Etiologia

As características anatômicas, principalmente a pressão hidrostática elevada na veia renal esquerda e valvas incompetentes ou congenitamente ausentes, costumam ser implicadas como causas primárias da formação de varicocele.

Acredita-se que sejam mais comumente causadas por valvas incompetentes dentro da veia espermática interna esquerda. Além disso, o plexo pampiniforme esquerdo está sujeito a pressões hidrostáticas elevadas decorrentes da inserção do ângulo direito da veia dentro da veia renal esquerda.[18] A veia espermática interna esquerda se insere na veia renal esquerda em um ângulo direito, em oposição à veia espermática interna direita, que se une à veia cava inferior em um ângulo oblíquo. Além disso, a veia espermática interna esquerda tem 8 a 10 cm de comprimento, resultando no aumento da transmissão de pressão hidrostática. Além disso, pode existir um fenômeno de "quebra nozes", já que a veia renal esquerda atravessa por baixo da artéria mesentérica superior.[19]

Varicoceles foram demonstradas em homens com valvas competentes.[20] Está claro, portanto, que a formação de varicocele não pode ser explicada por uma única teoria e que resulta de uma combinação de fatores anatômicos.

Raramente, o varicocele pode ser causada por uma massa compressiva retroperitoneal ou abdominal. Isso pode causar um varicocele que não diminui na posição supina ou um varicocele isolada no lado direito.[21]

Fisiopatologia

Varicoceles clinicamente detectáveis podem estar associadas a níveis anormais de gonadotrofina, espermatogênese deficiente, alterações histológicas do esperma e infertilidade. A causa exata não é conhecida, mas a maioria acredita que o principal fator contribuinte seja o dano térmico secundário a um mecanismo insuficiente de contracorrente que normalmente mantém as temperaturas intraescrotais 1 °C a 2 °C (2 °F a 4 °F) mais baixas que a temperatura normal do corpo.[22]​ Outras teorias citam a eliminação inadequada de espécies reativas de oxigênio devido ao trato de saída venoso impedido, trato de entrada arterial comprometido resultando em hipóxia e refluxo de metabólitos adrenais e renais tóxicos como fatores causadores.​​[19]

A presença de uma varicocele tem um impacto no desenvolvimento testicular (em adolescentes) e na fertilidade/parâmetros de sêmen (em adultos). Os túbulos seminíferos e as células germinativas compõem 98% do volume testicular. Uma diminuição no volume associada à varicocele ipsilateral tem sido usada como indicação primária para a correção cirúrgica no adolescente. Há uma correlação positiva entre o aumento do grau da varicocele e a perda de volume entre adolescentes.[4] Motilidade reduzida e morfologia anormal dos espermatozoides foram documentadas em adolescentes com varicoceles.[23]

Classificação

Classificação clínica[1]

As varicoceles podem ser classificadas com base no tamanho.

  • Subclínica: varicocele detectada apenas por ultrassonografia Doppler.

  • Grau I (pequeno): varicocele palpável somente com a manobra de Valsalva.

  • Grau II (moderado): varicocele palpável sem a manobra de Valsalva.

  • Grau III (grande): varicocele visível através da pele do escroto.

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