Abordagem
A terapêutica antimicrobiana empírica de sepse é apropriada até que seja feito o diagnóstico de síndrome cardiopulmonar por hantavírus (SCPH). Analgésicos e antipiréticos são administrados enquanto se aguarda a confirmação do diagnóstico. Antibióticos são descontinuados quando o diagnóstico é confirmado, e o tratamento passa para cuidados de suporte.
Pacientes na fase cardiopulmonar de doença podem piorar rapidamente; é necessário monitoramento contínuo em unidade de terapia intensiva (UTI), assim como início da ventilação mecânica para tratar insuficiência respiratória se necessário. Fluidos devem ser administrados cautelosamente em combinação com vasoconstritores (isto é, dobutamina e noradrenalina) para manter a pressão arterial (PA). Um índice cardíaco em queda com evidência de colapso cardiovascular é uma indicação para ECMO.[46]
Manejo em UTI
A SCPH pode progredir rapidamente para choque cardiogênico e óbito, e deve ser manejada em ambiente de UTI.[43]
Terapêutica antimicrobiana empírica de sepse é apropriada até que o diagnóstico de SCPH seja feito.
Oxigênio suplementar e intubação para suporte respiratório podem ser necessários.
O manejo hídrico deve ser cauteloso para evitar sobrecarga de volume.
Terapia inotrópica pode ser necessária para choque cardiogênico.
ECMO
Achados associados a uma taxa de mortalidade de 100% na ausência de ECMO incluem:[61]
Índice cardíaco <2.5 L/minuto/m²
Lactato sérico >4 mmol/L
Fibrilação ventricular, taquicardia ou dissociação eletromecânica
Choque refratário a fluidos e terapia vasoativa.
A experiência publicada sugere que até 72% dos pacientes com SCPH com alto risco de mortalidade sobreviveram e tiveram alta hospitalar quando tratados com suporte de ECMO.[46][62]
Em um único relato de caso, a oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) foi bem-sucedida no caso de uma paciente gestante com síndrome cardiopulmonar por hantavírus (SCPH) grave.[63]
Terapias sem benefício comprovado
Ribavirina intravenosa não parece ser eficaz contra a SCPH quando administrada durante a fase cardiopulmonar. Quando a fase cardiopulmonar começa, a taxa de progressão da doença e o óbito acontecem rápido demais para a ribavirina oferecer algum benefício. A administração de ribavirina durante o pródromo ainda não foi estudada, principalmente devido à dificuldade de inscrever pacientes durante esta fase.[64] A análise de um estudo aberto sobre o uso de ribavirina para SCPH não encontrou eficácia, salientando também que 71% dos receptores de ribavirina tornaram-se anêmicos, 19% dos quais necessitaram de transfusão.[65] Desta forma, o tratamento com ribavirina intravenosa é provavelmente inefetivo.
Um estudo randomizado, duplo-cego e controlado de metilprednisolona por via intravenosa em altas doses para SCPH associada ao vírus Andes no Chile não demonstrou benefícios no tratamento.[66]
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