimod or intramuscular interferon for relapsing multiple sclerosis. N Engl J Med. 2010 Feb 4;362(5):402-15.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20089954?tool=bestpractice.com
Há relatos de agravamento intenso da EM após a interrupção do fingolimode; a doença pode se tornar muito pior do que antes do início ou durante o uso da medicação. Embora rara, pode ocorrer incapacidade permanente. Os pacientes devem ser monitorados rigorosamente quanto à presença de evidências de exacerbação do quadro clínico após a interrupção do tratamento.[93]Food and Drug Administration. Safety announcement: FDA warns about severe worsening of multiple sclerosis after stopping the medicine Gilenya (fingolimod). Nov 2018 [internet publication].
https://www.fda.gov/Drugs/DrugSafety/ucm626095.htm
Existe o potencial de reativação fatal de infecções pelo vírus do herpes em pacientes que recebem fingolimode.[89]Kappos L, Radue EW, O'Connor P, et al; FREEDOMS Study Group. A placebo-controlled trial of oral fingolimod in relapsing multiple sclerosis. N Engl J Med. 2010 Feb 4;362(5):387-401.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20089952?tool=bestpractice.com
[92]Cohen JA, Barkhof F, Comi G, et al; TRANSFORMS Study Group. Oral fingolimod or intramuscular interferon for relapsing multiple sclerosis. N Engl J Med. 2010 Feb 4;362(5):402-15.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20089954?tool=bestpractice.com
Há relatos de LEMP em pacientes que tomam fingolimode. Deve ser feita uma RNM inicial, bem como RNMs de rotina durante o tratamento.[3]Wattjes MP, Ciccarelli O, Reich DS, et al. 2021 MAGNIMS-CMSC-NAIMS consensus recommendations on the use of MRI in patients with multiple sclerosis. Lancet Neurol. 2021 Aug;20(8):653-670.
https://www.doi.org/10.1016/S1474-4422(21)00095-8
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34139157?tool=bestpractice.com
Casos de carcinoma basocelular foram relatados em pacientes que tomam fingolimode, e o medicamento é contraindicado em pacientes com carcinoma basocelular.
Siponimode
Modulador do receptor de S1P para uso oral com mecanismo de ação semelhante ao do fingolimode. O siponimode foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA para o tratamento de adultos com formas recidivantes de EM, inclusive EMRR (e síndrome clinicamente isolada e doença progressiva secundária ativa). Uma extensão randomizada de um estudo de fase 2 relatou que a atividade da doença foi baixa em pacientes com EMRR durante 24 meses de tratamento com siponimode.[94]Kappos L, Li DK, Stüve O, et al. Safety and efficacy of siponimod (BAF312) in patients with relapsing-remitting multiple sclerosis: dose-blinded, randomized extension of the phase 2 BOLD study. JAMA Neurol. 2016 Sep 1;73(9):1089-98.
https://jamanetwork.com/journals/jamaneurology/fullarticle/2532101
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27380540?tool=bestpractice.com
Os possíveis efeitos adversos do siponimode incluem aumento do risco de infecção, edema macular, linfopenia e redução transitória da frequência cardíaca. O siponimode modula seletivamente o receptor tipo 1 e tipo 5 de S1P 1 e, portanto, pode estar associado à redução do risco de efeitos adversos induzidos pela ativação do receptor de S1P3.[95]Gajofatto A. Spotlight on siponimod and its potential in the treatment of secondary progressive multiple sclerosis: the evidence to date. Drug Des Devel Ther. 2017 Nov 2;11:3153-7.
https://www.dovepress.com/spotlight-on-siponimod-and-its-potential-in-the-treatment-of-secondary-peer-reviewed-fulltext-article-DDDT
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29138536?tool=bestpractice.com
Cladribina
Age depletando gradualmente os linfócitos T e B. Um ensaio de fase 3 controlado com placebo relatou redução significativa das taxas de recidiva em 2 anos em doentes com EMRR que foram randomizados para tratamento com cladribina oral.[96]Giovannoni G, Comi G, Cook S, et al. A placebo-controlled trial of oral cladribine for relapsing multiple sclerosis. N Engl J Med. 2010 Jan 20;362(5):416-26.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa0902533
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20089960?tool=bestpractice.com
Os efeitos adversos incluem linfopenia e aumento do risco de infecção (preocupação específica para infecções de herpes). A cladribina pode aumentar o risco de malignidade e dano fetal; não pode ser usada por pacientes com malignidade atual ou por mulheres e homens com potencial reprodutivo que não planejem usar um tipo de contracepção eficaz.
A cladribina oral está aprovada pela FDA dos EUA para o tratamento de formas recidivantes de EM em adultos, inclusive EMRR. É licenciada pela European Medicines Agency (EMA) para o tratamento de pacientes adultos com EM recidivante altamente ativa.
Natalizumabe
Anticorpo monoclonal administrado por infusão intravenosa a cada 4 semanas. Reduz as taxas anuais de recidiva em mais de 60% em pacientes com EMRR ou EM progressiva secundária.[97]Miller DH, Khan OA, Sheremata WA, et al; International Natalizumab Multiple Sclerosis Trial Group. A controlled trial of natalizumab for relapsing multiple sclerosis. N Engl J Med. 2003 Jan 2;348(1):15-23.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa020696
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12510038?tool=bestpractice.com
O natalizumabe está associado ao aumento do risco de LEMP. Acredita-se que os fatores associados a esse aumento de risco incluam positividade para anticorpos do vírus John Cunningham (JCV), particularmente com títulos mais elevados do anticorpo, duração do tratamento com natalizumabe e exposição prévia a quimioterapia ou agentes imunossupressores (sem incluir corticosteroides).[98]Ho PR, Koendgen H, Campbell N, et al. Risk of natalizumab-associated progressive multifocal leukoencephalopathy in patients with multiple sclerosis: a retrospective analysis of data from four clinical studies. Lancet Neurol. 2017 Nov;16(11):925-33.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28969984?tool=bestpractice.com
[99]Gorelik L, Lerner M, Bixler S, et al. Anti-JC virus antibodies: implications for PML risk stratification. Ann Neurol. 2010 Sep;68(3):295-303.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20737510?tool=bestpractice.com
Já foram publicadas recomendações de painéis de especialistas sobre a estratificação e o monitoramento contínuo do risco de LEMP associado ao natalizumabe.[100]McGuigan C, Craner M, Guadagno J, et al. Stratification and monitoring of natalizumab-associated progressive multifocal leukoencephalopathy risk: recommendations from an expert group. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2016 Feb;87(2):117-25.
