O lúpus eritematoso sistêmico (LES) requer uma abordagem multidisciplinar e individualizada, incluindo educação do paciente e tomada de decisão compartilhada.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
O tratamento inclui terapias não farmacológicas e farmacológicas, cuja escolha depende dos sintomas e da gravidade da doença.
O diagnóstico precoce do LES (incluindo avaliação sorológica), o rastreamento regular do envolvimento de órgãos (especialmente nefrite), o início imediato do tratamento visando a remissão (ou baixa atividade da doença, caso isso não seja possível) e a adesão rigorosa ao tratamento são essenciais para prevenir exacerbações e danos aos órgãos, minimizar a toxicidade medicamentosa, melhorar o prognóstico e aumentar a qualidade de vida.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
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[54]van Vollenhoven R, Voskuyl A, Bertsias G, et al. A framework for remission in SLE: consensus findings from a large international task force on definitions of remission in SLE (DORIS). Ann Rheum Dis. 2017 Mar;76(3):554-61.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27884822?tool=bestpractice.com
[55]van Vollenhoven RF, Mosca M, Bertsias G, et al. Treat-to-target in systemic lupus erythematosus: recommendations from an international task force. Ann Rheum Dis. 2014 Jun;73(6):958-67.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24739325?tool=bestpractice.com
O acompanhamento de rotina de pacientes com LES deve ser realizado por um reumatologista, com o apoio de outros especialistas, conforme necessário, para componentes/complicações específicas (por exemplo, derrame pleural, hipertensão pulmonar e peritonite).
Avaliação do risco cardiovascular
Pacientes com LES devem ser avaliados quanto ao risco cardiovascular. Estratégias preventivas baseadas no perfil de risco cardiovascular individual, como na população em geral, podem ser apropriadas (por exemplo, aspirina em baixas doses).[94]Drosos GC, Vedder D, Houben E, et al. EULAR recommendations for cardiovascular risk management in rheumatic and musculoskeletal diseases, including systemic lupus erythematosus and antiphospholipid syndrome. Ann Rheum Dis. 2022 Jun;81(6):768-79.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)21070-0/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35110331?tool=bestpractice.com
Embora não existam intervenções específicas para reduzir o risco de eventos cardiovasculares em pacientes com LES, recomenda-se o uso de hidroxicloroquina em combinação com a menor dose possível de corticosteroides para reduzir a doença ou manter baixa atividade da doença, a fim de minimizar qualquer dano cardiovascular potencial.[94]Drosos GC, Vedder D, Houben E, et al. EULAR recommendations for cardiovascular risk management in rheumatic and musculoskeletal diseases, including systemic lupus erythematosus and antiphospholipid syndrome. Ann Rheum Dis. 2022 Jun;81(6):768-79.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)21070-0/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35110331?tool=bestpractice.com
Em pacientes com LES, uma pressão arterial mais baixa está associada a menores taxas de eventos cardiovasculares, e uma meta de pressão arterial <130/80 mmHg deve ser considerada.[94]Drosos GC, Vedder D, Houben E, et al. EULAR recommendations for cardiovascular risk management in rheumatic and musculoskeletal diseases, including systemic lupus erythematosus and antiphospholipid syndrome. Ann Rheum Dis. 2022 Jun;81(6):768-79.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)21070-0/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35110331?tool=bestpractice.com
Em pacientes com nefrite lúpica, recomenda-se o uso de inibidores da ECA ou antagonistas do receptor de angiotensina II para aqueles com relação proteína/creatinina na urina >500 mg/g ou hipertensão arterial.[94]Drosos GC, Vedder D, Houben E, et al. EULAR recommendations for cardiovascular risk management in rheumatic and musculoskeletal diseases, including systemic lupus erythematosus and antiphospholipid syndrome. Ann Rheum Dis. 2022 Jun;81(6):768-79.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)21070-0/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35110331?tool=bestpractice.com
Educação do paciente
A educação do paciente é fundamental, e as pessoas com LES devem ser incentivadas a assumir a responsabilidade pelo controle de sua condição.[95]Parodis I, Girard-Guyonvarc'h C, Arnaud L, et al. EULAR recommendations for the non-pharmacological management of systemic lupus erythematosus and systemic sclerosis. Ann Rheum Dis. 2024 May 15;83(6):720-9.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00128-6/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37433575?tool=bestpractice.com
Orientá-las para recursos validados é parte integrante do processo de tratamento:
Tratamento não farmacológico
O tratamento não farmacológico do LES deve ser individualizado de acordo com as necessidades, expectativas e preferências do paciente, e direcionado à melhora da qualidade de vida.[95]Parodis I, Girard-Guyonvarc'h C, Arnaud L, et al. EULAR recommendations for the non-pharmacological management of systemic lupus erythematosus and systemic sclerosis. Ann Rheum Dis. 2024 May 15;83(6):720-9.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00128-6/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37433575?tool=bestpractice.com
As intervenções recomendadas incluem proteção solar (para a prevenção de exacerbações), abandono do hábito de fumar, intervenções psicossociais (para sintomas de ansiedade e/ou depressão) e exercícios físicos (para reduzir a fadiga e/ou os sintomas depressivos).[95]Parodis I, Girard-Guyonvarc'h C, Arnaud L, et al. EULAR recommendations for the non-pharmacological management of systemic lupus erythematosus and systemic sclerosis. Ann Rheum Dis. 2024 May 15;83(6):720-9.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00128-6/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37433575?tool=bestpractice.com
Proteção solar
Pessoas com LES devem ser aconselhadas a evitar a exposição excessiva ao sol e a usar protetor solar de amplo espectro, pois a exposição à luz ultravioleta pode exacerbar ou induzir manifestações sistêmicas.[96]Lehmann P, Homey B. Clinic and pathophysiology of photosensitivity in lupus erythematosus. Autoimmun Rev. 2009 May;8(6):456-61.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19167524?tool=bestpractice.com
[97]Kuhn A, Gensch K, Haust M, et al. Photoprotective effects of a broad-spectrum sunscreen in ultraviolet-induced cutaneous lupus erythematosus: a randomized, vehicle-controlled, double-blind study. J Am Acad Dermatol. 2011 Jan;64(1):37-48.
https://www.jaad.org/article/S0190-9622(10)00009-5/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21167404?tool=bestpractice.com
Abandono do hábito de fumar
Em pessoas com LES, os hábitos associados ao tabagismo devem ser avaliados e estratégias para o abandono do hábito de fumar devem ser implementadas. Apesar das escassas evidências sobre o abandono do hábito de fumar como forma de melhorar a atividade da doença no LES, as diretrizes internacionais enfatizam a importância dessa recomendação.[95]Parodis I, Girard-Guyonvarc'h C, Arnaud L, et al. EULAR recommendations for the non-pharmacological management of systemic lupus erythematosus and systemic sclerosis. Ann Rheum Dis. 2024 May 15;83(6):720-9.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37433575?tool=bestpractice.com
Evidências de ensaios clínicos e metanálises sugerem que o tabagismo está associado a uma doença mais ativa e a uma redução significativa no efeito terapêutico da hidroxicloroquina.[27]Parisis D, Bernier C, Chasset F, et al. Impact of tobacco smoking upon disease risk, activity and therapeutic response in systemic lupus erythematosus: a systematic review and meta-analysis. Autoimmun Rev. 2019 Nov;18(11):102393.
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[51]Chua MHY, Ng IAT, W L-Cheung M, et al. Association between cigarette smoking and systemic lupus erythematosus: an updated multivariate Bayesian metaanalysis. J Rheumatol. 2020 Oct 1;47(10):1514-21.
https://www.jrheum.org/content/47/10/1514.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31787611?tool=bestpractice.com
[98]Chasset F, Francès C, Barete S, et al. Influence of smoking on the efficacy of antimalarials in cutaneous lupus: a meta-analysis of the literature. J Am Acad Dermatol. 2015 Apr;72(4):634-9.
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[99]Jewell ML, McCauliffe DP. Patients with cutaneous lupus erythematosus who smoke are less responsive to antimalarial treatment. J Am Acad Dermatol. 2000 Jun;42(6):983-7.
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O abandono do hábito de fumar reduz o risco de doença vascular aterosclerótica.
