Critérios
Introdução
Houve muitas tentativas de definir um sistema de classificação que permitisse que os pacientes fossem divididos em subgrupos bem definidos em relação ao prognóstico; no entanto, não foi possível chegar a um consenso claro sobre esses sistemas, e é importante reconhecer a diversidade dos critérios diagnósticos para evitar um diagnóstico equivocado.
A nomenclatura usada nos diferentes sistemas de classificação é idêntica e usa as letras A, B, C e D; no entanto, a classificação pode se referir especificamente às formas cardíacas crônicas da doença (como a classificação de consenso brasileiro), ou todos os pacientes com doença crônica, inclusive a forma indeterminada (como as classificações do American College of Cardiology/American Heart Association, Los Andes modificada e Kuschnir modificada). Os grupos de cada classificação podem estar relacionados a grupos de outras classificações.
Doença de Chagas crônica: classificação do American College of Cardiology/American Heart Association (ACC/AHA)[2]
A: pacientes com risco de desenvolver insuficiência cardíaca; sorologia positiva para Trypanosoma cruzi; nenhum sintoma de cardiomiopatia estrutural ou insuficiência cardíaca; ECG normal; nenhuma alteração digestiva (forma indeterminada)
B1: pacientes com cardiomiopatia estrutural evidenciada por alterações eletrocardiográficas ou ecocardiográficas, mas com função ventricular normal, sem sinais e sintomas atuais ou prévios de insuficiência cardíaca.
B2: pacientes com cardiomiopatia estrutural caracterizada por uma disfunção ventricular global, sem sinais e sintomas atuais ou prévios de insuficiência cardíaca.
C: pacientes com disfunção ventricular e sintomas atuais ou prévios de insuficiência cardíaca (classe funcional I, II, III ou IV da New York Heart Association)
D: pacientes com sintomas refratários ou insuficiência cardíaca em repouso apesar do tratamento clínico otimizado que requer intervenções especializadas.
Nota: podem ocorrer arritmias e doença de condução da categoria B1 à categoria D. As categorias B1 a D são classificadas como cardiomiopatia de Chagas, enquanto as categorias B2 a D também são classificadas como cardiomiopatia dilatada de Chagas/insuficiência cardíaca.
Cardiomiopatia de Chagas: classificação de consenso brasileira[13][154]
Usada apenas para pacientes com cardiomiopatia de Chagas. Os pacientes com a forma crônica indeterminada não estão presentes nessa classificação porque têm um prognóstico excelente, similar às pessoas com doença de Chagas.
A: achados eletrocardiográficos anormais, achados normais ao ecocardiograma, nenhum sinal de insuficiência cardíaca congestiva (ICC)
B1: achados eletrocardiográficos anormais, achados anormais ao ecocardiograma com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) >45%, nenhum sinal de ICC
B2: achados eletrocardiográficos anormais, achados anormais no ecocardiograma com FEVE <45%, nenhum sinal de ICC
C: achados eletrocardiográficos anormais, achados anormais ao ecocardiograma, ICC compensada
D: achados eletrocardiográficos anormais, achados anormais no ecocardiograma, ICC refratária.
Cardiomiopatia de Chagas: classificação de Los Andes modificada[155]
Neste sistema. o grupo IA representa os pacientes com a forma indeterminada crônica da doença. Essa classificação difere das outras por conter um subgrupo de pacientes com ECG normal, mas com alterações mínimas na ecocardiografia. Há uma sobreposição considerável do prognóstico entre alguns grupos.
IA: achados eletrocardiográficos anormais, achados normais no ecocardiograma, nenhum sinal de ICC
IB: achados eletrocardiográficos normais, achados anormais no ecocardiograma, nenhum sinal de ICC
II: achados eletrocardiográficos anormais, achados anormais no ecocardiograma, nenhum sinal de ICC
III: achados eletrocardiográficos anormais, achados ecocardiográficos anormais, ICC.
Doença de Chagas crônica: classificação de Kuschnir modificada[156]
Similar à classificação do American College of Cardiology/American Heart Association Uma limitação importante é a avaliação do tamanho do coração com base na radiografia torácica, em vez da ecocardiografia.
0: achados eletrocardiográficos normais e coração com dimensões normais (em geral com base em radiografia torácica)
I: achados eletrocardiográficos anormais e coração com direções normais (em geral, com base em radiografia torácica)
II: hipertrofia ventricular esquerda
III: insuficiência cardíaca congestiva.
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