https://jnnp.bmj.com/content/87/2/117.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26492930?tool=bestpractice.com
Há evidências de que a incidência de LEMP entre pacientes com EM que tomam natalizumabe diminuiu desde a introdução do teste de JCV e das recomendações de estratificação de risco.[101]Vukusic S, Rollot F, Casey R, et al. Progressive multifocal leukoencephalopathy incidence and risk stratification among natalizumab users in France. JAMA Neurol. 2020 Jan 1;77(1):94-102.
https://jamanetwork.com/journals/jamaneurology/fullarticle/2749166
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31479149?tool=bestpractice.com
Uma RNM inicial deve ser realizada, bem como a RNM de rotina durante o tratamento.[3]Wattjes MP, Ciccarelli O, Reich DS, et al. 2021 MAGNIMS-CMSC-NAIMS consensus recommendations on the use of MRI in patients with multiple sclerosis. Lancet Neurol. 2021 Aug;20(8):653-670.
https://www.doi.org/10.1016/S1474-4422(21)00095-8
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34139157?tool=bestpractice.com
Ocrelizumabe
Anticorpo monoclonal anti-CD20 humanizado aprovado pela FDA e pela EMA para o tratamento de formas recidivantes de EM.[102]Hauser SL, Bar-Or A, Comi G, et al. Ocrelizumab versus interferon beta-1a in relapsing multiple sclerosis. N Engl J Med. 2017 Jan 19;376(3):221-34.
http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1601277
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28002679?tool=bestpractice.com
[103]Montalban X, Hauser SL, Kappos L, et al. Ocrelizumab versus placebo in primary progressive multiple sclerosis. N Engl J Med. 2017 Jan 19;376(3):209-20.
http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1606468
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28002688?tool=bestpractice.com
Metanálises de rede indicam que o ocrelizumabe é, pelo menos, tão eficaz quanto outras terapias modificadoras de doenças atualmente aprovadas para EM recidivante, com perfil de segurança semelhante.[104]McCool R, Wilson K, Arber M, et al. Systematic review and network meta-analysis comparing ocrelizumab with other treatments for relapsing multiple sclerosis. Mult Scler Relat Disord. 2019 Apr;29:55-61.
https://www.msard-journal.com/article/S2211-0348(18)30580-7/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30677733?tool=bestpractice.com
[105]Li H, Hu F, Zhang Y, et al. Comparative efficacy and acceptability of disease-modifying therapies in patients with relapsing-remitting multiple sclerosis: a systematic review and network meta-analysis. J Neurol. 2020 Dec;267(12):3489-98.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31129710?tool=bestpractice.com
O ocrelizumabe pode causar reações relativas à infusão, que podem ser graves e aumentar o risco de infecção. Também pode aumentar o risco de malignidades, principalmente câncer de mama.
Rituximabe
Um anticorpo monoclonal anti-CD20 humano usado off-label para o tratamento da EM em alguns países.[106]Berntsson SG, Kristoffersson A, Boström I, et al. Rapidly increasing off-label use of rituximab in multiple sclerosis in Sweden - outlier or predecessor? Acta Neurol Scand. 2018 Oct;138(4):327-31.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29797711?tool=bestpractice.com
Há evidências em favor da eficácia e segurança do rituximabe em pacientes com EMRR.[107]He D, Guo R, Zhang F, et al. Rituximab for relapsing-remitting multiple sclerosis. Cochrane Database Syst Rev. 2013 Dec 6;(12):CD009130.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD009130.pub3/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24310855?tool=bestpractice.com
[108]Hu Y, Nie H, Yu HH, et al. Efficacy and safety of rituximab for relapsing-remitting multiple sclerosis: a systematic review and meta-analysis. Autoimmun Rev. 2019 May;18(5):542-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30844555?tool=bestpractice.com
Alentuzumabe
Anticorpo monoclonal direcionado contra o antígeno CD52, o alentuzumabe é aprovado para uso em pacientes adultos com EMRR.[109]Coles AJ, Twyman CL, Arnold DL, et al; CARE-MS II investigators. Alemtuzumab for patients with relapsing multiple sclerosis after disease-modifying therapy: a randomised controlled phase 3 trial. Lancet. 2012 Nov 24;380(9856):1829-39.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23122650?tool=bestpractice.com
[110]Coles AJ, Fox E, Vladic A, et al. Alemtuzumab versus interferon beta-1a in early relapsing-remitting multiple sclerosis: post-hoc and subset analyses of clinical efficacy outcomes. Lancet Neurol. 2011 Apr;10(4):338-48.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21397567?tool=bestpractice.com
[111]Cohen JA, Coles AJ, Arnold DL, et al. Alemtuzumab versus interferon beta 1a as first-line treatment for patients with relapsing-remitting multiple sclerosis: a randomised controlled phase 3 trial. Lancet. 2012 Nov 24;380(9856):1819-28.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23122652?tool=bestpractice.com
Ele é administrado em infusão intravenosa por dois ciclos de tratamento separados por 12 meses. Uma revisão Cochrane concluiu que, em comparação com a betainterferona 1a, o alentuzumabe reduziu a proporção de pacientes com EMRR que apresentaram recidivas, progressão da doença, alteração na escala expandida do estado de incapacidade e desenvolvimento de novas lesões em T2 à RNM ao longo de 24-36 meses.[112]Zhang J, Shi S, Zhang Y, et al. Alemtuzumab versus interferon beta 1a for relapsing-remitting multiple sclerosis. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Nov 27;(11):CD010968.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD010968.pub2/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29178444?tool=bestpractice.com
[
]
How does alemtuzumab compare with interferon beta 1a in people with relapsing-remitting multiple sclerosis?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.1996/fullMostre-me a resposta
Efeitos adversos raros e graves, alguns fatais, relatados em até 3 dias após a infusão de alemtuzumabe, incluem isquemia miocárdica, infarto do miocárdio, hemorragia cerebral, dissecção arterial cérvico-cefálica, hemorragia alveolar pulmonar e trombocitopenia.[113]European Medicines Agency. Lemtrada. Feb 2020 [internet publication].