Dieta e nutrição
Nenhuma medida alimentar mostrou alterar a evolução do LES. No entanto, a adesão a uma dieta mediterrânea tem sido associada a menor risco cardiovascular, menor atividade da doença e proteção contra danos aos órgãos.[95]Parodis I, Girard-Guyonvarc'h C, Arnaud L, et al. EULAR recommendations for the non-pharmacological management of systemic lupus erythematosus and systemic sclerosis. Ann Rheum Dis. 2024 May 15;83(6):720-9.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00128-6/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37433575?tool=bestpractice.com
As recomendações gerais incluem comer pelo menos cinco porções de frutas ou vegetais por dia, substituir gorduras saturadas por monossaturadas e poli-insaturadas, e aumentar a ingestão de peixes oleosos; também recomenda-se uma dieta rica em ácidos graxos poli-insaturados.[100]Rodríguez Huerta MD, Trujillo-Martín MM, Rúa-Figueroa Í, et al. Healthy lifestyle habits for patients with systemic lupus erythematosus: a systemic review. Semin Arthritis Rheum. 2016 Feb;45(4):463-70.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26522137?tool=bestpractice.com
Deve-se recomendar a quantidade padrão de doses de álcool por semana para homens e mulheres.
O LES está associado a níveis inadequados de vitamina D sérica em comparação com a população em geral.[101]Wang XR, Xiao JP, Zhang JJ, el. Decreased serum/plasma vitamin D levels in SLE patients: a meta-analysis. Curr Pharm Des. 2018;24(37):4466-73.
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[102]Islam MA, Khandker SS, Alam SS, et al. Vitamin D status in patients with systemic lupus erythematosus (SLE): a systematic review and meta-analysis. Autoimmun Rev. 2019 Nov;18(11):102392.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31520805?tool=bestpractice.com
[103]Sousa JR, Cunha Rosa EP, Costa Nunes IF, et al. Effect of vitamin D supplementation on patients with systemic lupus erythematosus: a systematic review. Rev Bras Reumatol Engl Ed. Sep-Oct 2017;57(5):466-71.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2255502117300548?via%3Dihub
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29037317?tool=bestpractice.com
As evidências sobre a suplementação de vitamina D em pacientes com LES são conflitantes. Alguns dados sugerem que os suplementos de vitamina D reduzem a atividade da doença; aumentam os níveis séricos; e melhoram os níveis de marcadores inflamatórios, fadiga e função endotelial.[103]Sousa JR, Cunha Rosa EP, Costa Nunes IF, et al. Effect of vitamin D supplementation on patients with systemic lupus erythematosus: a systematic review. Rev Bras Reumatol Engl Ed. Sep-Oct 2017;57(5):466-71.
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[104]de Medeiros MCS, Medeiros JCA, de Medeiros HJ, et al. Dietary intervention and health in patients with systemic lupus erythematosus: a systematic review of the evidence. Crit Rev Food Sci Nutr. 2019;59(16):2666-73.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29648479?tool=bestpractice.com
[105]Zheng R, Gonzalez A, Yue J, et al. Efficacy and safety of vitamin D supplementation in patients with systemic lupus erythematosus: a meta-analysis of randomized controlled trials. Am J Med Sci. 2019 Aug;358(2):104-14.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31331447?tool=bestpractice.com
No entanto, de acordo com uma revisão sistemática subsequente, a suplementação de vitamina D não foi associada a uma redução na atividade da doença.[106]Jiao H, Acar G, Robinson GA, et al. Diet and systemic lupus erythematosus (SLE): from supplementation to intervention. Int J Environ Res Public Health. 2022 Sep 20;19(19):11895.
https://www.mdpi.com/1660-4601/19/19/11895
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36231195?tool=bestpractice.com
Evidências demonstram que a suplementação com ácidos graxos ômega-3 pode reduzir a atividade da doença no LES.[104]de Medeiros MCS, Medeiros JCA, de Medeiros HJ, et al. Dietary intervention and health in patients with systemic lupus erythematosus: a systematic review of the evidence. Crit Rev Food Sci Nutr. 2019;59(16):2666-73.
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[106]Jiao H, Acar G, Robinson GA, et al. Diet and systemic lupus erythematosus (SLE): from supplementation to intervention. Int J Environ Res Public Health. 2022 Sep 20;19(19):11895.
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[107]Duarte-García A, Myasoedova E, Karmacharya P, et al. Effect of omega-3 fatty acids on systemic lupus erythematosus disease activity: a systematic review and meta-analysis. Autoimmun Rev. 2020 Dec;19(12):102688.
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[108]Ramessar N, Borad A, Schlesinger N. The effect of omega-3 fatty acid supplementation in systemic lupus erythematosus patients: a systematic review. Lupus. 2022 Mar;31(3):287-96.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35023407?tool=bestpractice.com
Remédios fitoterápicos devem ser evitados, pois podem interagir negativamente com agentes farmacológicos e causar danos.
Exercício físico
Pacientes com LES estável devem ser orientados a evitar um estilo de vida sedentário e a praticar exercícios sob supervisão.[100]Rodríguez Huerta MD, Trujillo-Martín MM, Rúa-Figueroa Í, et al. Healthy lifestyle habits for patients with systemic lupus erythematosus: a systemic review. Semin Arthritis Rheum. 2016 Feb;45(4):463-70.
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[109]Blaess J, Goepfert T, Geneton S, et al. Benefits & risks of physical activity in patients with systemic lupus erythematosus: a systematic review of the literature. Semin Arthritis Rheum. 2023 Feb;58:152128.
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Nesses pacientes, a adesão às diretrizes de exercícios deve ser encorajada para manter o condicionamento cardiovascular ideal. Geralmente, isso incluirá atividades físicas moderadas por ≥30 minutos com uma frequência de ≥5 vezes por semana; os pacientes são orientados a interromper os exercícios físicos caso apresentem dor ou desconforto.
Intervenções psicossociais
O LES tem um impacto significativo na qualidade de vida relacionada à saúde, e demonstrou-se que aumenta a ideação suicida e as tentativas de suicídio.[110]Gu M, Cheng Q, Wang X, et al. The impact of SLE on health-related quality of life assessed with SF-36: a systemic review and meta-analysis. Lupus. 2019 Mar;28(3):371-82.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30813871?tool=bestpractice.com
[111]Li Z, Yang Y, Dong C, et al. The prevalence of suicidal ideation and suicide attempt in patients with rheumatic diseases: a systematic review and meta-analysis. Psychol Health Med. 2018 Oct;23(9):1025-36.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29882419?tool=bestpractice.com
Revisões da literatura sugerem que as intervenções psicológicas (como psicoterapia, terapias cognitivo-comportamentais [TCC], psicoeducação e TCC baseada na atenção plena), como adjuvantes da terapia medicamentosa, melhoram a fadiga, a depressão, a dor e a qualidade de vida para pacientes com LES.[112]Fangtham M, Kasturi S, Bannuru RR, et al. Non-pharmacologic therapies for systemic lupus erythematosus. Lupus. 2019 May;28(6):703-12.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6585401
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[113]Poole JL, Bradford JD, Siegel P. Effectiveness of occupational therapy interventions for adults with systemic lupus erythematosus: a systematic review. Am J Occup Ther. 2019 Jul/Aug;73(4).
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31318666?tool=bestpractice.com
Cuidados de suporte para LES
Pessoas com LES apresentam uma ampla gama de sintomas, que vão além das manifestações que exigem tratamento imunossupressor. Sintomas como fadiga, dor não inflamatória, alterações de humor e disfunção cognitiva estão entre os mais frequentemente relatados pelos pacientes.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
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Não existem dados suficientes para dar suporte a recomendações específicas para o tratamento desses sintomas.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
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Entretanto, é importante determinar se há qualquer evidência de anemia, comprometimento renal, hipotireoidismo, depressão, padrão de sono interrompido ou falta de condicionamento físico, e tratar cada sintoma adequadamente.[114]Bruce IN, Mak VC, Hallett DC, et al. Factors associated with fatigue in patients with systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 1999 Jun;58(6):379-81.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1752900
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[115]Zonana-Nacach A, Roseman JM, McGwin G Jr, et al. Systemic lupus erythematosus in three ethnic groups, VI: factors associated with fatigue within five year of criteria diagnosis. Lupus. 2000;9(2):101-9.
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[116]Zhao Q, Deng N, Chen S, et al. Systemic lupus erythematosus is associated with negatively variable impacts on domains of sleep disturbances: a systematic review and meta-analysis. Psychol Health Med. 2018 Jul;23(6):685-97.
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Existem algumas evidências que sugerem que pacientes com LES sofrem de má qualidade do sono em comparação com a população em geral, e isso pode estar associado a sentimentos de depressão.[117]Yin R, Li L, Xu L, et al. Association between depression and sleep quality in patients with systemic lupus erythematosus: a systematic review and meta-analysis. Sleep Breath. 2022 Mar;26(1):429-41.
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[118]Wu L, Shi PL, Tao SS, et al. Decreased sleep quality in patients with systemic lupus erythematosus: a meta-analysis. Clin Rheumatol. 2021 Mar;40(3):913-22.
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A febre pode ser uma manifestação de doença ativa no LES, infecção ou reação ao medicamento.[119]Cervera R, Khamashta MA, Font J, et al. Morbidity and mortality in systemic lupus erythematosus during a 10-year period: a comparison of early and late manifestations in a cohort of 1,000 patients. Medicine (Baltimore). 2003 Sep;82(5):299-308.
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[120]Cojocaru M, Cojocaru IM, Silosi I, et al. Manifestations of systemic lupus erythematosus. Maedica (Bucur). 2011 Oct;6(4):330-6.
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A febre decorrente de LES em geral se resolve com anti-inflamatório não esteroidal (AINE) ou paracetamol. A febre persistente, apesar de tratamento com esses medicamentos, deve levantar uma suspeita de infecção ou etiologia relacionada à medicação.
Tratamento farmacológico do LES não renal: princípios gerais
As intervenções farmacológicas para o LES não renal (que incluem sintomas constitucionais, manifestações articulares e serosite, manifestações mucocutâneas, neuropsiquiátricas ou hematológicas) são orientadas pelos sintomas, tipo e gravidade do envolvimento orgânico, danos relacionados ao tratamento, comorbidades, risco de dano orgânico progressivo e preferências do paciente.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
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Os tratamentos específicos para cada manifestação serão abordados mais adiante nesta seção.
O tratamento deve ter como objetivo a remissão completa (ausência de atividade clínica com uso limitado de hidroxicloroquina e corticosteroides), mas isso raramente é alcançado.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Portanto, o objetivo geralmente é manter baixa atividade da doença e prevenir exacerbações em todos os sistemas de órgãos.
O tratamento direcionado a metas para o LES não renal é definido como:[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Remissão: escore de 0 no Índice de Atividade da Doença do Lúpus Eritematoso Sistêmico (SLEDAI) clínico; doses de hidroxicloroquina e prednisolona (ou equivalente) ≤5 mg/dia; OU
Baixa atividade da doença: SLEDAI ≤4; doses de hidroxicloroquina e prednisolona (ou equivalente) ≤5 mg/dia; imunossupressores ou agentes biológicos em dose estável e tolerada.
O tratamento farmacológico recomendado para o LES não renal depende da gravidade dos sintomas no momento do diagnóstico.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
A doença é definida como leve, moderada ou grave, da seguinte forma:[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Doença leve: sintomas constitucionais; artrite leve; erupção cutânea ≤9% da área de superfície corporal; contagem plaquetária 50-100 × 10⁹/L; SLEDAI ≤6; classificação C do British Isles Lupus Assessment Group (BILAG) ou ≤1 manifestação B do BILAG.
Doença moderada: artrite moderada a grave (semelhante à artrite reumatoide); erupção cutânea em 9% a 18% da área de superfície corporal; contagem plaquetária de 20 a 50 × 10⁹/L; serosite; SLEDAI de 7-12; ≥2 manifestações BILAG B.
Doença grave: doença com risco de insuficiência de órgãos importantes (cerebrite, mielite, pneumonite, vasculite mesentérica); trombocitopenia com plaquetas <20 × 10⁹/L; doença semelhante à púrpura trombocitopênica trombótica ou síndrome hemofagocítica aguda; erupção cutânea >18% da área de superfície corporal; SLEDAI >12; ≥1 manifestação BILAG A.
Para pacientes com doença leve a moderada, o tratamento de primeira linha é a hidroxicloroquina, com ou sem um corticosteroide oral ou intravenoso.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Para pacientes com sintomas que não respondem ao tratamento de primeira linha, ou para aqueles que não conseguem reduzir a dose de corticosteroides abaixo do uso aceitável para doenças crônicas, deve-se considerar a adição de um imunossupressor (por exemplo, metotrexato, azatioprina, micofenolato) e/ou um agente biológico (por exemplo, belimumabe, anifrolumabe). A única diferença entre as opções de tratamento recomendadas para doença leve e moderada é que pacientes com doença moderada podem ser tratados com um inibidor da calcineurina (por exemplo, ciclosporina, tacrolimo) como imunossupressor.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Para pacientes com doença grave, o tratamento de primeira linha é a hidroxicloroquina com ou sem um corticosteroide oral ou intravenoso, em combinação com micofenolato ou ciclofosfamida intravenosa. Belimumabe e anifrolumabe podem ser adicionados ao tratamento em casos de doença extrarrenal grave com envolvimento de órgãos não importantes (por exemplo, doença extensa da pele ou das articulações). O rituximabe é reservado para pacientes com doença refratária a outros tratamentos adjuvantes.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Hidroxicloroquina
Os efeitos benéficos da hidroxicloroquina no LES incluem a redução dos sintomas constitucionais e das manifestações musculoesqueléticas e mucocutâneas, bem como a redução do risco de mortalidade.[121]Ruiz-Irastorza G, Ramos-Casals M, Brito-Zeron P, et al. Clinical efficacy and side effects of antimalarials in systemic lupus erythematosus: a systematic review. Ann Rheum Dis. 2010 Jan;69(1):20-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19103632?tool=bestpractice.com
[122]Cai T, Zhao J, Yang Y, et al. Hydroxychloroquine use reduces mortality risk in systemic lupus erythematosus: a systematic review and meta-analysis of cohort studies. Lupus. 2022 Dec;31(14):1714-25.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36325952?tool=bestpractice.com
Existem preocupações quanto ao desenvolvimento de toxicidade retiniana.[123]Melles RB, Marmor MF. The risk of toxic retinopathy in patients on long-term hydroxychloroquine therapy. JAMA Ophthalmol. 2014 Dec;132(12):1453-60.
https://jamanetwork.com/journals/jamaophthalmology/fullarticle/1913588
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25275721?tool=bestpractice.com
[124]Kim JW, Kim YY, Lee H, et al. Risk of retinal toxicity in longterm users of hydroxychloroquine. J Rheumatol. 2017 Nov;44(11):1674-9.
https://www.jrheum.org/content/44/11/1674.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28864645?tool=bestpractice.com
Os fatores de risco incluem duração do tratamento, dose mais alta, doença renal crônica e doença retiniana ou macular preexistentes.[124]Kim JW, Kim YY, Lee H, et al. Risk of retinal toxicity in longterm users of hydroxychloroquine. J Rheumatol. 2017 Nov;44(11):1674-9.
https://www.jrheum.org/content/44/11/1674.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28864645?tool=bestpractice.com
Dados de estudos tipo caso-controle retrospectivos sugerem que o risco de retinopatia tóxica é baixo para doses <5.0 mg/kg (base de hidroxicloroquina) por até 10 anos.[123]Melles RB, Marmor MF. The risk of toxic retinopathy in patients on long-term hydroxychloroquine therapy. JAMA Ophthalmol. 2014 Dec;132(12):1453-60.
https://jamanetwork.com/journals/jamaophthalmology/fullarticle/1913588
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25275721?tool=bestpractice.com
O rastreamento oftalmológico (por exame de campo visual e/ou tomografia de coerência óptica de domínio espectral) é recomendado na linha basal, após 5 anos, e anualmente a partir de então, na ausência de fatores de risco para toxicidade retinal.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Corticosteroides
Em pacientes com doença moderada a grave, pode-se considerar a administração de pulsos de metilprednisolona intravenosa para proporcionar efeito terapêutico imediato no LES e permitir o uso de uma dose inicial mais baixa de corticosteroide oral.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Entretanto, a dose e a via de administração recomendadas dependem do tipo e da gravidade do envolvimento orgânico. Para o tratamento de manutenção crônica, a dose de corticosteroide oral deve ser minimizada para ≤5 mg/dia (prednisolona ou equivalente) e, quando possível, suspensa.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Os efeitos adversos de longo prazo da corticoterapia estão bem documentados, e os pacientes devem ser aconselhados sobre o risco de hipertensão e doença aterosclerótica, hiperglicemia, potenciais alterações cutâneas, infecção, distúrbios de humor, distúrbios ósseos e musculares (por exemplo, osteoporose, osteonecrose, miopatia) e efeitos oftalmológicos (por exemplo, catarata, aumento da pressão ocular, exoftalmia).[125]Ugarte-Gil MF, Mak A, Leong J, et al. Impact of glucocorticoids on the incidence of lupus-related major organ damage: a systematic literature review and meta-regression analysis of longitudinal observational studies. Lupus Sci Med. 2021 Dec;8(1):e000590.
https://lupus.bmj.com/content/8/1/e000590
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34930819?tool=bestpractice.com
[126]Sun T, Wang J, Zhang R, et al. A systematic review and meta-analysis: effects of glucocorticoids on rheumatoid arthritis and systemic lupus erythematosus. Ann Palliat Med. 2021 Jul;10(7):7977-91.
https://apm.amegroups.org/article/view/73897/html
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34263635?tool=bestpractice.com
É necessário cautela com o uso de corticosteroides em pacientes com sintomas no trato gastrointestinal superior, especialmente se também estiverem tomando AINEs. A menor dose possível para controlar os sintomas deve ser usada pelo menor tempo possível.