https://www.ema.europa.eu/en/medicines/human/referrals/lemtrada
As doenças mediadas imunologicamente podem ocorrer muitos meses após o tratamento. Também foram relatados riscos de reações graves e com risco de vida à infusão, infecções e um aumento do risco de neoplasias malignas, incluindo câncer de tireoide, melanoma e distúrbios linfoproliferativos.[112]Zhang J, Shi S, Zhang Y, et al. Alemtuzumab versus interferon beta 1a for relapsing-remitting multiple sclerosis. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Nov 27;(11):CD010968.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD010968.pub2/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29178444?tool=bestpractice.com
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How does alemtuzumab compare with interferon beta 1a in people with relapsing-remitting multiple sclerosis?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.1996/fullMostre-me a resposta Casos graves de AVC e rupturas no revestimento interno das artérias da cabeça e do pescoço (dissecção arterial cérvico-cefálica) foram relatados em pacientes logo após o tratamento com alentuzumabe (geralmente dentro de 1 dia). Esta intercorrência pode causar incapacidade permanente e até mesmo morte.[114]Food and Drug Administration. Safety announcement: FDA warns about rare but serious risks of stroke and blood vessel wall tears with multiple sclerosis drug Lemtrada (alemtuzumab). Nov 2018 [internet publication].
https://www.fda.gov/Drugs/DrugSafety/ucm624247.htm
Os profissionais de saúde devem considerar a interrupção do alentuzumabe nos pacientes que desenvolverem sinais dessas condições.
O alentuzumabe deve ser administrado em um hospital com acesso imediato a instalações de terapia intensiva e especialistas que possam gerenciar reações adversas graves. Os sinais vitais devem ser monitorados antes e durante cada infusão, os testes de função hepática devem ser realizados antes e durante o tratamento e os pacientes devem ser monitorados quanto a sinais de ativação imune patológica. Os pacientes devem ser informados sobre os sinais e sintomas dessas condições a cada infusão e aconselhados a procurar atendimento médico imediato caso apresentem sintomas.[115]European Medicines Agency. Lemtrada for multiple sclerosis: measures to minimise risk of serious side effects. 31 Oct 2019 [internet publication].
https://www.ema.europa.eu/en/documents/referral/lemtrada-article-20-procedure-lemtrada-multiple-sclerosis-measures-minimise-risk-serious-side_en.pdf
Por causa do seu perfil de segurança, o alentuzumabe é aprovado pela FDA para pacientes que tiverem apresentado resposta inadequada a dois ou mais medicamentos indicados para o tratamento da EM. Na Europa, o uso de alentuzumabe é restrito aos pacientes com EMRR que é altamente ativa apesar de tratamento adequado com pelo menos uma terapia modificadora da doença, ou se a doença apresentar agravamento rápido, com um mínimo de duas recidivas incapacitantes em 1 ano e imagens cerebrais mostrando novo dano. O alentuzumabe não deve ser usado em pacientes com certas doenças hemorrágicas, cardíacas ou circulatórias.[115]European Medicines Agency. Lemtrada for multiple sclerosis: measures to minimise risk of serious side effects. 31 Oct 2019 [internet publication].
https://www.ema.europa.eu/en/documents/referral/lemtrada-article-20-procedure-lemtrada-multiple-sclerosis-measures-minimise-risk-serious-side_en.pdf
Gravidez e período pós-parto: terapia modificadora da doença
É importante discutir o planejamento familiar e a gravidez com mulheres e meninas em idade fértil, iniciando junto com ou logo após o diagnóstico de EM.[116]Dobson R, Dassan P, Roberts M, et al. UK consensus on pregnancy in multiple sclerosis: 'Association of British Neurologists' guidelines. Pract Neurol. 2019 Apr;19(2):106-14.
https://pn.bmj.com/content/19/2/106.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30612100?tool=bestpractice.com
A EM não afeta a fertilidade, devendo-se usar contracepção quando a gravidez não for desejada.
Há incertezas em relação aos possíveis riscos a neonatos em decorrência do uso de medicamentos modificadores da doença antes da concepção e durante a gravidez. Para todos os medicamentos, o risco de possíveis danos ao neonato deve ser ponderado em relação ao risco de recidiva em cada paciente.[57]Montalban X, Gold R, Thompson AJ, et al. ECTRIMS/EAN guideline on the pharmacological treatment of people with multiple sclerosis. Mult Scler. 2018 Feb;24(2):96-120.
https://doi.org/10.1177%2F1352458517751049
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29353550?tool=bestpractice.com
As diretrizes da Association of British Neurologists descrevem considerações com medicamentos e circunstâncias específicos.[116]Dobson R, Dassan P, Roberts M, et al. UK consensus on pregnancy in multiple sclerosis: 'Association of British Neurologists' guidelines. Pract Neurol. 2019 Apr;19(2):106-14.