Imunossupressores
A administração precoce ou adequada de imunossupressores (por exemplo, metotrexato, azatioprina, micofenolato, inibidores da calcineurina, ciclofosfamida) pode acelerar a redução gradual/descontinuação dos corticosteroides.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
A escolha do medicamento depende da(s) manifestação(ões) da doença predominante(s), da idade e do potencial reprodutivo da paciente, bem como de questões de segurança.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Agentes biológicos como o belimumabe e o rituximabe (anticorpos monoclonais que têm como alvo as células B) e o anifrolumabe (um anticorpo monoclonal antagonista do receptor de interferona tipo 1) são benéficos para o tratamento de pacientes cuja condição é refratária a outros medicamentos e são usados em conjunto com a terapia imunossupressora.[127]Navarra SV, Guzmán RM, Gallacher AE, et al. Efficacy and safety of belimumab in patients with active systemic lupus erythematosus: a randomised, placebo-controlled, phase 3 trial. Lancet. 2011 Feb 26;377(9767):721-31.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21296403?tool=bestpractice.com
[128]Wallace DJ, Stohl W, Furie RA, et al. A phase II, randomized, double-blind, placebo-controlled, dose-ranging study of belimumab in patients with active systemic lupus erythematosus. Arthritis Rheum. 2009 Sep 15;61(9):1168-78.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2758229
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19714604?tool=bestpractice.com
[129]Wallace DJ, Ginzler EM, Merrill JT, et al. Safety and efficacy of belimumab plus standard therapy for up to thirteen years in patients with systemic lupus erythematosus. Arthritis Rheumatol. 2019 Jul;71(7):1125-34.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/art.40861
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30771238?tool=bestpractice.com
[130]Iwata S, Saito K, Hirata S, et al. Efficacy and safety of anti-CD20 antibody rituximab for patients with refractory systemic lupus erythematosus. Lupus. 2018 Apr;27(5):802-11.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29308726?tool=bestpractice.com
Belimumabe
O belimumab pode ser considerado como tratamento adjuvante para pacientes cujos sintomas não respondem à hidroxicloroquina (isoladamente ou em combinação com um corticosteroide), ou se não for possível reduzir a dose de corticosteroide para um nível aceitável para uso crônico.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
O uso de imunossupressores convencionais não é obrigatório para o início do belimumabe.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
No Reino Unido, o National Institute for Health and Care Excellence (NICE) recomenda belimumabe como tratamento adjuvante para pacientes com LES ativo com autoanticorpos positivos, com alta atividade da doença apesar do tratamento padrão, se:[131]National Institute for Health and Care Excellence. Belimumab for treating active autoantibody-positive systemic lupus erythematosus. Technology appraisal guidance [TA752]. Dec 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ta752
alta atividade da doença for definida como pelo menos 1 biomarcador sorológico (anti-DNA de fita dupla positivo ou baixo componente) e um escore SELENA-SLEDAI (Safety of Estrogen in Lupus National Assessment - Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Index) maior ou igual a 10
o tratamento continuar além de 24 semanas somente se o escore SELENA-SLEDAI tiver aumentado em 4 pontos ou mais.
Uma revisão Cochrane concluiu que há evidências de qualidade moderada a alta de que o belimumabe está associado a um benefício clinicamente significativo para pacientes com LES a 52 semanas em comparação com o placebo.[132]Singh JA, Shah NP, Mudano AS. Belimumab for systemic lupus erythematosus. Cochrane Database Syst Rev. 2021 Feb 25;2(2):CD010668.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD010668.pub2/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33631841?tool=bestpractice.com
Os pacientes que receberam a dose aprovada apresentaram uma redução de pelo menos 4 pontos no escore SELENA-SLEDAI.[132]Singh JA, Shah NP, Mudano AS. Belimumab for systemic lupus erythematosus. Cochrane Database Syst Rev. 2021 Feb 25;2(2):CD010668.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD010668.pub2/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33631841?tool=bestpractice.com
Foi demonstrado que o belimumabe reduz significativamente a progressão do dano orgânico (análise de 5 anos) e aumenta significativamente o risco de efeitos adversos em comparação com o padrão de cuidados para pacientes com LES.[133]Urowitz MB, Ohsfeldt RL, Wielage RC, et al. Organ damage in patients treated with belimumab versus standard of care: a propensity score-matched comparative analysis. Ann Rheum Dis. 2019 Mar;78(3):372-9.
https://ard.bmj.com/content/78/3/372.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30610066?tool=bestpractice.com
[134]Xu Y, Xu JW, Wang YJ, et al. Belimumab combined with standard therapy does not increase adverse effects compared with a control treatment: a systematic review and meta-analysis of randomised controlled trials. Int Immunopharmacol. 2022 Aug;109:108811.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35512563?tool=bestpractice.com
Anifrolumabe
O anifrolumabe pode ser considerado como tratamento adjuvante para pacientes cujos sintomas não respondem à hidroxicloroquina (isoladamente ou em combinação com um corticosteroide), ou se não for possível reduzir a dose de corticosteroide para um nível aceitável para uso crônico.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
O uso de imunossupressores convencionais não é obrigatório para o início do anifrolumabe.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Em ensaios clínicos de fase 3, randomizados e controlados por placebo, o anifrolumabe reduziu a dose de corticosteroide oral e a gravidade da doença cutânea, e melhorou a resposta da doença em 52 semanas, em pacientes com LES moderado a grave.[135]ClinicalTrials.gov. Efficacy and safety of two doses of anifrolumab compared to placebo in adult subjects with active systemic lupus erythematosus. December 2019 [internet publication].
https://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT02446912
[136]Morand EF, Furie R, Tanaka Y, et al. Trial of anifrolumab in active systemic lupus erythematosus. N Engl J Med. 2020 Jan 16;382(3):211-21.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1912196
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31851795?tool=bestpractice.com
O tratamento de longa duração com anifrolumabe sugere um perfil de segurança aceitável com melhora sustentada na atividade da doença, qualidade de vida relacionada à saúde e medidas sorológicas no LES.[137]Kalunian KC, Furie R, Morand EF, et al. A randomized, placebo-controlled phase III extension trial of the long-term safety and tolerability of anifrolumab in active systemic lupus erythematosus. Arthritis Rheumatol. 2023 Feb;75(2):253-65.
https://acrjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/art.42392
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36369793?tool=bestpractice.com
Os efeitos adversos observados com mais frequência incluem infecção do trato respiratório superior, nasofaringite, bronquite e herpes-zóster.[138]Liu Z, Cheng R, Liu Y. Evaluation of anifrolumab safety in systemic lupus erythematosus: a meta-analysis and systematic review. Front Immunol. 2022;13:996662.
https://www.frontiersin.org/journals/immunology/articles/10.3389/fimmu.2022.996662/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36211347?tool=bestpractice.com
Rituximabe
O rituximabe pode ser considerado para pacientes com doença que ameaça os órgãos e que é refratária à ciclofosfamida.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Redução gradual do tratamento farmacológico
Recomenda-se a redução gradual do tratamento com corticosteroides e imunossupressores para pacientes que atingem remissão sustentada.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Algumas evidências sugerem que a manutenção de baixas doses de corticosteroides pode proporcionar melhor controle da doença em pacientes com LES com baixa atividade da doença, enquanto a interrupção do tratamento aumenta ligeiramente o risco de exacerbação da doença.[139]Palmowski A, Pankow A, Terziyska K, et al. Continuing versus tapering low-dose glucocorticoids in patients with rheumatoid arthritis and systemic lupus erythematosus in states of low disease activity or remission: a systematic review and meta-analysis of randomised trials. Semin Arthritis Rheum. 2024 Feb;64:152349.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38100900?tool=bestpractice.com
[140]Ji L, Xie W, Zhang Z. Low-dose glucocorticoids should be withdrawn or continued in systemic lupus erythematosus? A systematic review and meta-analysis on risk of flare and damage accrual. Rheumatology (Oxford). 2021 Dec 1;60(12):5517-26.
https://academic.oup.com/rheumatology/article/60/12/5517/6134148?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33576768?tool=bestpractice.com
A hidroxicloroquina não deve ser descontinuada, na ausência de efeitos adversos intoleráveis, devido ao aumento do risco de exacerbação da doença.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Tratamento farmacológico do LES não renal: sintomas constitucionais e manifestações articulares
Sintomas constitucionais
Os sintomas constitucionais são tratados como doença leve (isto é, hidroxicloroquina com ou sem um corticosteroide oral ou intravenoso).[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Manifestações articulares e serosite
O tratamento inicial para manifestações articulares leves é a hidroxicloroquina, com ou sem um corticosteroide, em combinação com um AINE, se necessário, para tratar artrite ou artralgia.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
[141]William HJ, Egger MJ, Singer JZ, et al. Comparison of hydroxychloroquine and placebo in the treatment of the arthropathy of mild systemic lupus erythematosus. J Rheumatol. 1994 Aug;21(8):1457-62.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7983646?tool=bestpractice.com
[142]Canadian Hydroxychloroquine Study Group. A randomized study of the effect of withdrawing hydroxychloroquine sulfate in systemic lupus erythematosus. N Engl J Med. 1991 Jan 17;324(3):150-4.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJM199101173240303
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1984192?tool=bestpractice.com
As intervenções de primeira linha para LES moderado (que inclui artrite moderada a grave e serosite), ou intervenções de segunda linha para LES leve, incluem a adição de metotrexato, azatioprina ou micofenolato e/ou belimumabe ou anifrolumabe.[142]Canadian Hydroxychloroquine Study Group. A randomized study of the effect of withdrawing hydroxychloroquine sulfate in systemic lupus erythematosus. N Engl J Med. 1991 Jan 17;324(3):150-4.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJM199101173240303
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1984192?tool=bestpractice.com
anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs)
Os AINEs são frequentemente usados como uma medida de primeira linha no LES para controlar a rigidez articular, bem como dores musculoesqueléticas e nas serosas. Se um AINE for necessário para controlar a rigidez articular, o naproxeno pode ser o medicamento de primeira linha preferencial devido à rara ocorrência de meningite asséptica com o ibuprofeno.[143]Rodríguez SC, Olguín AM, Miralles CP, et al. Characteristics of meningitis caused by ibuprofen: report of 2 cases with recurrent episodes and review of the literature. Medicine (Baltimore). 2006 Jul;85(4):214-20.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16862046?tool=bestpractice.com
[144]Hoffman M, Gray RG. Ibuprofen-induced meningitis in mixed connective tissue disease. Clin Rheumatol. 1982 Jun;1(2):128-30.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6985377?tool=bestpractice.com
[145]Wasner CK. Ibuprofen, meningitis, and systemic lupus erythematosus. J Rheumatol. Summer 1978;5(2):162-4.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/671432?tool=bestpractice.com
Os pacientes que requerem um AINE e que apresentam alto risco de ulceração gastrointestinal devem receber um inibidor da ciclo-oxigenase-2 (COX-2) (por exemplo, celecoxibe), se apresentarem baixo risco cardiovascular.
Os AINEs estão associados a um aumento do risco de eventos trombóticos cardiovasculares e toxicidade gastrointestinal (sangramento, ulceração, perfuração). Os AINEs devem ser usados na menor dose eficaz para o menor período de tratamento eficaz.
A pressão arterial deve ser monitorada durante o tratamento, e os AINEs devem ser evitados em pacientes com hipertensão ou doença renal. Se uma terapia de longo prazo com AINEs for indicada, deverão ser consideradas a erradicação da Helicobacter pylori e a necessidade de proteção gástrica.
Tratamento farmacológico para LES não renal: manifestações mucocutâneas
O tratamento de primeira linha para doenças cutâneas deve incluir hidroxicloroquina com ou sem um corticosteroide oral ou intravenoso, bem como terapias tópicas (por exemplo, corticosteroides, inibidores da calcineurina, como o tacrolimo).[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
[146]O'Kane D, McCourt C, Meggitt S, et al. British Association of Dermatologists guidelines for the management of people with cutaneous lupus erythematosus 2021. Br J Dermatol. 2021 Dec;185(6):1112-23.
https://academic.oup.com/bjd/article/185/6/1112/6599926?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34170012?tool=bestpractice.com
A adição de metotrexato ou micofenolato e/ou anifrolumabe ou belimumabe deve ser considerada como terapia de segunda linha para pacientes que apresentam sintomas que não respondem ao tratamento de primeira linha, ou pacientes com sintomas cutâneos de gravidade moderada (isto é, erupção cutânea em 9% a 18% da área de superfície corporal).[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Outras opções para pacientes com sintomas que não respondem aos tratamentos de primeira ou segunda linha incluem retinoides (por exemplo, acitretina), dapsona, ciclofosfamida, azatioprina ou inibidores da calcineurina. Idealmente, essas opções devem ser apresentadas com a orientação de um dermatologista com experiência no tratamento do lúpus cutâneo.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
A talidomida e a lenalidomida devem ser reservadas para pacientes com sintomas que não responderam a múltiplos medicamentos anteriores e devem ser utilizadas com extrema cautela em mulheres em idade reprodutiva.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
[146]O'Kane D, McCourt C, Meggitt S, et al. British Association of Dermatologists guidelines for the management of people with cutaneous lupus erythematosus 2021. Br J Dermatol. 2021 Dec;185(6):1112-23.
https://academic.oup.com/bjd/article/185/6/1112/6599926?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34170012?tool=bestpractice.com
Para pacientes com manifestações mucocutâneas sintomáticas, como úlceras aftosas, recomenda-se um esquema completo de higiene oral.[147]Lupus UK. The mouth and lupus [internet publication].
https://www.lupusuk.org.uk/medical/lupus-diagnosis-treatment/clinical-aspects-of-lupus/the-mouth-and-lupus
Colutórios (por exemplo, clorexidina), higiene bucal básica e consultas regulares ao dentista são úteis no tratamento de ulcerações bucais. A lidocaína tópica pode ser benéfica no tratamento da dor secundária a aftas orais extensas.[148]Altenburg A, El-Haj N, Micheli C, et al. The treatment of chronic recurrent oral aphthous ulcers. Dtsch Arztebl Int. 2014 Oct 3;111(40):665-73.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4215084
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25346356?tool=bestpractice.com
Pode ser necessário utilizar preparações de saliva artificial por aqueles que apresentam boca seca.[147]Lupus UK. The mouth and lupus [internet publication].
https://www.lupusuk.org.uk/medical/lupus-diagnosis-treatment/clinical-aspects-of-lupus/the-mouth-and-lupus
A síndrome do olho seco pode estar presente em até 16% dos pacientes com LES, e colírios lubrificantes são recomendados para esses pacientes.[149]Wang L, Xie Y, Deng Y. Prevalence of dry eye in patients with systemic lupus erythematosus: a meta-analysis. BMJ Open. 2021 Sep 29;11(9):e047081.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34588240?tool=bestpractice.com
Tratamento farmacológico do LES não renal: manifestações neuropsiquiátricas
O tratamento das manifestações neuropsiquiátricas do LES é desafiador. Foi demonstrado que dois mecanismos patológicos contribuem para esses sintomas neuropsiquiátricos associados ao LES:[64]Sarwar S, Mohamed AS, Rogers S, et al. Neuropsychiatric systemic lupus erythematosus: a 2021 update on diagnosis, management, and current challenges. Cureus. 2021 Sep;13(9):e17969.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC8516357
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34667659?tool=bestpractice.com
Inflamatório: via autoimune ou inflamatória que leva a manifestações neuropsiquiátricas devido a mediadores inflamatórios ou autoanticorpos, com formação de imunocomplexos intratecais ou ruptura da barreira hematoencefálica.
Aterotrombótico/relacionado a antifosfolipídeos: via isquêmica ou trombótica que leva à microangiopatia cerebral, oclusão vascular e hemorragia. A aterosclerose acelerada, a deposição de imunocomplexos e a lesão vascular mediada imunologicamente interagem nessa via.
A distinção entre esses dois processos fisiopatológicos pode ser difícil na prática. Os dois processos podem coexistir no mesmo paciente.