https://pn.bmj.com/content/19/2/106.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30612100?tool=bestpractice.com
Dados prospectivos indicam que, entre as gestantes com EM (a quem só foram autorizados ciclos curtos de glicocorticoides para tratamento da EM durante a gravidez), o risco de recidiva é menor durante a gravidez do que na linha basal.[117]Confavreux C, Hutchinson M, Hours MM, et al. Rate of pregnancy-related relapse in multiple sclerosis. Pregnancy in Multiple Sclerosis Group. N Engl J Med. 1998 Jul 30;339(5):285-91.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJM199807303390501
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9682040?tool=bestpractice.com
No entanto, aproximadamente 1 em cada 4 mulheres apresentou recidiva nos primeiros 3 meses após o parto.[117]Confavreux C, Hutchinson M, Hours MM, et al. Rate of pregnancy-related relapse in multiple sclerosis. Pregnancy in Multiple Sclerosis Group. N Engl J Med. 1998 Jul 30;339(5):285-91.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJM199807303390501
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9682040?tool=bestpractice.com
Postula-se que o aleitamento materno durante o período pós-parto pode reduzir a recidiva em pacientes com EM, mas são necessárias investigações adicionais.[118]Krysko KM, Rutatangwa A, Graves J, et al. Association between breastfeeding and postpartum multiple sclerosis relapses: a systematic review and meta-analysis. JAMA Neurol. 2020 Mar 1;77(3):327-38.
https://jamanetwork.com/journals/jamaneurology/fullarticle/2756404
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31816024?tool=bestpractice.com
Recomendações sobre agentes específicos
A EMA recomenda que, por causa do risco de malformações congênitas importantes, o fingolimode não seja usado em gestantes ou em mulheres em idade fértil que não façam uso de contracepção eficaz. Caso a mulher engravide durante o uso de fingolimode, o medicamento deve ser interrompido, e a gravidez deve ser monitorada rigorosamente.[119]European Medicines Agency. Updated restrictions for Gilenya: multiple sclerosis medicine not to be used in pregnancy. Jul 2019 [internet publication].
https://www.ema.europa.eu/en/news/updated-restrictions-gilenya-multiple-sclerosis-medicine-not-be-used-pregnancy
A cladribina pode aumentar o risco de dano fetal e, por isso, não pode ser usada por mulheres em idade fértil que não façam uso de contracepção eficaz.
A teriflunomida é um teratogênio potencial. Deve-se realizar um procedimento de eliminação do medicamento antes de tentar conceber.
Terapia modificadora da doença - EM progressiva
Pacientes com progressão rápida da doença ou que apresentam um misto de progressão e recidivas podem ser tratados com muitos dos medicamentos usados para EMRR.
EM progressiva secundária
Os seguintes medicamentos são aprovados pela FDA para formas recidivantes da EM, inclusive doença progressiva secundária ativa: siponimode, cladribina, betainterferona 1a, betainterferona 1b, natalizumabe, mitoxantrona, fingolimode, teriflunomida, fumarato de dimetila, fumarato de diroximel e alentuzumabe. O siponimode é a única terapia com eficácia demonstrada em um grande ensaio clínico randomizado e controlado de pacientes com EM progressiva secundária.[120]Kappos L, Bar-Or A, Cree BA, et al. Siponimod versus placebo in secondary progressive multiple sclerosis (EXPAND): a double-blind, randomised, phase 3 study. Lancet. 2018 Mar 31;391(10127):1263-73.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29576505?tool=bestpractice.com
Em um ensaio clínico duplo-cego, randomizado e controlado realizado com pacientes com EM progressiva secundária, o siponimode reduziu o risco de progressão da deficiência, comparado com o placebo (uma porcentagem mais baixa, estatisticamente significativa, de pacientes com progressão confirmada de deficiência em 3 meses no grupo do siponimode).[120]Kappos L, Bar-Or A, Cree BA, et al. Siponimod versus placebo in secondary progressive multiple sclerosis (EXPAND): a double-blind, randomised, phase 3 study. Lancet. 2018 Mar 31;391(10127):1263-73.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29576505?tool=bestpractice.com
A metilprednisolona intravenosa (aprovada pela FDA para o tratamento de exacerbações agudas da EM), administrada seguindo um protocolo de doses múltiplas, tem sido usada regularmente com alguns benefícios em pacientes com EM progressiva secundária. No entanto, não existe consenso em relação à dosagem ideal. Ela pode ser considerada em pacientes que não têm outras opções de tratamento, mas o benefício deve ser ponderado em relação aos possíveis efeitos adversos.
A cladribina reduziu as recidivas e a atividade da lesão na RNM em um estudo randomizado de fase 2, com duração de 96 semanas, realizado com pacientes com EM recidivante ativa para os quais a interferona não foi eficaz.[121]Montalban X, Leist TP, Cohen BA, et al. Cladribine tablets added to IFN-β in active relapsing MS: the ONWARD study. Neurol Neuroimmunol Neuroinflamm. 2018 Sep;5(5):e477.
https://nn.neurology.org/content/5/5/e477.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30027104?tool=bestpractice.com
No entanto, pacientes com EM progressiva secundária compunham apenas uma pequena porcentagem da população experimental.
Preparações com betainterferona parecem não prevenir o desenvolvimento de incapacidade física permanente na doença progressiva secundária.[122]La Mantia L, Vacchi L, Di Pietrantonj C, et al. Interferon beta for secondary progressive multiple sclerosis. Cochrane Database Syst Rev. 2012 Jan 18;(1):CD005181.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD005181.pub3/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22258960?tool=bestpractice.com
[123]La Mantia L, Vacchi L, Rovaris M, et al. Interferon beta for secondary progressive multiple sclerosis: a systematic review. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2013 Apr;84(4):420-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22952326?tool=bestpractice.com
O natalizumabe não reduziu a progressão da incapacidade no desfecho composto primário de um ensaio clínico duplo-cego de fase 3, randomizado e controlado por placebo, realizado com pacientes com EM progressiva secundária.[124]Kapoor R, Ho PR, Campbell N, et al. Effect of natalizumab on disease progression in secondary progressive multiple sclerosis (ASCEND): a phase 3, randomised, double-blind, placebo-controlled trial with an open-label extension. Lancet Neurol. 2018 May;17(5):405-15.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29545067?tool=bestpractice.com
No entanto, reduziu o agravamento dos membros superiores.[124]Kapoor R, Ho PR, Campbell N, et al. Effect of natalizumab on disease progression in secondary progressive multiple sclerosis (ASCEND): a phase 3, randomised, double-blind, placebo-controlled trial with an open-label extension. Lancet Neurol. 2018 May;17(5):405-15.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29545067?tool=bestpractice.com
A mitoxantrona demonstrou reduzir quase à metade as taxas anuais de recidiva em pacientes com EMRR e EM progressiva secundária. Contudo, é pouco tolerada por causa dos efeitos colaterais relacionados ao trato gastrointestinal e à fadiga. A mitoxantrona tem o potencial de causar efeitos adversos sérios, inclusive cardiotoxicidade (que requer o monitoramento regular da fração de ejeção ventricular esquerda) e leucemia mielogênica aguda e, portanto, é raramente utilizada.[125]Wundes A, Kraft GH, Bowen JD, et al. Mitoxantrone for worsening multiple sclerosis: tolerability, toxicity, adherence and efficacy in the clinical setting. Clin Neurol Neurosurg. 2010 Dec;112(10):876-82.
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[126]Martinelli Boneschi F, Vacchi L, Rovaris M, et al. Mitoxantrone for multiple sclerosis. Cochrane Database Syst Rev. 2013 May 31;(5):CD002127.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD002127.pub3/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23728638?tool=bestpractice.com
Deve-se fazer um monitoramento rigoroso da função hepática e das contagens sanguíneas em pacientes que recebem a mitoxantrona; nem a mitoxantrona nem outros imunossupressores sistêmicos devem ser usados em pacientes com infecções do trato urinário frequentes ou com doença concomitante.[127]Cohen JA, Confavreux C. Combination therapy in multiple sclerosis. In: Cohen JA, Rudick RA, eds. Multiple sclerosis therapeutics. 3rd ed. London, UK: Informa Pub; 2007:681-98.
Esclerose múltipla (EM) progressiva primária
O ocrelizumabe, aprovado pela FDA para o tratamento da EM progressiva primária, foi associado a menores taxas de progressão clínica e de RNM do que o placebo em um ensaio de fase 3 realizado com pacientes com EM progressiva primária.[103]Montalban X, Hauser SL, Kappos L, et al. Ocrelizumab versus placebo in primary progressive multiple sclerosis. N Engl J Med. 2017 Jan 19;376(3):209-20.
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No entanto, o ocrelizumabe não foi estudado em pacientes com mais de 55 anos de idade ou naqueles com incapacidade grave (escala expandida do estado de incapacidade >6.5). Assim, na Europa, é aprovado apenas na EM progressiva primária de fase inicial.[128]National Institute for Health and Care Excellence. Ocrelizumab for treating primary progressive multiple sclerosis. Jun 2019 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ta585
Outros medicamentos que têm sido usados incluem a ciclofosfamida, o metotrexato e a azatioprina, mas não há consenso em relação aos benefícios deles na EM progressiva primária.[129]Leary SM, Thompson AJ. Treatment for patients with primary progressive multiple sclerosis. In: Cohen JA, Rudick RA, eds. Multiple sclerosis therapeutics. 3rd ed. London, UK: Informa Pub; 2007:751-60. Esses medicamentos podem ser usados em locais onde o ocrelizumabe não está disponível.
Manejo sintomático - fadiga
Tratamento não farmacológico
Os médicos devem obter um hemograma completo com níveis diferenciais, hormônio estimulante da tireoide, vitamina B12 e vitamina D, bem como um breve histórico do sono, antes de pressupor que o paciente tenha fadiga relacionada à EM.
Alguns pacientes com EM que relatam fadiga simplesmente não estão dormindo o suficiente ou têm hábitos e higiene do sono de má qualidade ou ingerem quantidades excessivas de cafeína. Outros pacientes têm perturbações do sono em decorrência de depressão, pernas inquietas, espasticidade, dor ou frequência vesical, e devem receber tratamento adequado para essas condições. O uso de cafeína e de álcool pode ter efeitos vesicais e causar perturbação do sono. Alguns pacientes apresentam distúrbios do sono concomitantes, como apneia do sono.
A maioria dos pacientes com EM beneficia de programas de exercícios regulares, que promovem um sono reparador e reduzem a fadiga.[130]Andreasen AK, Stenager E, Dalgas U. The effect of exercise therapy on fatigue in multiple sclerosis. Mult Scler. 2011 Sep;17(9):1041-54.
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[131]Latimer-Cheung AE, Pilutti LA, Hicks AL, et al. Effects of exercise training on fitness, mobility, fatigue, and health-related quality of life among adults with multiple sclerosis: a systematic review to inform guideline development. Arch Phys Med Rehabil. 2013 Sep;94(9):1800-28.e3.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23669008?tool=bestpractice.com
[
]
Is there randomized controlled trial evidence to support the use of exercise therapy for fatigue in people with multiple sclerosis?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.1477/fullMostre-me a resposta
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What are the effects of dietary and physical interventions for people with multiple sclerosis (MS)?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.2565/fullMostre-me a resposta O treinamento de resistência progressivo é uma ferramenta de reabilitação que pode ajudar a reduzir a fadiga.[132]Kjølhede T, Vissing K, Dalgas U. Multiple sclerosis and progressive resistance training: a systematic review. Mult Scler. 2012 Sep;18(9):1215-28.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22760230?tool=bestpractice.com
Alguns pacientes com fadiga podem se beneficiar de terapias de mente-corpo, como ioga e relaxamento, ou da terapia cognitivo-comportamental. Embora as evidências que dão suporte ao uso dessas terapias em pacientes com EM sejam limitadas, elas são relativamente seguras e podem ser usadas em conjunto com o tratamento farmacológico.[133]Senders A, Wahbeh H, Spain R, et al. Mind-body medicine for multiple sclerosis: a systematic review. Autoimmune Dis. 2012;2012:567324.
https://www.hindawi.com/journals/ad/2012/567324
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[134]Alphonsus KB, Su Y, D'Arcy C. The effect of exercise, yoga and physiotherapy on the quality of life of people with multiple sclerosis: systematic review and meta-analysis. Complement Ther Med. 2019 Apr;43:188-95.