Além da hidroxicloroquina, em pacientes com doença neuropsiquiátrica ativa atribuída ao LES, recomenda-se um imunossupressor associado a um corticosteroide para as manifestações inflamatórias, enquanto a terapia antiagregante plaquetária/anticoagulante é recomendada para as manifestações aterotrombóticas/relacionadas a anticorpos antifosfolipídeos (aFL).[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
A combinação de um imunossupressor com terapia antiagregante plaquetária/anticoagulante pode ser considerada para pacientes com manifestações inflamatórias e aterotrombóticas/relacionadas aos antifosfolipídeos.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
A escolha do agente imunossupressor (por exemplo, azatioprina, micofenolato, metotrexato) dependerá de cada caso, pois as manifestações neuropsiquiátricas podem variar. Para manifestações inflamatórias graves (por exemplo, mielopatia, estado confusional agudo), imunossupressores potentes (por exemplo, ciclofosfamida, rituximabe) são preferíveis.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Para pacientes com doença neuropsiquiátrica grave, o uso de anifrolumabe e belimumabe não é recomendado devido à escassez de evidências.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
O LES associado à síndrome antifosfolipídica trombótica (SAF) deve ser tratado com um antagonista da vitamina K em longo prazo (por exemplo, varfarina) após o primeiro evento trombótico arterial ou venoso sem fator desencadeante. O uso de aspirina em baixa dose deve ser considerado em pacientes com LES/sem SAF que apresentem perfil de aFL de alto risco. O tratamento do LES-a/SAF deve seguir os mesmos princípios terapêuticos da SAF primária. Consulte Síndrome antifosfolipídica.
A farmacoterapia sintomática direcionada é indicada de acordo com o tipo de manifestação neuropsiquiátrica.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Os antipsicóticos podem ser usados, se necessário, para tratar os sintomas psicóticos no lúpus do SNC. Os esquemas de tratamento são os mesmos que para pacientes sem LES. Consulte Esquizofrenia.
Antidepressivos podem ser úteis em certos casos. Os esquemas de tratamento são os mesmos que para pacientes sem LES. Consulte Depressão em adultos.
Terapias para enxaqueca podem ser úteis em certos casos. Os esquemas de tratamento são os mesmos que para pacientes sem LES. ConsulteCefaleia enxaquecosa em adultos.
Podem ser usados anticonvulsivantes (por exemplo, para neuropatia periférica).
A imunoglobulina intravenosa (IGIV) pode ser usada como terapia adjuvante quando o tratamento inicial for inadequado, mas a qualidade das evidências que apoiam o seu uso é baixa (pequenos estudos de coorte).[150]Magro-Checa C, Zirkzee EJ, Huizinga TW, et al. Management of neuropsychiatric systemic lupus erythematosus: current approaches and future perspectives. Drugs. 2016 Mar;76(4):459-83.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4791452
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26809245?tool=bestpractice.com
A IGIV pode ser eficaz no tratamento das neuropatias periféricas associadas ao LES.
A plasmaférese também pode ser considerada uma terapia adjuvante.[150]Magro-Checa C, Zirkzee EJ, Huizinga TW, et al. Management of neuropsychiatric systemic lupus erythematosus: current approaches and future perspectives. Drugs. 2016 Mar;76(4):459-83.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4791452
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26809245?tool=bestpractice.com
O objetivo do tratamento é remover os autoanticorpos circulantes. É recomendada se houver achados clínicos e investigativos consistentes com vasculite cerebral, e pode ser usada quando os tratamentos anteriores são inadequados.[150]Magro-Checa C, Zirkzee EJ, Huizinga TW, et al. Management of neuropsychiatric systemic lupus erythematosus: current approaches and future perspectives. Drugs. 2016 Mar;76(4):459-83.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4791452
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26809245?tool=bestpractice.com
Tratamento farmacológico do LES não renal: manifestações hematológicas
As manifestações hematológicas que necessitam de tratamento com anti-inflamatórios/imunossupressores em pacientes com LES incluem trombocitopenia e anemia hemolítica autoimune.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Normalmente, utiliza-se como limite uma contagem plaquetária entre 20,000 e 30,000/mm³; contagens plaquetárias abaixo desse valor requerem tratamento.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Além da hidroxicloroquina, o tratamento agudo recomendado para trombocitopenia autoimune grave inclui um imunossupressor (por exemplo, azatioprina, micofenolato, ciclosporina) associado a um corticosteroide sistêmico em altas doses (incluindo pulsoterapia com metilprednisolona intravenosa), com ou sem IGIV. A administração intravenosa de altas doses de ciclofosfamida pode ser considerada em pacientes com doenças que representam risco de vida ou de comprometimento de órgãos. O rituximabe pode ser considerado em casos refratários. O rituximabe também pode ser usado mais precocemente nesse contexto. Em seguida, realiza-se a terapia de manutenção com azatioprina, micofenolato, ciclosporina ou rituximabe.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Para pacientes com sintomas refratários aos tratamentos iniciais, pode-se considerar o uso de um agonista do receptor de trombopoetina (por exemplo, eltrombopague, romiplostim) ou a esplenectomia.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Cabe ressaltar que os agonistas do receptor de trombopoetina têm sido associados a um risco maior de eventos tromboembólicos.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Com exceção do uso de agonistas do receptor de trombopoetina, opções de tratamento semelhantes se aplicam ao manejo da anemia hemolítica autoimune.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Tratamento farmacológico do LES renal (nefrite lúpica): princípios gerais
Para as manifestações renais do LES, a terapia de indução é necessária para se atingir uma resposta completa ou parcial, seguida de imunossupressão de manutenção para manter a resposta.
O tratamento direcionado a metas é definido como:
3 meses: redução ≥25% na proteína urinária
6 meses: redução ≥50 na proteína urinária para <3 g/dia
12-24 meses: proteína urinária <0.5 a 0.7 g/dia
(todos com uma taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) dentro de 10% do valor basal).
O tratamento farmacológico baseia-se nos níveis de gravidade da doença.
Classe I/II
Pacientes com nefrite lúpica de classe I ou II apresentam função renal normal ou, no máximo, proteinúria de baixo grau, bem abaixo da faixa nefrótica, e, às vezes, hematúria microscópica. Para esses pacientes, o tratamento imunossupressor deve ser guiado pelas manifestações extrarrenais do LES.[87]Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) Lupus Nephritis Work Group. KDIGO 2024 clinical practice guideline for the management of LUPUS NEPHRITIS. Kidney Int. 2024 Jan;105(1s):S1-69.
https://www.kidney-international.org/article/S0085-2538(23)00627-0/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38182286?tool=bestpractice.com
A síndrome nefrótica deve ser tratada como doença mínima; deve-se considerar uma combinação de manutenção com um corticosteroide em baixa dose e outro imunossupressor.[87]Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) Lupus Nephritis Work Group. KDIGO 2024 clinical practice guideline for the management of LUPUS NEPHRITIS. Kidney Int. 2024 Jan;105(1s):S1-69.
https://www.kidney-international.org/article/S0085-2538(23)00627-0/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38182286?tool=bestpractice.com
Consulte Glomerulonefrite.
Classe III/IV
Nefrite lúpica proliferativa, consulte "Tratamento farmacológico do LES renal (nefrite lúpica): terapia de indução".[87]Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) Lupus Nephritis Work Group. KDIGO 2024 clinical practice guideline for the management of LUPUS NEPHRITIS. Kidney Int. 2024 Jan;105(1s):S1-69.
https://www.kidney-international.org/article/S0085-2538(23)00627-0/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38182286?tool=bestpractice.com
Classe V ou nefrite lúpica membranosa
A nefrite lúpica de classe V envolve o espessamento e a formação de cicatrizes em estruturas importantes dentro do rim. Os pacientes com doença classe V apresentarão níveis elevados de sangue, proteína ou ambos na urina, além de pressão arterial elevada, e devem ser tratados com um inibidor do sistema renina-angiotensina para proteger a função renal, em conjunto com o controle da pressão arterial.[86]Sammaritano LR, Askanase A, Bermas BL, et al. 2024 American College of Rheumatology (ACR) guideline for the screening, treatment, and management of lupus nephritis. Arthritis Rheumatol. 2025 Sep;77(9):1115-35.
https://acrjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/art.43212
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40331662?tool=bestpractice.com
Para pacientes com proteinúria de baixo nível, o tratamento imunossupressor deve ser guiado por manifestações extrarrenais. Para pacientes com proteinúria em níveis nefróticos, devem ser considerados os tratamentos listados para doença ativa de classe III/IV.[87]Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) Lupus Nephritis Work Group. KDIGO 2024 clinical practice guideline for the management of LUPUS NEPHRITIS. Kidney Int. 2024 Jan;105(1s):S1-69.
https://www.kidney-international.org/article/S0085-2538(23)00627-0/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38182286?tool=bestpractice.com
Tratamento farmacológico do LES renal (nefrite lúpica): terapia de indução
A terapia de indução é recomendada para LES renal ativo (classes III/IV/V).