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[135]Chalah MA, Ayache SS. Cognitive behavioral therapies and multiple sclerosis fatigue: a review of literature. J Clin Neurosci. 2018 Jun;52:1-4.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29609859?tool=bestpractice.com
Tratamento farmacológico
Se o paciente continuar a relatar fadiga após abordagens não farmacológicas, pode-se experimentar a amantadina. Os efeitos colaterais incluem livedo reticular e perturbações ocasionais dos processos cognitivos.
Medicamentos alternativos são modafinila ou armodafinila.[136]Brown JN, Howard CA, Kemp DW. Modafinil for the treatment of multiple sclerosis-related fatigue. Ann Pharmacother. 2010 Jun;44(6):1098-103.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20442351?tool=bestpractice.com
[137]Shangyan H, Kuiqing L, Yumin X, et al. Meta-analysis of the efficacy of modafinil versus placebo in the treatment of multiple sclerosis fatigue. Mult Scler Relat Disord. 2018 Jan;19:85-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29175676?tool=bestpractice.com
Embora não tenha sido demonstrado que o metilfenidato e a anfetamina e/ou dextroanfetamina sejam efetivos nos ensaios, alguns pacientes respondem favoravelmente a eles na prática.
Manejo sintomático - comprometimento da marcha
Tratamento não farmacológico
Vários esquemas de fisioterapia melhoram a marcha e o equilíbrio em pacientes com EM, em particular naqueles com níveis leves a moderados de incapacidade.[138]Panitch H, Applebee A. Treatment of walking impairment in multiple sclerosis: an unmet need for a disease-specific disability. Expert Opin Pharmacother. 2011 Jul;12(10):1511-21.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21635193?tool=bestpractice.com
[139]Paltamaa J, Sjögren T, Peurala SH, et al. Effects of physiotherapy interventions on balance in multiple sclerosis: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. J Rehabil Med. 2012 Oct;44(10):811-23.
https://www.medicaljournals.se/jrm/content/html/10.2340/16501977-1047
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22990349?tool=bestpractice.com
[140]Charron S, McKay KA, Tremlett H. Physical activity and disability outcomes in multiple sclerosis: a systematic review (2011-2016). Mult Scler Relat Disord. 2018 Feb;20:169-77.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29414293?tool=bestpractice.com
O treinamento progressivo de resistência pode ajudar a melhorar o equilíbrio.[132]Kjølhede T, Vissing K, Dalgas U. Multiple sclerosis and progressive resistance training: a systematic review. Mult Scler. 2012 Sep;18(9):1215-28.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22760230?tool=bestpractice.com
Uma revisão sistemática constatou que o treinamento em realidade virtual é pelo menos tão eficaz quanto o treinamento convencional para melhorar o equilíbrio e a marcha em pessoas com EM.[141]Casuso-Holgado MJ, Martín-Valero R, Carazo AF, et al. Effectiveness of virtual reality training for balance and gait rehabilitation in people with multiple sclerosis: a systematic review and meta-analysis. Clin Rehabil. 2018 Sep;32(9):1220-34.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29651873?tool=bestpractice.com
Tratamento farmacológico
A fampridina pode ser usada para melhorar a resistência da marcha e pode aumentar a velocidade da marcha.[142]Behm K, Morgan P. The effect of symptom-controlling medication on gait outcomes in people with multiple sclerosis: a systematic review. Disabil Rehabil. 2018 Jul;40(15):1733-44.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28376639?tool=bestpractice.com
[143]Egeberg MD, Oh CY, Bainbridge JL. Clinical overview of dalfampridine: an agent with a novel mechanism of action to help with gait disturbances. Clin Ther. 2012 Nov;34(11):2185-94. [Erratum in: Clin Ther. 2013 Jun;35(6):900.]
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23123001?tool=bestpractice.com
Ensaios clínicos e vigilância pós-comercialização indicam aumento do risco de convulsões relacionado à dose de fampridina.[143]Egeberg MD, Oh CY, Bainbridge JL. Clinical overview of dalfampridine: an agent with a novel mechanism of action to help with gait disturbances. Clin Ther. 2012 Nov;34(11):2185-94. [Erratum in: Clin Ther. 2013 Jun;35(6):900.]
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23123001?tool=bestpractice.com
As doses devem ser administradas com 12 horas de intervalo. Os pacientes devem ter níveis normais de creatinina e não apresentar história de convulsões antes de iniciar a fampridina.[144]Goodman AD, Brown TR, Edwards KR, et al; MSF204 Investigators. A phase 3 trial of extended release oral dalfampridine in multiple sclerosis. Ann Neurol. 2010 Oct;68(4):494-502.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20976768?tool=bestpractice.com
Os profissionais de saúde devem monitorar a ocorrência de convulsões em pacientes que tomam a fampridina e fornecer orientação adequada ao paciente.
Manejo sintomático - sintomas sensitivos
Os pacientes com EM relatam, com frequência, parestesias e outras sensações desagradáveis. Estas não precisam ser tratadas com medicamentos, mas podem ser assim tratadas se os sintomas incomodarem o paciente ou interferirem em suas funções.[145]O'Connor AB, Schwid SR, Herrmann DN, et al. Pain associated with multiple sclerosis: systematic review and proposed classification. Pain. 2008 Jul;137(1):96-111.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17928147?tool=bestpractice.com
Exacerbações ou recidivas que envolvem somente sintomas sensitivos, como parestesias, não requerem corticosteroides intravenosos e podem ser tratadas com doses baixas de anticonvulsivantes, como a gabapentina ou os derivados carbamazepínicos mais novos.[146]Garg N, Weinstok-Guttman B. Treatment of pain paresthesias and paroxysmal disorders in multiple sclerosis. In: Cohen JA, Rudick RA, eds. Multiple sclerosis therapeutics. 3rd ed. London, UK: Informa Pub; 2007:845-62.
Podem ocorrer vários tipos de dor em pacientes com EM: neuralgia do trigêmeo, disestesias dolorosas, espasmos tônicos dolorosos e outras dores relacionadas à espasticidade, e dor musculoesquelética. A dor central ou neuropática pode ser tratada com medicação anticonvulsivante e antidepressiva.[147]Aboud T, Schuster NM. Pain management in multiple sclerosis: a review of available treatment options. Curr Treat Options Neurol. 2019 Nov 27;21(12):62.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31773455?tool=bestpractice.com
Manejo sintomático - espasticidade
Pacientes com EM frequentemente têm aumento do tônus muscular, principalmente nas pernas. Esse aspecto pode ser bastante desagradável e doloroso, perturbando o sono com cãibras nas panturrilhas e prejudicando a deambulação.
A primeira linha de manejo é procurar um fisioterapeuta experiente, que é a pessoa mais indicada para recomendar exercícios de alongamento leves.
O tratamento da constipação e disfunção vesical também pode ser útil.
O baclofeno pode ser usado para tratar a espasticidade. Os efeitos colaterais incluem fadiga, confusão mental e manifestação de fraqueza muscular subjacente, o que resulta em pacientes que relatam aumento da fraqueza. As bombas intratecais que fornecem uma taxa constante ou variável de baclofeno são opções para:
os pacientes em cadeira de rodas ou acamados, nos quais a espasticidade limite a capacidade de se sentar em uma cadeira ou realizar a higiene pessoal, e
determinados pacientes ambulatoriais, que são afetados pelos efeitos colaterais de medicamentos antiespasmódicos administrados em alta dose por via oral.
A tizanidina ajuda na espasticidade, mas é mais sedativa que o baclofeno.[148]Bass B, Weinshenker B, Rice GP, et al. Tizanidine versus baclofen in the treatment of spasticity in patients with multiple sclerosis. Can J Neurol Sci. 1988 Feb;15(1):15-9.
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Portanto, pode ser útil ao deitar. A tizanidina pode afetar a função hepática e baixar a pressão arterial. Não deve ser usada com ciprofloxacino, que potencializa sua ação.[149]Kamen L, Henney HR 3rd, Runyan JD. A practical overview of tizanidine use for spasticity secondary to multiple sclerosis, stroke, and spinal cord injury. Curr Med Res Opin. 2008 Feb;24(2):425-39.
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Clonazepam ou gabapentina podem ser muito úteis para espasmos e pernas inquietas ao deitar.
Injeções localizadas de toxina botulínica demonstraram ser efetivas no tratamento antiespasmódico associado à EM, com benefício máximo geralmente obtido com fisioterapia concomitante. O tratamento da espasticidade com injeções de toxina botulínica deve ponderar o possível benefício dos sintomas com a possível diminuição da força funcional.[150]Habek M, Karni A, Balash Y, et al. The place of the botulinum toxin in the management of multiple sclerosis. Clin Neurol Neurosurg. 2010 Sep;112(7):592-6.
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[151]Baker JA, Pereira G. The efficacy of botulinum toxin A for spasticity and pain in adults: a systematic review and meta-analysis using the Grades of Recommendation, Assessment, Development and Evaluation approach. Clin Rehabil. 2013 Dec;27(12):1084-96.
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[152]Fu X, Wang Y, Wang C, et al. A mixed treatment comparison on efficacy and safety of treatments for spasticity caused by multiple sclerosis: a systematic review and network meta-analysis. Clin Rehabil. 2018 Jun;32(6):713-21.
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Canabinoides podem ser eficazes no tratamento dos sintomas de espasticidade na EM.[153]Nielsen S, Germanos R, Weier M, et al. The use of cannabis and cannabinoids in treating symptoms of multiple sclerosis: a systematic review of reviews. Curr Neurol Neurosci Rep. 2018 Feb 13;18(2):8.
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[154]Abrams DI. The therapeutic effects of cannabis and cannabinoids: an update from the National Academies of Sciences, Engineering and Medicine report. Eur J Intern Med. 2018 Mar;49:7-11.
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[155]Allan GM, Finley CR, Ton J, et al. Systematic review of systematic reviews for medical cannabinoids: pain, nausea and vomiting, spasticity, and harms. Can Fam Physician. 2018 Feb;64(2):e78-94.