Todos os pacientes com nefrite lúpica ativa devem ser tratados com hidroxicloroquina, a menos que haja contraindicação, além de um corticosteroide oral ou intravenoso. Considere doses pulsadas de um corticosteroide intravenoso (com a dose dependendo da gravidade da doença), seguidas por terapia com corticosteroide oral, com redução gradual da dose até atingir a meta em 6 meses.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
[86]Sammaritano LR, Askanase A, Bermas BL, et al. 2024 American College of Rheumatology (ACR) guideline for the screening, treatment, and management of lupus nephritis. Arthritis Rheumatol. 2025 Sep;77(9):1115-35.
https://acrjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/art.43212
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40331662?tool=bestpractice.com
[87]Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) Lupus Nephritis Work Group. KDIGO 2024 clinical practice guideline for the management of LUPUS NEPHRITIS. Kidney Int. 2024 Jan;105(1s):S1-69.
https://www.kidney-international.org/article/S0085-2538(23)00627-0/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38182286?tool=bestpractice.com
As evidências demonstram que a terapia combinada aumenta significativamente a taxa de remissão completa em comparação com a monoterapia em pacientes com nefrite lúpica.[151]Lee YH, Song GG. Multitarget therapy versus monotherapy as induction treatment for lupus nephritis: a meta-analysis of randomized controlled trials. Lupus. 2022 Oct;31(12):1468-76.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35986446?tool=bestpractice.com
A hidroxicloroquina contínua está associada a maiores taxas de remissão nos pacientes inicialmente tratados com micofenolato para nefrite lúpica.[152]Kasitanon N, Fine DM, Haas M, et al. Hydroxychloroquine use predicts complete renal remission within 12 months among patients treated with mycophenolate mofetil therapy for membranous lupus nephritis. Lupus. 2006;15(6):366-70.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16830883?tool=bestpractice.com
As opções de imunossupressores para terapia de indução em pacientes com nefrite lúpica proliferativa ativa incluem:[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
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[86]Sammaritano LR, Askanase A, Bermas BL, et al. 2024 American College of Rheumatology (ACR) guideline for the screening, treatment, and management of lupus nephritis. Arthritis Rheumatol. 2025 Sep;77(9):1115-35.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40331662?tool=bestpractice.com
[87]Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) Lupus Nephritis Work Group. KDIGO 2024 clinical practice guideline for the management of LUPUS NEPHRITIS. Kidney Int. 2024 Jan;105(1s):S1-69.
https://www.kidney-international.org/article/S0085-2538(23)00627-0/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38182286?tool=bestpractice.com
Micofenolato (com ou sem belimumabe ou um inibidor da calcineurina, como voclosporina ou tacrolimo)
Ciclofosfamida intravenosa em baixa dose (com ou sem belimumabe)
O American College of Rheumatology (ACR) recomenda, condicionalmente, esquemas à base de micofenolato em detrimento de esquemas à base de ciclofosfamida. Esquemas terapêuticos que incluem micofenolato e um inibidor da calcineurina podem beneficiar pacientes com proteinúria ≥3 g/g, enquanto esquemas que incluem belimumabe podem ser eficazes para pacientes com manifestações extrarrenais.[86]Sammaritano LR, Askanase A, Bermas BL, et al. 2024 American College of Rheumatology (ACR) guideline for the screening, treatment, and management of lupus nephritis. Arthritis Rheumatol. 2025 Sep;77(9):1115-35.
https://acrjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/art.43212
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40331662?tool=bestpractice.com
O ACR recomenda, sob certas condições, que pacientes com início ativo, novo episódio ou exacerbação de nefrite lúpica pura de classe V e proteinúria ≥1 g/g recebam um esquema triplo de um corticosteroide intravenoso em pulsoterapia (seguido de corticosteroides orais com redução gradual da dose), associado a micofenolato e um inibidor da calcineurina.[86]Sammaritano LR, Askanase A, Bermas BL, et al. 2024 American College of Rheumatology (ACR) guideline for the screening, treatment, and management of lupus nephritis. Arthritis Rheumatol. 2025 Sep;77(9):1115-35.
https://acrjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/art.43212
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40331662?tool=bestpractice.com
Para pacientes com proteinúria <1 g/g, o tratamento com um corticosteroide e/ou imunossupressor (isto é, micofenolato, azatioprina, um inibidor da calcineurina) é condicionalmente recomendado pelo ACR.[86]Sammaritano LR, Askanase A, Bermas BL, et al. 2024 American College of Rheumatology (ACR) guideline for the screening, treatment, and management of lupus nephritis. Arthritis Rheumatol. 2025 Sep;77(9):1115-35.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40331662?tool=bestpractice.com
No Reino Unido, o NICE recomenda a voclosporina (associada a micofenolato) como opção de tratamento para adultos com nefrite lúpica de classe 3 a 5 (incluindo classes mistas 3 e 5, e 4 e 5).[153]National Institute for Health and Care Excellence. Voclosporin with mycophenolate mofetil for treating lupus nephritis. May 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ta882
Em pacientes com alto risco de insuficiência renal (definida como taxa de filtração glomerular reduzida, presença histológica de crescentes celulares ou necrose fibrinoide, ou inflamação intersticial grave), pode-se considerar a administração intravenosa de altas doses de ciclofosfamida em combinação com pulsoterapia intravenosa de corticosteroides.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
Qualquer um dos tratamentos recomendados para nefrite lúpica deve ser considerado para pacientes com doença ativa. O médico responsável pelo tratamento tem a opção de decidir se e quando a terapia combinada deve ser utilizada, com base em fatores individuais do paciente.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
[87]Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) Lupus Nephritis Work Group. KDIGO 2024 clinical practice guideline for the management of LUPUS NEPHRITIS. Kidney Int. 2024 Jan;105(1s):S1-69.
https://www.kidney-international.org/article/S0085-2538(23)00627-0/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38182286?tool=bestpractice.com
Exemplos de fatores individuais do paciente que podem orientar o tratamento inicial incluem:[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
[86]Sammaritano LR, Askanase A, Bermas BL, et al. 2024 American College of Rheumatology (ACR) guideline for the screening, treatment, and management of lupus nephritis. Arthritis Rheumatol. 2025 Sep;77(9):1115-35.
https://acrjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/art.43212
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40331662?tool=bestpractice.com
[87]Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) Lupus Nephritis Work Group. KDIGO 2024 clinical practice guideline for the management of LUPUS NEPHRITIS. Kidney Int. 2024 Jan;105(1s):S1-69.
https://www.kidney-international.org/article/S0085-2538(23)00627-0/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38182286?tool=bestpractice.com
A ciclofosfamida intravenosa pode ser usada como terapia inicial para doença ativa de classe III e IV em pacientes que apresentem dificuldade em aderir a um esquema oral.
Os esquemas à base de micofenolato são a terapia inicial preferencial para pacientes com alto risco de infertilidade, como aqueles com exposição prévia moderada a alta à ciclofosfamida.
A terapia inicial com um esquema imunossupressor que inclua um inibidor da calcineurina pode ser preferível em pacientes com função renal relativamente preservada e proteinúria em níveis nefróticos, provavelmente devido a lesão extensa dos podócitos, bem como em pacientes que não toleram doses padrão de micofenolato ou que não são elegíveis para, ou não desejam utilizar, esquemas à base de ciclofosfamida.
Um esquema triplo de um corticosteroide associado a belimumabe e micofenolato ou ciclofosfamida em baixa dose pode ser preferível em pacientes com crises renais repetidas ou com alto risco de progressão para insuficiência renal devido a doença renal crônica grave.
Outras terapias, como azatioprina ou leflunomida (combinadas com um corticosteroide), podem ser consideradas em substituição aos medicamentos iniciais recomendados para nefrite lúpica proliferativa em casos de intolerância do paciente ou indisponibilidade destes, mas essas alternativas podem estar associadas a eficácia inferior, incluindo maior taxa de exacerbações da doença e/ou maior incidência de toxicidade medicamentosa.
O micofenolato é considerado uma opção de primeira escolha para o tratamento de pacientes com nefrite lúpica classe V com proteinúria em níveis nefróticos. Caso se mostre ineficaz, deve-se considerar o uso de ciclofosfamida por ≤6 meses para ajudar a induzir a remissão em longo prazo. O uso prolongado de um inibidor da calcineurina ou de rituximabe também pode ser tentado se o paciente tiver sido previamente exposto a níveis significativos de ciclofosfamida ou se mostrar relutante em tomar o medicamento devido à toxicidade associada.
Evidências de revisões sistemáticas e metanálises sugerem que o micofenolato é mais eficaz para o tratamento inicial da nefrite lúpica, aumentando significativamente os níveis séricos do complemento C3 e a remissão completa, além de reduzir os efeitos adversos em comparação com a ciclofosfamida.[154]Jiang YP, Zhao XX, Chen RR, et al. Comparative efficacy and safety of mycophenolate mofetil and cyclophosphamide in the induction treatment of lupus nephritis: a systematic review and meta-analysis. Medicine (Baltimore). 2020 Sep 18;99(38):e22328.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7505394
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32957400?tool=bestpractice.com
A ciclofosfamida deve ser administrada com ingesta de fluidos adequada e mesna (um agente uroprotetor), já que há risco de toxicidade uroepitelial (por exemplo, cistite hemorrágica). Mulheres jovens devem ser alertadas sobre os riscos de amenorreia ou insuficiência ovariana prematura com o uso de ciclofosfamida; um encaminhamento ginecológico pode ser necessário para uma discussão mais aprofundada. Os pacientes do sexo masculino também devem ser alertados sobre o possível risco de infertilidade. O risco de amenorreia é menor com o micofenolato, embora haja preocupações sobre malformações congênitas se administrado durante a gestação.
Em comparação com a terapia padrão isolada, o belimumabe demonstrou aumentar significativamente a taxa de resposta renal, definida como uma relação proteína/creatinina urinária de 0.7 ou menos, uma taxa de filtração glomerular estimada que não foi pior do que 20% abaixo do valor pré-exacerbação ou pelo menos 60 mL/min/1.73 m², e não há necessidade de terapia de resgate para falha no tratamento de pacientes com nefrite lúpica.[155]Furie R, Rovin BH, Houssiau F, et al. Two-year, randomized, controlled trial of belimumab in lupus nephritis. N Engl J Med. 2020 Sep 17;383(12):1117-28.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2001180
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32937045?tool=bestpractice.com
Em um ensaio clínico randomizado e controlado (ECRC) de fase 3 de pacientes com nefrite lúpica, a voclosporina em combinação com micofenolato e corticosteroide de baixa dose levou a uma resposta renal completa superior clinicamente significativa na semana 52 em comparação com micofenolato e corticosteroide em baixa dose isolado (73 [41%] de 179 pacientes vs. 40 [23%] de 178 pacientes, respectivamente).[156]Rovin BH, Teng YKO, Ginzler EM, et al. Efficacy and safety of voclosporin versus placebo for lupus nephritis (AURORA 1): a double-blind, randomised, multicentre, placebo-controlled, phase 3 trial. Lancet. 2021 May 29;397(10289):2070-80.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33971155?tool=bestpractice.com
Os dados de acompanhamento em longo prazo desses pacientes demonstraram a eficácia e segurança contínuas da voclosporina após 3 anos.[157]Saxena A, Ginzler EM, Gibson K, et al. Safety and efficacy of long-term voclosporin treatment for lupus nephritis in the phase 3 AURORA 2 clinical trial. Arthritis Rheumatol. 2024 Jan;76(1):59-67.
https://acrjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/art.42657
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37466424?tool=bestpractice.com
Nefrite lúpica sem resposta clínica ou refratária
Para pacientes com qualquer classe de nefrite lúpica que não tenham alcançado pelo menos uma resposta renal parcial em 6 a 12 meses, o aumento da intensidade do tratamento pode ser considerado após a avaliação das doses e da adesão do paciente.[86]Sammaritano LR, Askanase A, Bermas BL, et al. 2024 American College of Rheumatology (ACR) guideline for the screening, treatment, and management of lupus nephritis. Arthritis Rheumatol. 2025 Sep;77(9):1115-35.
https://acrjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/art.43212
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40331662?tool=bestpractice.com
Se o tratamento inicial for com terapia dupla, recomenda-se a progressão para terapia tripla. Para pacientes tratados inicialmente com terapia tripla, deve-se considerar um esquema alternativo de terapia tripla ou a adição de rituximabe como segundo medicamento imunossupressor.[86]Sammaritano LR, Askanase A, Bermas BL, et al. 2024 American College of Rheumatology (ACR) guideline for the screening, treatment, and management of lupus nephritis. Arthritis Rheumatol. 2025 Sep;77(9):1115-35.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40331662?tool=bestpractice.com
O rituximabe é recomendado especialmente após falha em esquemas baseados em ciclofosfamida, ou um ciclo prolongado de ciclofosfamida intravenosa pode ser considerado para pacientes com atividade da doença persistente ou resposta inadequada ao tratamento inicial.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
https://ard.eular.org/article/S0003-4967(24)00386-8/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37827694?tool=bestpractice.com
[87]Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) Lupus Nephritis Work Group. KDIGO 2024 clinical practice guideline for the management of LUPUS NEPHRITIS. Kidney Int. 2024 Jan;105(1s):S1-69.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38182286?tool=bestpractice.com
Para pacientes que não respondem a dois ciclos de terapia padrão, recomenda-se um esquema mais intensivo, incluindo a adição de rituximabe, ou terapia tripla com três imunossupressores não corticosteroides (isto é, micofonato, belimumabe e um inibidor da calcineurina), ou os pacientes podem ser encaminhados para terapia em estudo.[86]Sammaritano LR, Askanase A, Bermas BL, et al. 2024 American College of Rheumatology (ACR) guideline for the screening, treatment, and management of lupus nephritis. Arthritis Rheumatol. 2025 Sep;77(9):1115-35.
https://acrjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/art.43212
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40331662?tool=bestpractice.com
Tratamento farmacológico do LES renal (nefrite lúpica): terapia de manutenção
Desde que se tenha obtido uma resposta renal adequada, a terapia imunossupressora de manutenção depende do esquema de tratamento inicial utilizado, por exemplo:[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
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[86]Sammaritano LR, Askanase A, Bermas BL, et al. 2024 American College of Rheumatology (ACR) guideline for the screening, treatment, and management of lupus nephritis. Arthritis Rheumatol. 2025 Sep;77(9):1115-35.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/40331662?tool=bestpractice.com
Pacientes inicialmente tratados com micofenolato (isoladamente ou em combinação com belimumabe ou um inibidor da calcineurina) devem permanecer com esses medicamentos para terapia de manutenção
Pacientes inicialmente tratados com ciclofosfamida intravenosa (isoladamente ou em combinação com belimumabe) devem ser transferidos para micofenolato ou azatioprina para terapia de manutenção
Pacientes inicialmente tratados com terapia tripla devem permanecer com o mesmo esquema para manutenção.
Durante a terapia de manutenção, a dose de corticosteroides deve ser reduzida gradualmente até a menor dose possível. A descontinuação do tratamento pode ser considerada após os pacientes manterem uma resposta renal completa por 12 meses.[87]Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) Lupus Nephritis Work Group. KDIGO 2024 clinical practice guideline for the management of LUPUS NEPHRITIS. Kidney Int. 2024 Jan;105(1s):S1-69.
https://www.kidney-international.org/article/S0085-2538(23)00627-0/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38182286?tool=bestpractice.com
O tratamento de manutenção deve continuar por pelo menos 3 anos após a resposta renal.[53]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Andersen J, et al. EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus: 2023 update. Ann Rheum Dis. 2024 Jan 2;83(1):15-29.
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[86]Sammaritano LR, Askanase A, Bermas BL, et al. 2024 American College of Rheumatology (ACR) guideline for the screening, treatment, and management of lupus nephritis. Arthritis Rheumatol. 2025 Sep;77(9):1115-35.
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[87]Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) Lupus Nephritis Work Group. KDIGO 2024 clinical practice guideline for the management of LUPUS NEPHRITIS. Kidney Int. 2024 Jan;105(1s):S1-69.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38182286?tool=bestpractice.com
Caso ocorra recidiva da nefrite lúpica após a obtenção de uma resposta parcial ou completa, o paciente deve ser tratado com a mesma terapia de indução utilizada para alcançar a resposta inicial, ou com um esquema de indução alternativo recomendado.[87]Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) Lupus Nephritis Work Group. KDIGO 2024 clinical practice guideline for the management of LUPUS NEPHRITIS. Kidney Int. 2024 Jan;105(1s):S1-69.
https://www.kidney-international.org/article/S0085-2538(23)00627-0/fulltext
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