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[156]Torres-Moreno MC, Papaseit E, Torrens M, et al. Assessment of efficacy and tolerability of medicinal cannabinoids in patients with multiple sclerosis: a systematic review and meta-analysis. JAMA Netw Open. 2018 Oct 5;1(6):e183485.
https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2706499
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O College of Family Physicians of Canada recomenda que os médicos considerem o uso de canabinoides medicinais para espasticidade refratária na EM e especifica o spray de aplicação oromucosa delta-9-tetraidrocanabinol/canabidiol (também conhecidos como nabiximóis) como o canabinoide medicinal de escolha.[157]Allan GM, Ramji J, Perry D, et al. Simplified guideline for prescribing medical cannabinoids in primary care. Can Fam Physician. 2018 Feb;64(2):111-20.
https://www.cfp.ca/content/64/2/111.long
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O National Institute of Health and Care Excellence na Inglaterra recomenda o spray de aplicação oromucosa delta-9-tetraidrocanabinol/canabidiol para tratar a espasticidade moderada a grave em adultos com EM nos quais outros tratamentos farmacológicos para espasticidade não tenham sido eficazes.[158]National Institute for Health and Care Excellence. Cannabis-based medicinal products. Mar 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng144
Manejo sintomático - disfunção urinária
Não há consenso atualmente sobre o manejo da disfunção urinária ("bexiga neurogênica") em pacientes com EM, e este tópico permanece controverso.[159]Tubaro A, Puccini F, De Nunzio C, et al. The treatment of lower urinary tract symptoms in patients with multiple sclerosis: a systematic review. Curr Urol Rep. 2012 Oct;13(5):335-42.
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Além disso, a natureza progressiva da EM pode tornar o manejo dos sintomas, como a disfunção urinária, difícil e complexo.
A otimização do manejo da bexiga pode exigir consultas a um urologista, neurologista ou uroginecologista para a realização de exames e tratamento, mas algumas medidas simples podem ser muito úteis.
Pacientes com EM devem limitar a ingestão de cafeína e "águas vitaminadas", pois estas são fontes significativas de irritação vesical, o que causa polaciúria.
A função da bexiga pode melhorar com o manejo da constipação e o esvaziamento cronometrado simples.
Alguns pacientes com EM e disfunção urinária podem se beneficiar de terapias de mente-corpo, como ioga e relaxamento.[160]Patil NJ, Nagaratna R, Garner C, et al. Effect of integrated yoga on neurogenic bladder dysfunction in patients with multiple sclerosis-a prospective observational case series. Complement Ther Med. 2012 Dec;20(6):424-30.
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Eles são relativamente seguros, embora com evidências de suporte limitadas, e podem ser usados em conjunto com o manejo farmacológico.[133]Senders A, Wahbeh H, Spain R, et al. Mind-body medicine for multiple sclerosis: a systematic review. Autoimmune Dis. 2012;2012:567324.
https://www.hindawi.com/journals/ad/2012/567324
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23227313?tool=bestpractice.com
[134]Alphonsus KB, Su Y, D'Arcy C. The effect of exercise, yoga and physiotherapy on the quality of life of people with multiple sclerosis: systematic review and meta-analysis. Complement Ther Med. 2019 Apr;43:188-95.
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As infecções assintomáticas da bexiga são um grande problema na EM, particularmente se os pacientes têm retenção urinária; medidas preventivas, como aumento da ingestão de líquidos e antibióticos profiláticos, podem ser necessárias. Apesar de haver poucos dados de suporte na literatura médica, alguns pacientes constataram que o consumo de cápsulas de arando (cranberry, oxicoco) reduz substancialmente a incidência de infecções do trato urinário.
A oxibutinina e outros agentes, como solifenacina, darifenacina, tolterodina, fesoterodina e tróspio, podem ser utilizados para reduzir a polaciúria, mas deve-se avaliar se há resíduo pós-miccional antes de receitar esses agentes.
Injeções de toxina botulínica foram eficazes no tratamento do excesso de atividade do músculo detrusor e para redução da frequência, urgência e incontinência urinárias.[150]Habek M, Karni A, Balash Y, et al. The place of the botulinum toxin in the management of multiple sclerosis. Clin Neurol Neurosurg. 2010 Sep;112(7):592-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20615606?tool=bestpractice.com
[161]Ginsberg D, Gousse A, Keppenne V, et al. Phase 3 efficacy and tolerability study of onabotulinumtoxinA for urinary incontinence from neurogenic detrusor overactivity. J Urol. 2012 Jun;187(6):2131-9.
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[162]Chancellor MB, Patel V, Leng WW, et al. OnabotulinumtoxinA improves quality of life in patients with neurogenic detrusor overactivity. Neurology. 2013 Aug 27;81(9):841-8.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23892704?tool=bestpractice.com
O autocateterismo intermitente geralmente é necessário após esse tratamento.
Manejo sintomático - tremor
Pacientes com EM podem apresentar vários tipos de tremores. É importante diferenciar tremores verdadeiros de clônus (do tornozelo ou do joelho), que seria manejado como espasticidade; sintomas paroxísticos, que responderiam melhor a anticonvulsivantes; ou tremores por causas variadas, como ansiedade ou hipertireoidismo.
O tremor mais incapacitante e difícil de manejar na EM é o cerebelar, que pode envolver a cabeça, o tronco e os membros, assim como a voz. Em casos graves, o tremor isoladamente impede a deambulação e, muitas vezes, inibe o desempenho de atividades da vida diária, como vestir-se, fazer a higiene pessoal e alimentar-se.
As intervenções farmacológicas mais comuns são com propranolol, primidona e clonazepam. Deve-se ter cautela com cada uma dessas terapias por causa dos possíveis efeitos colaterais. O propranolol pode produzir hipotensão e depressão. A primidona pode ser muito sedativa e é, portanto, frequentemente iniciada com uma dose única à noite, que pode ser aumentada para um esquema de dosagem de 3 vezes ao dia, dependendo da resposta clínica. O clonazepam também é sedativo e pode induzir hábito. Em geral, inicia-se com uma dose baixa, que pode ser ajustada para doses mais altas dependendo da resposta clínica.[163]Yap L, Kouyialis A, Varma TR. Stereotactic neurosurgery for disabling tremor in multiple sclerosis: thalamotomy or deep brain stimulation? Br J Neurosurg. 2007 Aug;21(4):349-54.
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[164]Mills RJ, Yap L, Young CA. Treatment for ataxia in multiple sclerosis. Cochrane Database Syst Rev. 2007 Jan 24;(1):CD005029.
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